Desmistificando: Offset não é papel de luxo!

offset

Ainda hoje nos deixamos enganar…

Confesso, leitor, que cada vez que ouço a frase “Offset é papel de luxo” quase tenho um chilique nervoso. Ignore a sanidade duvidosa desta que lhes escreve, mas de fato isso é propaganda enganosa: Offset não é papel de luxo! E para te ajudar a entender e te apresentar aos de luxo de fato, aqui vai um guia completinho sobre os vários tipos de papéis usado na área editorial.

Comecemos por repetir: usado na área editorial. Sim, porque alguns papéis não servem para impressão de livros, não espere que eu comente sobre papelão ou papel higiênico, né…? Mais especificamente falaremos sobre os usados pelas editoras de mangá do Brasil.

O papel e sua características

Todo o papel é formado de celulose, cargas minerais e outros produtos, e recebe nomes de acordo com o tipo de tratamento, fabricação e utilização. Existem várias técnicas para se produzir papel, várias substâncias, e é isso que cria toda essa variedade. Pense no petróleo que vira desde piche e gasolina até plástico ou na cana-de-açúcar que vira desde rapadura até os mais variados tipos de açúcar e álcool. E qual é a diferença do açúcar mascavo para o cristal? A produção!

Dessa forma, cada papel terá suas características e aspectos a depender da produção, como a alvura (a brancura do papel) e a opacidade. Mas a produção não vai inferir na gramatura (embora tenha consequências na variação que aquele papel aguenta). A gramatura (ou gramagem) é a densidade de área do papel e vai refletir na grossura do mesmo. Quem decide qual gramatura será é o fabricante e cada tipo de papel é comercializado em várias gramaturas diferentes. Vale lembrar que, principalmente no Brasil, em vez de ser indicado com a medida correta, gramas por metro quadrado (g/m²), é apenas escrito grama, como Offset 75g, indicando o peso do metro quadrado.

As consequências de uma gramatura maior ou menor vão depender das características do papel. Logo não se pode inferir muita coisa apenas tomando esse dado. Mas, existem faixas de gramatura conhecidas por terem usos específicos:

De 35g a 75g o papel é tão fino que é usado mais para jornais e situações descartáveis ou econômicas devido à baixa resistência do material causada pela finura. Sendo que as mais altas de 60-75g são mais usados em envelopes e coisas um pouco mais resistentes.

De 75g a 115g é a gramatura padrão dos livros, dos papéis que você usa em casa, no escritório, nas impressoras.

De 115g a 300g fica as gramaturas mais altas que são usadas em cartazes, panfletos, cartões, cartolina, calendários e capas. São mais espessos e pesados e não são utilizados para a impressão do miolo de livros e semelhantes.

Outras consequências da gramatura dependerão do papel, a transparência. O papel seda, por exemplo, manterá uma transparência alta em gramatura bem alta. Já outros papéis podem ser mais opacos e perder muita transparência com o aumento da gramatura. Vale lembrar também que cada empresa tem suas diferenças na produção e isso também pode interferir na transparência mesmo entre papéis do mesmo tipo.

Outra consequência é a grossura, dado um mesmo papel o aumento da gramatura refletirá no aumento da grossura. Entretanto papéis diferentes ou de diferentes fabricantes com mesma gramatura não terão a mesma exata grossura. A grossura dependerá do quão “aerado” ou prensado é o material.

O preço final do papel vai depender não só do tipo (que você verá abaixo) e marca, como também variará com a gramatura. Um certo papel de baixa qualidade e alta gramatura pode acabar no mesmo preço de um outro papel de alta qualidade em baixa gramatura. Algumas marcas também são especialmente caras por conter mais tratamentos, como germicida ou coloração, então não dá para simplesmente colocá-los numa escala de mais barato a mais caro.

Então vamos ao que importa, quais os tipos de papéis usados e suas características?

I. Papel Jornal (Papel Imprensa)

Um dos papéis mais simples e baratos de se produzir, por isso mesmo é utilizado em jornais e outras coisas descartáveis. Mas a produção barata e simples traz uma grande consequência, a vulnerabilidade. Não só rasga e mancha facilmente, como também é sensível à umidade e luz solar já que não tem nenhum revestimento ou tratamento para protegê-lo da ação do tempo.

Visualmente são fáceis de serem identificados, costumam ter tons amarelados a cinza, alguns mais claros, outros mais escuros. Outra marca registrada deles é a presença de fibras soltas, o que aumenta ainda mais a aparência “suja”.

Esse papel Jornal comum também pode ser levemente melhorado para ficar mais claro, virando o Brite (Bright) — que vem de Brightness, nome dado devido ao aumento de “brilho” ou a capacidade de refletir a luz. O Brite recebe vários nomes diferentes de acordo com o fabricante, como o Hibrite, Super-brite, Custom-brite e Pisa-brite, sendo esse último o usado em mangás.

Geralmente são comercializados nas gramaturas de 45g a 60g, ou seja, finos. Embora tenham de fato uma certa transparência, a cor e fibras do papel, além das manchas da impressão, acabam escondendo um pouco.

No Brasil, o papel utilizado pelas editoras de mangá costuma ser o Pisa-brite 52g, embora exista variação.

Aos interessados em saber mais sobre a produção, o site da única produtora brasileira de papel Jornal, a Pisa, informa exatamente todo o processo aqui.

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II. Papel Offset (Off-set)

Só perde em simplicidade de produção para o papel Jornal. O nome “Offset” vem das principais máquinas de impressão utilizadas. A principal característica deste papel é não sofrer nenhum tipo de preparo, ou seja, nenhum tipo de revestimento ou cobertura, ficando com as fibras expostas.

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É este papel cru que, ao ser revestido ou impermeabilizado, se tornará o Couchê, Duplex, Triplex, Supremo, etc. E é exatamente por isso que é tão barato e comum, afinal todas as fabricantes de papel acabam produzindo ele por ser a base dos outros.

Por ser cru e poroso, o Offset absorve muito bem a tinta sem causar borrões, além de se dar bem com todos os tipos de impressões. Mas essa falta de “acabamento” faz com que rasgue com facilidade, além de ser um papel mais áspero. Outra característica deste papel é a cor branca e a superfície lisa, mas pode ser tingido durante a produção.

Pode ser também chamado de Sulfite (que vem do sulfito de sódio, composto responsável pela brancura), Apergaminhado, Super Bond ou ainda pelo nome de marcas como Chameguinho. Alguns Offsets em gramaturas específicas também ganham nomes especiais, como a Cartolina (150-180g).

Pois veja você o “luxo” do Offset, tão luxuoso que é o papel padrão de impressões, xerox, trabalhos escolares, rascunhos. O ganho do Offset em relação ao papel Jornal é a claridade da impressão, resistência maior ao tempo e maior alvura (brancura) sem aumentar demais o custo de produção.

Em contrapartida, na produção de mangás o Offset tem um grande “problema”, por ser bem branco e limpo, a transparência fica muito clara e destacada, embora vá depender da gramatura e fabricante.

No Brasil a editora NewPOP utiliza o Offset 90g em suas publicações, enquanto a JBC utiliza o Offset 75g ou menos atualmente, embora a editora não tenha se pronunciado quanto ao valor exato, supõem-se por volta de 50g. Já a Panini não tinha o costume de divulgar gramaturas, mas ela comentou recentemente que em algumas publicações como Berserk, Planetes e futuramente One-Punch Man ela usa o 90g.

* * *

III. Papel Supremo (Duplex, Triplex)

Estes são os intermediários entre o Offset e o Couchê. A grande novidade nestes papéis é uma face com selante — que impermeabiliza e proporciona brilho. Por causa das impermeabilizações eles são mais grossos que o Offset da mesma gramatura.

A ideia destes papéis é a durabilidade e resistência, por isso mesmo são usados em embalagens e capas. No Brasil eles são produzidos com gramaturas altas, entre 180g e 400g.

Existem várias marcas e tipos: o Duplex, com uma face selada e a outra não, com uma textura mais crua de jornal na não-selada; o Triplex, igual ao Duplex, mas com o verso branco; Supremo, um Triplex melhorado com o verso liso; e o Supremo DuoDesign, com selante dos dois lados, alta qualidade.

No Brasil todas as editoras trabalham com capas cartonadas feitas com o Triplex, algumas com laminações e aplicação de verniz, relevos e fitas metálicas ou simplesmente fosco, com uma certa variação de gramatura beirando o 250g.

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IV. Papel Couchê (Couché)

O papel Couchê é um papel luxuoso, ele possui vedação o que o deixa impermeável (ou seja, resistente à água), mais fino, mais liso e mais resistente a rasgões. Por causa desse tratamento a tinta fica mais superficial, o que deixa a impressão mais viva. Existe o L1 e o L2, sendo a numeração o número de faces que teve essa vedação, geralmente as empresas trabalham só com a L2.

Além da classificação acima, existem dois tipos de Couchê, o Fosco e o Brilho. O brilho borra mais na impressão e precisa de cuidados especiais, mas fica, obviamente, com uma impressão muito brilhante e viva. Já o Fosco é tratado de tal forma para diminuir os problemas de impressão o que faz a tinta ser mais absorvida deixando o aspecto mais fosco.

No Brasil o Couchê é até bem barato (se comparado a outros países), pois muitas das matérias-primas utilizadas são produzidas no território nacional, logo o preço fica mais em conta, o que ajudou na proliferação deste tipo de papel no país. Praticamente todas as revistas utilizam este material ou o LWC (abaixo).

Vale comentar que o Couchê não tem problemas de transparência por causa de todo o tratamento que recebe, mesmo os mais finos de 65g.

As nossas editoras usam o Couchê Brilho para as impressões de páginas coloridas (embora às vezes tenha sido em Offset ou Off-white mesmo), as empresas não informam as gramaturas que usam, mas varia de 65g a 115g (para o uso em livros). Segundo a NewPOP eles usam Couchê Brilho de mesma gramatura ou superior ao utilizado no miolo.

Em outras publicações coloridas a JBC utiliza também o Couchê Fosco (gramatura não informada) e a NewPOP em seus Graphic Novels utiliza-se do Couchê Brilho 90g. Quanto a Panini, nos lançamentos de Graphic Novels e Comics a editora também usa esse material, mas geralmente não informa gramaturas ou tipos.

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V. Papel LWC (Lightweight Coated Paper)

O LWC é uma alternativa mais leve para o Couchê. Suporta gramaturas bem menores, logo acaba sendo uma ótima opção para diminuir a grossura de um livro sem sacrificar a qualidade visual.

Utiliza-se no seu revestimento o mesmo produto do papel Couchê, por isso tem ótima alvura e brilho, mas a finura acaba diminuindo consideravelmente sua resistência a rasgos. É muito usado na produção daqueles folhetos de supermercados, dentre outros.

No Brasil, até onde sei, não há nenhum mangá em LWC, mas a Panini, por exemplo, utiliza este material nas revistinhas de super-heróis.

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VI. Papel Off-white (Pólen, Avena, Lux Cream)

Na verdade, é mais um papel Offset “melhorado”, estes fazem parte da família chamada de “Off-white” (“quase brancos”), ou seja, a principal característica deles é sofrer algum tipo de tratamento que os deixa com leves cores amareladas ou acinzentadas e, em alguns, um toque mais suave.

A ideia do papel é cansar menos a vista, já que a cor mais pastel e opaca diminui a reflexibilidade do papel, e, algumas versões, ser mais confortável de se folhear. É especialmente produzido para livros e publicações.

nãobrancoEmbora a cor ajude a disfarçar, as versões de gramatura menor têm os mesmos problemas de transparência que o Offset (afinal são quase a mesma coisa). Suas gramaturas giram em torno de 85g, sendo as de 70g as mais usadas devido ao custo-benefício.

Um dos primeiros e mais famosos é o Pólen, em especial o Pólen Soft, mas existem outras marcas semelhantes bem usadas como o Chambril Avena, Chamois (em versões Fine e Bulk) e Lux Cream.

O Avena existe no mercado com gramatura de 70, 80 e 90g, e seu diferencial é o toque bem suave. É o tipo de papel que a editora NewPOP usa em seus novels atualmente, como No Game No Life e NO.6.

O Chamois atualmente não é utilizado por nenhuma das editoras, mas foi nele, na versão bulk, que as novels de Gravitation da NewPOP foram impressas anos atrás.

Já a editora JBC prefere o Lux Cream, conhecido por ter baixas gramaturas, mas boa espessura, para suas edições “de luxo” como Death Note: Black Edition e O Cão que Guarda as Estrelas.

Conclusão (aka desabafo)

Agora que você está por dentro de todos os papéis utilizados pelas editoras de mangá do Brasil, deu para perceber que o Offset é a farinha do mundo dos papéis? Tirando o papel Jornal, todos os demais são produtos de alterações, melhoramentos e tratamentos do Offset. Logo o Offset é a coisa mais comum e vulgar que você pode encontrar.

Na verdade, produtos feitos em papel Jornal são considerados papéis “non-archival“, ou seja, papéis que não podem ser preservados ou arquivados, ainda em outras palavras, papéis descartáveis ou perecíveis. O Offset é o primeiro e o mais simples que passa a ser “archival“, um papel duradouro que pode ser arquivado.

Isso significa que com alguns cuidados uma publicação em Offset pode durar centenas de anos, enquanto o Jornal irá se degradar apenas por estar em contato com o ar, umidade e luz solar, sendo necessário muitos cuidados para prolongar sua vida e mesmo assim em algum momento ele vai simplesmente se desfazer ou acabar vítima de fungos, traças e outros. Só a caráter de curiosidade, ao ar livre um papel Jornal se decompõe em 2-4 semanas; enquanto Offset de 3-6 meses — tamanha a diferença entre os dois.

Logo o que é uma publicação em Offset? Luxuosa? Não. Uma publicação em Offset é uma publicação não-descartável, uma publicação colecionável. É claro que a empresa pode pegar uma publicação em offset e “enobrecer”, ou seja, colocar capa dura, orelhas, sobrecapa e vários outros mimos possíveis, agregando valor. Mas note que o luxo da coisa não vem necessariamente do miolo, mas da finalização do produto.

No Japão, por exemplo, todos os tankoubons são minúsculos (tamanho pocket) e impresso num papel próprio tipo Jornal. Eles são feitos para serem baratos e descartáveis, a maioria vende ou se desfaz dos mangás após lerem. Sim, eles reciclam os mangás, assim como a maioria joga a Turma da Mônica no lixo. Para séries de boa vendagem eles passam depois a produzir versões para coleção, agora sim, com papéis de melhor qualidade, tamanhos grandes, mimos.

No Brasil que não faz muito sentido, mesmo sabendo que a maioria do público coleciona, continua sendo padrão a venda de materiais descartáveis e em formatos até bem grandes. Ao invés de se focar em algo realmente descartável e produzir algo condizente (pequeno, barato e simples), insistem em fazer versões híbridas mais caras, mas ainda totalmente descartáveis.

Não seria mais interessante que todos os mangás fossem como Naruto Pocket? Pequenos, baratos e acessíveis? E, quando a série fizesse sucesso, fosse lançado uma versão colecionável? Ou, se é mesmo o perfil do público brasileiro colecionar sempre, lançar logo sempre numa versão não-perecível?

A Panini tem seguido mais ou menos essa lógica de produtos descartáveis, embora ainda siga um formato relativamente grande (comparado ao Pocket, por exemplo). Mais recentemente fez “relançamentos colecionáveis”, que muitos tiveram a coragem de chamar de luxo, mas que realmente fica no mínimo do colecionável.

Por outro lado, a NewPOP é exatamente o oposto e lança todos seus títulos em formato colecionável, desde o papel de gramaturas altas até o miolo costurado. Seus novels inclusive possuem orelhas e miolo de Avena.

Enquanto isso… A JBC não sabe o que faz da vida, seus mangás descartáveis em geral são maiores e mais caros, seus mangás não-descartáveis têm gramaturas baixas e a maioria ainda com miolo colado; ou seja, só trabalha com híbridos. Seus mangás mais caros foram com papel Lux Cream e alguns mimos na capa e orelhas.

Pois veja você que reclamar de transparência em mangás em Brite é como reclamar de erro de impressão em jornal ou palavras-cruzadas. O mangá é feito para ser descartável — transparência, cola meia-boca, má impressão, margens cortadas, lombada errada, bordas inclinadas: tudo isso são os sacrifícios de uma versão descartável, pois são feitos para você ler uma vez e jogar fora. Fazer economicamente é a prioridade.

É claro que existe um limite e devem ter uma qualidade tal que permita a leitura clara, mas estando legíveis, é esse mesmo o objetivo daquele produto. Cabe ao consumidor manter isso em mente, pare de pensar que seus mangás em papel Jornal são colecionáveis, pois não são, mesmo com todo o cuidado no mundo ele já nasce com os dias contados. Embora não signifique que você não possa criticar a empresa por, exatamente, lançar de forma tão descartável quando você quer algo colecionável. Neste caso você está diretamente criticando o objetivo daquela publicação.

Agora, encontrar aqueles “erros” numa versão colecionável é muita mancada!!! É a intenção da editora fazer um “mangá descartável” com papel offset? Qual o sentido disso? E o pior de tudo: chamar isso de luxo………..

Por isso não se deixe enganar, leitor, Offset é o mínimo do mínimo de qualquer publicação não-descartável. É o mínimo que qualquer livro para coleção precisa ter.

Para ser de luxo, considerando apenas o miolo, teria que ser um Couchê ou Supremo DuoDesign. Dessa forma, o único mangá com alta qualidade de papel foi o Highschool of the Dead – Full Color Edition da Panini, mas que foi lançado em uma gramatura bem baixa. Alguns afirmam, entretanto, que se trata, na verdade, do LWC. Então, dá para chamar de luxo?

Off-white é mais uma alternativa ao Offset, de fato é algo mais caro, mas não tem o brilho e resistência do Couchê. Considerar ou não um produto com miolo Off-white luxo vai depender do produto como um todo, mas de fato é uma publicação no mínimo especial.

Até mesmo um produto com Offset pode ser luxuoso. Imagine você um livro em Offset de gramatura bem alta, capa dura cheia de firula, orelhas, sobrecapas e todos aqueles mimos possíveis. Isso não seria um livro de luxo? Sim, mas ser papel Offset é o luxo? Não.

Da mesma forma, por mais luxuoso que seja o Couchê, se pegarmos a menor gramatura possível, tacarmos uma capa de Couchê 100g e colarmos isso tudo, o resultado é uma publicação luxuosa? Se estivermos falando de revista, sim; de livro, de jeito nenhum.

Onde eu quero chegar com isso? Para determinar a luxuosidade de uma publicação é necessário levar em conta as características de todo o livro — miolo, capa, orelhas, impressão, costura, formato, etc. Ser “Offset” acaba indicando quase nada, muito menos que é de luxo. Diga-se de passagem, o mesmo vale para gramaturas, que nada significa sozinha e vai depender de cada tipo de papel.

A partir de agora, leitor, não se deixe mais enganar pelo simples “lançamento em Offset”, pesquise mais a fundo e analise todas as características de seu mangá. Moral da história: ser Offset não significa muita coisa por si só!

***

E com isso dou início a essa coluna muito temperamental: Desmistificando. Tem alguma coisa que gostaria que fosse desmistificado ou que não entende do mundo dos mangás? Pergunta aí! Quem sabe não vira a pauta da próxima. 🙂

57 Comments

  • Hussein

    ótima publicação, praticamente uma aula. Mas tenho que dizer que é meio bizarro ler esse texto em 2019 depois de tantas transformações no mercado editorial

  • Só queria desabafar que quase 3 anos depois eu ainda estou precisando usar esse seu post para que parem de me chamar de hater ou defensor de editora cara.

    Obrigado Rose por esse maravilhoso post.

  • Pra mim não faz sentido nenhum lançar um material descartável, talvez as antologias famosas no Japão, mas nunca um tanko descartável! A editora lança tudo numa qualidade ruim, você compra porque quer ler, é claro, o mais cedo possível (e nesse caso na pior qualidade possível), pra no fim você jogar toda sua coleção deteriorável fora e comprar uma nova edição num novo formato colecionável!? Esse é o modelo que você defende? Eu acho horrível!
    Tanko é pra colecionar, é pra durar, não existe ler e jogar fora. Ninguém gasta dinheiro pra jogar fora o que comprou e depois gasta de novo pra poder ter a mesma coisa de forma durável, isso é uma insanidade. Eu defendo que os materiais sejam lançados já com uma qualidade boa, de colecionável, e que esses materiais sejam relançados quando esgotados, no mesmo formato, para atingir a demanda de novos leitores. Se existir uma demanda, que lancem também um formato de luxo, que seja realmente de luxo.
    Eu pessoalmente gosto muito do formato mais caprichado que a editora Panini está adotando para títulos como Slam Dunk, Vagabond e One-Punch Man, julgo perfeito pra circulação. Claro que títulos de menos peso dificilmente venderiam nesse formato, mas esses poderiam ter um formato reduzido e sem orelhas, mais simples, mas sem sacrificar a durabilidade do material. Assim como títulos muito reconhecidos poderiam ganhar, adicionalmente, uma edição maior, com sobre-capa, papel off-white, de luxo mesmo. Mas edições descartáveis são o fim da picada, se fosse só pra ler sem ter o material de forma durável eu lia a poha dum scan e não pagava nada. Se eu tô comprando é porque eu quero ter!

    • Roses

      Deixa eu perguntar uma coisa. Você compra revista? E você guarda todas as revistas que comprou? Você compra jornal e guarda também?

      Você não precisa querer guardar algo para poder ler. Um item descartável não é algo de baixa qualidade. Você está confundido o seu gosto pessoal e característica de conservação com qualidade. No papel jornal barato ou no papel luxuosíssimo você consegue ler a história e apreciar aquilo.

      Basicamente você está olhando pelos olhos de colecionador, mas nem todo leitor é colecionador, você por acaso guardou todos os livros que teve que ler na escola, na faculdade?

      A ideia de se ter itens desacertáveis não é porque eu gosto, é porque barateia o produto e permite que muito mais pessoas tenham acesso, não só o colecionador que aceita pagar mais de 200 reais num Box, mas um leitor que tem uns 20 reais sobrando por mês e gostaria de comprar algo para se divertir.

      Livros não são necessariamente para serem colecionados, essa é na visão sua. Eu não guardo quase nenhum livro ou mangá, tirando os que eu me vejo relendo ou que de alguma forma tenha um valor sentimental. Por isso também compro muito digital, não tenho essa necessidade de colecionar.

      Mas não significa que o colecionador esteja errado, só que você precisa entender que quanto mais caro for o produto, menos pessoas terão acesso e maior os perigos de cancelamento, perda de público, etc.

      Por fim, é irônico que alguém que defenda qualidade diga que lhe bastaria um scan, que não tem qualidade nenhuma. Não sei se você sabe, mas no Japão tankoubons não são bem-feitos, são descartáveis. Existe algumas empresas com acabamento melhor, mas esses famosos como Naruto são um lixo, ninguém coleciona isso. É tudo reciclado após leitura ou revendido. Na verdade, no Japão usado é tão barato e desvalorizado que você acha por 1 iene. Apenas séries que atinjam grande sucesso começam a ser relançadas em formatos melhores que aí sim são colecionados.

      Se tivéssemos mangás extremamente baratos e acessíveis, a quantidade de leitor seria maior e a possibilidade de alguém como você se apaixonar e decidir que topa pagar mais de 200 reais num Box seria muito maior. A situação de Another é o ideal, primeiros volumes em papel higiênico que seja, sucesso? Box caprichado e o escambau para quem gostaria de colecionar.

  • sergio

    tenho uma pergunta na verdade uma duvida minha, o off-white assim como o papel jornal amarela com o tempo ?

  • […] COUCHÉ: É um papel melhor, mas luxuoso, mais fino e liso, com uma resistência maior a rasgões. “No Brasil o Couchê é até bem barato (se comparado a outros países), pois muitas das matérias-primas utilizadas são produzidas no território nacional, logo o preço fica mais em conta, o que ajudou na proliferação deste tipo de papel no país. Praticamente todas as revistas utilizam este material ou o LWC (abaixo).Vale comentar que o Couchê não tem problemas de transparência por causa de todo o tratamento que recebe, mesmo os mais finos de 65g”. (Trecho retirado do post “Desmistificando: Offset não é  papel de luxo!” do site Biblioteca Brasileira de Mangás). […]

  • […] Aí embaixo você pode ver uma comparação entre JBC e Panini (todos de 2016 com quantidades similares de páginas) e suas variações de encadernações e cola. Aproveitem e notem também como os anteriores eram muito melhor encadernados com lombadas realmente quadradas, sem ondulações; já os de baixo estão todos “estressados”, com páginas desalinhadas na lombada e ondulados, uma encadernação mais econômica. Compare aos que você tem aí em casa. Lembrando que também já  discutimos sobre papel e gramatura no passado. […]

  • Fabio Rattis

    hoje em dia, tem muito mangá de papel jornal, com preço de papel off-set.

  • Post interessantíssimo também. Parabéns @Roses, mas tem uns poréns aqui também…
    Respondendo a uma pergunta do @JPM, você disse “Olha, não existe certo ou errado. Existem objetivos e estratégias.”, e é aí que eu acho que é isto que não existe. Essa coisa “em cima do muro” e objetivos e estratégias, isto logicamente enquanto estamos tratando de mangás no Brasil.

    Antes de qualquer outra coisa, mangás japas em geral são menores (como Naruto Pocket) mas, ‘apesar dos pesares’, são sim mais qualitativos, tenho alguns aqui (Kodansha e Shueisha) e portanto posso falar com assertividade sobre tal coisa. Não temos antologias por aqui, e sendo assim, mangás DEVERIAM ser minimamente colecionáveis. Bato muito nesta tecla por onde passo, de que somos todos COLECIONADORES, não somos apenas meros leitores (já mandei inclusive e-mail para a JBC sobre isto!), portanto, os mangás deveriam sair todos em offset 75gr. NO MÍNIMO! E com isto, crucifico sim a sua opinião de que talvez o ideal seria lançar mangás como Naruto Pocket e depois uma versão colecionável. Especialmente pelo fato de nosso mercado ser pequeno, como você mesma cita n’outro post, e dificilmente quem ‘colecionou’ a edição pocket iria comprar a edição ‘colecionável’. Tem um comentário de um colega de fansub que fala a respeito disto quando a JBC resolveu relançar YuYu neste formato ‘especial’, e o sentimento dele foi compartilhado por muita gente, e eu mesmo (à época) me senti da mesma forma que ele: um idiota, por termos a coleção antiga, meio-tanko, e a JBC estar lançando uma versão melhor que a nossa, “dizendo” para nós: “muito obrigado por comprar nossa edição meio-tanko, mas agora jogue esta edição fora e compre nossa edição especial”. Mas hoje em dia, refletindo bastante e profundamente a respeito, eu fico pensando que não, não somos idiotas, (ou não somos TÃO idiotas assim), mas seríamos se “trocássemos” nossos mangás antigos pelos novos, pois estaríamos rasgando dinheiro para gastar mais dinheiro…¬¬… como a JBC gostaria que fizéssemos, assim como a Panini quis que muita gente fizesse com Berserk e Naruto (no caso do Gold). Ou seja, eu por exemplo não seria idiota de comprar uma edição tida como colecionável depois de comprar uma edição pocket, barata e acessível. E acredito que muita gente também não…u_u

    Um dos poucos pontos interessantes destas edições ‘colecionáveis’ de Berserk e YuYu é o fato de atingir novos colecionadores que as antigas edições não atingiram (por motivos diversos), apesar de ainda sim eu ouvir um eco de idiota vindo em minha direção em se tratando de YuYu. No caso de Berserk, penso que absolutamente todos que estão colecionando a nova edição são sim idiotas, mas isto não tem a ver com o assunto tratado aqui.

    Ah sim, “Eles são feitos para serem baratos e descartáveis, a maioria vende ou se desfaz dos mangás após lerem.” -> não…! Definitivamente não… Até onde me consta os japas não fazem isto. Pelo menos não com os tankohon’s. Acho que você está confundindo os tankohon’s com as antologias… não?? (falando inclusive de papel reciclado e tal…)

    E para finalizar, discordo de você em relação ao título do post, pois diante do cenário que se apresenta aos colecionadores de mangá BR, podemos dizer que offset é luxo sim. Vamos ver se a partir de edições como Planetes, OPM, Vagabond e Sidonia no Kishi, as coisas mudam para melhor e aí mais p/ frente possamos dizer que luxo é algo melhor que o simples offset de 75gr..

    • Roses

      É aí que está o erro, não somos todos colecionadores. Nem todo mundo compra mangá, ensaca e guarda como se fosse coleção. Eu compro mangá, leio e vendo para sebos e outros depois de uma certa quantidade, ou foi para amigos. Não tenho interesse, nem vejo ganhos em manter uma coleção. No meu caso, quanto mais barato e simples for o mangá, melhor. Na verdade deixo de comprar muita coisa simplesmente por não achar que a história vale aquele preço, independente de ter bom papel. Só porque gosto de uma obra, não significa que quero lê-la em formato luxo.

      As edições colecionáveis são em geral mais caras e limitados, exatamente por ter poucos interessados. É assim no Japão, edições de colecionador são super caras e luxuosas. Uma tiragem de luxo pode ter apenas 2 mil volumes, isso é uma tiragem normal no mundo de livros alternativos.

      Relançamentos não são feitos para quem já comprou, mas para quem não comprou. Versões de luxo já são feitas para fãs de verdade e colecionadores que gostariam de ter um material diferenciado. É igual às edições de aniversário e comemorativas.

      É extremamente complicado comprar Berserk, YuYu e outros antigos completos, por preços bons e condições novas, a maioria das pessoas que comprar novas edições são novos leitores. O mercado se renova, há muitos que não conheciam na época e agora tem a chance de comprar. A ideia de que todo mundo que já quis colecionar YuYu colecionou é absurda. YuYu e Berserk foram lançados a mais de 10 anos atrás, muita gente descobriu mangá e alcançou uma idade de começar a ler agora. 10 anos atrás um rapaz de 17 anos tinha menos de 7!!! Ele não era consumidor, ele não teve a chance de começar a ler do 1 e comprar depois de alguns anos é impossível. Como isso faz deles idiotas?

      Pois vá constar de novo, eles fazem. Entre na Amazon.jp e confira a quantidade de usados disponível para compra, a quantidade de sebos e lojas de segunda mão. Existe até uma cultura de se deixar os mangás já lidos em mesas e locais públicos. Essa história começou com eles.

      A oferta de usados é tão grande que os preços são minúsculos, o frete é a parte mais cara.

      Luxuosidade não é definido por o que se tem disponível. Se você vive em um lugar onde só há produtos de baixa qualidade o menos pior seria luxuoso? Absolutamente não, o fato de não haver um produto de luxo disponível não torna os menos piores luxuoso. Talvez os tornem lixuosos, hohoho.

      • Todo mangá é uma coleção, logo e também pelo que você mesma disse no 1º parágrafo do comentário acima, você é colecionadora sim. Não age como uma, mas ainda É do mesmo jeito. Portanto, nada muda no que eu disse. O próprio conceito de coleção prova isto. O que você faz é colecionar e depois se desfazer, simples assim.
        Leitor é o japa que lê antologias de mangás, ou nós mesmos com jornais e certas revistas, isto é ser leitor. Ou seja, é bem diferente.

        “Na verdade deixo de comprar muita coisa simplesmente por não achar que a história vale aquele preço” -> é o básico para todo mundo, não? o.O Se não gostar da premissa, para quê comprar, independente se o papel é bom ou ruim??

        “Só porque gosto de uma obra, não significa que quero lê-la em formato luxo.” -> nem eu disse isto…

        “É extremamente complicado comprar Berserk, YuYu e outros antigos completos, por preços bons e condições novas, a maioria das pessoas que comprar novas edições são novos leitores.” -> você está apenas repetindo o ponto mais interessante que citei dos relançamentos deste mangás no BR, nada mais.

        “A ideia de que todo mundo que já quis colecionar YuYu colecionou é absurda.” -> não sei onde foi que eu disse isto, mas tudo bem… O que eu disse foi que no caso de YuYu a JBC fez uma propaganda que deixou muita gente com aquele sentimento, eu inclusive. Se era para relançar, não valeria mesmo relançar um negócio em papel de b*nda e meio-tanko novamente, lógico, né?…

        “Como isso faz deles idiotas?” -> eu não falei nada sobre isto em relação a YuYu, você que está generalizando. Mas também como eu disse, o fato de eu achar idiotas todos que compram o Berserk atual, nada tem a ver com o assunto tratado aqui, portanto, prefiro não comentar.

        “A oferta de usados é tão grande que os preços são minúsculos, o frete é a parte mais cara.” -> negativo minha cara, você que pensa… falo isto com a certeza de quem em apenas 4 meses do ano corrente procurou mais mangás para comprar pela internet do que em qualquer um dos anos anteriores… De sua parte, isto foi generalização (erroneamente feita) a olhos vistos…

        Sobre a questão do luxo, me pergunto se você apenas não entendeu o que eu quis dizer ou se apenas ironizou o que eu disse…
        Talvez eu devesse não ter esquecido as aspas em luxo quando disse “diante do cenário que se apresenta aos colecionadores de mangá BR, podemos dizer que offset é luxo sim.”…=)

        • Roses

          Cara, não viaja, sério… Coleção de volumes significa que aquele volume é um conjunto, no sentido de coletânea.

          Ser colecionador não é alguém que compra coleções, é alguém que coleciona, acumula, certos produtos.

          Seu conhecimento de semântica me dá nos nervos, pega um dicionário pelamor de deus.

          Sobre a oferta de usados, estava falando do Japão. Eu consigo achar qualquer coisa, já achei raridades e coisas exclusivas em minutos… Ninguém está falando do Brasil.

          De novo, só porque o mundo é todo de esterco, uma merda menos fedida não é luxo.

  • Willian Tanaka

    Falando em mercado editorial de “livros”, no Brasil, é visível a qualidade superior do papel. Diferentemente dos EUA e Europa, onde a grande massa dos livros é publicada em papel jornal, de uma gramatura menor e quase transparente, além de capa sem orelhas, de uma qualidade inferior às brasileiras, o Brasil tem criado uma tradição forte em publicar livros em papel off-white (em geral, o famoso papel pólen), de durabilidade maior, e com capas com orelhas. Por outro lado, concomitantemente aos paperbacks, EUA e Europa possuem a tradição de publicar, em tiragens menores, livros em capa dura (os hardbacks ou hardcovers), algo próximo do luxo.

    E é aí que vemos a grande diferença entre os mercados estrangeiros e o Brasil: os livros aqui estão numa linha intermediária, nem uma coisa nem outra. Eu, particularmente, acho desnecessário livros de capa dura. Prezo a durabilidade porque não considero livro algo descartável (que se lê uma vez e passa adiante). Enquanto americano e europeu compra livro e depois põe fora, e em algumas poucas exceções coleciona pra deixar na estante, é difícil ver brasileiro comprando livro pra se desfazer dele logo após a leitura. Mas entendo que a situação é bastante parecida com o mercado de mangás: nossos mangás são de qualidade intermediária. Nem uma coisa nem outra.

    Talvez creio que a melhor opção seria as editoras brasileiras produzirem mangás com orelhas (não precisa ser capa dura, nem precisa ter aquela jacket própria dos mangás japoneses) e em papel off-white (Pólen, Avena, Lux Cream), com algumas páginas coloridas em papel couché -quando for o caso. Agora, mangá em papel couché??? Acho desnecessário pra folhas em preto e branco. Mangá não é hq. É óbvio que o custo ia aumentar relativamente, mas, pra mim, ainda teria um ótimo custo-benefício pra quem quer ler o mangá e ainda colecioná-los. Seria algo intermediário entre o mangá japonês de luxo e os mangás descartáveis em papel jornal da Panini, por exemplo.

  • Stella

    ah entendi eu ”conhecia” sobre as revistas sim . Agora to satisfeita mais uma vez obrigada pela paciência, minha duvidas foram esclarecidas , o que tinha me deixado confusa é que possuem varias versões kkkk acho que eu vi então foi um kanzenban. Obrigada pelas ricas informações e até mais Roses , pretendo vir visitar esse site mais vezes adorei.:)

  • Stella

    Oi vi a matéria um pouco atrasada queria que me tirasse uma duvida , que tipo de papel os tankobon usam? . Porque sempre vejo videos que falam da superioridade , as capas pelo menos são mais vivas e lindas, fora que eles possuem versões ainda mais melhoradas ,mais ninguém especifica que tipo de papel (acho por não saberem nada a respeito) , só falam que são mais grossos e os desenhos são mais nítidos que o normal.

    • Roses

      Olá, Stella, está falando dos volumes japoneses originais?

      Assim como no Japão uma porção de papéis é usada, no Japão ocorre a mesma coisa, você tem diferentes gramaturas e papeis e editoras com diferentes posturas.

      Dos que tenho em casa, um deles é offset, com um tamanho maiorzinho, mais alto, mais de 300 páginas. Custou carinho. Um outro por sua vez foi baratíssimo, um papel tipo jornal (mas é feito especialmente para quadrinhos no Japão) e uma gramatura bem baixa, tipo 75g, talvez um pouco menos, ele é transparente também. Ambos vieram com 2 capas, uma fina e meio plastificada, a sobrecapa ou jaqueta e a capa de verdade fosca e simples. Ambos com orelha.

      Tenho também mais outros deluxe, capa dura, papel offset 100g, costura, papel seda entre certas páginas, efeitos com páginas de “plástico” (é um folha plástica toda florida que fica sobre um desenho, dando um aspecto de pétalas caindo e tal..). Isso tudo veio em um boxe com DVD incluso e tudo mais.

      A verdade é que assim como no Brasil, cada obra si de um jeito próprio, de um tamanho típico daquela editora, num padrão típico. Séries de vendagem maior tem maior qualidade, as de pouca tiragem são mais econômicas, até para estimular a compra.

      Era isso que queria saber? 🙂

      • Stella

        então depende da editoria no caso. Porque eu vi mangás como da sakura card captors , vagabond com uma qualidade incrivel na net . Acho que nem as americanas chegam perto .Eu estou falando daqueles de colecionador , então você conhece as versões de revista no caso? se for isso eu já sabia que possuem folha de jornal . Eu queria saber de versões para colecionador como ex: one piece o compilados das revistas semanais vendem mais de 1 milhão por volume , esses ainda não são de alta qualidade ?são lançados outras versões melhoradas? obg pela paciência kkkk

        • Stella

          E me desculpe perguntar de novo kkkk é realmente fiquei surpresa com artigo .Muito bom agora entendo melhor essas versões que dizem ser de luxo quando de fato não é kkkkk é de boa qualidade , mas de luxo não. Fiquei feliz por ter encontrado esse artigo acho que é o único que fala a respeito parabéns !

        • Roses

          Stella, você conhece os “formatos” japonês? Após ser serializado em revistas, uma série pode ser encadernada em formato livro, comumente no ocidente chamado de Tankoubon.

          Não existe um padrão nem em formato, nem em gramatura, nem muito menos papel. A Enterbrain, por exemplo, tem tankoubons maiores e de gramatura alta, mas os preços são altos também. Já a Shueisha e Kodansha tem produtos mais descartáveis, papel mais meia-boca e gramatura baixa, preço mais baixo também.

          Dentro de uma mesma empresa, uma série que vende mais pode ter um papel e gramatura um pouco menor, se comparado ao produto super desconhecido. Em geral, coias com mais de 250 mil volumes de tiragem costumam ser sem transparência, menos que isso é transparente. É claro que isso não é regra.

          Às vezes essas obras são serializadas em outros formatos, como os kanzenbans, bunko, wideban, aizouban, etc. Kanzenbans são de altíssima qualidade e caríssimos.

          Eu tenho uma versão de colecionador limitada, que é ainda mais caro que um kanzenban. Custou cerca de 100 reais na época (com o dólar mais barato e sem frete), foi o que descrevi: um box de 2 livros e um DVD, capa-dura, folhas plásticas, sobrecapa com orelha, páginas coloridas, páginas de papel seda de proteção, offset 100g, formato maior de livro mesmo. Com material exclusivo, etc e tal.

          Mas esse tipo de coisa é raríssimo, esse mesmo era de aniversário de 50 anos da autora.

          No caso de One Piece, One Piece é encardenado numa qualidade meia-boca, mais é mil vezes melhor que a versão em revista. Além desse volume, OP ainda é vendido em versão Mook, que é um volume imenso igual às revistas, mas apenas de OP. A qualidade é porca da mesma forma.

          A Jump apenas trabalha com formatos para colecionador super chiques após o fim do mesmo. Dragon Ball, por exemplo, tem versão colecionador que é cheia de página colorida, papel de ótima qualidade e tal, mas custa caro.

          Para você ter uma ideia, OP custa 432 ienes (uns 15 reais), DB edição especial custou na época (2002) mais de 1000 ienes. Um kanzenban atual custa 1500-1600 ienes (cerca de 50 reais).
          Lembra da Enterbrain que citei ali em cima, que tem uma qualidade um pouco melhor? Seus volumes custam 670 (cerca de 20 reais). A coleção limitada caríssima tá 4000 ienes (atualmente 130 reais).

  • JPM

    Pode me responder uma coisa? Para uma nova editora o certo seria ter todos os lançamentos em offset ou para baratear um pouco no começo, mesclar com algumas em brite 52?

    • Roses

      Olha, não existe certo ou errado. Existem objetivos e estratégias. O tipo de papel que você devia usar vai ter que ser de acordo com o que você quer produzir. Se a prioridade é algo o mais barato possível, papel jornal, algo mais colecionável e durável, offset, algo de luxo, pensa num off-white ou mais.

      • JPM

        Então na verdade penso em ter alguns em jornal e outros um pouco mais caros em offset. Acho que essa é uma boa opção para o começo, obrigado por responder =)

  • Então,será que vale a pena gastar tanto dinheiro em séries duradouras como one piece e Reborn por exemplo já que eles não duram tanto tempo devido ao papel ? Porque eu queria colecionar esses dois mangás e tbm n sei eles vão lançar Reborn de novo em melhor papel,aí nesse caso eu perdi a chance de ler 🙁

    • Jefferson

      Eu tenho um Tio Patinhas do inicio da decada de 1960, q achei em perfeitas condições em um sebo (inclusive a lombada quadrada), e é em papel jornal. Tenho Samurai X e Love Hina, do início dos anos 2000 q são em papel jornal e estão todos inteiros. Tenho gibis de 1990 com papel jornal q estão em estado de banca. Vai do cuidado… Quando diz aqui na matéria q a durabilidade é menor, não quer dizer q vai se acabar antes da gente morrer… Tem gibi de 1925 a venda no ML com papel jornal em boa condição. 🙂

      • Roses

        Jefferson, boa condição não significa de bom integridade. Se você analisar a composição do papel verá que ele está se decompondo, oxigenando. Coisas de 1925 são guardadas e armazenadas com técnicas especiais, em pacotes com produtos que evitam a oxigenação e matam micro-organismos.
        Não é um produto para ser lido, é um produto de exposição. Em contra-partida, a biblioteca de meu avô, que possuía várias primeiras edições brasileiras (e foi doada a um museu), nunca precisou de cuidados especiais ou produtos para sobreviver décadas.

        Meu Samurai X e Sakura de 2000 por outro lado, guardados da mesma forma que esses livros centenários (aka estante) estão amarelos, manchados, quebradiços, etc. A salinidade do mar não ajudou em nada também…

        Isso que significa ser ou não durável, não significa que não pode ter sua vida estendida via técnicas, significa que é um produto de rápida ou não decomposição. É a partir do momento que ele precisa de tanto cuidado e não pode mais ser folheado, ele perde sua condição de livro e passa a ser apenas um item de coleção. Não dá para comparar ao livro de mesma idade que pode ser usado sem problemas. 🙂

  • Peter Mc allister

    D. Rose, já alguma publicação de mangá no Brasil 100% couchê?

    • Roses

      Caro dono Peter, como dito acima, oficialmente a série “Highschool of the Dead COLOR” foi divulgado como couché (gramatura não especificada), mas, como dito, leitores afirmaram que se tratava do LWC. Como eu não comprei, não sei confirmar. 🙂

  • Ótimo artigo! Nas páginas das editoras muita gente tem pedido edições de melhor qualidade, mas ao mesmo tempo, muita gente também reclama dos preços das edições que não são em papel jornal… ter o mesmo título publicado em 2 formatos diferentes seria interessante, mas não sei se seria viável pois como outras pessoas comentaram, uma edição realmente de luxo ficaria extremamente cara; enquanto que acho que muitas pessoas não comprariam edições muito baratas como as de meio tanko de Sakura hoje em dia justamente pelo perfil de colecionador dos compradores de mangá…

    As reedições da JBC assim como Berserk e Planets da Panini pra mim estão com um custo/benefício bom: não são de luxo, mas o sulfite usado não me atrapalha na leitura, é um formato legal para colecionar e o preço está aceitável. Acho que o grande equívoco da JBC foi querer dar um “up” tentando usar o sulfite como padrão e economizar ao mesmo tempo, aí tivemos Gangsta e Limit que apesar de tecnicamente terem um papel melhor que o jornal, são muito ruins de ler por causa da transparência. No caso da JBC, acho que como eles aparentemente não querem seguir o caminho da NewPop e lançar tudo em sulfite de maior gramatura para não aumentar muito os preços, eles deveriam pelo menos manter o papel das reedições como padrão para os títulos novos que querem lançar em sulfite, mesmo que isso encareça um pouco.

  • Eu acho que crouche pra mangá seria totalmente desnecessário.

    É um papel bacana? É sim. Mas pense no seguinte: Mangás são P&B, ou seja, tu vai vida ao… preto? É muito mais interessante vir em papel off-white mesmo. E o crouche se limitar as coloridas.

    E bom, eu quando voltei da CCXP, tentei ler no carro O Cavaleiro das Trevas da Panini e não consegui, já que bateu luz demais, e além de dor de cabeça, eu estava enxergando nada. Que pra mim é mais um ponto pra usarem o off-white.

  • Está certo falar que papel de luxo não sendo de luxo é uma propaganda enganosa não discordo do post. Mas vamos ser realistas, não da pra fazer uma revista de mais de 300 paginas 100% em couchê ou LWC com capa e contracapa colorida em papel com mais gramatura com lombada quadrada e pagar um preço baixo, ficaria muito caro repassar esse valor.
    É só ver as revistas de HQs que tem as paginas coloridas com um papel de melhor qualidade e por vezes vem com capa dura, essas revistas beiram os R$30,00 e por muitas vezes ultrapassam esse valor.
    O que o autor do post acertou em cheio foi em informar o leitor sobre o que é realmente um produto de luxo e um produto maquiado com propaganda.

    • Roses

      AutorA, por favor! 🙂
      Se você ler a resposta ao comentário sa senhorita Keiko-chan, vai ver que eu não defendo o mangá “de luxo”. Na verdade, no próprio texto eu discuto formas e estratégias de lançamento. A intenção nunca foi dar respostas, mas criar perguntas que você tenha as ferramentas necessárias para responder! 😀

    • Roses

      Bruno, essa resposta depende exclusivamente de outra: Qual o objetivo da sua publicação?

        • Roses

          Nesse caso um bom off-white ou até offset 100-115g e bom acabamento devia ser mais que o bastante para um mangá preto e branco. 🙂

  • Acho que o mínimo aceitável é o 90g, o da JBC é vergonhoso, estraga a arte. Tem momentos que estou lendo YuYu e sinto dificuldade de saber o que está acontecendo de verdade, pois tem 300 rabiscos das páginas anteriores – isso, mesmo, ANTERIORES – atrapalhando a página atual.

  • Um adendo, Panini anunciou que One Punch Man será em papel offset, o mesmo que Planetes e Berserk (e provavelmente vagabond) e enfatizou que será 90g. Agora ja sabemos 🙂

  • Keiko-chan

    Vou lhe dizer que este artigo foi mesmo Desmitificador! Antes de você tacar vários tijolos em mim, porque ainda estou tentando ater as informações na minha cabeça, eu vejo agora as diferenças de cada mangá que tenho aqui.
    Quando a Roses falou do Black Edition (off-white) já me veio algo a mente, quando adquiri um vi que tinha esta coisa de transparência, mas não sei se o papel carrega também a característica de ser ruim para se cortar. Pode até ter sido um erro de impressão, mas vi que muitas vezes o corte não era bem feito, pois tinham páginas que vinham coladas uma as outras, e por isso acho que o papel tem bastante fibra, e quando ele é rasgado tem o mesmo aspecto de papel toalha, entende?
    Sobre o papel jornal, cara, com certeza é um vilão, mas é o único jeito de se ter um mangá, mesmo que não colecionável e relativamente “barato”. (Não estou fazendo uma crítica, é apenas uma opinião.)
    Mesmo que o Offset não seja luxo, pelo menos ele dura mais, como você disse. A grande maioria das edições da NewPop no meu conceito são superiores, e agora a JBC quando começou a relançar edições, como As Guerreiras Mágicas de Reyearth, Sakura Card Captors e Chobits também deu esse ar colecionável para essas edições.
    Acho que eles utilizam estes papéis para “vibializar” um pouco os mangás. Sem querer falar que um é melhor que o outro, mas algumas HQ’s tem o luxo que aqui é citado ter, mas o preço vai na Lua, bate em Marte e volta para Terra, as edições de Sandman de capa dura mostram isso. E até mesmo as HQ’s do publico maior são caras em relação aos mangás, e acho que é por causa do material mesmo.
    Tenho que dizer que essas suas informações e argumentações foram muito bem feitas, quando ver algum erro já irei condicionar minha mente a entender de outra maneira.

    • Roses

      Keiko, não isso é erro de corte de gráfica. É um erro que acontece às vezes com “todo mundo”, mas eu também notei bastante na JBC. É problemas de máquina da gráfica da JBC.

      Eu, honestamente, acho que todo mangá devia vir em papel brite 52g e formato pocket mesmo. Isso iria baratear imensamente o produto e abrir alas para mais consumo. Títulos de venda muito acima do esperado receberiam uma versão de luxo, cara, capa dura, o escambal.

      Muitos me crucificariam por uma coisa dessas, mas, por outro lado, sem querer ofender, muito do público brasileiro de mangá nunca pegou um livro e não tem a menor ideia do que é ou não aceitável. Ou adora defender como nos outros países é melhor, mas a realidade não é tão diferente assim.

      • Keiko-chan

        Lembrei também que a JBC lançou Kobato, e em uma das edições as páginas ficaram de ponta cabeça, e o Jornaleiro conhecido meu me disse para trazer novamente que a editora iria trocar o exemplar. Algumas vezes a JBC dá uns escorregões né?

        Como a gente pode dizer, coisa boa aqui no Brasil, (Digo de edições de luxo, em livros e em geral.) tem, mas a maioria não sabe procurar. Mas é como você disse. Eu por exemplo, não sabia nem um cisco do que você havia dito, e realmente, o Brasil tem condições para fazer edições boas e que podem ser bem feitas. As edições de Soul Eater eram o do jeitinho que você falou, com papel Brite 52g, folhas coloridas e em versão pocket. O primeiro meu está meio amareladinho em volta, mas em comparação a um da Panini com o papel imprensa, ele está praticamente novo!
        (E, ah, quando disse sobre as HQ’s as impressões delas são feitas em Papel Couché com brilho, por isso fica carinho, porém muito lindo.)

        E concordo novamente com a sua opinião. A porcentagem de leitores no Brasil é baixa, lembro que vi uma pesquisa a respeito. E por isso a gente precisa ter mais leitura, e se interessar pelas coisas. Muito obrigada pela matéria!

  • alison

    Sonho com o dia em que teremos mangás com gramaturas acima de 100 g/m², que é o que eles usam em outros países como EUA ):

    • Roses

      Nem todos os lançamentos deles são em 100g, o mesmo vale para o Japão. Dos que tenho aqui é uma variação de offset 75g a 100g (capa dura e cartonada) nos dos EUA e jornal a offset, coisas bem finas com transparência (a la orange) a coisas mais grossas na faixa de 100 tb.

      • Guilherme

        Verdade, eu já vi um mangá do Dragon ball 3 em 1 com um papel horroroso e hiper transparente, nem toda edição só porque é gringa é perfeita…

  • Gabriel Campos

    Muito bom o post, não conhecia alguns desses papeis ou pelo menos não as especificações, e eu gostaria que fizesse uma sobre a jbc não usar plásticos para lacrar seus mangás, dizendo que é ecologicamente correto, fora que ela coloca alguns mangás de classificação 18 para 16 só para não colocar lacres!

  • Bruno

    Já que é pra perguntar, vou fazer pergunta difícil

    Quanto é gasto pra fazer um mangá?
    Tipo assim, já ouvi falar que é impresso mais ou menos umas 30 mil unidades de um mangá

    Vamos supor que tenha que vender um terço pra ele se pagar, e que o preço seja 13,90, isso dá um total de 139000,00

    Será que esse é o custo de tudo? Licença, edição/tradução e gráfica?

    E o Henshin mangá como fica? Duvido que pagar 5 autores nacionais seja tão caro quanto pagar uma licença em dólar pro Japão, além de não precisar de tradução, mas o preço do mangá tá na mesma faixa

    • Roses

      Oi, Bruno, rap0az esse é um assunto legal, mas qualquer coisa que for falar vai virar “achismo” pois varia de contrato, licença, gráfica, tiragem e forma de distribuição!

      30 mil é uma tiragem bem baixa, mangás costumam ter 50-60 mil, alguns passam de 100 mil (cof naruto cof).

      Sim, a soma total inclui o lucro e todos os custos. Só que alguns custos são “fixos” outros são “porcentagens” sobre o valor total. Então calcular isso é um pesadelo.

      No Henshin, nenhum autor ganhou nada não segundo o contrato deles. Todo o custo foi a produção e lucro para a JBC. O preço alto pode ser reflexo da tiragem baixa.

    • Jefferson

      Olá, Bruno. O valor de capa de uma HQ costuma ser dividida assim: 10% para o licenciador, 30% para o jornaleiro/livreiro, 35% para a distribuidora e 25% para a editora. Isso pode variar um pouco de acordo com a editora ou título, mas podemos concluir q quem mais ganha, é o jornaleiro. O licenciador ganha uma merreca (tem editora q chega a pagar apenas 6% para o autor nacional). A distribuidora ganha 35%, mas independente de rodar 1 km ou 10 mil km para entregar a revista, o valor a receber será o mesmo. Além disso, ela tem q contratar outras distribuidoras (terceirizadas) regionais, para completarem a missão de entrega, levando as hqs até as inúmeras bancas da região. Até onde sei, tem distribuidoras regionais q percorrem mais de 300 km para atender às bancas de sua cidade e cidades vizinhas (isso no interior). E por fim, a editora com seus 25% tem q pagar despesas gerais, impostos, funcionários, gráfica, aluguel, etc, e guardar uma graninha pra investir em novos lançamentos. Tem ainda os quadrinistas não-autorais q ganham por produção, como acontece nos estudios MSP, ou como free-lancer, como acontece nos estúdios Abril Disney. No caso dessas hqs nao-autorais, uma HQ de 10 pgs. custa bem mais q uma revista de 80 pgs. só de histórias estrangeiras mesmo pagas em euro, pois envolve uma equipe q conta com desenhista, roteirista, colorista, arte-finalista, etc. Então vai grana pra pagar todo esse pessoal e acaba custando bem mais caro q pagar um licenciamento (pode ser tb o caso da Henshin). Tradução às vezes é o próprio editor q faz, mas pelo q sei, serviço de tradução (free-lancer) não custa muito caro. Sobre a tiragem q vc citou de 30 mil, segundo explicação de um editor, essa é a quantidade mínima aceita para as vendas de uma revista em quadrinhos de banca (quando digo quadrinhos me refiro a mangás e outros). Se vender menos q isso, não compensa mantê-la e vem o cancelamento. Obviamente, nem todas editoras trabalham com essas tiragens enormes. Tem editora q só vende em comic shops com tiragem de apenas 1.000 exemplares (incluindo mangás nacionais). Tem HQs capa dura, q tem tiragem de 10 mil. Tem hqs de livraria q tem tiragem de 2 mil. E quanto menor a tiragem, pior, pq o pior vilão dos preços baixos é a baixa tiragem (mais uma vez pode ser o caso da Henshin?) O mercado editorial é muito complexo, por isso não é difícil de ver alguma editora fechando as portas ou cancelando títulos.

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