Relembrando Angelic Layer

angelicO setor mais avançado do mundo é o de brinquedos

 Você conhece Angelic Layer? Já assistiu o animê ou leu o mangá? Não? então venha conhecer conosco agora^^.

Angelic layer 01

Preâmbulos

Angelic Layer é um mangá do grupo Clamp (Card Captors Sakura, Guerreiras Mágicas de Rayearth) e foi publicado entre 1998 e 2001 nas páginas da revista Shonen Ace, da Kadokawa Shoten, sendo concluído em 5 volumes. Na história, somos apresentados a um mundo futurista em que foram criados brinquedos de alta tecnologia chamados de “Anjos”, que são usados para batalhas em um campo específico, o “layer”.

Os anjos são pequenos bonecos que podem ser programados da maneira que seu dono (chamado de deus) quiser, tendo mais defesa, mais força, mais agilidade, etc. Dentro de um layer, os anjos se movimentam de acordo com a vontade de seu deus e depende unicamente deste – de sua estratégia – o sucesso ou o insucesso em uma batalha.

No mangá, acompanhamos a história de Misaki Suzuhara, uma garota que acaba de chegar a Tóquio e se depara com uma luta de “anjos” passando em um outdoor e fica impressionada com a vitória do pequeno e surpreendente anjo. Fascinada com o que acaba de ver, ela acaba por conhecer um sujeito maluco vestido de branco chamado Icchan e ele ajuda a garota a comprar o seu próprio anjo que ela dá o nome de Hikaru (Lucy, na versão brasileira, em uma referência clara a Guerreiras Mágicas de Rayearth). Nos cinco volumes da obra acompanhamos a trajetória de Misaki transformando-se de desconhecida a uma grande lutadora de “Angelic Layer”.

Personagens clichês

Clamp é sinônimo de personagens e situações clichês, o que varia muito é qualidade com que esses clichês são trabalhados. Em vários mangás você reconhece personagens “tipos”, acha características em comum, etc. E Angelic Layer não é diferente.

Em vários momentos, Misaki lembra demais a Sakura ou a Kobato devido à inocência. Como boa parte dos protagonistas do Clamp, Misaki não vê maldade nas pessoas e é uma garota que está sempre aberta a perceber e a entender as características de outras pessoas e a ser amigável com elas. De todas as personagens angelicais e generosas, Misaki é, talvez, a mais boazinha, preocupando-se sempre com o bem estar do próximo, mesmo que esse próximo seja um pequeno brinquedo.

icchan

Na verdade todo o séquito de personagens de Angelic Layer é interessante e, mesmo clichê, original. O cientista maluco icchan com suas aparições inesperadas e suas falas engraçadas o tornam um personagem muito carismático e que coloca um toque de humor a mais no mangá. A amiga de Misaki que vive o tempo inteiro dando golpes quase fatais em seu amigo Kotarô também se destaca na história, mostrando que mesmo uma coadjuvante praticamente sem importância pode ser uma personagem interessante.

E a mãe de Misaki? Shuuko é uma das personagens mais originais e geniais que você poderá conhecer. Uma pessoa ultra-tímida e que tem surtos de pânico caso fique perto das pessoas de quem ama. Só esse personagem daria uma postagem própria de tão interessante que é. A mãe que abandona a filha porque a ama demais é algo realmente para ficar falando e falando por linhas e linhas.

Vários dos demais personagens também são “tipos”, adversários de Misaki e que acabam sendo conquistados pelo jeito doce e angelical da garota: estão lá para lutar e, posteriormente, acompanhar e torcer pela menina e, mesmo assim, são interessantes e você praticamente não sente antipatia por nenhum. Com todo esse leque de pessoas, não há dúvida sobre o quão interessante são os personagens desse mangá.

deuses e anjos

Desenvolvimento

Angelic Layer é um mangá que tem como foco principal a luta entre os anjos (e um bom toque de comédia). E toda a estrutura do mangá é feita para vermos as batalhas e torcermos para Misaki e é impossível não lembrar de torneios parecidos como a Liga Pokémon ou o Torneio de Artes Marciais. As lutas são realmente interessantes e nos prende com a emoção do início ao fim. A estrutura delas é praticamente a mesma, com quase sempre Misaki saindo de uma situação difícil e vencendo no final, tal qual ocorre na maioria das obras que tem como foco competições.

O mangá realmente é bom nesse sentido, pois faz o seu público alvo – fãs de mangás shonen de batalha – ficarem vidrados nas lutas. Porém obviamente o título tem problemas de narrativa.

A transição entre o início de Misaki nas batalhas, o torneio regional e o torneio nacional é feito de forma muito rápida. Não chega a ser ruim, mas fica nítido para qualquer pessoa que houve um problema no desenvolvimento do enredo nessa parte. Poderiam ter sido feitos alguns capítulos a mais entre os torneios, mas no entanto as batalhas foram priorizadas.

O clímax,  final do torneio nacional, também deixa a desejar. Uma das moças que trapaceara em uma luta anterior acaba sendo a desafiante de Misaki no final do mangá e isso acabou sendo uma quebra de expectativa muito grande. Não houve uma preparação para isso, foi algo muito jogado e que não teve impacto. Para uma luta final esperávamos mais. Está certo que depois da final houve uma outra luta – esta já obviamente preparada desde antes pelo enredo – mas mesmo assim a luta contra a antiga trapaceira não fez muito sentido…

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Shuuko, mãe de Misaki.

Outro problema é que a relação de Misaki com a mãe, Shuuko, não foi trabalhada a contento. Por ser uma obra shonen e com um grande foco em lutas e comédia, a parte que poderia ser dramática e mais adulta é deixada de lado. Basicamente, esse foco do relacionamento só ocorre no final e, mesmo assim, de uma forma muita rápida e com muito pouca emoção. Isso, no entanto, não quer dizer que esse tema não seja tratado durante o restante do mangá. Ele é comentando desde o primeiro volume, mas de uma forma muito sutil e sem se aprofundar…

Apesar dessas falhas, Angelic Layer é muito bom. A cada vez que lemos o título, mais percebemos falhas, porém do mesmo modo mais achamos pontos que nos agradam. Para nós, fora os grandes medalhões do grupo, Angelic Layer é o melhor mangá feito pelas senhorinhas, pelo menos um dos mais divertidos com certeza.

***

Angelic Layer possui 5 volumes ao todo e foi publicado no Brasil pela editora JBC entre 2005 e 2006.

BBM

4 Comments

  • Giovanna Braga de luna

    eu acabei de ver a obra amei amei amei queria mais lutas mais desenvolvimento mais episódios mais algumas aberturas e também mais momentos de Misaki e Hikaru são os meus favoritos

  • Quando li, confesso que achei fraquinho, e olha que eu <3 a clamp… Mas quando li Chobits… Meu fiquei chocado com a relação das obras!! Tenho que ler Angelic Layer, porque só li uma vez e não lembro muito bem kkk Mas os sentimentos da mãe da Misaki eu lembro que me confundiram kkk
    Na verdade, acho que Angelic Layer foi o teste para o público shonen que elas (CLAMP) queriam alcançar, e conseguiram com Tsubasa um aninhos depois ^^

    • O animê tem muitas diferenças em relação ao mangá. Há mais espaço para o convívio dos personagens, então o foco nas competições é um pouco (só um pouco) amainado.

      Algumas decisões da história são questionáveis. Para não parecer que a Shuuko é uma mãe desnaturada fizeram ela ser paraplégica, por exemplo. Outro ponto questionável é que a última luta – de exibição – tem um desfecho diferente no animê e acaba ficando um desfecho muito clichê.

      Mesmo assim na época que eu vi, achei ele bom, mas teria que ver de novo para dar um veredicto verdadeiro.

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