Desmistificando: “As editoras querem é enriquecer às custas do leitor”

donaldO caso das editoras Tio Patinhas

Basta uma editora fazer um reajuste de preço ou lançar um material mais caro que chove pessoas dizendo que a editora está tentado se aproveitar de seus leitores para enriquecer.

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Editora fazendo planos malignos para pegar todo o seu dinheiro!

O problema, na verdade, é que muita gente humaniza as editoras, dão sentimentos, opiniões e papéis para elas. E isso é absolutamente errado. Editoras de mangás não são suas amigas, nem muito menos inimigas. Editoras são empresas e tudo que uma empresa faz é prestar serviços ou prover produtos em troca de retorno financeiro que irá impulsionar a empresa a investir e continuar a fazer aquilo que lhe sustenta e paga seus funcionários.

De fato, a maioria das empresas querem leitores que voltem a consumir os seus produtos, querem fidelizar seus consumidores. E por isso que o “preço” é um assunto complicadíssimo, pois tem que ser um valor que dê lucro, mas que seja “justo” na visão do leitor. Um produto caro afasta consumidores e diminui os lucros, um produto barato tem que vender bastante para valer a pena ou também diminui os lucros. O preço “certo” é uma criatura misteriosa muito difícil de atingir e vai depender da experiência e mercado.

Reajustar o preço é um tabu enorme. Os leitores estão sempre exigindo mudanças e melhorias, em contra partida quando tais são feitas e se cobra um valor maior (afinal custou mais) o leitor fica irado.

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E de onde vem essa de “enriquecer”? A ideia de que uma empresa é um bicho-papão que quer tirar todo seu dinheiro é absurda. Te garanto que o Cassius Medauar não vai trabalhar de Mercedes-Benz, a Beth Kodama não vai vestida com glamour, diamantes e marcas caríssimas, nem o Júnior Fonseca mora numa mansão.

https://i0.wp.com/i57.tinypic.com/2zq4ppj.jpg?resize=312%2C220Fica parecendo que a editora pega todos seus lucros e guarda numa torre especial igual ao Tio Patinhas. Ou que vai pegar tudo, comprar uma passagem para as Filipinas e viver o resto da vida numa rede à praia olhando as ondas bater.

Na verdade, dar lucro à editora é algo que te favorece – sim, você, leitor e colecionador de mangás. Quanto mais lucro a editora ganha, maior o investimento e até maior a possibilidade da abertura de novas empresas no ramo em busca de uma fatia desses lucros.

Ou seja, quanto mais lucro, mais variedade de mangá, mais obras disponíveis. Não é isso que os clientes vivem pedindo? Quando foi que ganhar lucro virou algo ruim? Seriam as editoras obrigadas a trabalhar voluntariamente e cobrar o mínimo do mínimo para que você, leitor, possa ler mangá? Está achando que isto é scanlation ou ONG?!

***

O curioso é que poucas pessoas enxergam o lado da editora. Digamos que a editora esteja lançando um volume e acaba de reajustar para 17 reais e ganhe 2 reais de lucro. Desde esse momento até o próximo reajuste quem vai sendo comido pelos aumentos de preço, dólar e inflação é exatamente esse lucro. Digamos que em um ano por causa de todos os aumentos nos custos o lucro tenha ficado de apenas um real, chega uma hora que a empresa precisa aumentar sua parcela de lucro para continuar a investir e funcionar. Ou seja, na realidade a empresa não está aumentando seus lucros, mas reajustando para receber a mesma parcela de lucro que recebia há um ano. Já parou para pensar nisso?

Se a empresa repassasse cada variação de custos ao cliente final todo volume, você ia acabar com aumentos e diminuição de centavos e reais toda a edição, criando um caos nos preços. Ao invés disso eles “seguram os preços” – já ouviu alguém dizer isso? –, que quer dizer exatamente isso, sacrificar um pedaço de seus lucros para manter a estabilização do preço de capa.

***

Por isso, sempre que houver um reajuste, analise quanto tempo faz desde o último, se as competidoras também têm tido reajustes, se o mercado está sofrendo algum aumento de imposto, inflação ou dólar e/ou se as edições mudaram de alguma forma antes de crucificar a editora.

Tenho certeza que ninguém quer ver outra editora falindo como a Conrad, deixando dezenas de obras órfãs que só voltarão ao mercado anos depois, se voltarem!


Desmistificando é uma coluna semanal, lançada nas quintas-feiras, sobre o mercado e mangás brasileiros e internacionais. Você pode ver todas as outras postagens anteriores desta coluna aqui. Sugestões e comentários também são sempre bem-vindos! 🙂

22 Comments

  • Fabio Rattis

    só tirar você como exemplo, você trabalha de graça para o seu chefe? da onde vem o seu dinheiro ? você ganha, você gosta quando o seu chefe quer abaixa seu salario, ou você fica com o mesmo por muito tempo ? é igual para as editaras, não é caridade, tem gente lá trabalhando, precisa ser pago os salários, o custo de fabricação, e outras coisas, pessoal reclama muito, mas sai muito desconto nas lojas online e tals. eu sei q eh fogo morar fora das grandes metropolis, mas é aquilo, você reclama do preço da capa e tals, é só não comprar, mas se você quer ajudar esse mercado, compre.

  • Eduardo urashima

    Mangá é um nincho de mercado literário, mercado esse que é pequeno. Pra quem acha que é mimimi das editoras o aumento dos custos sugiro que leiam mais o noticiário econômico e os princípios básicos e legais da economia, isso abrirá muito seus horizontes. Papel é feito a partir do comódite celulose, e como toda comódite é cotada em dolar, independente de onde é produzida. Em 2015, devido a crise hídrica que o sudeste e nordeste do país atravessou, o custo de geração de energia subiu e muito, bem como o custo da água em SP, maior parque industrial de papel do Brasil. Isso é observado no balanço da Klabin e Suzano (prejuízos para ambas). Em 02 anos o país saltou de 4 milhões de desempregado para 10 milhões. Alguém realmente acha que as editoras estão nadando no mar de tranquilidade? Certamente houve quedas nas vendas. Certamente eles estão trabalhando no limite financeiro. Hoje na pratica apenas Panini e JBC publicam regularmente mangás, pois a NewPop publica um ou dois titulos por mês, quanto pública. Elas adorariam vender 50 mil exemplares por titulo, mas a realidade é 20% disso. Muito pouco. Elas sabem que aumentando o preço o mercado não aumentará, mas se não o fizer, um futuro igual ao da finada Conrad as esperaram, especialmente a JBC (a Panini na quebra, mas se não for mais rentável o mercado ela pode se retirar dele).
    Enfim, não gosto dos aumentos de preços, mas também compreendo, pois diferente das gigantes do papel (Klabin e Suzano) elas não suportariam prejuízos seguidos.

  • Achei o post muito interessante, ficou parecendo até que você é uma pessoa que levanta a bandeira das editoras e não do público que faz a editora ‘girar’…xD… ficou ‘PARECENDO’, ok? Não disse que é isto.

    Mas como disse o @T_thiagoM, tem uns “poréns” que ficaram de fora, e que na minha visão são muito importantes de serem levados em conta nesta coisa do aumento, mas principalmente do preço em si.
    Concordo com tudo que você disse, e quem não tem “um mínimo de noção da vida” (como disse @JMB) é geralmente a galera adolescente/pré-adulta, que não trabalha e ganha alguns tostões dos pais e querem comprar o mundo com isto…
    Mas devo continuar dizendo que: mangás são sim MUITO caros no Brasil! Para mim, atualmente, com um mercado sólido e estabilizado, não tem esta de subjetividade do que é caro ou barato enquanto falamos de mangás. Já citaram umas duzentas vezes sobre o preço da DNBE(Death Note Black Edition), e o preço de Éden e Blade vão pelo mesmo caminho de discussão. E ainda ontem eu estava falando com o @Hiei, do Shinzo Fansub, sobre a DNBE. Do mesmo jeito que muitos acham que sendo vendida por 40% menos que o preço de capa, a JBC lucrou com ela, muitos (e eu inclusive) acham que só agora os mangás com papel de b*nda deveriam estar entrando na casa dos 10,00 (especialmente os mais populares como Naruto, OP, Fairy Tail, Nanatsu, Ansatsu Kyoushitsu…).

    P.S.1: Diante do caminhão de dinheiro que Naruto gerou para a Panini com duas versões anteriores do mangá, por que diabos o Gold está sendo vendido a preço totalmente absurdo? Por causa da crise do papel e da crise econômica do país?? Sério? Mesmo??…
    P.S.2: Vejo mangás apenas aumentarem de preço, nunca diminuir… como geralmente acontece com tudo neste país. Por mais favoráveis que estejam as condições para a editora ela nunca diminui os preços, mas também não mantêm por taaanto tempo assim. O lucro do empresariado brasileiro é exacerbado, e a Beth e o Cassius nada têm a ver com isto (não sei nem porque foram citados do jeito que foram…), são funcionários apenas. O Junior é um cara mais como a gente, vejo-o de maneira diferente de um empresário brasileiro normal, e não como um Tio Patinhas Jr.. Fora que a NewPOP é a que tem notória maior dificuldade entre as 3 empresas e sabemos muito bem o porquê. Em geral, o empresariado não permite que queimem 1 real do seu lucro para fidelizar os colecionadores, eles aumentam os preços porque sabem que a maioria esmagadora vai continuar comprando, porque mangás são quadrinhos de continuísmo… e nós não gostamos de deixar coleções em aberto… muitas vezes somos forçados a isto, mas que não gostamos, isto é um fato.

    • Roses

      Eu escrevi aqui sobre custos de mangás: https://bibliotecabrasileirademangas.wordpress.com/2016/01/21/desmistificando-custos-envolvidos-na-producao-dos-mangas/

      Preço envolve custos, não dá para querer fazer por 10 reais, o custo depende também de tiragem (número de venda). Naruto pode ser relançado 60 mil vezes, o único custo que as 59,999 mil outras vezes não terão é o custo de tradução, edição, etc, que não representa uma parcela grande no total. Se você considerar que relançamentos ganham rerevisões, a economia de um relançamento pode ser 0. Todos os custos continuam lá, principalmente os maiores como distribuição, papel, gráfica, pagamento de copyrights.

      “Vejo mangás apenas aumentarem de preço, nunca diminuir”, é uma das coisas mais… absurdas… que já li. Toda moeda tem uma coisa chamada inflação, o valor em relação ao ouro e outras moedas varia, logo uma mesma nota de 10 reais de fato vale valores diferentes a cada mês, ano, etc. Um centavo atualmente vale tão pouco que parou de ser fabricado e o 5 centavos é o novo 1 centavo. Por causa dessa variação de valores, as coisas sofrem reajuste, o mangá sofre reajuste, os produtos sofrem reajustes, o salário mínimo sofre reajuste, seu salário sofre reajuste. Reclamar que os preços só aumentam é como reclamar que o salário mínimo vive aumentando… É a MESMA coisa, a mesma mecânica.

      Um mangá apenas sofreria um reajuste menor se a moeda começasse a ser valorizada a longo prazo. Existem casos assim, são raríssimos, mas existem. Um exemplo é o Halls, acho que era ele, mais de 10~15 anos atrás o Halls era importado da Colômbia e custou de R$0,70 até chegar a R$1,50, o preço para época era excessivamente caro, em algum momento foi aberta uma fábrica no Brasil e do nada a pastilha passou para 1 real novamente. Tirando casos assim, é impossível diminuir preços quando os custos e a inflação só aumentam.

      O caso do DNBE, o desconto de 40% é encontrado nas livrarias e lojas especializadas, onde se dá desconto em cima do custo de distribuição e do lucro das lojas. A livraria compra os livros a um preço x% menor e ganha esses 40%. Depois de muito tempo, o produto não vendido é perda de dinheiro e essas lojas vendem a “preço de fábrica”, apenas para recuperar o que perdeu. De novo, isso não é só com mangás. Você encontra celulares de geração antiga sendo vendido a preços de custo, pois são RESTOS. Eles abatem o lucro pela esperança de ganharem pelo menos o que pagaram. Em alguns casos, vendem por até menos na tentativa de ganhar alguma coisinha mínima para diminuir o prejuízo. Isso se chama economia, marketing e vendas.

      É exatamente isso que critiquei ao dizer que “Editoras de mangás não são suas amigas, nem muito menos inimigas”. Falta muito, mas muito mesmo, conhecimento sobre economia e mercado, não de mangás, de qualquer tipo de mercado. Leia sobre inflação, sobre a teoria de preços. Ninguém aqui está segurando bandeiras a favor ou outra, não existe lados ou times. É uma questão de bom senso, de entender como são definido esses preços.

      O mercado de mangás pode estar estável e sólido, mas é pequeno e mirrado, as tiragens padrões são por volta de 10-15 mil volumes. Compare ao Japão onde a tiragem média é 100-200 mil, Estados Unidos com várias tiragens de 50 mil, França por volta desses valores também. Produtos só podem ser ridiculamente baratos quando são vendidos massivamente, você gosta de algo que não é consumido nem por 1% da população brasileira, muito longe disso. Uma das 2 maiores editoras do Brasil tem 60 mil seguidores, a Viz, uma das maiores lá, tem quase 300 mil, cinco vezes maior, isso não é pouca coisa.

      Mangá não é caro no Brasil, o preço é alto. Se isso é caro ou não para você, é uma questão de opinião. Pois ser caro ou não é um ponto de vista.

      Infelizmente você gosta de algo que poucos gostam e tem que pagar mais por isso. Essa é uma verdade econômica. O mesmo acontece em qualquer lugar. Batata, cebola, cenoura são baratos, agora tente vegetais menos comuns e os preços aumentam e muito, mesmo considerando que o trabalho de criar todos os vegetais são semelhantes. A diferença está na DEMANDA. Leia sobre isso, sobre demanda e preços. Com certeza te ajuda a entender o que acontece com os mangás e seus preços.

      • Sobre os custos dos mangás, eu li o outro post. Bem interessante e muito informativo também, apesar da falta de certeza que tanto você como nós temos sobre o assunto. Sinceramente, eu já tinha lido alguma coisa parecida, mas diante do que vejo pelo país afora, continuo com meu pensamento de que dá sim para fazer mais barato. Baseado em tudo que vejo e leio, esta continua sendo a minha opinião.

        O @Eduardo urashima, cita abaixo as empresas de papel, e você fala sobre livros e publicações terem isenções de impostos, e realmente têm, e esta é justamente uma das justificativas para eu achar que pode ser sim mais barato.

        @Rose, do parágrafo que citas o Naruto, eu já sei de tudo isto e não é de hoje, é de bastante tempo, mas mesmo assim minha opinião continua a mesma.

        ““Vejo mangás apenas aumentarem de preço, nunca diminuir”, é uma das coisas mais… absurdas… que já li” -> você pode ter achado absurda, mas diante do que vejo, leio, vivencio e converso, não creio que seja nenhum pouco absurda, pois coisas diminuem sim de preço, e não são tão ‘raríssimas’ como você cita (pois eu falei de preços de toda e qualquer coisa), e se no final do post você fala de DEMANDA, deverias saber bem que o mercado HOJE (mesmo com toda a situação difícil que estamos vivendo neste exato momento) está com muito mais colecionadores do que há 16 anos, quando Conrad e JBC começaram a sedimentação, ou do que há 11/12 anos que foi quando eu comecei a colecionar mangás, logo, sei muito bem de tudo que você falou no parágrafo, inclusive sobre as moedas de 1 centavo (que tenho umas 2 mil “descansando” bem aqui no meu pé…), então de absurda a frase não tem é nada. Não soltei uma frase desta ao léu, sem saber bem o que ela significa, mas enfim… se você acha absurda, beleza, sem mais sobre isto aqui.

        Sobre a DNBE, eu também já sabia tudo que você citou. E 40% foi apenas um exemplo. Mas vi a DNBE custar 60% menos que o preço de capa, mas enfim, ler o que você digitou me fez pensar numa outra coisa que eu estava conversando justamente com o @Hiei, do Shinzo Fansub, sobre boicote… obrigado, conseguiu me abrir os olhos para uma coisa que eu não estava enxergando. =)

        “O mercado de mangás pode estar estável e sólido, mas é pequeno e mirrado, as tiragens padrões são por volta de 10-15 mil volumes. Compare ao Japão (…)” -> Bem, então primeiro precisas rever bem estes números, porque em outro post você fala sobre a tiragem ser 50-60 mil, com alguns passando dos 100 mil, e aí depois a gente volta no assunto…
        Mas, comparar com o Japão, na minha opinião é notória idiotice. Sei muito bem que o nosso mercado é pequeno e mirrado, somos grãos de areia no deserto perante EUA e Japão, como disse a Beth Kodama certa vez, mas mesmo assim acho que dá para fazer melhor. Eu nunca disse que deveriam ser ridiculamente baratos, mas creio que no máximo flutuando entre 10,00 e 11,00 (neste momento) daria sim p/ ser feito. 12,50/13,50 se o papel for offset igual ou superior ao 75gr..

        “Uma das 2 maiores editoras do Brasil tem 60 mil seguidores, a Viz, uma das maiores lá, tem quase 300 mil,” -> não entendi isto aqui… se mede o número de consumidores pelo Tweeter??…kkkkk

        Ah sim, sobre o parágrafo que cita a DEMANDA, seria um pedaço do post muito indicado para a minha mãe, que às vezes reclama do preço do tomate que está nas alturas, ou do alho, que ontem estava a 34,00 o quilo… Mas não para mim, que vou ao mercado regularmente (pois sou eu quem faz as compras pesadas de casa), tenho certa instrução e sei muito bem como funciona esta coisa da demanda, portanto, as dicas não serão válidas neste caso, mas de qualquer maneira muito obrigado.

        Penso que no final das contas, você pode pensar que sou apenas um cabeça-dura que não quer entender, mas não é o caso. Li, pensei, refleti, e… mesmo assim tenho minhas convicções para a não mudança de opinião acerca da situação, apenas isto. Mas quero que saibas que respeito muito a sua, ok?

        • Roses

          Tô com preguiça de responder longamente.

          100 foram os lançamentos de Dragon Ball a muito tempo trás, quando essa era uma das únicas opções de mangá a ser comprado. Atualmente há muito mais oferta, ou seja, dificilmente pode-se comprar tudo. As empresas divulgam esses números ao lento, mas segundo contatos, os números reais são por volta de 10 mil, mangá mais famosos alcançam mais, são exceções.

          Comparar comunidades é um ponto válido, especialmente quando o mesmo se repete com todas as grandes editoras. O fato das maiores editoras brasileiras não terem tantos seguidores quanto às menores americanas é prova de diferença entre número de consumidores.

        • 50-60 mil realmente é bem diferente de 10 mil…

          “O fato das maiores editoras brasileiras não terem tantos seguidores quanto às menores americanas é prova de diferença entre número de consumidores.” -> então realmente a coisa está toda perdida… se usam o Tweeter para medir vendagens, e não o exato número de mangás vendidos, a coisa está por indo por um caminho que eu particularmente pensava que fosse brincadeira…
          Poutz… os caras não levam em conta que tem gente que não está nem aí para isto e compram (às vezes) mais do que qualquer um que está ‘seguindo’ a editora??
          Caramba… acho este tipo de medição uma inutilidade total e completa, mas enfim,.. este é o meu pensamento. Bem, pensando-se por este lado, eu não sou consumidor, apesar de colecionar mangás há mais de 10 anos… LOL… isto sim é algo bizarro!

        • Roses

          Senna, não é pra medir vendas, é para medir massa de consumidores. Se você tem um país A em que todas as editora não ultrapassam 30 mil seguidores e um país B onde todas tem mais de 150 mil, isso é prova de base de consumo.Não prova valores, prova tendências, de que no país B há mais consumidores engajados. Em ambos os países você tem vários que não seguem a editora, mas dentro dos que tem o perfil de seguir, ter um número 5 vezes maior é um valor tão gigantesco que não pode ser devido apenas à diferença de quem acompanha ou não, a não ser que seja um caso de cultura diferente, como se no país C fosse mil pois no país C não se usa FaceBook. O que não é o caso.

        • Eduardo Urashima

          Sobre as pesquisas via Twitter, sim elas existem e são mais comuns do imaginamos. Um relatório nessa plataforma embora não seja preciso, mostra um certa tendência do mercado e tem como diferencial o custo. Cerca de R$ 2.000. Uma pesquisa por base real de contagem de vendas focada apenas nas cidades de SP e RJ não sai por menos de R$ 70.000. Valor inviável pro mercado. Sou contador e dentre as empresas nas quais faço a contabilidade há uma agência de propaganda e foram eles que me passaram esses valores, que podem variar dependendo do nível de detalhamento da pesquisa.

  • O ponto foi bem interessante, mas fiquei com a impressão que faltaram alguns “poréns” dentro de todo o quadro.

    Ter essa noção de que uma empresa saudável entrega mais quantidade e qualidade ao leitor, ao melhor preço possível nem sempre é uma realidade do mercado brasileiro. Há um contraponto importante aí: o papel do editor e do próprio administrador da empresa.

    Um bom editor que é podado pelo administrador entrega um produto ruim, da mesma forma que um administrador que não fica de olho em um editor que é ruim também ocasiona o mesmo problema.

    OK, talvez não seja um ponto direto da abordagem do assunto, “editoras querem se enriquecer de seus leitores?”, mas está indiretamente ligado a sensação de que o leitor tem de “estão me roubando me vendendo esse mangá ruim ou de qualidade inferior as expectativas”. E muitas vezes um mangá ou quadrinho é ruim, não pelo preço, mas simplesmente pelos detalhes, pela decisão ruim dos editores responsáveis pelo título.

    Certamente o mercado de mangás melhorou muito nos últimos anos. Os editores escutam os leitores, oferecem diversos formatos e trabalham com o objetivo de atender o anseio popular. Mas ainda temos muitas mancadas editorias e bad decisions, que contribuem indiretamente para essa sensação de “pago caro, e não recebo o que espero”.

    Fica a sugestão desse assunto para uma próxima edição da coluna.

    E parabéns pelo site, o conheço a pouco tempo, mas acho-o ótimo!

    • Roses

      Realmente me foquei mais no quesito “enriquecer”. A noção de preço, já é algo subjetiva, algo caro ou barato é uma mera noção de perspectiva. Se aquilo vale seu preço ou não. Um carro de 5 mil é barato, mesmo sendo um preço alto. Um mangá de 100 reais é caro, mesmo sendo um preço mais baixo.

  • Queria mais texto também!!! kkkk
    Estava até para comentar o último desmistificando e esqueci e já veio novo @.@’ É importante mesmo lembrar os fãs que as editoras são empresas mesmo, porque muita gente começa a ler mangá nova e mantêm essa visão conforme vai crescendo…
    Sobre o outro Desmistificando… A-D-O-R-E-I! Sabia um pouco de tradução e achei incrível saber mais (com certeza, você deve ter feito algo relacionado a Letras) e se der adoraria mais posts assim ;3
    PS: Você viu que a JBC traduziu senpai e oni-chan como veterano e irmão em “UQ Holder!”??

    • Ela sempre fez isso, afinal, essas são as traduções diretas, onii-chan é coisa de otaku. (senpai como veterano é meio estranho, mas não deixa de estar certo, visto que senpai significa uma pessoa mais velha, ou seja um “veterano”)

    • Roses

      Tu deve ser o único leitor que já reclamou que quer mais texto na minha vida! XD

      • Mas este desmitificando foi bem interessante, li bem rápido! Por isso senti que poderia aprofundar mais este tipo assunto. Mas mesmo assim, ficou bem auto-explicativo. Simples e direto.

  • JMB

    O nível de chatice (e pq não burrice?) dos Otacus está tão grande que a Roses precisou fazer um post explicando os motivos de reajustes de preços e o fato de que editoras são EMPRESAS que visam lucro pra poder se manter e continuar investindo. É um ótimo post, mas que não seria tão necessário se o pessoal tivesse um mínimo de noção da vida.

  • Não só editoras, mas qualquer empresa de qualquer ramo. É como dizem: “não existe almoço gratis”.
    Por isso que os “socialistas de internet” precisam parar de culpar o capitalismo e começar a usar a cabeça.

    • João

      Não quero nem imaginar a “qualidade” dos mangás que seriam publicados “gratuitamente” pelo estado.

      • Então, vi que vão fazer um mangá de machado de assis (ou outro escritor, n lembro qual) q foi “bancado” pela lei ruanet.
        Agora os caras respnsaveis dizem que vão abrir crowfunding dessa obra…que continua bancada pela lei ruanet ¬¬

        • João

          Meu Deus, olha a desgraça que acontece quando o Estado tenta intervir em algo. Sai mais caro e ainda por cima de péssima qualidade.
          Eu espero e torço com todas as minhas forças que o próximo presidente acabe com essa lei que só sabe bancar porcarias que se dizem artistas, enquanto a área da pesquisa brasileira está num nível decadente…

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