Desmistificando: Discutindo os Relançamentos

Cavaleiros

E o que eles nos dizem sobre o mercado!

Os primeiros relançamentos no Brasil e a segunda leva parecem todos estar ligados à uma editora chave, a Conrad. Em sua época, ela era a única que apostava em várias versões de suas obras, como foi o caso de Cavaleiros do Zodíaco, Vagabond e Dragon Ball.

Mesmo após seu fim, seus mangás inacabados e suas obras de estrondoso sucesso foram parte da segunda leva de relançamentos do país pelas editoras JBC e Panini. E até mesmo os “inovadores” relançamentos da JBC estão conectado à Conrad através do editor Medauar (que foi editor-chefe da antiga editora).

Note como acima citamos dois tipos diferentes de relançamentos, um é o relançamento propriamente dito dentro de uma mesma editora e o outro um via editoras diferentes, que embora seja um relançamento no país, do ponto de vista da editora não difere em nada de outros lançamentos.

Teria essa diferença qualquer consequência? Há, sim, um pequeno detalhe importante: quando a mesma editora relança uma obra, ela tem acesso e conhecimento de quanto vendeu no passado, dessa forma podendo fazer previsões e tendo uma ideia do potencial real de uma obra. Editoras diferentes não possuem esse tipo de informação, embora possam ter acesso via antigos funcionários e editoras japonesas, mesmo assim a informação seria limitada e resumida. Essa diferença torna o relançamento por uma mesma editora mais fácil que por editoras diferentes, menos arriscado e trabalhoso também (assumindo que seja feito corretamente).

Seja como for, o benefício para uma empresa de fazer relançamentos é reexplorar uma obra que tenha dado bons lucros no passado (seja esse um passado imediato ou longínquo). No caso do passado imediato, a obra vendeu bem o bastante para justificar uma nova versão, geralmente oferecendo benefícios diferentes, para os fãs que gostariam de ter um volume especial em mãos. Como o caso de All You Need is Kill e Death Note. Em contraste, os relançamentos de sucessos num passado distante, buscam primariamente novos leitores que não tiveram acesso à obra durante sua publicação original, ou que nem eram consumidores na ocasião. Nesses casos, as versões são geralmente “padrões”, como o caso de Dragon Ball, Evangelion e One Piece.

Essa diferença é importante para entendermos o público e renovação dos consumidores. Veja que quando Medauar assumiu a JBC e anunciou os primeiros relançamentos da editora, houve 2 tipos contrastantes de reação: aqueles que estavam felizes em finalmente poder ler e colecionar tal mangá e aqueles que criticavam a falta de lançamentos inéditos. Atualmente vemos menos desses clientes insatisfeitos e uma maior cobrança dos clientes por relançamentos.

Essa mudança de opinião estaria associada principalmente com a renovação dos consumidores. De fato, pessoas que colecionaram a primeira versão de Sakura Card Captor entre seus 15 e 20 anos em 2001, agora tem 30 a 35 anos, esta parcela de clientes que ainda coleciona virou a exceção e minoria. Segundo artigos e informações das editoras, a maior parte do consumidor está localizado entre 14 a 24 anos, algumas obras com maioria entre 14-18 e outras com 18-24. Essa nova geração e maioria consumidora tinha -1 a 9 anos de idade quando publicou-se Sakura, literalmente tinha gente que não havia nascido ainda, mas que atualmente consume esses títulos. E é disso que se trata os relançamentos de obras antigas, explorar essa nova faixa de consumidores que foi sendo formada aos poucos, mas que agora é maioria.

Ou seja, aqueles que reclamavam (ou reclamam) de que deveriam trazer relançamentos de luxo não percebem que a obra não está sendo relançada para eles que tiveram acesso à versão antiga ou estão dispostos a pagar horrores por volume, mas para toda uma ou mais geração de novos consumidores que veem esse relançamento como algo inédito. É intenção da empresa fazer um produto padrão e acessível, não algo caro e limitado. O lançamento de Slam Dunk também é outro exemplo que mostra bem isso, embora seja um volume kanzenban, algo especial no Japão, aqui foi adaptado e “empobrecido” para virar uma publicação acima de tudo acessível. Uma tática mais que válida de trazer algum diferencial por um preço camarada. É claro que, relembrando, há relançamentos para esse tipo de público que quer algo especial, como o Death Note Black Edition e o kanzenban de Cavaleiros do Zodíaco, uma minoria entre eles.

Mas essa não é a única reclamação, há aquele grupo que se incomoda com a quantidade de obras sendo relançada, afinal cada relançamento toma o lugar de uma obra realmente inédita no país e diminui as opções para o cliente que já colecionou aquelas obras no passado e não tem interesse em novas versões.

Para entendermos como um relançamento “toma um lugar” precisamos entender a diferença entre um relançamento e uma reimpressão. Um relançamento é necessariamente um nova versão, isso significa que a diferença entre as duas versões é muito grande, como nova tradução, novo formato, nova diagramação, etc. Por outro lado, uma reimpressão é apenas um novo lote, no máximo uma nova edição, é só a impressão de novos volumes. Essas edições podem ser revisadas, atualizadas ou com capas novas, mas são pequenas alterações localizadas, continua sendo basicamente a mesma coisa de antes, são bem comuns com mudanças ortográficas ou simples atualizações de dados afim de manter o livro em dia.

Isso significa que a mão de obra associada a uma reimpressão é infinitamente menor que a associada a um relançamento. De fato, na maioria das vezes há uma retradução e reedição, sem contar com uma republicação e reserialização. Ou seja, se a empresa estipula que lançará 10 mangás ao mês, este relançamento ocupada um desses lugares, tirando a chance de algo inédito assumir a posição.

(Vale a pena comentar que embora a reimpressão não ocupe um lugar nas serializações ou na linha de produção editorial, ela ocupa espaço dentro do orçamento da editora. Assim a depender das restrições econômicas dela, fazer reimpressões podem sim tirar lugar de uma das publicações principais. Por isso mesmo reimpressões podem ser indicativos de saúde financeira da empresa.)

Isso significa que a editora deve considerar o que mais vai lhe trazer lucro: o relançamento ou um lançamento de algo novo (ou até a reimpressão). Quanto mais relançamentos elas fazem, maior a prova de que o público consumidor se renovou bastante.

Mas esse surto de relançamentos também pode indicar algo um pouco mais preocupante, uma crise ou estresse da editora ou mercado. Como comentamos ali em cima, a editora sabe quanto vendeu certas obras e sabe o potencial que aquilo tem. Embora exista a possibilidade que duas gerações gostem de coisas absolutamente diferentes, em geral a comunidade não muda tanto assim, Sailor Moon e Cavaleiros do Zodíaco continuam famosos, mesmo sendo sucessos do passado. Isso traz uma segurança para a editora, a probabilidade dela relançar Sakura Card Captor, que vendeu muito no passado, e vender apenas 100 unidades é astronomicamente pequena. Por outro lado, trazer Corrector Yui (alguém lembra disso? Haha) da mesma época é um enorme perigo, pois a editora não faz ideia do que esperar. Mas há a possibilidade de que esse inédito venda absurdamente mais que Sakura e seja uma mina de ouro esperando para ser descoberta. Até mesmo porque um relançamento pode excluir os clientes de longa data que já possuem as primeiras versões.

Essa predileção do certo ao duvidoso das editoras atualmente pode ser indicativo de um “medo” ou maior insegurança das editoras para arriscar um sucesso. O que pode ser também, por sua vez, reflexo de uma situação desfavorável do mercado nacional ou crise interna dentro da própria editora.

Outro perigo do relançamento é a editora ficar presa nesse ciclo e passar a parar de investir em títulos atuais e possíveis best sellers. O relançamento faz muito sentido para as obras que realmente venderam muito bem no passado, mas passam a não valerem a pena para obras de venda mediana (por mais que certas pessoas queiram ter a chance de colecionar). Se a editora passa a se concentrar em apenas relançar qualquer coisa minimamente viável, ela perde espaço entre os clientes de longa data e a chance de se renovar, se limitando e caindo ainda mais num ciclo vicioso que pode lhe custar caro.

Dessa forma, relançamentos jamais devem ser a prioridade de uma editora, por maior que seja a sua pressa em colecionar e ter aquelas obras antigas em mãos. É importante que os leitores entendam essa dinâmica e que compreendam que não dá para ter as duas coisas ao mesmo tempo, ou é o relançamento ou é o lançamento inédito. Encontrar o balanço certo é imprescindível para a saúde da editora.

Quanto aos clientes, cabe aos dinossauros que colecionam a mais de 10-15 anos (cof, eu, cof) entender que você virou exceção e os novos consumidores têm fome pelos antigos sucessos e não querem pagar 50 reais o volume só porque você já tem uma versão. Já os novatos, cabem a eles entender que a editora não pode viver apenas deles, excluindo a parcela de veteranos e repetindo o passado. Infelizmente nem todo título será relançado, pois não vendeu o bastante na época e apostar numa decepção de vendas é um risco muito grande.

Mantenham em mente esse equilíbrio entre investimento em sucessos antigos e investimento no novo sempre que forem reclamar que a editora não relança aquela obra que você tanto quer. No final das contas a empresa deve pesar o que é mais benéfico para ela naquela momento, um relançamento de venda garantida, um risco em um lançamento inédito ou até quem sabe novas reimpressões e investimento na séries que já está sendo publicada.

Atualmente as editoras têm dado preferência aos relançamento e lançamentos, ignorando quase totalmente os investimentos em volumes  antigos de séries atuais. Ao ponto de lançar 3 versões do mesmo mangá em vez de reimprimir e relançar a mesma versão. Aparentemente tem muita gente que compra todas elas, fazendo o relançamento muito mais lucrativo. De certa forma, ter tantas versões de Cavaleiros do Zodíaco e Naruto acaba sendo “culpa” do público que continua comprando todas as versões, da renovação rápida dos consumidores, aliada ao formato imediatista dos lançamentos em bancas (que torna a obra impossível de se achar depois de certo tempo). Não que isso seja algo ruim, afinal, se tem quem compre, significa que isso é algo que o público quer.


E esse foi o Desmistificando de hoje, a coluna semanal, lançada nas quintas-feiras, sobre o mercado e mangás brasileiros e internacionais. Você pode ver todas as outras postagens anteriores desta coluna aqui. Se você tem sugestões ou comentários utilize o formulário abaixo, são sempre bem-vindos! 🙂

33 Comments

  • Marcos

    […]”E até mesmo os “inovadores” relançamentos da JBC estão conectado à Conrad através do editor Medauar (que foi editor-chefe da antiga editora).” A imparcialidade passou longe, pelo visto.

    • Roses

      A imparcialidade em relação ao quê? Em momento algum eu disse que só ocorreu devido ao fato de que o Medauar um dia trabalhou para a Conrad. Apenas apontei como os relançamentos estão em sua maioria conectado à editora. Agora, se o problema é a aspas em “inovadores”, o motivo é que relançamento dificilmente é uma criação da editora, assim como o formato BIG (que é uma criação americana da Viz, se não me engano), mesmo desconsiderando o resto do mundo, relançamento seria uma inovação da Conrad e em se tratando de relançamento de outra editora, a primeira foi a editora Nova Sampa com Lobo Solitário em 1989?

      Talvez a parcialidade tenha ocorrido na sua interpretação, não? Em todo caso, sendo uma coluna de opinião, é óbvio que não é imparcial, muito pelo contrário, cheio de bias e minha opinião, rs, não existe imparcialidade real, estamos sempre interpretando as coisas via nossos olhos e isso não é algo ruim. Agora fiquei encucada com onde você encontrou problema aí. 🙂

      • Rose, tecnicamente quem “inovou” a JBC por incrível que pareça, foi o Del Greco, já que o relançamento de Sakura em off-set, ainda era ele no cargo.

        • Roses

          Eu tinha a impressão que Sakura foi lançado pelo Medauar. Será que me enganei? Conferi aqui, o MdG saiu em maio de 2012 (o anúncio oficial), Sakura foi lançado em julho de 2012. Com a saída a entrada do Medauar foi também anunciado ao mesmo tempo, o que indica que o todo esse processo aconteceu embaixo dos panos e só veio à tona quando estava tudo nos conformes. Do que eu lembro, o Medauar tinha dito que a proposta de relançamento era dele, inclusive foi algo que ele fez bastante. Independente de ser “inovação” ou não, é inegável que no mercado de mangás foi ele quem deu esse “novo fogo” à prática, inclusive sendo adotada depois pela Panini e NewPOP. Dificilmente se ele não tivesse mostrado que funciona e vende as outras teriam arriscado tão cedo. É a mesma coisa com a configuração de offset 90g que a NewPOP arriscou e estabeleceu. Também acredito que veremos mais “Bigs” no passar dos anos até pela Panini, já que essa é uma prática de sucesso nos EUA e que a JBC parece ter provado que funciona e é viável.

  • Ribeiro

    Roses me senti um dinossauro lendo o texto, coleciono desde 2000 Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco ( Editora Conrad) e Samurai X, Guerreiras Mágicas de Rayearth e Sakura Card Captors ( Editora JBC). Vejo com bons olhos essa onda de republicação, pois o publico se renovou com o passar dos anos, e também tivemos títulos cancelados que jamais sonhei que seria republicado Eden, Blade pela JBC.

  • Mais um artigo bacana. Eu penso que um relançamento pode servir também pra cobrir um eventual prejuízo(passado ou futuro) de algum lançamento mais arriscado. Por isso o Naruto Gold compensaria vários títulos de de baixas vendas e impediria o cancelamento dos mesmos. No caso o financeiro da editora se equilibraria aí.

    Então eu enxergo que mais relançamentos podem permitir também mais apostas em títulos diferentes.

  • Roses foi bem feliz ao falar sobre colecionador quantitativo e qualitativo. Conheço um cara que compra quase todos os mangás e encadernados de super-heróis que saem no mercado e não tem tempo nem de ler, só deixa tudo no plástico empilhado em um quarto. Achei isso um absurdo, mas conheci mais pessoas assim, inclusive um sujeito que possui 15 edições de Naruto Gold e não sabia que a qualidade do papel era ruim, porque nunca abriu nenhum. Aliás, vi muitas pessoas reclamando sobre Naruto Gold, mas dizendo que iriam continuar comprando, para ter a coleção completa. Já eu compro mangás pelo prazer de ler, que só tenho no formato físico, a coleção é algo secundário.

    • Roses

      Longe de ser qualquer crítica, mas não sei se é algo das pessoas na minha bolha ou de fato uma tendência brasileira, quem sabe ocidental, mas conheço várias pessoas com essa “crise” de coleção, mais uma obsessão. No início eu também fiz isso, comprei cada besteira, eu li pelo menos, mas começou a formar uma pilha de coisas a se ler depois, outras que comprei tudo num impulso e tá lá… em algum momento eu realmente parei com isso, acho que foi quando passou a ser meu dinheiro suado na reta, haha. Algo como enquanto fosse a mesada do pai, fod*-se, quando era o MEU dinheiro, aí pera lá. Haha.

      Mas sério, vejo isso bastante para todo lado, em vários níveis e abrangências. Por exemplo, uma colega que ia comer comigo na facildade, fazia questão de ir no restaurante até ela comer pelo menos uma vez cada coisa. O cardápio. Ela definia isso como “coleção de experiência”. Vejo também com filmes e seriados, a pessoa que assiste tudo porque… coleciona experiência? Eu abandono se acho chato, pela metade mesmo se for o caso.

      Acho super interessante isso, mas confesso que não tenho experiência ou conhecimento técnico para entender o que isso diz, mas com certeza diz algo, haha.

  • E a NewPop que se não me engano foi no NewPopDay, ter afirmado que mantem mprimindo todo o seu catalogo (o que é mentira por estar faltando uns antigos). Caso seja “verdade”, seria esse o problema com sua peridiocidade e falta de coisas novas com mais frequencia?

    • Roses

      Bem, pelo que eu lembro na verdade eles disseram que reimprimem, sim. Há coisas antigas que não tem mais mesmo, no Face eles comentaram sobre isso quando disseram ter “catálogo sempre disponível”, algo como levar um tempo entre o esgotamento e a reimpressão, já que teriam que calcular demanda para definir tiragens e tal. Há também coisas que eles disseram que estavam estudando um relançamento e não uma reimpressão.

      Em todo caso, acho que ele “todo” é mais um “maioria” ou pelo menos “todos os recentes que temos licenças ativas”? Por exemplo, recentemente, não sei se você viu, esgotou os dois primeiros volumes de NGNL. Fica de olho e vê se eles não reaparecem em breve.

      Mas acho que eles não reimprimem tanto assim, pelo que eu soube e vi teve reimpressão de Madoka, de NGNL e 1 litro de lágrimas. Acho que eles já trabalham com tiragens maiores que duram mais tempo. NGNL durou 2 anos (se já não foi reimpresso aí e eu não vi, rs).

      É meio que diferente da Panini e JBC que trabalham primariamente em bancas e fazem impressões e tiragens para vender naquele mês de lançamento, assim as sobras esgotam mais rápido por serem menores por natureza (mesmo que as tiragens sejam maiores a sobra pode ser menor). Os lançamentos em livrarias são mais a longo prazo, a venda é contínua durante os primeiros meses, imagino eu. Assim até mesmo os esgotamentos demorariam para acontecer, já que a compra não fica localizada e a empresa tem mais tempo de ver a demanda e se mover para fazer mais reimpressões.

      Estou pensando enquanto escrevo, é algo a se pensar mais a fundo e pesquisar >3

      • anon

        Pelo o que eu entendi, as reimpressões da NP dependem das lojas e livrarias entrarem em contato com eles e pedirem mais volumes de determinado mangá. Imagino que eles devem esperar uma certa quantidade de encomendas para só então reimprimirem, agora sobre a tiragem e se eles tem um estoque próprio grande, não faço ideia.

        Lembro do Júnior ter comentado que as vezes uma pessoa se interessa por um título quando a publicação já está avançada e acaba desistindo de começar a colecionar porque não encontra edições antigas, então pra eles é interessante repor essas edições porque sempre vai ter compradores novos. Pensando agora, isso deve ser bem prático pra eles pois não precisam ficar fazendo edições novas, só reimprimir certos volumes de vez em quando, o que também não deve afetar muito a quantidade de lançamentos por mês.

        • Roses

          Esse tipo de discussão só quem vai saber é o financeiro e os gerentes das editoras, rs. Fica difícil saber, mas é fato que a NP tem pouquíssima coisa indisponível, em se tratando de séries atuais então, acho que só NGNL que acabou recentemente.

          Agora, acho que não é o caso de editoras encomendarem, mas de calcular interesse mesmo. Não que eles não deixem anotado e entrem em contato quando reimprimirem e tal. Fora que dá para ver interesse via o “avise-me” do site deles, né?

  • SIRIUS BLACK

    Entendo. Realmente, cada um tem a sua visão de coleção e um jeito próprio de colecionar. Bem, não é teoria sua. Existe, realmente os colecionadores quantitativos e que colecionam para fazer número para colocar e exibir na estante. Eu cheguei a ter contato com uma pessoa assim: ela colecionava todos (eu disso todos, mesmo!) mangás do mercado brasileiro e os colocava e guardava na estante. E outra… Ele compra 2 volumes de mangás exatamente iguais: um para ele ler e o outro para colocar na estante, sendo que ele só fazia isso com os mangás que ele realmente gostava e que iria ler, de fato. E quanto aos outros, bem… Ele os manteria no lacre original (no caso dos mangás da Panini) e nunca os abriria para ler uma só página sequer. Ele me disse que a intenção dele era realmente ter todos os lançamentos em mangás do mercado brasileiro na sua coleção. Eu fiquei tão impressionado e perplexo com aquilo, que eu fiquei até tonto! Eu realmente achei aquilo insano demais! Eu nunca tinha visto nada igual, sinceramente. E existem pessoas como você e eu, que prezam pela qualidade do que lê e que tem interesse na leitura. Afinal, se eu compro um mangá, é porque vou ler. Eu não sou desses colecionadores que só apreciam capa e lombada e para exibi-la na estante, até porque não faz o menor sentido para mim. É como você disse: cada um faz o que quer e o que gastam e fazem com o próprio dinheiro é da conta exclusivamente deles. Então não é uma teoria, é uma realidade. Tem gente como esse cara que eu te falei, realmente. É incrível que ele tenha tanta grana para alimentar aquela loucura! Eu até perguntei se ele era rico e ele me disse que não. Enfim… Hahaha… Obrigado, Roses, pelas correções: você me ajudou muito! Eu não gosto de deixar nada escrito errado, eu fico bastante incomodado. Ah, e desculpa pelo flood e pelo trabalho que eu te dei. Infelizmente, eu só percebo o erro após tê-lo escrito, porque eu não costumo revisar o texto antes de enviá-lo (preciso dar um jeito nisso, hehehe…).

    • Eu acho que é uma fase. Geralmente o leitor novato começa comprando tudo, com o tempo vai refinando suas habilidades e passa a ser mais seletivo.

      • Então, concordo. Logo que comecei a comprar, comprava títulos aleatórios, pra testar, coisa que atualmente não faço mais.

        E isso de guardar a coleção antiga… como não? hahaha
        Tenho todos meus volumes de Dragon Ball, primeira versão da Conrad. Cada volume foi uma novela pra comprar (era criança e não tinha meu próprio dinheiro), entretanto, comprei a versão de luxo de Dragon Ball e ainda tenho versão da Panini, agora por último, e não consigo me desfazer de nenhum deles. Mas tenho esse problema só com séries que gosto muito (NANA e Honey and Clover tenho 2 volumes de cada edição, para uma ficar ensacada bonitinha e outra eu ficar relendo/emprestando).

        Enfim, talvez seja loucura minha, porém acho que algumas séries valem o esforço. :3

        • SIRIUS BLACK

          É um desperdício desnecessário de dinheiro, comprar 2 mangás exatamente iguais e/ou de versões diferentes. O que tem mais valor para mim, é a melhor versão que houver lançado.

  • SIRIUS BLACK

    Eu tenho mais de 15 anos que coleciono mangás, então Roses… Eu sou um dinossauro como você, haha. Os relançamentos, para mim, são uma vantagem de substituir antigas versões de mangás da JBC, que não eram boas por terem sido meio tankos e pela colagem ineficiente. Desta forma, eu recolecionei: Card Captor Sakura, Love Hina, Guerreiras Magicas de Rayearth e Hellsing. O relançamento também foi uma boa oportunidade para que eu pudesse colecionar Rurouni Kenshin, que eu não havia pegado a 1ª edição. Quanto a Cavaleiros do Zodíaco, embora tenha sido um fã QUASE doente e fanático, não colecionei nenhuma das versões anteriores. E mesmo o kanzenban, para mim, não é viável, por causa do preço. E o pegando nas promoções, ainda me sairia muito caro. Eu mesmo tenho vontade de colecionar mangás que eu não pude pegar na época com os relançamentos, mas estou vendo que realmente isso não será possível, infelizmente. Agora que sei o motivo, fica até mais fácil para eu me conformar. Eu só não entendo uma coisa… Como alguém sustenta a coleção de mais uma versão de relançamento de mangá, no caso de Cavaleiros do Zodíaco e Naruto e ainda os guardam? Porque eu não faço isso. Quando uma nova versão de um mangá chega, eu dou adeus a versão antiga. Até para liberar mais espaço para outros mangás. Eu queria até colecionar a nova versão de Naruto, a Gold, mas… Sem grana não dá!

    • Roses

      É mania de colecionador de ter todas as versões possíveis. 🙂

      • SIRIUS BLACK

        Eu não tenho este tipo de mania. Eu fico agoniado de ter mais de uma versão do mesmo mangá, na minha coleção. Por isso que eu prefiro substituir as versões antigas pelas novas, sempre que possível e abrir espaço para outros mangás. Até porque eu já estou tendo sérios problemas de espaço, então fica inviável para eu fazer uma coisa dessas.

        • Roses

          Isto é teoria minha, mas acho que existem dois tipos de colecionador. O primeiro é o colecionador quantitativo, o cara que aceita colocar qualquer coisa na coleção dele, coisas repetidas, coisas que ele nem gostou. São aquelas pessoas que não abandonam coleção nenhuma porque “fica feio a coleção inacabada na estante” ou que compra coisas que nem gosta tanto assim. É a teoria de quanto maior melhor, o montante é o que importa, abrir os olhos e ver 300 mil volumes.

          O segundo é o colecionador qualitativo, um colecionador que busca qualidade e seleciona o que fará parte da coleção. O cara que tem pouco talvez, mas cada item é valioso, é bem feito, é importante para ele.

          Eu, por exemplo, compro e comprei vários mangás, mas atualmente só mantenho os que eu leria novamente ou de alguma forma me tocou muito. O resto eu tenho doado, vendido ou jogado fora mesmo a depender do estado.

          Antigamente, quando mais nova, com certeza era movida a número, quanto mais melhor e colecionei muito besteira em várias coleções que não sobreviveram como papel de carta, selos, esculturas, bibelôs, samambaias, etc. em algum momento eu mudei e passei a ser rigorosa, apenas comprar coisas de ótimo acabamento e ótima história, preferindo comprar em outras línguas se não gostei da versão BR. Minha coleção de livros é bem pequena, já foram mais de 5 estantes empilhadas até envergar, hoje em dia são 4 prateleiras. Mas são todos livros que releio constantemente, que uso de referência. Virou uma questão de praticidade e comprar para ter indefinidamente.

          Não quero com isso dizer que meu “jeito” é o certo, o que as pessoas fazem com seu dinheiro e o que as deixa feliz é dá conta dela. Por mais que eu ache insano pessoas como o Kyon com 300 versões da mesma coisa, respeito o direito delas de serem insana aos meus olhos, da mesma forma que eu devo parecer aos olhos deles, haha.

        • Roses

          P.S.: corrigi o seu texto com as suas correções. Espero que não se importe. 🙂
          E quando quiser que façamos isso, basta corrigir como você fez e pedir que a gente ajeita para os perfeccionistas de plantão. 😉

        • Coleciono quadrinhos desde os anos 90 e hoje mantenho duas versões de dois títulos em casa: Berserk e Dragon Ball. Creio que não consegui abrir mão deles mais pelo lado afetivo, já que DB foi o meu primeiro mangá que consegui acompanhar regularmente e havia toda uma saga para conseguir as edições (já que onde morava não haviam bancas de revista). Berserk foi um título que me conquistou de cara no finalzinho da década passada. Acompanhei fielmente sua publicação e ainda a mantenho, primeiro por não ter sido finalizada pela editora (que manisfestou que dará continuidade) e estar quase atualizada com o material publicado no Japão; segundo por sempre haver a possibilidade da versão mais recente ser cancelada (pouco provável, mas não impossível). Fora eles, sempre os substituo quando posso. Não me considero um colecionador “verme” por isso.

    • anon

      Deu uma dorzinha no coração me desfazer das edições antigas de Sakura e Samurai X porque foram minhas primeiras, mas elas estavam todas amareladas e eu espirava cada vez que tentava abrir… no final, me empolguei e acabei vendendo muita coisa: coleções que eu não gostava muito, mangás que eu só tinha números avulsos, os que estavam muito amarelados etc.
      Antigamente eu comprava mais títulos aleatoriamente, mas hoje em dia estou tentando focar só nos que gosto mais, já que além de mangás, ainda tenho que arranjar espaço para livros e figures ^^’! Conheço gente que gosta de ter livros ou jogos em quantidade na estante e nunca leu ou jogou todos, mas acho estranho também, pois sempre que compro um livro ou mangá novo quero abrir e ler na hora!

      • Roses

        Eu tô com uma preguiça de vender, vendi um montão de vez num sebo, mas ainda sobrou… tô tentando fazer o Kyon engolir o resto que não quero e o puto não quer!!! Vê se pode?!

        Não quero ter que ficar fazendo anúncio em mercado livre pra vender esses que sobrou… ou pior, ir no correio que fica 3 bairros de distância ou achar porcarias de caixas… tô quase postando no face algo como “pague o envio que é tudo seu, vai com Deus”.

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