BBM Lista: 5 títulos da JBC que deveriam ser relançados

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Por que esses ainda não retornaram?

Nascida em 1995, a editora JBC segundo a própria informa veio para diminuir a distância entre o Brasil e o Japão. Afirmação que vem sendo cumprida com o decorrer do tempo, vide os esforços da editora para trazer ao Brasil mangakas e conteúdos direto do Japão. No entanto, essa jornada só começa verdadeiramente em 2001, ano de lançamento de seus primeiros mangás, entre eles os mais conhecidos Samurai X e Sakura Card Captors.

Desde 2012, a editora tem seguido a prática interessante de relançar obras publicadas pela empresa anos antes, como Death Note, Yu Yu Hakusho e os citados Sakura e Samurai X. Acreditamos, porém, que outros títulos em especial mereciam o privilégio de retornar ao país. Nesse sentido, não diferente da matéria anterior na qual falamos sobre os títulos da Conrad, desta vez falaremos sobre cinco mangás da JBC que deveriam ser relançados, em nossa opinião.

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GUNNM

Gunnm possui uma história conturbada no Brasil. Inicialmente lançado de forma pirata pela editora Opera Gráphica (conheça a editora) em apenas um volume, o mangá acabou lançado posteriormente pela JBC a pedido da Shueisha (saiba mais aqui), sendo durante muito tempo o único título da editora brasileira com sobrecapa. A publicação oficial foi em formato pocket e meio-tanko, dividindo os 9 volumes originais em 18. Vale lembrar que a continuação intitulada Gunnm: Last Order ainda é inédita no Brasil…

Os fãs de ficção científica clamam por um relançamento desse mangá, mas durante anos isso foi impossível por divergências do autor com a Shueisha, tanto que a JBC sequer pôde renovar a licença do título. Agora, porém, parece que o título já está disponível, uma vez que se encontra licenciado em outros países. Como já não há mais contrato com a JBC, o título pode ser relançado por qualquer editora que mostrar interesse e enviar a proposta. O problema é saber se há, de fato, interesse numa republicação. De todo modo, ainda nos resta a esperança.

Sinopse: O cenário de Gunnm é um mundo futurístico, em que convivem ciborgues e humanos. Zalém é a cidade utópica que flutua no céu tudo a seu respeito é um mistério. Abaixo dela fica a Cidade da Sucata, uma terra sem lei que tem como função principal produzir alimentos e todos os tipos de produto para Zalém. E é na Cidade da Sucata que vive Daisuke Ido, um técnico em cibernética e guerreiro caçador (um tipo de caçador de recompensas). E é no lixão da cidade que um dia ele encontra uma andróide em animação suspensa. Pelas mãos de Ido, a jovem é reconstruída e ganha o nome de Gally. A partir daí, os dois se tornam cada vez mais próximos e partem, como guerreiros caçadores, atrás de infratores da lei que lhe rendam uma boa recompensa.

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Shaman King

Publicado no Japão entre 1998 e 2004, na revista Weekly Shounen Jump, da Shueisha a obra é de a autoria de Hiroyuki Takei, sendo sua história mais famosa. Originalmente foi concluída com 32 volumes. Posteriormente, no entanto, houve uma reedição em Kanzenban, que contou com 27 volumes e apresentou o verdadeiro final da história, já que o anterior deixou muitas pontas soltas e teve um fim abrupto.

A versão original chegou ao Brasil pelas mãos da editora JBC em 2003, sendo encerrada três anos depois. A editora optou pelo formato habitual da época, o que chamamos de meio-tanko, dividindo os 32 volumes em 64 tomos.

Considerado o ponto alto do autor, a sua obra mais cultuada e, sem dúvida nenhuma, a mais conhecida, fica até fácil imaginar o porquê da sua estadia em nossa lista. Shaman King merece uma republicação, não apenas pela sua história que cativou a muitos, mas também em resposta aos fãs inconformados, que desejam de forma oficial ler o verdadeiro final da história. Ter essa versão em mãos com uma qualidade gráfica melhorada e todas as lindas capas do Kanzenban é com certeza um sonho para todos aqueles que compraram a versão antiga, além de atrair novos leitores. Atualmente é difícil encontrar boa parte das suas edições a venda, a única forma é comprar de outros colecionadores…

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Trecho do Henshin Online 75

É bem provável que aconteça uma republicação de Shaman King. A série figurou entre as opções que a empresa divulgou numa pesquisa onde o público poderia escolher o próximo relançamento da editora. Apesar do vencedor ter sido Inu-Yasha, o mangá de Hiroyuki Takei se mostrou o segundo favorito. Como se essas razões não fossem suficientes, durante um vídeo corriqueiro da editora é possível notar uma prateleira com edições enfileiradas, sendo duas delas edições do Kanzenban de Shaman King. Resta saber se o título já está licenciado, ou se as edições fazem parte de um “estudo” da editora para possível formato, considerando uma futura negociação. Mas existe algo certo, ele será relançado, só não sabemos se será em breve ou daqui a 10 anos…

Sinopse: Oyamada Manta é um pequeno e preocupado estudante do fundamental que em um belo dia decide pegar um atalho para casa, uma vez que está atrasado para gravar seu programa de TV, no entanto, a rota escolhida passa por um Cemitério. Nessa noite ele viu um outro jovem parado admirando as estrelas, e foi então o momento em que sua vida mudou completamente, pois aquele jovem que admira as estrelas se chama Asakura Yoh e é um xamã, aquele que liga os espíritos aos humanos. Depois disso, Manta passa a ver espíritos também, e qual não é a sua surpresa quando o despreocupado Yoh é transferido para a sua classe? Muitas aventuras aguardam a dupla.

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Fruits Basket

O mangá tem a autoria de Natsuki Takaya e foi publicado na revista Hana to Yume, da Hakusensha, entre 1998 e 2006, sendo concluído em 23 volumes. Teve seu sucesso reconhecido sendo premiado com um formato especial de colecionador, o formato se chama Aizouban (saiba mais aqui) e conta atualmente com 10 volumes publicados, ainda em lançamento. O mangá também possuiu uma versão animada que foi exibida em 2001 e contou com 26 episódios.

Sua trajetória no Brasil começou com a editora JBC, que publicou o título entre 2005 e 2007 no formato de 12,5 x 18 cm, algo parecido com o que conhecemos atualmente por Zetman, dadas as proporções qualitativas.

Conhecido popularmente como Furuba, a história ainda recebe um grande carinho dos fãs. Infelizmente, a antiga publicação da editora não correspondeu a tanto carinho: a edição foi marcada pelo uso de uma cola inapropriada que simplesmente  desmanchava o encadernado durante a leitura. É possível adquirir a coleção de alguns colecionadores mais sortudos, porém o valor geralmente estará acima do preço sugerido. Não conseguiria imaginar um shoujo da editora com mais possibilidades de republicação do que esse (fora os CLAMP, obviamente), considerando a popularidade que demonstrou ao se consagrar com a medalha de bronze na pesquisa de relançamento proposta pela JBC. No entanto, não podemos esquecer que a história tem um número considerável de edições e que isso poderia atrapalhar sua possível republicação. Apesar disso, as possibilidades são razoáveis. O fato dela ter aparecido entre as opções de relançamento só reforça que a editora ainda tem olhos para o mangá, é possível que novamente vejamos essa série no nosso mercado no futuro.

Sinopse: Essa é uma história sobre maldição. A protagonista chamada Tooru Honda, depois de uma série de infortúnios, acaba indo morar no mesmo teto que um amigo de classe, o charmoso jovem Kyou Souma e seus dois primos. Logo a garota descobre que a família Souma sofre de uma estranha maldição, cujo a consequência faz eles se tornarem animais referência do zodíaco chinês em duas situações específicas. A primeira é quando estão fisicamente fragilizados, e a segunda é quando são abraçados pelo sexo oposto. A história segue a garota conhecendo cada vez mais essa família amaldiçoada…

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Video Girl Ai

Video Girl Ai foi um dos primeiros mangás lançados pela editora JBC, ainda em 2001, ao lado de Sakura, Samurai X e Guerreiras Mágicas de Rayearth, sendo o único a não ter o animê exibido em televisão aberta na época. A editora disse várias vezes que Video Girl Ai era um teste para ver se as pessoas comprariam mangás de obras que não tinham desenho exibidos na televisão. O teste parece ter sido bem sucedido.

Apesar de tudo, até agora nem sinal de um relançamento. Entre as obras mais antigas é a única que nem sequer foi cogitada uma nova publicação. Publicado originalmente no Japão entre 1989 e 1992 parece ser uma obra um tanto quanto datada e a empresa pode achar que não venderia bem nos dias de hoje. Resta esperar e ver se estamos errados…

Sinopse: O mangá narra as desaventuras amorosas de Youta, um rapaz tímido e atrapalhado que não sabe como conquistar Moemi, a garota dos seus sonhos. Sem sorte no amor, Youta acaba encontrando a Locadora Paraíso, lugar que apenas aqueles de coração puro conseguem enxergar. Na misteriosa loja, ele aluga um filme “estrelado” por uma Video Girl e vai para casa. Quando Youta começa a assistir à fita, eis que sai da tela da TV Ai-chan. Ela é uma Video Girl, cuja missão é fazer o garoto feliz. Desde então, a vida de Youta muda completamente. Entre muitos romances e trapalhadas, Ai-chan se apaixona pelo garoto, mas segue firme em sua missão de trazer alegria para o coração solitário do rapaz.

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Hunter x Hunter

A obra de 1998 conta atualmente com 33 volumes publicados, mas infelizmente é conhecida pela péssima periodicidade de publicação e pelo autor mais preguiçoso deste século. Com isso uma conclusão para a série parece cada vez mais difícil, dado o passar dos anos. De autoria de Yoshihiro Togashi, a série é uma das mais cultuadas entre as histórias publicadas na famosa Weekly Shounen Jump, da Shueisha, sendo também um sucesso completo em vendas, quando um volume é publicado. Normalmente a média de lançamento é muito incerta, num ano podem sair 2 volumes e no outro nenhum sequer.

O mangá foi adaptado em dois animes televisivos, tendo o primeiro, de 1999, retratado somente os primeiros arcos; e o segundo, de 2011, adaptado praticamente toda a história. Alguns OVA’s também foram criados contando arcos específicos, e 2 filmes com histórias originais foram exibidos ambos em 2013. O primeiro animê chegou a ser dublado e exibido  na nossa TV aberta.

Aqui no Brasil a situação é teoricamente a mesma: a editora JBC está esperando o autor providenciar novos materiais para que ela possa licenciá-los. Foram publicados os 33 volumes originais desde o lançamento do mangá por aqui em 2008.

Hunter x Hunter é um ponto fora da curva. Não foi lançado em uma edição muito diferente da que temos atualmente, com papel jornal e formato padrão. Apesar disso o mangá possui uma história tão reconhecida e envolvente que merece uma nova publicação mais elaborada, com qualidade gráfica acima da que tivemos. Sem falar que algumas edições pontuais estão esgotadas por toda parte, dificilmente encontradas até entre colecionadores.

Sendo uma das obras mais famosas da última década, supõe-se que uma republicação poderia gerar um lucro considerável a editora brasileira. Mas então, por que não houve ainda uma mobilização por parte da JBC? Acontece que nosso mercado não parece inspirar confiança à editora ao ponto dela apostar em duas publicações simultâneas de uma mesma obra, podendo uma edição prejudicar o desempenho da outra. Inclusive a única obra que a editora publicou simultaneamente em duas edições diferentes foi Neon Genesis Evangelion, que provavelmente não deve ter gerado o lucro esperado para eles apostarem numa abordagem como essa novamente. Podemos somar isso ao fato do mangá ainda estar sendo lançado, com uma periodicidade completamente instável e sem nenhuma perspectiva de finalização. O próprio editor, Cassius Medauar, já se pronunciou sobre o assunto reforçando a dificuldade de uma republicação de um título em andamento e que amarga de várias paralisações… Com tantos problemas, estaria mesmo o mangá fadado a não retornar ao mercado com uma qualidade gráfica diferente? Apesar da situação parecer ruim, pela sua popularidade o mangá pode, sim, conseguir uma republicação no futuro. Mas infelizmente não deve acontecer por agora…

Sinopse: A história acompanha Gon, um garoto deixado pelo seu pai aos cuidados da sua tia que mora numa ilha. Tendo crescido com ela, eventualmente o garoto decide procurar por seu pai e para isso ele terá de se tornar um Hunter e seguir a “profissão” de seu pai. Durante o exame ele cria uma amizade com outros três participantes, cada qual com seu próprio objetivo. São eles: o pequeno assassino Killua, o jovem Kurapika, e o aspirante a médico Leorio. Todos precisam passar por testes rigorosos que muitas vezes envolvem um risco de vida… Serão eles capazes de conseguir sua credencial de Hunter?

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E para você? Quais os 5 títulos da JBC que mereciam um relançamento?

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18 Comments

  • VICTOR HUGO ANTUNES DE CAMPOS

    HxH precisa ser redesenhado, o que o Togashi faz é vergonhoso. Eu não pago por aquele storyboard que chamam de mangá.

    Adoro a história e acompanho na internet, mas pagar por aquilo é um absurdo.

  • Eddie

    Eu ainda acho que o melhor formato para um relançamento de HxH seria uma “Edição Revisada” como a Panini vinha fazendo com One Piece mensal. O formato seria o mesmo e o miolo também, só mudaria o preço para o padrão atual, e a capa seria semelhante para não confundir a nova com a velha, mas a lombada teria que ser a mesma para quem tem a edição antiga avulso poder completar sua coleção sem ficar desproporcional, e mais pra frente quando a nova alcançar a antiga, apenas uma delas seguiria em frente. Sei que teria muita gente reclamando desse formato por não ter um papel de qualidade e tal, mas acho que essa seria a mais viável para a editora e talvez é até melhor do que esperar o mangá acabar para poder relançar.

  • Canoa Furada

    Eu não conheço tantos mangás da JBC, mas gostaria que Shaman King e HunterxHunter fossem relançados. Pra completar o Top 5, pode ser qualquer um do Takeshi Obata.

  • gilberto94819

    Da JBC, GUNNM é o único que me interessa. Já li que estão trabalhando em um live action nos EUA, talvez isso ajude na republicação por aqui. O que eu realmente queria que fosse republicado é Gantz, Dragon Ball, Claymore, Nausicaa e Battle Royale.

      • Lógico que poderia.

        É só fazer 3-1, invés de 2-1 ué.

        O modelo dos EUA do BIG é simplesmente compilação, e aqui parece ser o mesmo.

        • Big 3 em 1 ok, mas eu disse que não daria porque para mim os exemplos que ele tem são da JBC (2 em 1) e por isto que citou o BIG, e em formato 2 em 1 não dá.
          Aliás, 3 em 1 acho totalmente inviável, haja vista que os miolos dos mangás geralmente são de qualidade bem ruim se comparados a outras obras… então 2 em 1 é até aceitável. 3 em 1 acho que ficaria bem ruim e acho desnecessário.
          Imagina levar um mangá 3 em 1 para ler d’um lado para o outro? O_o… haja coluna ou braço…u_u

        • As pessoas leem Musashi, Guerra e Paz, Anna Kennarina… Todo mundo sobrevive, a gente sobrevive a BIG 3-1…

          Os americanos conseguem, a gente também.

        • Cara, o problema não está em LER… o problema estar em LEVAR estas “bíblias” de uma lado para outro. LER todo mundo consegue; já ficar levando isto para trabalho, curso, faculdade, etc., é o que o GRANDE problema. Eu não levaria, mesmo sendo meu.
          Na época em que eu estava lendo ‘Senhor dos Aneis’ (emprestado de um amigo), mesmo sendo mais novo e não levando tanta coisa na mochila, já era bem sacrificante levá-lo para um curso que eu fazia para lê-lo enquanto ia e vinha e/ou esperava a aula começar, fora o fato de que com o tempo o livro começou a dar sinais de criação de orelhas, logo, levá-lo para o curso se tornou inviável. É de tudo isto que estou falando. Se apenas LER um livro grande fosse problema, ninguém leria livros enormes de franquias grandes como Harry Potter, Game of Thrones ou o próprio Musashi, citado por você, assim como não leria franquias grandes inteiras como por mero exemplo: Maze Runner, Percy Jackson e Nárnia.

  • Acho que além desses, xxxHolic e Tsubasa mereciam uma edição bonitona junto com a publicação das continuações

  • Não creio que nenhum destes mangás citados precise atualmente DE FATO de um relançamento, assim como Inu-Yasha também não precisava tanto.

  • Blues

    Faz um da Panini, queria muito um relançamento de Slayers, mas acho que isso pode NUNCA acontecer… :/

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