Resenha: Inuyashiki #01 (Edição física)

Avaliando a edição nacional…

Além de Hal, outro lançamento de maio da editora Panini foi o mangá Inuyashiki, de Hiroya Oku, mesmo autor de Gantz. Na obra acompanhamos o protagonista de mesmo nome que, após um certo incidente, acaba por ter seu corpo reconstruído como uma máquina e usará esse “presente” para salvar o máximo possível de pessoas. O mangá busca evidenciar as diversas injustiças na sociedade japonesa, entre elas o claro preconceito contra os idosos. Caso queira conhecer a história da obra já temos uma postagem, clique aqui para ver.

A resenha de hoje não é para falar da história e sim apresentar a edição nacional para quem ainda não comprou o título e está em dúvida se vale a pena gastar R$ 13,90 neste mangá.


FORMATO (Dimensões)


O mangá veio no formato padrão da editora Panini, 13,7 x 20 cm, o que não é nenhuma novidade. Já faz uns dois anos desde que a editora lançou um mangá novo que não fosse nesse formato.


CAPAS


O padrão de capa de Inuyashiki é bastante singular e único no mercado, com efeito holográfico. Ao expôr à luminosidade a gente vê um efeito brilhante muito interessante, sendo um show à parte. Aparentemente todas as edições japonesas possuem esse efeito, então é de se esperar que a edição brasileira também tenha.

De resto, temos capa e quarta-capa bem definidas, com esta última possuindo uma sinopse, felizmente um item cada vez mais usado nos mangás nacionais. As capas internas são “coloridas” por assim dizer. De um lado está índice (o mangá começa diretamente com a história) e de outro a imagem de um cachorro e o nome do mangá.


ACABAMENTO


O mangá está com um boa encadernação e bem maleável com nenhum impeditivo para a leitura. O miolo possui cerca de 200 páginas e as quatro primeiras são coloridas em papel couchê. O restante da obra possui miolo em papel jornal. O papel couchê está excelente, dando uma vivacidade muito boa nas páginas coloridas, já o papel jornal… Bem, o papel jornal está melhor do que o utilizado em Your Lie In April (não teria como ser pior, não é?), mas não se pode dizer que é ele é bom.

Assim como em outras resenhas de mangás da editora, novamente a comparação é com One Week Friends, que sem dúvida alguma possui o melhor papel jornal utilizado pela Panini. Enquanto o papel de OWF é mais branquinho, o de Inuyashiki é mais acinzentado, dando aquele aspecto de envelhecido em alguns momentos, especialmente nas páginas com menos tons escuros. Já que não é possível utilizar offset em todos os títulos, ao menos aquele papel melhor de OWF deveria ter sido utilizado, uma pena…

Ainda assim, se você não se importa com papel jornal, a edição não está de se jogar fora. Vi muita gente dizer que o papel jornal diminui a apreciação da arte detalhista do autor, mas em minha experiência de leitura eu não consegui notar isso. Sem sombra de dúvidas ficaria melhor em um offset da vida, porém não consigo dizer que ficou totalmente ruim com esse papel jornal.


ADAPTAÇÃO, GLOSSÁRIO E NOTAS


Difícil falar de adaptação da Panini sem repetir a mesma coisa em todas as resenhas, mas há alguns pontos a se tocar. Como é costume, a editora utiliza de honoríficos em quase todas as obras (geralmente as que se passam no Japão) e Inuyashiki foi mais uma vítima do malefício. Porém, diferentemente de Hal, em que a empresa os utilizou e sequer se prestou ao serviço de explicá-los, em Inuyashiki ao menos há uma explicação resumida no glossário.

No glossário, a editora explicou também outras coisas que apareciam no mangá, como referências e tal. Não acho que havia necessidade, mas é uma preocupação válida da editora tentar situar o leitor. Talvez o grande problema é que a editora, além do glossário escreveu notas de rodapé. Contei pelo menos cinco delas em que não havia necessidade de ter. No meu entender, todas as notas de rodapé poderiam estar no glossário sem problema, pois as características das explicações eram quase as mesmas das que estão nele. Provavelmente faltou espaço na página de glossário para colocar tudo…


ERROS DA EDIÇÃO


Disse no tópico “Capas” que o índice ficava na capa interna e, como você sabe, o índice possui numeração das páginas onde você vai encontrar cada capítulo. Só que não temos nenhuma página numerada no mangá. Zero. Não chega a ser algo incomum (há vários mangás com pouca ou nenhuma página numerada por um motivo ou outro), porém continua sendo algo completamente sem sentido você colocar um índice para o leitor e ele não conseguir encontrar o que procura por causa da falta de numeração. Em outras palavras é um índice de enfeite já que não serve para seu propósito principal de localizarmos facilmente um dado capítulo.

Outro “erro” do tipo ocorre no glossário, onde a editora explica uma citação da página 40 em que só poderemos encontrar se contarmos manualmente já que não há numeração de páginas.

De um modo geral e sendo bem sincero esses detalhes não atrapalham em nada a experiência de leitura, mas não se pode deixar de mencioná-los.


VEREDICTO


A história do mangá parece ser bem agradável e diferente, abordando algumas questões sociais interessantes, ao mesmo tempo em que, talvez, não deixará de lado a ação. Ela, por si só, vale para conferir o mangá. Fora isso, o detalhe holográfico da capa de Inuyashiki é interessante, as páginas coloridas são belas e o papel do miolo, embora não seja lá dos melhores, não chega a ser uma coisa de outro mundo como era o de Your Lie In April. Por tudo isso, acho o título bastante recomendável, talvez não para todo mundo, mas ao menos para quem deseja uma obra um pouco diferente, com um protagonista que está longe de ser habitual…

Eu sei que muita gente gostaria que o título tivesse vindo em uma “qualidade melhor”, mas acho que Inuyashiki vale o “sacrifício” de comprar o produto em papel jornal^^. Para os que pensam o contrário existe uma opção: o mangá pode ser lido digitalmente e de forma oficial, em inglês, no site da Crunchyroll. Para os que desejam um produto físico em melhor qualidade, só importando realmente…


FICHA TÉCNICA


Título: Inuyashiki

Autor: Hiroya Oku

Editora: Panini

Acabamento: Papel jornal

Número de volumes: a ser concluído com 10 volumes

Preço: R$ 13,90

Onde comprar: Amazon / Fnac

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5 Comments

  • iproxfrancisco

    Gostei principalmente das considerações finais. O melhor, nesse caso, é ler online.
    Sobre a capa holográfica o volume 10 de Assassination Classroom tem esse efeito.

  • JMB

    Sério, já que Inuyashiki é um mangá com um bom potencial de vendas (afinal, é do mesmo autor de Gantz e isso por si só já é um chamariz), eles poderiam usar um papel melhor. Aliás, não só nesse, mas em todos os mangás. Mas é aquele ditado: poder não é querer.

  • rafoones

    Devo pegar pelo menos o primeiro número pra ver se me empolgo, mas confesso que esperava uma qualidade melhor de papel, ainda mais por serem poucos volumes. As edições em papel jornal da JBC vem dando um banho na Panini ultimamente. A leitura de Magi e Seven Deadly Sins é bem agradável com aquele papel branquinho e até um pouquinho mais grosso que o da Panini.

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