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NI 267. Japão: Pela primeira vez mangás digitais vendem mais que os físicos

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Acontecimento histórico acusa mudança de hábito de consumo e confirma diminuição total de vendas

Saiu hoje um relatório do Instituto de Pesquisa de Publicações Japonesas (Ajpea) afirmando que em 2017 a receita de venda de volumes digitais ultrapassou a dos físicos pela primeira vez na história do mercado japonês. Enquanto o mercado de volumes de papel teve uma queda de 14,4% nas vendas, o digital teve um aumento de 17,2%.

Esse aumento de vendas digital é um resultado direto do recente esforço das editoras em oferecer suas séries por plataformas digitais como Kindle e Kobo, como você pode ver abaixo:

Receita de vendas, não confundir com unidades vendidas. Receita são os recursos provenientes das vendas, ou seja, o dinheiro obtido.

Os dados também provam a mudança de hábito do consumidos japonês, especialmente na compra de volumes, inclusive, em 2016 o leve aumento também foi devido à venda de obras digitais.  Ainda assim, o catálogo de obras digitais no Japão não chega aos pé do de físicas, especialmente quanto a séries antigas. Com o aumento desse catálogo é possível que vejamos uma venda ainda maior por parte dos volumes digitais.

Mesmo com esse aumento considerável, a queda de vendas da receita total continua forte, uma tendência que começou a partir de 1995.

Outra tendência e mudança de hábito de consumo que é possível observar no gráfico acima é a alteração da forma primária de consumo, que ocorreu nos anos 2000, quando volumes passaram a arrecadar mais que as revistas.

Não é incomum que os fãs ocidentais fiquem presos à realidade dos anos 90, quando revistas eram muito mais vendidas e a forma primária de consumo, enquanto volumes eram a exceção. Mas a realidade japonesa atual é bem diferente, com revistas arrecadando menos de 30% do total de volumes e continuamente em queda de forma muito mais agressiva.

Não é à toa que muitas foram terminadas, algumas viraram digitais e outras têm sido constantemente reinventadas na esperança de mudar a situação. Não é impossível que as revistas como conhecemos não existam mais no futuro e a indústria adote um formato parecido com as light novels, onde muitas são publicadas online e depois, fazendo sucesso, sejam adaptadas em volumes físicos.

É claro, há um longo caminho à frente e muita coisa pode acontecer até lá que venha a mudar totalmente as tendências de hoje, mas não há como se negar que as coisas estão mudando no Japão.

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BBM Via MangaMag

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