Problemas de distribuição: JBC comenta o caso mais uma vez

E diz que, por enquanto, não falará novidades de seus futuros lançamentos…

Na tarde desta sexta-feira, 10/08/2018, a editora JBC, por meio de seu canal no Youtube, voltou a falar dos problemas de distribuição que estão enfrentando.

Desta vez, a empresa adentrou um pouco mais no assunto e comentou que as adversidades não estão ocorrendo apenas com a distribuidora de bancas, mas também com as lojas e as livrarias. Segundo ela, muitas livrarias estão com graves problemas financeiros, ocasionando em transtornos dessas com as editoras.

Sem citar os nomes dessas livrarias, a JBC falou do comunicado emitido pela Editora Mythos durante a semana, no qual esta dizia aos seus leitores que não iria mais enviar seus produtos para algumas lojas até que a situação se normalizasse.

A JBC ainda comentou que, por conta de tudo o que está acontecendo, a empresa está realizando vários estudos do que pode ser feito e, em razão disso, não dava para a editora fazer um checklist com vários títulos que poderiam acabar não chegando em diversos pontos de venda (O checklist de agosto possui apenas um mangá físico).

A editora citou o caso do primeiro volume de Cavaleiros do Zodíaco – The Lost Canvas que a empresa lançou, mas vários locais acabaram não recebendo, tornando-se difícil para o leitor encontrar o produto.

Por fim, ainda nesse ínterim, a empresa disse que não falará sobre nenhuma das novidades, pois elas não serão lançadas enquanto não houver uma resolução dessas vicissitudes.

O mar editorial não está para peixe. Você pode ver tudo no vídeo abaixo, a partir dos 7 minutos:

  • Entenda um pouco mais

-Distribuição em bancas

A distribuição em bancas de revistas a nível nacional é feita por uma única empresa, a Dinap (ou Total Express como é conhecida hoje), pertencente ao Grupo Abril. A Dinap faz um serviço que é constantemente criticado pelas editoras, deixando até de expor alguns produtos. Mais de uma empresa já falou que recebeu de volta caixas lacradas, indicando que aqueles produtos não tinham sido distribuídos.

Essas e outras coisas levaram a NewPOP a retirar todos os seus mangás de bancas de revistas em 2016 e a Panini a criar um canal próprio de distribuição em 2017, com ela mesma contactando as distribuidoras regionais.

Recentemente devido aos problemas com a Dinap, a JBC retirou vários mangás de bancas de revistas. Na época, a empresa disse que enquanto a distribuidora não mudar e conseguir reverter o quadro ruim da distribuição nas bancas e atender todas as regiões do país, a JBC se certificaria de que fosse possível encontrar os títulos facilmente em livrarias e nos demais pontos de vendas alternativos. Apenas My Hero Academia, Fullmetal Alchemist e alguns outros mangás continuaram a ser distribuídos em bancas.

-Distribuição em Livrarias

Para quem não acompanha as notícias, algumas colunas de jornais do país, bem como o site especializado Publish News, têm divulgado nos últimos meses as diversas intempéries pelas quais vêm passando o mercado editorial brasileiro.

Algumas importantes livrarias não estão pagando as editoras, pedindo mais tempo para poder honrar seus compromissos. Semana passada, por exemplo, foi divulgado na coluna de Lauro Jardim para O Globo que a Cultura pediu mais prazo aos fornecedores e, segundo apuração do jornalista, quase todas as editoras pararam de mandar seus lançamentos para a livraria.

O comunicado da Mythos, citado pela JBC, tem a ver exatamente sobre isso. A JBC não disse se fez o mesmo, mas se não o fez esse é um caminho inevitável se algumas importantes livrarias como a Saraiva realmente não pagarem as editoras. Veremos as cenas dos próximos capítulos…

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12 Comments

  • Selmo de São Bernardo do Campo (Proprietário da Revistaria Tashi Delëg)

    Da pra resolver essa situação, As editoras precisam se unir e contratar outra distribuidora rachando as despesas e criando assim um vinculo mais forte com as bancas de jornal que estão sendo prejudicadas cada dia mais, pois sempre foram fiéis em vendas, apenas as editoras que tentaram abandonar as bancas e agora que as GRANDES livrarias estão pisando na bola as editoras estão percebendo quem deveriam ter se unido e fortalecido o vínculo desde o início!!! Quem pra formar clientes fiéis mais que um jornaleiro, por que tirar esse incentivo de vida e trabalho deles? Por que massificar a distribuição nas grandes sendo que o pequeno e micro empresário (no caso aqui os jornaleiros) precisa desse produto para fomentar seu ganho diário?!!! Um jornaleiro tem contato direto com o cliente! Olho no olho e quando o cliente visita uma banca ou revistaria, tem contato diretamente com o produto verificando de imediato o estado podendo assim fazer trocas reservar suas publicações de preferência com toda segurança!!!

    • Jorginho

      Por favor… bancas amassavam os mangás, deixavam expostos ao contrário (oq obrigava exemplares a terem capas espelhadas) algumas bancas são pequenas e os mangás tomavam sol, molhavam e se estragavam na exposição, qdo esse material que não vendia retornava era só prejuízo para as editoras…… sem contar os jornaleiros, TÃO BONS profissionais como vc descreve, que nem sequer se esforçavam para entender os produtos que tinham para vender… Banca era atraso de vida, era prejuízo para as editoras… ACABOU! Pode chorar, o passado NÃO VOLTA!

      • Nanashi

        Sem falar que as bancas na minha cidade, Porto Alegre, em maioria nao aceitam cartão. Nem se for de debito!

      • Jefferson Alves

        Vc não pode é generalizar meu caro. Eu sou cliente do Selmo há 7 anos, o cara não é um simples jornaleiro, ele ama o que faz, não é uma pessoa que só tem uma banca por comércio não. Os produtos deles estão sempre bem expostos e vísiveis. Ele tem um diferencial, ele entende do que vende, manja de mangá, hq’s, livros e etc. E ele sabe muito bem o que diz em relação a distribuição e que as editoras poderiam se unir e pagar uma terceirizada, enfim. Ele entende sim os produtos que vende. Outro diferencial, ele da descontos nos produtos que vende. Eu pego mais de 25 produtos com ele, contando com mangás, hqs e revistas, deixo tudo na conta e no dia do meu pagamento vou lá e quito. Infelizmente não eh sempre que se encontra jornaleiros assim.

      • Como passado meu jovem? Sou proprietário de uma revistaria á quase 20 anos e meus clientes fiéis são só elogios á mim e a minha dedicação em atender bem, sinto muito se suas experiencias com estes pontos e seus proprietários desfavoreceram sua opinião, mas deixemos bem claro; não GENERALIZE!!!É bem injusto de sua parte, somos lutadores; eu pelo menos me considero um; pois acordo todos os dias ás 4:00 da manhã para atender e fornecer o melhor á meus clientes que no fim das contas se tornam meus amigos, caso more na região do ABC Paulista o convido á me fazer uma visita, será muito bem recebido, lhe prometo um brinde de acordo com seu gosto de leitura, Estamos localizados na Rua : Marechal Deodoro, Nº 2025, centro de Saõ Bernardo do Campo, e em vez do seu desejo acima, em vez de chorar eu prefiro SORRIR e receber meus clientes de braços abertos!

  • Jorginho

    Sempre comprei pela Saraiva, até dois meses atrás, quando literalmente ME ROUBARAM no valor de duas edições que paguei e não entregaram! Já liguei, já reclamei, já reclamei no Reclame Aqui… Nada mais resolve… a Saraiva caiu MUITO a qualidade da entrega, do atendimento, e não importa a promoção, não dá mais para confiar! Fujam da Saraiva, a Amazon tem merecido tomar o mercado mesmo…!

  • RPM Souza

    Quer saber como a Saraiva tá em crise? Vá numa loja: Funcionários se coçando, pessoal entrando com café do SB, e, o pior, muito desorganizado pra quem já sabe o que quer. Online é prático e mais barato. Loja física só gera gastos se não tiver um atrativo.

    E eu ajudei a afundar a Saraiva ainda mais. Final do ano passado eles levaram 3 meses para entregar minha compra. Exigi um voucher de 2% da compra como eles falam que dão. Eles me deram um cupom equivalente à uns 15%. Usei ele e uns 20$ que tinha em pontos e mais uns 15$ do bolso pra pegar frete grátis em outra compra e nunca mais comprei lá. Não por causa do que aconteceu, mas porque não tem mais nada lá…

  • Marcelo

    Ia perguntar se ião fazer um post a respeito, ainda bem que fizeram.

    Eu só consegui comprar Lost Canvas 1 Especial: Hoje! E na Amazon, porque na Saraiva ainda se encontra indisponível. Além disso, mangás da Panini não estão chegando na banca que compro (comprava) na minha cidade. E não foram mangás que tiverem descontinuidade na banca, mas aqueles que supostamente eram pra continuar a aparecer nelas.

    Cadê aquele user que comentou da situação financeira da Saraiva, Cultura e FNAC? A coisa está negra e o futuro incerto. Estamos vivendo uma época bem ruim nesse quesito, espero que a Amazon não monopolize tudo.

    • Netin

      Não sei como essas livrarias foram quebrar
      Aparentemente vendiam muito bem

      • Nos textos linkados ao final do texto há uma explicação que para mim parece fazer sentido, elas não conseguiram se adequar rapidamente aos novos tempos. Alie isso a crise econômica com má gestão e você tem razões mais do que suficientes.

        • Roses

          Isso é bem comum até, em qualquer empresa. Imagina o seguinte, você cria uma empresa e faz sucesso fazendo aquilo daquele jeito, a empresa investe e fica maior, solidificada naquela forma de serviço. Quanto maior a empresa, maior são os problemas de gestão, mais dinheiro é mal usado ou vaza, não é muito diferente da corrupção na política, quanto mais mãos passam ali, maior o perigo, não precisa ser um cara que causa milhões em perda, são vários problemas, pequenos somados, funcionários ociosos, mais tempo que o necessário em várias tarefas, etc. Enquanto a economia está bem e o lucro entra, poucos prestam atenção nisso. Ao mesmo tempo, as empresas, principalmente as grandes e antigas, ficam naquele “se funciona, não conserte”, paradas no tempo. Quando acontece um ano ruim, geralmente culpam alguma coisa aleatória, fazem pequenas mudanças e tocam pra frente mais ou menos da mesma forma contando que foi uma exceção. Demora um tempo para bater aquele “fodeu” e começarem a se mexer e quando as finanças fecham, aquilo já está rolando há algum tempo e mesmo que se corrija e mude imediatamente o reflexo daquilo não é imediato, eles começam a entrar numa bola de neve, se endividando e aumentando a parcela de juros que pagam. Nesse momento eles começam a contratar empresas para limpar a casa, fechar os vazamentos de dinheiro, tentam inovar e imitar outras. Algumas conseguem se consertar e dar uma revivida, lucrando de novo e pagando suas dívidas. Outras morrem de vez, totalmente endividadas. Um ótimo caso de estudo no Brasil são as companhias aéreas, a reciclagem de companhias não é brincadeira, as grandes do passado não existem ou não são o que eram, dá uma lida sobre isso. O caso Varig é um dos mais interessantes.

        • NaBoa

          A crise no setor livreiro não se limita a mudanças de cultura ou problemas de gestão. O problema é muito maior, e no caso da Saraiva S/A, por ser uma cia de capital aberto, tanto as suas demonstrações contábeis como sua política administrativa estão publicadas, sendo algo suficiente temente transparente. O setor varejista é a ponta da crise que começa pelo desemprego e o sub-emprego, comportamento do mercado de celulose e as editoras.
          Dados da FIPE mostram que em 03 anos o mercado de livros encolheu 21%, sendo o de obras gerais (onde os mangás se encontram) encolheu 42%. Esse é o motivo da crise, pois o faturamento despencou. Lendo as demonstrações da Saraiva S/A eles melhoraram o tempo de recebimento em 15 dias ( de 77 dias para 62 dias). As vendas virtuais subiram 15% em 2017, os custos operacionais caíram 5,5%. Não é que a empresa não se atualiza ou que mantem praticas “antiquadas” ou dispendiosas. Tanto que a LAJIDA ajustada (lucro antes dos juros e impostos) foi de 33%. Porém as vendas em lojas caíram 8%, mas ainda assim representam 62% da receita de vendas da empresa. O problema não é gestão e também não é culpar o aleatório, mas sim identificar os problemas, que são reais. O desemprego é real, a queda no consumo é real, a perda no poder de renda é real. No balanço da cia houve um aumento nas perdas de créditos, ou seja, pessoas que compraram e não pagaram.
          A outro problema que impacta indiretamente o varejista que é o severo aumento nos custos gráficos. Em 2018 segundo a Abigraf (associação das gráficas) houve um aumento de 44% no preço do papel de livros. Custos nas alturas estão fazendo as editoras diminuírem suas produções, que por conta da crise não vendem, e com menos encomendas menos faturamento. Só que na indústria as compras não são como no varejo, onde compra quando há falta. Na indústria se faz programação de compras, então as gráficas fecham acordos de compra garantida por 12 meses, e vendo ou não elas tem que comprar a quantidade acertada de papel ou arcar com multas. Com a queda nas encomendas os estoques ficaram altos e maior o estoque maior os lucros, maior o custo de armazenar e com caixa baixo. Resultado é mais crise.
          E tem também a indústria de papel e celulose, que efetua todo a cadeia do papel em território nacional, produz o suficiente para abastecer todo o mercado mas opta por exportar a produção. Logo, quando realiza uma venda interna a faz com o preço em dólar, mais caro. E desde o inicio do ano com a proibição chinesa de entrada de papel jornal importado, o pais passou a exportar celulose, deixando de produzir papel, o que está fazendo os preços explodirem.
          Obs.: Desculpe pelo texto longo. Eu usei a Saraiva como exemplo de que essa crise não é uma questão de gestão ou não se modernizar pois eles disponibilizam seus relatórios financeiros no site (saraivai.com.br) e as outras mega stores não, e também por que acho que muitos dos que visitam esse site compra no site da saraiva. Outro ingrediente da crise pode ser a Amazon, mas ninguém tem números da operação br da empresa, além de que Saraiva é a maior vendedora de livros do nosso mercado e forte da Amazon são serviços virtuais e não livros.

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