Ressaca Friends 2018: comentando os títulos anunciados pela NewPOP

O que indicamos, o que desconhecemos, etc…

No último sábado, 15 de dezembro de 2018, a editora NewPOP realizou mais uma rodada de anúncios de títulos novos para seu catálogo. Os anúncios foram realizados por meio de um vídeo no evento Ressaca Friends, postado também nas redes sociais da editora.

Os anúncios em questão foram Fireworks (light novel e mangá), My Lesbian Experience With Loneliness e Zero no Tsukaima (light novel e mangá). Noticiamos todas elas aqui no blog no mesmo dia, mas hoje viemos comentar um pouco sobre esses títulos -se foram surpresas ou não – e as expectativas que temos ou não para eles e o que indicamos para vocês.

Fireworks é conhecido pelo filme do estúdio Shaft, pré-indicado ao Oscar, e que foi exibido no Brasil na rede Cinemark, com o título de Luzes no Céu: Fireworks. A light novel é baseada nesse filme e é apenas isso que eu conheço desse livro.

Fireworks (capa americana)

Apesar de não conhecer a obra, a sinopse parece bastante interessante e intrigante. Todavia, ainda não sei se darei uma chance ao título. Os poucos comentários que vi sobre o filme falavam que o final era ruim, além de possuir um ou outro defeito ao longo da trama. De modo que terei que avaliar melhor posteriormente se comprarei. Então, esse não é um título que eu possa indicar ou não para vocês.

Fireworks (Espanha)

No ocidente, dentre os países que conseguimos acesso a informações facilmente, a light novel Fireworks foi publicada apenas na Espanha e nos Estados Unidos. As capas de ambos os países você viu acima.

SinopseNorimichi e Yusuke são melhores amigos que estão apaixonados pela mesma menina, Nazuna. Depois das férias de verão, a garota será transferida para um outro colégio por causa do divórcio de seus pais. No entanto, Nazuna, que não gosta da ideia, decide fugir de casa com os meninos antes da partida. Durante a fuga, o grupo acaba encontrando um objeto peculiar, capaz de manipular o tempo.

Os comentários que eu fiz para a light novel podem ser repetidos aqui sem o menor problema. São só dois volumes, ainda precisarei avaliar melhor, mas por enquanto está fora dos planos.

Fireworks Mangá (Espanha)

Uma informação interessante é que o  mangá tem arte de Makoto Fuugetsu, o artista responsável pelo segundo mangá de Re: Zero, atualmente ainda inédito no Brasil. No ocidente, o mangá Fireworks foi publicado apenas na Espanha.

Mesmo que pese o inesperado Zero no Tsukaima, My Lesbian Experience With Loneliness foi o grande anúncio da NewPOP no evento e nem há como contestar isso. Foi o mangá da editora mais comentado no dia do anúncio e que mais chocou por sua total imprevisibilidade. Além disso, dentre os anúncios recentes de títulos novos, ele só teve menos visualizações aqui no blog do que o relançamento de Dragon Ball, o que não é pouca coisa.

Capa americana

Mas de onde vem esse mangá que talvez você nunca tenha ouvido falar? A verdade é que My Lesbian Experience With Loneliness já era conhecido e, em certo sentido popular, entre uma pequena esfera mais underground do mundo otaku. A obra de caráter autobiográfico fala de depressão e sexualidade de uma maneira senão, única, ao menos singela e verdadeira, misturando tristeza e humor. É uma obra facilmente identificável ou pelo menos compreensiva.

Capa espanhola

Desde o seu lançamento no Japão ele foi se tornando conhecido aos poucos e conforme ia sendo comentado e indicado a prêmios, se tornou um título de relevância entre os que desejam uma obra diferente e de qualidade. Entretanto, embora seja volume único era um daqueles títulos quase impensáveis em nosso país, por sua temática pouco usual, por sua arte diferente, pela maneira de contar a história, completamente oposta a maioria dos mangás, entre outros motivos. Não à toa, o que mais vimos foram pessoas felizes comentando que não achavam possível ver o título no Brasil, se sentindo surpresas, etc.

Capa francesa

A gente já conhecia o título e era um mangá que, salvo qualquer engano de nossa memória, indicamos tanto para a JBC, quanto para a NewPOP em seus formulários de sugestões. Ele é um mangá impressionante, que toca fundo no íntimo das pessoas e vale muito a pena. É uma indicação total do blog. Não é um título para todo mundo porque ele incomoda, te irritando ou te destruindo. Entretanto, é algo que vale a pena mesmo.

Quando este título for lançado, saia da sua zona de conforto e adquira-o. Mas atenção, não pense que se trata de um mangá erótico só por causa de sua premissa. Na verdade, de um certo sentido, nem existe erotismo.

Capa alemã (provisória, pois o mangá só será lançado na Alemanha em 2019).

My Lesbian Experience With Loneliness foi publicado nos Estados Unidos, na Espanha e na França, as capas vocês viram acima. Nos Estados Unidos, inclusive, chegou a ganhar o prêmio de Mangá do Ano pelo Crunchyroll Anime Awards, de 2017, e o Harvey Awards (importante prêmio de quadrinhos dos Estados Unidos), de 2018, na categoria de Melhor Mangá. Além do Brasil, My Lesbian também será publicado na Itália e na Alemanha em 2019.

SinopseUma batalha contra a depressão a partir da sexualidade. Kabi Nagata conta a verdadeira história de sua vida em uma narrativa em quadrinhos cujas origens estavam na plataforma digital japonesa Pixiv e com a qual alcançou milhões de leitores. Em sua história, ela nos conta como, depois de abandonar seus estudos universitários, caiu em uma depressão que a levou a procurar situações em busca de seu seu lugar no mundo, e da qual ela só podia começar a sair quando abrisse as portas para sua própria sexualidade. O que ela fez foi contratar os serviços de uma acompanhante lésbica e em torno dela gira esta história que já é um sucesso de vendas internacionais.

Se alguém me perguntasse se eu acreditava que Zero no Tsukaima pudesse ser publicado no Brasil, eu diria que era muito improvável, talvez até impossível. Uma light novel de 22 volumes, com animação já um pouco antiga, não era fácil de acontecer. Mesmo o anúncio, em 2017, de Shakugan no Shana – na mesma situação de Zero – não me parecia ser um alentador para acreditar na vinda deste título. Então foi uma grande surpresa esse anúncio.

Zero no Tsukaima foi muito famoso no passado, tendo quatro temporadas em animê, a última delas datada de 2012, mas hoje eu não o via sendo tão lembrado. O anúncio também não me pareceu que teve tanto impacto entre os consumidores nas redes sociais. Vimos muitas pessoas felizes pela vinda do título, mas não havia aquela empolgação como ocorre frequentemente com outras obras, sabe? Pode ser considerada um clássico, mas terá público?

Eu realmente não sei, mas de minha parte comprarei o título. Não por ser um mega-fã da franquia, mas sim porque eu acho que algumas obras “antigas” precisam aparecer no Brasil (eu ainda desejo Haruhi Suzumiya, dona NewPOP) e eu acho difícil que alguma editora vá atrás dessas light novels mais distantes no tempo se Zero no Tsukaima, Shakugan no Shana e mesmo Toradora! não derem certo. Não gosto da ideia de comprar para “apoiar o mercado”, mas esse é um caso específico em que eu acredito ser necessário. Lógico que se a leitura não for boa e ela não me satisfizer enquanto consumidor eu pararei no meio, mas ao menos começar a comprar, eu comprarei. Não indico o investimento para quem não conhece a série (afinal, são 22 volumes), a não ser que também queira apoiar o mercado para garantir que outras novels mais antigas apareçam.

Até onde conseguimos pesquisar, a light novel Zero no Tsukaima é inédita em todo o ocidente. O título chegou a ser anunciado nos Estados Unidos por volta de 2007 ou 2008 pela Seven Seas, mas nunca foi lançada. Pelo que apuramos a editora americana desistira de publicar as light novels, pois aparentemente as outras que a empresa publicava na época não estava dando retorno. Então muito provavelmente o Brasil será o primeiro país do ocidente a ter essa light novel.

SinopseNo mundo de Halkeginia, todos os nobres nascem com um dom que lhes permite usar magia. No entanto, a jovem Louise de la Vallière, aluna da academia de magia do reino de Tristain, apresenta resultados tão desastrosos em suas várias tentativas que seus camaradas duvidam de seus poderes. No começo do ano na Academia de Magia de Tristain, os estudantes do segundo ano invocam seus espíritos familiares; isto é considerado um ritual especial onde um mago invoca seu servo protetor eterno, que geralmente é algum tipo de animal ou criatura mágica. Louise quer usar a cerimônia familiar para provar a todos que ela tem poderes. Em Tóquio, o jovem Saito Hiraga está em Akihabara para ter seu laptop consertado quando um círculo de luz aparece na frente dele. Intrigado, ele se aproxima e é absorvido pelo que acaba sendo um portal interdimensional. Ele foi escolhido para se tornar o familiar de Louise, o que a deixa humilhada por ele ser um plebeu. Como o ritual é sagrado, Louise não tem escolha senão relutantemente aceitar Saito como seu Familiar. Ela começa a tratar Saito como qualquer outro familiar, ou ainda pior, fazendo-o dormir no chão e batendo-lhe com um chicote por pouca ou nenhuma razão, entre outras coisas.

Dispensável totalmente. Mangá que é adaptação de light novel muitas vezes não vale muito a pena por não cobrir a história inteira e este não é uma exceção, basta ver a quantidade de volumes, apenas 7. Só recomendo a compra para quem for muito fã de Zero no Tsukaima, não goste de ler light novels, e mesmo assim queira ter alguma coisa da franquia.

Mangá, capa americana

No ocidente, o mangá foi publicado apenas e tão somente nos Estados Unidos pela editora Seven Seas, a mesma que cancelou o lançamento das light novels. Além desse mangá, foi publicado nos States a continuação chamada de Zero no Tsukaima Chevalier, em 4 volumes.

9 Comments

  • satosa

    My lesbian experience with loneliness! Que surpresa agradável 😀

  • Infelizmente não pretendo adquirir nenhum desses produtos da NewPOP (ou talvez felizmente para o meu bolso)…

    Aqui fica uma pergunta: com a NewPOP cada vez mais adentrando no ramo de publicar light novel qual seriam as chances de algum dia vermos Spice and Wolf sendo publicado por ela?

    • Não mudou muita coisa, na verdade. As chances da NewPOP publicar “Spice and Wolf” no Brasil é a mesma de ela publicar qualquer outra light novel, bem próxima a zero.

      Veja bem, a NP lança dois ou no máximo três títulos de light novel por ano, então o número ainda é irrisório, ínfimo, pequeno demais para se ter esperança na vinda de qualquer light novel. Elas vão aparecer? Sim, elas devem continuar aparecendo, mas as chances de ser aquela sua favorita são sempre bem pequenas.

      É claro que se, por exemplo, houver um título muito popular, como foi o “Re: Zero” por causa do anime de 2016, as chances aumentam. Mas fora isso, é tudo muito imprevisível.

      • Concordo com a imprevisibilidade das publicações da NewPOP e com a possibilidade de Spice and Wolf não ser publicada aqui no Brasil. Não acredito que seja uma obra rentável — seria muito de nicho — e é uma publicação relativamente longa. Eu diria que por ela ser um pouco mais antiga (data que o anime foi publicado, no caso) também pesaria negativamente, porém temos aí Zero no Tsukaima e Toradora para provar o contrário, mas aí em contra partida podemos usar o fato de, apesar de serem antigas, a base de fãs dessas obras são bem maiores que a de Spice and Wolf.
        A chance não são boas, mas também não é zero. Talvez seja como você disse, mesmo, infelizmente.

        Mas vou seguir com desejos e esperanças de que um dia ela seja publicada por aqui…

  • Sophie

    Acredito que minha opinião é bem afim com a do texto. Com certeza vou comprar ”My Lesbian Experience With Loneliness”, mas confesso que fiquei um pouco decepcionada, gostaria muito de ter visto 3-gatsu no lion anunciado. ;/

  • RPM Souza

    Fico apenas com My Lesbian Experience With Loneliness. Obrigado NewPop, ta difícil achar estágio e o bolso agradece!

    Mas me incomoda muito mesmo ver estas editoras que despendem tempo e dinheiro nessas adaptações! Principalmente a NewPop, parece que metade do catálogo dela é formado por adaptações! E de baixa qualidade!

    • Lis D

      Não tenho dados pra ter certeza (óbvio), mas creio que as adaptações de novels para mangá devam vender mais que as próprias (quando disponíveis). A leitura é mais fácil e rápida, então muitos dão preferência, pra depois pegar a novel de onde o mangá (ou anime) parou.
      Se não me engano, o próprio Junior comentou que no lançamento de No Game No Life, a saída do mangá foi muito maior que da novel, mesmo o mangá estando estagnado no primeiro volume.

      Enfim, achismos, achismos, mas creio que as adaptações dão mais retorno mesmo.

      • E que mangá se asemelha mais ao anime, brasileiro no geral tem preguiça de ler. Por isso um mangá se sai melhor.

        Até pq mais no imaginário das pessoas é mais comum pensar em mangá do que em um livro também, visto que a quantidade minuscula de obras que ganharam animes famosos que temos aqui.

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