Biblioteca Brasileira de Mangás

O meu método de comprar mangás

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Como me organizo para não passar apertos?

Comprar mangás pode muitas vezes ser uma arte própria que exige pesquisas, planejamento e decisões importantes para não impactar outras áreas da nossa vida. De onde cortar o dinheiro para essa nova obra? Comprar esse título no lançamento ou esperar promoção? Abandonar ou não abandonar esse mangá? Etc.

Hoje eu venho falar a vocês o meu método de comprar mangás e como me organizo para poder adquirir tudo o que eu quero. Vem ver :).

Não sei se muita gente faz isso, mas eu costumo todos os meses destinar um Valor X para a compra de mangás, assim eu vou encaixando o que posso e o que não posso comprar dentro dos limites desse valor. Desse modo, se eu quero adquirir 10 mangás em um dado mês, mas o Valor X só me permite 9, eu comprarei apenas 9 e o décimo (aquele que eu menos gostar) será adiado para algum momento no futuro.

Entretanto, os preços estão subindo muito (alimentos, transporte, etc), sem que o salário aumente proporcionalmente e o resultado é que eu não posso aplicar a mesma quantidade de recursos de anos anteriores para esse Valor X. E com o preço dos mangás também subindo, naturalmente eu tenho que diminuir as minhas compras. Ou seja, se antes eu comprava de 15 a 20 mangás por mês, com o tempo isso foi diminuindo para 10, para 7 e hoje varia de 3 a 5 a depender do que sai durante os 30 dias.

Isso não quer dizer, porém, que eu não ultrapasse esses limites uma hora ou outra. Às vezes os meus gastos acabam por ser bem maiores do que o estipulado no Valor X, mas eu raramente desequilibro minhas finanças, pois eu tenho  uma outra “caixinha de dinheiro”, que podemos chamá-la de Valor Y.

Todos os meses, eu também destino uma parte do meu orçamento para uma “caixinha extra”, o Valor Y, uma espécie de reserva de emergência, embora esse não seja o nome apropriado para esse dinheiro. Basicamente ele (o dinheiro) vai sendo guardado mês a mês, de pouquinho a pouquinho, para as mais diversas finalidades e eventualidades possíveis.

Nessa “caixinha”, por exemplo, eu vou juntando dinheiro para pagar pelas assinaturas. Desse modo quando uma editora abre um plano de uma obra que eu gosto, eu resgato a grana e pago pela assinatura, de modo que não preciso ficar me preocupando em comprar aquele mangá ou aquela light novel toda vez que sair volume novo. Eu prezo muito pela praticidade, então para mim é bem mais comodo assinar um título e receber ele em casa do que ficar comprando mês a mês.

Uma das assinaturas que fiz recentemente…

Também é nessa caixinha que eu vou juntando dinheiro para comprar coisas mais caras ou para aproveitar alguma promoção que me permita colocar em dia séries atrasadas. É também daqui que sai o dinheiro para as notórias compras por impulso.

Claro que nem sempre esse valor Y é suficiente para eu realizar uma compra que eu queira e aí a aquisição de um produto acaba sendo adiada. Um exemplo é o caso do relançamento de Another. A editora JBC anunciou o box em fevereiro de 2018 e o lançou já em março custando uma fortuna (R$ 129,00). Mesmo tendo várias promoções em 2018, eu só fui conseguir adquiri-lo nesse início de 2019, por não ter o valor disponível no momento em que as promoções ocorriam e dar prioridade a outras séries ao longo do ano.

Ainda assim, eu considero esse planejamento essencial para as minhas compras, pois realmente me permite me programar bem e conseguir comprar coisas que eu quero no momento em que eu quero.

Uma coisa que eu acho importante dizer é que eu odeio ter dívidas, então para conseguir comprar uma coisa e essa coisa é muito cara eu preciso juntar dinheiro com antecedência, de modo que eu possa pagar por ela à vista quando o produto for lançado ou quando tiver uma boa promoção. Assim eu tenho feito nos últimos anos.

Atualmente, por exemplo, eu já tenho todo o dinheiro necessário para pagar pelo artbook de Re: Zero. Eu não sei qual será o preço, mas eu imagino que seja bem caro, afinal o artbook vem em um box com duas novels o que deve deixar o produto com um valor muito elevado. Eu extrapolei um pouco a previsão e coloquei por volta de R$ 150,00 e eu já tenho essa quantia reservada. Se custar um pouco mais é só eu pegar o que tiver disponível na caixinha Y ou pegar os valores da caixinha X e atrasar as outras compras do mês.

Outro título que também estou guardando dinheiro há bastante tempo é o mangá A distant Neighborhood, de Jiro Taniguchi, que sairá pelo selo Tsuru, da editora Devir. Ele terá cerca de 400 páginas, então estou usando como base o mangá mais caro do selo com essa quantidade de páginas, o Nonnonba, então eu guardei 90 reais para adquirir o título.

Basicamente, para ambos os casos, eu fui guardando dez a vinte reais em um mês, dez a vinte em outro, trinta em mais um e por aí vai até formar o valor estipulado. O fato de as obras não terem sido lançadas logo após serem anunciada foi um grande alívio, pois isso me permitiu ter bastante tempo para ir juntando o dinheiro. Se a NewPOP ou a Devir lançasse o produto muito rapidamente, como foi no caso do Another pela JBC, provavelmente eu não iria conseguir comprá-lo na época do lançamento como eu tanto desejo.

Nem todo mundo é rico e tem dinheiro sobrando para gastar do nada, então eu sempre prefiro que as editoras anunciem seus títulos e demorem para lançá-los. Em outras palavras, eu prefiro o método NewPOP de anunciar e se esquecer que aquela obra existe, do que o método atual da Panini de anunciar um título e no mês seguinte começar a publicá-lo.

É lógico que eu preferiria que a editora anunciasse a obra e já desse uma previsão de lançamento (algo como “esse título começará a ser publicado apenas em fevereiro de 2034, mas já estamos avisando que a licença é nossa”^^), mas antes demorar a publicar do que publicar de imediato e não dar tempo de a gente juntar dinheiro ou se programar para comprá-lo.

Além do artbook de Re: Zero e do mangá da Devir citados no tópico acima, os diversos atrasos em publicações da NewPOP e também da JBC me permitiram ir juntando aos poucos para pagar pelas assinaturas (se assim tiver) de obras como Shakugan no Shana e Hokuto no Ken. Eu sei que muita gente é ansiosa e gosta das coisas o mais rápido possível, mas para mim realmente quanto mais atrasar o início de uma publicação, melhor.

Em outras postagens eu já comentei aqui que, em geral, os meus títulos favoritos, que de algum modo me marcaram, ou mesmo obras que eu tenho expectativa (como as do Jiro Taniguchi ou o recém anunciado O Último Voo das Mariposas) eu gosto de adquirir sempre no lançamento ou o mais próximo possível dele. Isso serve para que eu possa mostrar à editora que esse tipo de obra vende rapidamente e que ela pode trazer outras parecidas ou do mesmo autor. Por isso que, por exemplo, eu já guardei o dinheiro do artbook de Re: Zero porque eu quero mais artbooks e quero mais coisas de Re: Zero no Brasil. Por isso também que eu já guardei o dinheiro de novo mangá do Jiro Taniguchi, pois depois que li O Homem que Passeia, quero tudo e mais um pouco do autor por aqui.

Por sua vez, os demais mangás, aqueles que não são tão importantes assim, eu vou comprando aos poucos, encaixando nas compras aqui e ali, esperando promoções, etc. Por conta disso, é muito comum uma dada série estar no volume 10 e eu ainda estar no 3, ou ela já ter sido encerrada e eu estar na metade. Mas eu não costumo me preocupar por estar atrasado. Isso é o normal para quem não é rico^^.

A regra para os mangás da Panini é bem clara, você tem que comprar o mais rápido possível sob pena de eles esgotarem e você nunca mais encontrar com o preço de capa. Não é algo que sirva para todas as obras, mas se é um título popular, você tem que fazer isso. Muita gente, por exemplo, está sem Lovely Complex #10, Pandora Hearts #09, The Promised Neverland #01, vários volumes de Berserk, etc, etc. Poderíamos passar o dia aqui listando obras recentes da editora com tomos esgotados.

Lançado em agosto de 2017, esse volume estava impossível de achar pouquíssimos meses após a publicação.

Apesar disso, eu não priorizo os mangás da Panini, pois isso seria premiar esse tipo de atitude. Eu não considero que seja algo saudável um mercado em que o consumidor é obrigado a comprar no momento em que a obra saiu, para mim o consumidor só deve comprar no lançamento se ele assim quiser e não por medo de esgotar.

No momento, estou com apenas duas séries da Panini que já se encerraram, Children of the Sea e Arakawa Under The Bridge, ambos com vários volumes atrasados. Continuarei comprando aos pouquinhos, quando der. Não irei me apressar. Se esgotarem, é só mais uma contribuição para eu não começar séries da empresa que eu não possa comprar no lançamento.

Aliás, vale relembrar o que eu já disse por aqui acerca desse assunto. Desde que os mangás da Panini passaram a sair todos acima de vinte reais, eu comecei a evitar iniciar novas séries da empresa. Agora só tenho comprado os títulos da editora que fazem parte de minha predileção.

Desde o calote da Livraria Saraiva, atualmente em minha cidade não há mais pontos de vendas de obras da JBC e da NewPOP. Ainda neste mês deve abrir uma Livraria Leitura por aqui e haverá a esperança de que finalmente teremos os mangás dessas duas empresas novamente, mas por conta disso hoje praticamente 100% das minhas compras são pela Internet. Somente muito raramente eu compro algo da Panini em banca e, mesmo assim, apenas por impulso.

A maioria das minhas compras são feitas na Amazon, algumas eu compro na loja Cidade de Papel, por meio do market place das Lojas Americanas, e mais algumas eu compro em outras lojas especializadas aqui e ali. O que eu compro e onde compro depende muito do que vai sair naquele mês.

Às vezes, por exemplo, tudo o que me interessa em um dado mês ou eu já tenho assinatura e não preciso comprar, ou estou com volumes atrasados, então o Valor X é usado todo para adquirir volumes anteriores. Nesses casos ou eu compro tudo na Amazon para conseguir frete grátis ou parte na Amazon, parte em alguma loja especializada caso um dado volume não esteja disponível.

Se, por outro lado, durante aquele mês apenas um ou dois volumes me interessam, eu costumo comprá-lo na Cidade de Papel por meio das lojas Americanas para aproveitar o frete grátis. As Americanas possuem um programa chamado Americanas Prime em que você paga um valor e ganha frete grátis por um ano inteiro sem limite de valor em diversos produtos do site. Adquiri esse programa para outras finalidades e acabei descobrindo que dava para usar em mangás também. Foi sorte.

Por fim, vez ou outra também visito sebos da minha cidade ou o site Estante Virtual e adquiro alguma série que já esteja fora de catálogo.


Esse é o meu método de comprar mangás. Nem sempre foi assim, mas chegou em um momento em que eu estava gastando mais do que eu podia e resolvi me organizar. E qual é o seu método, caro leitor? Também se programa sobre o que e como comprar? Ou tudo é por impulso? Ou um meio-termo?^^

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