Comentando os títulos anunciados pela JBC no Henshin + Pocket

Quatro novidades bem distintas…

Na última sexta-feira, 23 de agosto de 2019, a editora JBC realizou um mini-evento na cidade de São Paulo, O Henhin + Pocket, para o lançamento do quarto volume de Akira e nele realizou uma bateria de anúncios. Foram quatro títulos ao todo, Your Name., Fairy Tail Blue Mistral, Card Captor Sakura – Clear Card Arc e Arslan Senki.

Como já virou costume aqui no blog, hoje viemos falar um pouquinho sobre esses títulos e viemos dar nossa opinião sobre eles. Vem ver :).

  • Your Name.

A editora JBC anunciou o relançamento do mangá Your Name.. A empresa o publicará dessa vez reunindo os três volumes originais em apenas um único livro, com uma capa nova. A empresa nunca escondeu o quanto esse mangá foi um sucesso, tendo vendido horrores, esgotado e sendo reimpresso. Atualmente já tem volumes esgotados de novo, o que mostra realmente o sucesso da série.

Apesar de ser algo recente faz bastante sentido um relançamento dessa obra em um outro formato, pois quem não comprou ainda ganha a chance de adquirir a obra completa de uma vez e quem é muito fã e colecionador pode adquirir uma de suas obras favoritas em outro formato. A única coisa que eu acho estranho é que a empresa ainda não tenha aproveitado todo o sucesso para trazer o spin-off Your Name. Another Side: Earthbound. Será questão de tempo?

De minha parte, não pretendo comprar o mangá. Em geral, eu acho as adaptações em mangá de filmes de Makoto Shinkai melhores que os filmes porque os quadrinhos me apetecem mais, são melhores desenvolvidos, entre outras coisas. O mangá de Your Name., porém, não conseguiu se sobressair tanto. Não é ruim, mas está aquém do nível de qualidade de outras adaptações. Então, a primeira versão da JBC já me basta.

Sinopse Mitsuha Miyamizu é uma jovem que mora no interior do Japão e que deseja deixar sua pequena cidade para trás para tentar a sorte em Tóquio. Enquanto isso, Taki Tachibana, um jovem que trabalha em um restaurante italiano em Tóquio, deseja largar o seu emprego para tentar se tornar um arquiteto. Os dois não se conhecem, mas estão direta e misteriosamente conectados pelas imagens de seus sonhos.

  • Fairy Tail Blue Mistral

Fairy Tail Blue Mistral trata-se do spin-off shoujo de Fairy Tail. Não é tão incomum assim mangás shonens populares da Kodansha, que iniciaram uma grande franquia, terem um spin-off destinado ao público feminino. Ataque dos Titãs teve o Sem Arrependimentos, que conta o passado do Levi, e The Seven Deadly Sins teve o Production, uma obra em quatro volumes que reimagina os personagens como se eles fossem atores de uma série que se chamaria justamente The Seven Deadly Sins. A diferença desses três é que Sem Arrependimentos e Production foram publicados na extinta revista Aria, enquanto Blue Mistral saiu na Nakayoshi.

Eu não sou fã de Fairy Tail, então costumo passar todas as obras da franquia. Esse, porém, eu vou dar uma chance. Não por ser shoujo, mas sim por ser shoujo da Nakayoshi, o que é bem diferente e traz boas expectativas em relação à história. Explico: existem revistas e revistas e não necessariamente você encontrará coisas semelhantes em revistas diferentes. A Kodansha, por exemplo, têm várias revistas shoujos, mas apesar de todas serem destinadas ao público juvenil feminino, as obras que se encontram em uma revista dificilmente sairiam em outra. Por exemplo, em Limit e Vitamin você vai encontrar coisas como bullying pesado, estupro e tentativa de assassinato. Esses dois mangás foram publicados na Bessatsu Friends e definitivamente nunca estariam na Nakayoshi, que é mais “classificação livre” e destinado a um público mais jovem.

Ser shoujo da Nakayoshi me induz a pensar que eu vou encontrar em Fairy Tail Blue Mistral uma obra mais leve e que, ainda que a história seja simples e clichê, será ao menos divertida. Tudo o que eu conheço que veio dessa revista me divertiu um pouco, seja pelo próprio mangá, seja pela versão animada. Não espero uma história muito elaborada e tal, mas um bom entretenimento eu sei que vou ter de um modo ou de outro.

Fairy Tail Blue Mistral possui 4 volumes no total.

SinopseUm pedido misterioso leva Wendy Marvell e sua companheira felina Charles para Nanalu, apenas para descobrir que o solicitante de trabalho não existe. Em vez disso, Wendy se torna amiga de Yoshino, uma garota de sua idade e o único maga da vila. Wendy logo descobre que os moradores desaparecem lentamente, supostamente por causa da maldição de um dragão morto. Com apenas ela e Charles para assumir a tarefa, Wendy está determinada a ajudar Yoshino a salvar a vila.

  • Card Captor Sakura – Clear Card Arc

Esse mangá é um shoujo da Nakayoshi^^. Se você leu acima o que eu disse sobre Fairy Tail Blue Mistral, o mesmo se aplica para Clear Card e eu espero uma obra que me divirta e me entretenha. Mas, independente disso, eu compraria esse mangá de qualquer forma, pois trata-se da continuação direta de Card Captor Sakura e sou fã da franquia desde a época que a adaptação em animê passou na Rede Globo por volta de 2000 ou 2001.

Card Captor Sakura – Clear Card Arc também teve uma adaptação em animê um tempo atrás e não agradou algumas pessoas por ser parado demais, dentre outras coisas. Eu gostei bastante, só achei estranho o Kero ainda fingir ser um boneco na frente do Touya. Agora sobre o mangá eu não o li e não sei como ele se desenvolve, mas imagino que deve ser bem diferente (afinal, não tem a Meilin nele, infelizmente). De todo modo, tenho boas expectativas para a obra.

Clear Card Arc ainda está em andamento no Japão com 6 volumes atualmente. O sétimo (capa acima) está previsto para setembro.

SinopseSakura conseguiu capturar todas as cartas Clow, que trariam desastre ao mundo, e as transformou em suas próprias cartas Sakura. Agora chegou a primavera e, com as cerejeiras em flor, Sakura entra no sétimo ano da escola. Seu querido Syaoran retornou de Hong Kong, e Sakura mal pode esperar para estar ao lado dele novamente. Mas certa noite, algo estranho acontece com suas Cartas, e casos bizarros se espalham por Tomoeda. Guiada pela Chave que encontrou em seus sonhos, Sakura começa a coletar cartas novamente.

  • Arslan Senki

Apesar de algumas pausas em um ou outro mangá, Hiromu Arakawa trabalha em três obras ao mesmo tempo, Silver Spoon para editora Shogakukan, Hyakushou Kizoku para a Shinshokan, e Arslan Senki para a Kodansha. Silver Spoon é um slice of life que se passa no campo, Hyakushou Kizoku é um shoujo de comédia autobiográfica em que a autora conta a vida dela na época que morava em Hokkaido, e Arslan Senki é uma obra de ação e aventura. Os três eram inéditos no Brasil até então, agora Arslan Senki será publicado por aqui.

A obra é uma adaptação de uma série de livros de mesmo nome escrita por Yoshiki Tanaka, que foi lançada no oriente entre 1986 e 2017, sendo concluída em 16 volumes. Nos anos 1990, a série de livros ganhou uma primeira adaptação em mangá, pelas mãos de Chisato Nakamura, para a revista shoujo Asuka, da editora Kadokawa Shoten, e ela teve 13 volumes no total.

A segunda adaptação, pelas mãos de Hiromu Arakawa, começou a sair em 2013 na revista Bessatsu Shonen Magazine, da Kodansha, e está em publicação até hoje, atualmente com 11 volumes. Apesar do simples nome de Hiromu Arakawa ser o suficiente para gerar um burburinho, foi a adaptação em animê em 2015 que fez a obra entrar no radar de muita gente e ver que a adaptação em mangá era feita pela mesma autora de Fullmetal Alchemist.

Para quem gosta de uma obra de aventura, vale dar uma conferida. Como fã da autora pretendo acompanhar a série, sim.

SinopseNo próspero reino de Pars, um jovem príncipe tenta seguir as pisadas do seu temível e indestrutível pai, o rei Andragoras. Contudo após a sua primeira batalha, perde tudo o que tinha. No entanto, o destino de Arslan é ser governante e, apesar das provações que enfrenta, ele agora deve embarcar em uma jornada para recuperar e lutar pelo que é seu por direito, o trono do reino.

17 Comments

  • giovanna

    quando será o dia que vai lançar aqui no Brasil porque j as quero comprar a da Sakura e do arslan

  • Será que uma edição de luxo de Sakura é anunciado ainda esse ano?
    Lançar a continuação sem ter o original disponível é meio complicado, embora eu saiba que Sakura vai vender de qualquer forma

    • Eu espero que sim.
      Gostaria bastante.

      Mas é realmente isso o que você disse, deve vender bastante. Sakura pode não ser tão popular como Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, mas tem uma fanbase muito forte.

      • Clara Costa de Souza

        Torço muito para que a JBC faça uma reimpressão do original… Não acompanhei na época (na verdade nem sabia de mangá na época), e hoje em dia os preços estão muito altos, e você só acha no Mercado Livre, basicamente. Quero muito começar essa nova edição, mas gostaria de ter a antiga também.

  • Sergio Schwarz De Assis Farias

    JBC sempre lança os melhores mangás. Nem acredito que Arslan Senki vai vir pro Brasil!

  • Sasa

    Só quero comentar que estou sempre acompanhando o blog apesar de nunca comentar. Obrigado pelo trabalho. Melhor espaço para acompanhar os lançamentos, checklists e novidades.

  • Como disse em outro tópico, a JBC não trouxe nada interessante nos últimos 2 anos, tirando Akira. A editora deve estar em crise.

    • Bem, eu não vi você dizendo isso antes, mas eu espero que você sabia que a sua frase não faz sentido nenhum. Primeiro que a editora trouxe Akira em 2015, quatro anos atrás, embora só tenha lançado em 2017. Segundo que sua frase (“a JBC não trouxe nada interessante nos últimos 2 anos, tirando Akira”) mostra apenas e tão somente o seu gosto pessoal e não traduz a verdade dos fatos. Eu discordo totalmente de sua frase. Mas beleza, estaria tudo bem se você tivesse parado aí, o problema é que você continuou e disse o seguinte:

      “A editora deve estar em crise.”

      Ao colocar isso, logo após ter dito que a editora não trouxe nada de interessante, você está colocando uma relação de causa e consequência entre as duas partes. Independente de ter sido a sua intenção ou não, é isso o que o texto está passando: você dizendo que a JBC deve estar em crise e por isso não trouxe nada interessante. Isso não faz sentido. Você está fazendo um julgamento errado baseado em seu gosto pessoal, em o que você acha interessante ou não. Pensa bem, se a Panini lançar 100 mangás novos por mês e nenhum deles for interessante para você quer dizer que a editora está em crise? Se isso não faz sentido nesse cenário, não faz sentido também para o caso da JBC. É algo bastante óbvio. Não importa se a editora lança ou não algo “interessante”, isso não diz nada sobre o estado da empresa.

      A JBC parece estar em crise, sim, todo mundo vê isso, mas não é por não estar lançando coisas interessantes para o seu gosto e sim porque diminuiu DRASTICAMENTE o número de lançamentos (em 2018 foram só 7, por exemplo). Ela está lançando pouca coisa e não se arriscando muito, indo apenas no que é certo, seja spin-off de Fairy Tail (que vende horrores), seja obras derivadas de outras (clear card), seja obras de autores que já deram certo (Arslan Senki).

      E é serio, apesar de publicar pouca coisa, a JBC continua lançando não só coisas interessantes para outros públicos, como também coisas importantes, coisas importantes que você não deveria ignorar que são importantes só porque você não gosta ou não tem interesse nelas. Boa Noite Punpun, por exemplo, é a obra mais famosa de Inio Asano, tem um público enorme. Dá para dizer que esse titulo não é importante? Não, não dá. É um título de peso, importante, e que muita gente acha interessante. Erased é um mangá de um animê popular. Overlord é a light novel de outro animê popular. Little Witch Academia e Your Name idem, são mangás de obras famosas. Não se pode diminuir o que são essas obras só porque você não tem interesse nelas. E se a gente for para os clássicos, a editora lançou Rosa de Versalhes e Hokuto no Ken agora em 2019, que são obras de peso, tão ou mais importantes do que Akira e Ghost in the Shell.

      —–

      Diga-se de passagem, para terminar, que só o fato de Rosa e Hokuto terem sido lançado por si só desconstroem toda a sua frase. Quem consome mangás tem que saber dar a devida importância a Hokuto no Ken e Rosa de Versalhes, independente de gostar ou não das obras. Ou seja, não gostar deles ou não os achar interessantes é uma coisa, não saber ou não dar a importância que tem esses títulos é outra completamente diferente. Não dá para escrever o que você escreveu sabendo desses lançamentos, não dá mesmo.

      Claro que estamos sendo bem rígidos, porque aqui gostamos muito de mangás e não achamos certo as pessoas consumirem essa mídia e não darem a devida importância às obras e aos autores que são importantes na História, mesmo quando não gostam ou não têm interesse neles. Para a gente é sempre importante saber olhar essas obras e os criadores e compreender a importância que elas têm. Por exemplo, posso não ter interesse em GITS, mas não saber o que ele representa, não saber o porquê de ele ser um clássico importante e o porquê de as pessoas o acharem interessante, não dá, não. Por gostar de mangás, eu tenho que saber dessas coisas…

      • VitoZava

        Parabéns pela bronca sem perder a compostura ou ficar de mimimi.

        É assim que, apesar da rigidez, você mantém seus leitores. Como fã de leitor compartilho da sua opinião, queria poder ter mais dinheiro para acompanhar outras obras hahahaahah

        No mais aprecio muito o trabalho aqui do blog, sua escrita e o nível de pesquisa ao qual vocês chegam para nos trazer informações sempre de forma sucinta e objetiva.

        Faço votos para que continuem com esse excelente trabalho.

      • Ainda acho que a editora não está bem financeiramente. Mas voce esta certa com relação a gosto pessoal. Muitos dos titulos que foram lançados nos últimos meses não é pro meu gosto. Mesmo assim o numero de lançamentos foi bem baixo. A editora sabe que não pode investir muito por causa da crise econômica. Talvez eles, estejam certo, e voltem ao que eram antes. Uma boa concorrente da Panini.

  • Matheus

    única obra do makoto q a newpop n pegou fez um puta sucesso :V Se a JBC tivesse lançado antes essa versão big eu teria comprado ela ao invés da em 3 volumes

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