Um cabelo pintado e uma eleição
Na resenha do volume 5, eu iniciei o texto questionando o que aconteceria se alguém começasse a ler a obra por ali. Fiz isso pois aquele volume poderia muito – durante boa parte dele – ser algo próprio e à parte, pois a história principal foi toda ofuscada pela questão do aparecimento do pai de Taiga e do Festival Escolar. Repare bem, quantas vezes naquele volume foram feitas menções claras e explícitas ao amor de Ryuuji por Minori e ao de Taiga por Kitamura? Poucas, e a maioria foi ali da metade para o final. No volume 6, porém, a história principal volta com tudo, existindo boatos e uma nova trama para movimentar a relação do quinteto de personagens.
Como você deve imaginar, o sexto livro se passa após o Festival Escolar, Ryuuji e Minori estão de bem, conversando animadamente, Taiga está feliz pelo acontecido no festival e pelos boatos dela com Kitamura, e Ami (bem, é a Ami de sempre^^). Quem não está muito bem é Kitamura e se você viu a adaptação em animê você já deve imaginar o motivo. Caso não tenha visto a própria capa do volume revela bem a razão…
Esse é o volume em que acontece a eleição para a presidência do Conselho Estudantil e o grande candidato a substituir Sumire Kanou, a atual presidente, é o Yuusaku Kitamura em pessoa, só que… o rapaz surta, decide sair do conselho, não concorrer e ainda pinta o cabelo de loiro (o que no contexto quer dizer que ele resolveu se tornar um delinquente). Ocorre toda uma confusão na classe e na escola e os amigos ficam bastante preocupados com sua situação. O rapaz chega a fugir de casa tamanha proporção que a rebeldia dele causou.
A causa e o motivo já são bem claros, embora Ryuuji e Taiga não percebam absolutamente nada do que estava acontecendo. Quem viu o animê já sabia do que se tratava, mas a leitura dos volumes anteriores já mostrava um pouco da devoção do “Maruo” por Sumire, prenunciando o que deveria acontecer nesse tomo.
Não é necessário explanar muito o que advém: Kitamura está apaixonado pela presidente, esta se mudará para os Estados Unidos e o rapaz perderá para sempre o seu amor platônico, por esta razão ele termina surtando. No fim, as coisas dão certo, Yuusaku volta ao normal e a vida segue, não sem antes muita dose de emoção…
O clima dos volumes anteriores permanece nesse livro, com doses de comédia misturadas com os dramas particulares dos personagens. O sexto tomo, no entanto, apresenta-nos um detalhe para lá de interessante, mostrando que todos os personagens são, no fim das contas, apenas adolescentes mesmo. Kitamura – apesar dos pesares – era tido como uma pessoa totalmente responsável, sempre seguro de si mesmo e com nada que lhe tirasse de ordem. Em outras palavras, era uma pessoa modelo. Nesse volume percebemos que ele era realmente um adolescente como outro qualquer, que sofre por amor e é capaz de agir infantilmente por hiperdimensionar as coisas.
A própria Sumire – que, mais do que Kitamura, era realmente um modelo de pessoa – apresenta o seu lado mais emocional, chegando a duelar com Taiga, após receber a declaração do rapaz. Ela tenta manter toda uma fachada de pessoa centrada, mas após o desafio da tigresa as coisas vêm à tona e Ryuuji (e nós, leitores), percebemos que ela é uma adolescente como outra qualquer.
Nisso, a história segue avançando e agora faltam apenas quatro livros para a light novel ser concluída. Taiga agora sabe que Kitamura está apaixonado por outra pessoa, algumas pessoas já sabem que ela nutre um sentimento por ele, e Ami parece saber das coisas mais do que todo mundo. Como tudo isso evoluirá de agora em diante? Teremos que aguardar para ver…
Para terminar, é importante mencionar que esse livro apresenta uma maior participação da professora (sempre enfatizada que é solteira e de 30 anos) e Ami, do que a vista na adaptação em animê. Apesar de ser tida como meio excêntrica e sempre preocupada com o seu estado de solterice, a professora tem todo um momento para lá de interessante em que demonstra que sua profissão e sua responsabilidade para com os alunos falam mais alto, chegando a perder um encontro importante por causa de Kitamura. Isso é muito bom, pois mostra ela não apenas como um elemento cômico e sim como um personagem verdadeiramente humano. Ami, por sua vez, está mais presente. Várias passagens da versão animada suprimiriam ela (na cena dos arremessos ou quando tentam pintar o cabelo de Kitamura, por exemplo) e no livro esses momentos são cruciais para mostrar o modo como a personalidade dela vai sendo apresentado e moldado, com ela já sabendo tudo o que estava acontecendo e o porquê de estar acontecendo e sentido um enfado grande por causa disso.
Por essas e por outras é muito legal ver as obras originais, pois conseguimos ter acesso a uma outra visão dos acontecimentos, até mesmo a uma outra história. Claro, é legal apenas quando a história original e o modo como ela é escrita é também boa e Toradora! passa bem em todos os testes :).
Toradora! #06 foi livremente adaptado nos episódios 14 (em parte), 15 e 16 do animê.
- Ficha Técnica
Título: Toradora!
Autor: Yuyuko Takemiya
Ilustrador: Yasu
Tradutor: Renata Leitão
Editora: NewPOP
Dimensões: 10,6 x 14,8 cm
Miolo: Papel Avena
Acabamento: Capa cartonada com orelhas
Classificação indicativa: 16 anos
Número de volumes no Japão: 10 (completo)
Número de volumes já lançados: 6 (ainda em publicação)
Preço: R$ 26,90
Onde comprar: Amazon / Americanas / Submarino
Curiosidade, qual saco plástico você usa pra guardar suas novels?
O tipo de material ou o tamanho?
O material eu não sei. Eu vou em uma loja, vejo se o plástico é mais grosso e compro. As pessoas dizem que o ideal é ser de polipropileno, mas eu não sei se os que eu uso são desse.
Sobre o tamanho o adequado é o 13 x 26 cm (se eu não estou enganado), mas eu sempre uso maior porque na loja onde compro não tem menor, então eu uso fita adesiva para moldar o tamanho.