Resenha: A Heroica Lenda de Arslan (volume 1)

Arslan Senki ou como é chamado no Brasil A Heroica Lenda de Arslan nasceu como uma série de livros no ano de 1986. Escrito por Yoshiki Tanaka (mesmo escritor de Legend of Galatic Heroes), a obra perdurou por décadas, até ser concluído em 2017, em um total de 16 volumes publicados.

Durante esse período, várias coisas aconteceram e a série chegou a ganhar uma primeira adaptação em mangá pelas mãos de Chisato Nakamura. Publicada entre 1991 e 1996 na revista de mangás shoujos Asuka, da editora Kadokawa, a obra teve um total de 13 volumes lançados antes de ser concluído, obviamente sem adaptar toda a história, visto que ela só viria a ser encerrada vinte anos depois. Entre 1991 e 1995, os livros ainda foram adaptados para uma série de OVAS.

Em 2013 veio a outra adaptação em mangá, dessa vez pelas mãos de Hiromu Arakawa, autora de Fullmetal Alchemist. Ela faz o mangá inteiramente sozinha, sem que Tanaka veja sequer os rascunhos, segundo fala dele próprio nos paratextos do mangá. Publicado na Bessatsu Shonen Magazine, da editora Kodansha, a obra ainda está em andamento e sem previsão de final, possuindo atualmente 12 volumes publicados e com muitos livros ainda por adaptar. Entre 2015 e 2016, por fim, a obra foi adaptada para anime em duas temporadas de episódios, uma de 25 e outra de apenas 8.

No ocidente, o mangá começou a ser editado primeiramente nos Estados Unidos, onde é lançado pela Kodansha Comics desde agosto de 2014. Atualmente, 11 números já foram lançados por lá. Na França, por sua vez, a obra é publicada pela editora Kurokawa desde maio de 2015 e, assim como nos EUA, onze números já foram editados. Na Espanha, a obra é publicada pela editora Norma desde outubro de 2015, tendo lançado dez volumes desde então. Na Itália, a obra é publicada pela Panini desde novembro de 2015 e já lançou 11 volumes até o momento. Na Alemanha é publicada pela editora Carlsen desde outubro de 2016 e o número 9 foi o último lançado até o momento, com o décimo previsto para sair agora em janeiro. Agora a obra chegou no Brasil.

A Heroica de Lenda de Arslan foi licenciada pela editora JBC e em dezembro de 2019 os dois primeiros números foram publicados. Em nossa resenha, falaremos apenas e tão somente do primeiro volume.

  • Sinopse Oficial

Arslan, príncipe de pars, o grande reino localizado sobre a rota continental, era apenas um jovem curioso e ingênuo cuja história ainda estava por se fazer. Considerado um príncipe mediano, fraco e incapaz, arslan marchara para a guerra pela primeira vez aos 14 anos, quando povos pagãos de terras longínquas invadiram o reino de pars. A força do exército de pars era inigualável. Desafiá-los à guerra era algo tão absurdo quanto imaginar formigas desafiando elefantes. Todos acreditavam numa vitória esmagadora… eis o tortuoso destino de arslan. Aqui se inicia a turbulenta saga de um herói.

  • História e Desenvolvimento

O título do mangá e a sinopse dão a tônica do que será a obra, uma narrativa de ação e aventura, daquelas que se focam em confrontos entre grandes nações. O primeiro volume é uma introdução a tudo o que acontecerá no mangá (a história de ascensão de Arslan), mostrando os acontecimentos iniciais que levaram o rapaz ao exílio.

O número inicial da obra se divide em dois momentos distintos. Em um primeiro momento ocorre uma apresentação de Arslan, mostrando que ele é sem qualquer habilidade, não conseguindo ganhar nos treinos e reclamando da existência deles. Em contra-partida, o rei é extremamente forte e o exército de Pars igualmente, não dando brechas para qualquer derrota. Assim, após mais uma vitória sobre Lusitania, uma nação inimiga, eles chegam à capital vitoriosos e trazendo escravos. Entretanto, por uma certa situação um deles termina por escapar e faz Arslan de refém, até que ele conseguisse sair da capital.

Arslan (não é o Edward, a gente garante).

Nesse momento, as bases dos conflitos entre as nações já estão postos, as visões de mundo diferentes em relação ao tratamento dado aos seres humanos e ao modo de interpretar os ensinamento da religião. A igreja ensina que todos os homens são iguais, mas um reino acaba por ter escravos o que contraria esse preceito, outro reino é estritamente contra as outras religiões e decide matar os que não seguem os ensinamentos e assim por diante. Ainda que outras coisas talvez estejam por descobrir…

Exército…

O segundo momento do primeiro volume ocorre em sequência, passam-se alguns anos e Arslan agora está com 14 anos. Lusitania consegue tomar uma importante cidade e o exército de Pars parte para o combate, buscando exterminar esse inimigo. Esse será o primeiro confronto de Arslan que ainda não é lá tão hábil assim. Entretanto, dada a força do exército, ele não teria problemas em sobreviver.

O problema é que Pars não constava com a astúcia do inimigo. Utilizando-se de uma boa estratégia, da traição de alguns parsianos e contando com a soberba do rei, Lusitania conseguiu uma vitória esmagadora. Arslan viu muitos companheiros serem mortos, mas felizmente conseguiu fugir graças a uma ajuda providencial de Daryun, um dos mais habilidosos parsianos.

Uma das armadilhas do inimigo

Como dito, esse primeiro número é bastante introdutório, mas ainda assim as bases da história já estão instaladas. Existe um mistério em relação ao nascimento de Arslan (há uma sugestão de que ele talvez não seja filho legítimo do rei) e há toda uma conspiração que permitiu a vitória de Lusitania. O como e o porquê não foram expostos e ficarão para os volumes posteriores.

Em termos práticos, o desenvolvimento desse primeiro volume foi bem ok, mas nada além disso. Não foi muito impactante, quase não teve humor, pouco conhecemos dos personagens, mas a ação e os conflitos podem te prender na narrativa e fazer você ficar curioso de ler a continuação. Claro, isso se você gostar de obras de guerra^^.

  • A edição nacional

A edição nacional veio no formato 13,2 x 20 cm (novo padrão da editora JBC), com miolo em papel Lux Cream e capa cartonada simples, ao preço de R$ 24,90. É uma edição básica sem páginas coloridas ou detalhes adicionais.

A encadernação é boa, permitindo folhear e ler o volume sem qualquer problema, sem ouvir “estralos” e nem nada mais. Entretanto, ela não é daquele nível encontrado em Fruits Basket. Ou seja, não é extremamente maleável. Ainda assim, a encadernação é boa, ao estilo de outros títulos da editora.

Quanto ao texto, não encontrei erros de revisão grosseiros, apenas um ou outro problema de vírgula e uso de crase, que passará despercebido para muita gente. Entretanto, a obra não tem qualquer gargalo linguístico, sendo um trabalho bem eficiente da JBC permitindo a leitura de modo fluído.

  • Conclusão

O primeiro volume de A Heroica Lenda de Arslan apresenta já a tônica da história, mas ainda assim ele é muito insipiente, não conseguindo se destacar de outras obras de ação e sendo apenas normal. Talvez você leia e não se interesse tanto, talvez você goste bastante e se sinta intrigado com a continuação.

Apesar disso, a obra melhora bastante posteriormente, com mais passagens de humor e tramas políticas. Nos volumes subsequentes a trama verdadeiramente aparece, a ação se desenvolve e você não conseguirá parar de ler, querendo conhecer toda a história.

Então, se você gosta de obras de ação e aventura que se focam em guerras entre nações, com estratégias e lutas, pode comprar sem medo A Heroica Lenda de Arslan, pois há grandes chances de você gostar.

  • Ficha Técnica

Título Original: アルスラーン戦記
Título NacionalA Heroica Lenda de Arslan
Autor: Hiromu Arakawa
Tradutor: Naguisa Kushihara
Editora: JBC
Dimensões: 13,2 x 20 cm
Miolo: Papel Lux Cream
Acabamento: Capa cartonada simples
Classificação indicativa: 16 anos
Número de volumes no Japão: 12 (ainda em publicação)
Número de volumes No Brasil: 2 (ainda em publicação)
Preço: R$ 24,90
Onde comprarAmazon / Submarino

2 Comments

  • Fushi

    Esse eu tenho o interesse de aquirir pelo que vi no anime,não é lá uma prioridade já que estou mais interessado no que ocorre no ”pós anime”,porém se no ”aniversário” da amazon(em fevereiro) o preço cair para uns 16-18 reais bem capaz de decidir colecionar logo todos os vols.

  • Warick

    Não vai ter retrospectivas sobre databook,artbook manhua e afins?

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