A publicação ocidental de “Fly – O Pequeno Guerreiro”

O mangá que ainda está inédito no Brasil

Quem era criança nos anos 1990 deve ter se deparado em algum momento da vida com a animação Fly – O Pequeno Guerreiro, que passava nas manhãs do SBT na mesma época de Dragon Ball, Guerreiras Mágicas de Rayearth e Street Fighter II, durante o boom de animações japonesas que invadiram a televisão brasileira após o sucesso de Cavaleiros do Zodíaco na Manchete.

Era um dos animes mais queridos (embora muita gente confundisse o Fly com o Goku) e mesmo quem não gostasse muito ficava com música de abertura na cabeça^^.

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Com o nascimento do mercado de mangás no Brasil, no fim do ano 2000, vários títulos cujos animes passaram nos anos 1990 começaram a ser licenciados em nosso país, porém Fly não veio e ainda permanece inédito até hoje. Supostamente, não estava sendo possível licenciar o mangá nos últimos anos porque existiriam entraves jurídicos entre Shueisha e Square Enix, mas ninguém sabe se isso é verdade ou não. O ponto é que, em outros tempos, o mangá saiu em outros países, sim e é isso o que iremos ver hoje.

Chamado originalmente de Dragon Quest – Dai no Daibouken, o mangá é de autoria de Riku Sanjo e Koji Inada e foi publicado no Japão entre 1989 e 1996 nas páginas da revista Weekly Shonen Jump, da editora Shueisha, sendo concluído em um total de 37 volumes. No ocidente, apareceu pela primeira vez na Espanha em 1993 e pela última vez na França em 2007. Veremos a seguir em mais detalhes.


ESPANHA


Na Espanha, o mangá chegou com o título de Las Aventuras de Fly e foi publicado por lá pela Planeta DeAgostini a partir de 1993. Nessa época, o comum era pegar as obras japonesas e “espelhar”, fazendo com que eles deixassem de começar “do final” e tivessem o sentido de leitura que as pessoas estavam acostumadas no ocidente.

Com Fly aconteceu exatamente assim. Além disso, a publicação seguiu aos moldes de revistinhas, com 48 páginas por edição. Saíram 50 ao todo, terminando em julho de 1996. Essas revistas compreenderam apenas os 13 primeiros volumes da obra, o que fez o mangá ficar incompleto no país e ele nunca retornou até o presente momento.

Apesar disso, atualmente, está em publicação na Espanha o mangá Beet, The Vandel Buster, creditada à mesma dupla que fez Fly, O Pequeno Guerreiro. Além do mais, outras obras da franquia Dragon Quest, feita por outros autores, também saíram no país.


ITÁLIA


Na Itália, o mangá começou a ser lançado em 1997 pela editora Star Comics, chamando-se por lá de DAI – La Grande Avventura. A publicação seguiu até abril de 2002, sendo concluído em um total de 54 volumes. Essa edição italiana inicialmente começou compilando menos páginas por edição do que o original japonês. Entretanto, a partir de um certo momento a editora resolveu aumentar o número de páginas e do número 49 (equivalente ao 32 original), cada número italiano passou a ser editado conforme o japonês.

Em novembro de 2002, a Star Comics iniciou uma segunda publicação italiana, dessa vez seguindo fielmente o número de volumes originais, porém as vendas ficaram aquém do esperado e apenas sete volumes foram publicados, tendo a publicação encerrada em maio de 2003. O mangá jamais retornou depois disso.

Entretanto, obras da franquia Dragon Quest continuaram a aparecer na Itália e a própria Star Comis tem publicado mangás da série, como o Dragon Quest: L’emblema di Roto.


MÉXICO


No México, o mangá foi publicado pela editora VID com o título de Dragon Quest – Las Aventuras de Fly e conseguiu sair por inteiro no país, sendo até hoje a primeira e única edição em língua espanhola completa e a primeira e única das Américas como um todo.

O mangá saiu no México entre 2005 e 2008 respeitando o número de volumes originais, dando um total de 37 edições. A editora VID hoje não existe mais e atualmente o mercado mexicano só possui a Panini e a Kamite e nenhuma delas republicou a obra até o momento.


FRANÇA


O maior mercado de mangás impressos do ocidente, a França, foi o único país a ter duas publicações de Fly a serem lançadas e completadas. A primeira publicação começou em 1996 pela editora J’ai Lu, terminando no volume 37 em agosto de 1999. Nessa versão o mangá chamava-se apenas Fly.

A segunda versão começou muitos anos depois, em 2007, por outra editora, a Tonkam. Nessa nova edição, o mangá se chamou Dragon Quest – La quête de Dai, e foi publicado regularmente até 2013, também concluído em 37 volumes.

Desde que a segunda publicação francesa se iniciou, nenhuma outra editora ocidental licenciou a obra.


Esses são os países em que conseguimos descobrir que o mangá saiu. Pode ter saído na Hungria? Na Bielorrússia? No Liechtenstein? Em Monte Negro? Pode, mas aí seria bem difícil para a gente descobrir. Focamos nos países mais conhecidos e que têm um mercado de mangás consolidado.

Será que um dia esse mangá aparece no Brasil? A gente quer muito…

5 Comments

  • Rogério Alves da Cruz

    Pipoca e Nanquin disseram este ano em um de seus vídeos que pensam em trazer Dragon Quest ,que seria um sonho para eles, quem sabe ?

  • DNL

    Aproveitando o post para dizer que amo o site. Obrigado pelo trabalho! 🙂

  • R

    Espero que um dia venha para o Brasil.
    OFF: Kyon, você sabe dizer até qual Saga o DRAGON BALL – EDIÇÃO DEFINITIVA da Panini vai adaptar? Se vai até a Saga DB Z? E se existe uma do GT?
    Li o tópico que você criou, e ali diz que vai ser igual ao Japonês com 34 volumes, mas não encontrei a informação de até qual Saga esses volumes cobriram. Se puder informar, agradeço.
    Desculpe incomodar.

    • “Dragon Ball Edição Definitiva” não é uma adaptação^^. Ele é uma nova edição do mangá original em que os 42 volumes originais foram reagrupados em 34. Então ele vai cobrir o mangá inteiro e todas as sagas de Dragon Ball estarão presentes. Começa com Goku ainda criança quando ele conhece Bulma e termina após a derrota de Majin Boo.

      Sobre “Dragon Ball Z”, não existe no mangá. Existe essa confusão porque na primeira versão da Conrad ela chamou uma parte de Dragon Ball de Dragon Ball Z por causa do anime, que tinha esse nome e estava fazendo muito sucesso na televisão brasileira.

      Já Dragon Ball GT não é Dragon Ball, é apenas uma obra derivada feita a partir dele. Eu realmente não sei se existe uma quadrinização no Japão. Talvez exista um anime-comic, mas de verdade eu não sei, ficarei devendo isso.

      (Obrigado pela pergunta, vou editar a página de Dragon Ball para as coisas ficarem mais claras^^).

  • Vi o filme recente de Dragon Quest da Netflix e me deu uma nostalgia de Fly. Eu compraria o ebook se saísse por aqui.

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