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Comentando os mangás anunciados no Anime Friends 2019

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Muitos títulos novos foram anunciados, mas será que valem a pena?

Durante o Anime Friends 2019, realizado entre os dias 12 a 14 de julho na cidade de São Paulo, oito títulos foram anunciados pelas editoras brasileiras, 4 pela Panini, 3 pela NewPOP e 1 pela JBC. Viemos relembrar os títulos e comentar um pouco sobre eles, falando o que iremos e o que não iremos comprar.

Creio que a série Monogatari, de NisiOisiN, dispensa apresentações. Desde que a primeira adaptação em animê foi exibida no Japão em 2009, a série começou a se tornar conhecida em todo o mundo e muita gente a idolatra hoje em dia. Para quem não sabe, a obra é originalmente uma light novel que conta atualmente com mais de 20 livros, divididos em diversos arcos e o primeiro deles é Bakemonogatari, completo em dois volumes.

Capa francesa

A Panini anunciou apenas a adaptação em mangá de Bakemonogatari, feita por Oh! Great, o criador de Air Gear. Muita gente queria ver é a obra original sair no país, mas outros também ficaram felizes por ver os quadrinhos. Para quem é fã talvez seja a única chance de ter algo físico em língua portuguesa dessa obra. E para quem deseja a light novel original, a compra é meio que obrigatória. Não que o sucesso do mangá faça a obra original aparecer no país, mas o insucesso dele queima bastante o filme da franquia.

De minha parte não pretendo acompanhar esse mangá. Monogatari é uma daquelas séries que conheço bastante de ouvir falar (sei muita coisa sobre por já ter lido e visto vídeos falando dela), mas que ainda não tive a oportunidade de ver. O mangá poderia ser uma chance de verdadeiramente entrar de cabeça na franquia, mas adaptação de light novel sempre causa receio de que vai ser algo ruim (vide SAO – Aincrad e Re: Zero).

No entanto, o nome do responsável por ela – um mangaká importante como Oh! Great – coloca a obra num outro patamar, dando-nos a sensação de que deve ser uma boa adaptação. O motivo de eu não comprar, porém, é o de sempre, o preço. Ele custará R$ 22,90, começará a sair já em agosto, ganhando um volume novo a cada dois meses, o que é inviável financeiramente para mim neste momento. Se algum dia eu encontrar em algum sebo ou se houver alguma promoção na Amazon após o fim da publicação talvez eu compre. Por ora está descartado.

No Japão, o mangá está para acabar sua serialização na revista Weekly Shonen Magazine. Atualmente ele tem 5 volumes, com o sexto previsto para sair nesta quarta-feira.

Sinopse: Koyomi Araragi é um estudante especial: mordido por um vampiro, ele passa a lidar com habilidades extraordinárias que o tornam sensível a fenômenos sobrenaturais… Um dia, após um certo incidente, ele termina com sua colega de classe Hitagi em seus braços, porém, qual é a sua surpresa quando ele descobre que ela não pesa praticamente nada! Muito rapidamente, Koyomi percebe que uma entidade tomou posse da menina e que ele terá que ajudá-la…

Drifting Dragons é uma obra que tem se tornado um pouco conhecida nos últimos tempos, especialmente depois que foi divulgado que teria uma adaptação em animê para a Netflix. Com o mangá anunciado na Itália pela matrix da Panini na Napoli ComicCon, em Abril, resolvi dar uma olhada no título porque  achei interessante e o que li me agradou bastante. Foram só alguns capítulos, acho que o equivalente ao volume 1, e realmente gostei.

A história no início é bem simples, na verdade, com um pouco de ação, um humor aqui e ali e um protagonista amante de comida daqueles bem típicos que fazem de tudo para um bom alimento, no caso uma boa carne de dragão. É uma obra que agrada bastante, com sua leitura bem fluída em sua simplicidade. Recomendo de verdade.

Capa espanhola

Seria um título que eu iria acompanhar se custasse mais baixo ou tivesse uma periodicidade maior. Drifting Dragons terá o preço R$ 22,90 e será lançado um volume novo a cada dois meses, com o primeiro previsto para agosto. Assim como Bakemonogatari é inviável.

Se custasse menos, uns 15, talvez desse para equilibrar. Como isso não é algo possível nos dias de hoje, eu só conseguiria acompanhar se a periodicidade fosse semestral como é no Japão. Por lá só sai volume novo nos meses de novembro e maio. Foram 6 números até agora.

Como eu gosto da obra, a dica é óbvia, se você tem dinheiro sobrando pode comprar sem medo que provavelmente irá gostar.

Sinopse: Meio século se passou desde que a humanidade tomou os céus em busca dos ardilosos dragões, porém depois de todo esse tempo o navio voador Queen Zaza é um dos poucos caçadores de dragões ainda ativos. Buscando carne, óleo, entranhas e, às vezes, recompensas dadas pelo extermínio desses seres, cada membro da tripulação tem uma razão de estar à bordo. O que realmente excita Mika, no entanto, é provar a deliciosa carne desses imensos bichos! Comece uma viagem emocionante pelos céus cheios de aventuras e sonhos para descobrir!

Muito já ouvi falar de Jagan desde a época em que começou a sair no Japão, mas me pareceu meio esquecido com o tempo nas redes sociais. Nunca o li, porém, então não sei se ele é bom ou se é ruim. A única coisa que sei é que quem gosta de obras violentas deve amar esse título.

Capa italiana

Assim como os outros mangás da Panini custará R$ 22,90 e terá periodicidade bimestral, o que o torna inviável para mim, ainda mais que já começa em setembro. Então será mais um mangá que não conseguirei colecionar.

No Japão, o mangá ainda está em andamento, atualmente com 8 volumes.

Sinopse: Shintaro Jagasaki, um policial de plantão em uma pequena delegacia, está entediado com as perspectivas que o aguardam: casar-se com a garota com quem mora, talvez ter filhos, formar uma família… Mas quando, um dia, ele se vê ajudando em uma cena horrível, sua mão direita sofre uma mutação dramática. No meio da destruição e do desespero, um novo herói acaba de se revelar!

Basicamente minha experiência com jogo de luta é algum Mortal Kombat. Não me perguntem o número, pois eu não me lembro, já que faz mais de 20 anos que não jogo. Nunca joguei Street Fighter, mas vi o animê que passava no SBT nos anos 1990 e eu gostava muito. E essa é toda a minha experiência com esses “jogos clássicos” de luta. Então eu não conheço nada de The King of Fighters. Nada mesmo.

O anúncio de The King of Fighters – A New Beginning para mim, então, foi algo completamente aleatório que não me despertou nenhum sentimento, mais aleatório do que aqueles mangás que a NewPOP costumava anunciar em seu início.  Por conseguinte, não irei comprar.

Minha não-compra e meu desconhecimento, porém, não significa nada, dado que a franquia de jogos é muito famosa deve ter um público fiel que irá adquirir e o mangá tem tudo para ser um grande sucesso. No Japão, a obra ainda está em andamento, com 3 volumes até o momento, o último deles lançado em maio.

Sinopse: Kyo Kusanagi, Iori Yagami, K’, Ash Crimson e Shun’ei.! Descubra a história dos lutadores que queimaram as suas almas para se tornarem o mais forte de todos!. A lendário franquia que está reescrevendo a história dos jogos de luta, agora em mangá com direito à participação de todos os personagens mais notáveis lutando entre si em um torneio, começando pelo duelo entre Kyo e Iori.

Se você acompanha esse blog você já deve saber que gosto bastante de Re: Zero, sou assinante da light novel da NewPOP, já tenho todo o dinheiro do artbook guardado para quando a empresa o lançar, assisto o animê dublado na Crunchyroll sempre que possível, etc. Além disso, fico babando nas figures da série (apenas babando já que não tenho dinheiro para comprar) e obviamente também tenho o primeiro mangá lançado pela Panini, Re: Zero – Capítulo 1: Um dia na Capital.

Então é natural que eu compre esse novo também, Re: Zero – Capítulo 2: Uma Semana na Mansão. Embora eu não soubesse se a Panini iria lançar ele ou não, eu tinha começado a juntar para o caso de acontecer, portanto eu já tinha boa parte do dinheiro dedicado a ele guardado, então o preço (R$ 22,90) e a periodicidade (bimestral) não irão afetar minhas finanças. Ele começa a sair em agosto.

Capa francesa

Importante dizer que eu vou comprar porque eu estou fazendo coleção, eu sou um fã que quer ter tudo o que sair no Brasil, mas EU NÃO RECOMENDO OS MANGÁS DE RE: ZERO.  O Capítulo 1 é muito ruim. Daichi Matsuse não conseguiu pegar a essência da série, apresentando um mangá completamente sem emoção. Parecia que o autor apenas pegou um roteiro e foi fazendo ele, sem entender o que o criador da light novel queria passar. Por exemplo, os momentos de tensão, como as mortes do Subaru, foram totalmente sem sal, sem qualquer peso que deveriam ter.

Isso sem contar uma parte importante que foi simplesmente ignorada no mangá. O final do primeiro livro da light novel acontece uma certa coisa que será importante lá no livro quatro e essa parte é totalmente suprimida no mangá. Quando no terceiro arco em mangá (Re: Zero – Capítulo 3 – Truth of Zero, inédito no Brasil) isso for aparecer, será um claro erro de narrativa que teria sido evitado se houvesse mais cuidado com a adaptação. O que Tappei Nagatsuki preparou para o futuro da série foi simplesmente ignorado no mangá. Então, por tudo isso, você até encontra a história na versão em quadrinhos, mas não encontra Re: Zero nele. É uma outra coisa que pode até se assemelhar com Re: Zero, mas não é Re: Zero.

O Capítulo 2 é feito por outro artista, a mangaká Makoto Fugetsu (de Granblue Fantasy e Fireworks), e pelo pouco que vi nos sites piratas da vida há até uma certa melhora (só no capítulo zero, por exemplo, em que há uma recapitulação da primeira parte da história, ela consegue dar mais emoção do que o Daichi Matsuse em todo o primeiro mangá), mas não é tanto assim que me faça depositar confiança de que esse vai ser tão melhor assim. Espero estar enganado sobre esse segundo arco, mas eu realmente não acho que vale a pena ler os mangás. Para quem quer acompanhar a história de forma prazerosa o ideal é a light novel e, na falta dela, o animê (embora o animê também deixe de lado muitas coisas importantes). Esquece o mangá. Mangá é só uma propaganda para a light novel ou para fazer pessoas consumistas como eu gastar em séries muito ruins. Acontece…

Para terminar vale dizer, a título de curiosidade, que os mangás Capítulo 1 e Capítulo 2 foram publicados por editoras diferentes no Japão, o primeiro saiu pela Media Factory, o segundo pela Square Enix. O Capítulo 3 (ainda inédito no Brasil) saiu pela Media Factory novamente e pelo mesmo autor do Capítulo 1 (o que já nos dá medo). Vejam na imagem acima que existe uma diferença no logo (os em que estão escritos BG Comics, na parte de cima, são os mangás do Capítulo 2).

Sinopse: Depois de muito lugar contra o destino, Subaru Natsuki finalmente rompeu o ciclo de mortes e acordou na cama de uma mansão. Em sua nova estadia, ele conhecerá as empregadas Ram e Rem, a bibliotecária Beatrice e se tornará também um funcionário do local. Porém, quando tudo parecia calmo e ele tendia a ter um encontro com Emília, Subaru morre misteriosamente. Esse é o início de uma série de acontecimentos na mansão…

Quando foi divulgado que o mangá Sailor Moon ganharia uma versão digital simultaneamente em diversos países seguindo a versão Eternal Edition eu cheguei a pensar que seria muito legal se a JBC relançasse a obra de forma impressa também. Afinal o mangá foi um sucesso, então nada mais natural do que um relançamento. Porém, eu realmente não imaginava que isso fosse acontecer de fato. Uma coisa é ser algo natural, outra é esse natural se concretizar. Fui bastante surpreendido. Segundo a editora, a versão brasileira de Sailor Moon Eternal Edition será igualzinha ao original japônes, num formato maior e tudo mais.

Eu não gosto muito do mangá de Sailor Moon. Há uns momentos em que a obra brilha, é intensa, mas num todo ele pouco me apetece. Não digo que a obra é ruim, mas eu acho bastante chato, distando muito da versão em animê dos anos 1990. O Sailor V e o Sailor Moon – Short Stories me pareceram bem mais divertidos do que Sailor Moon, por seu caráter mais descompromissado.

Então, dado o que foi exposto não colecionarei Sailor Moon Eternal Edition. Devo comprar o primeiro volume para ter como item na coleção, assim como fiz com Cavaleiros do Zodíaco – Kanzenban e de  Dragon Ball Edição Definitiva, mas não mais do que isso. A versão anterior já me basta :).

SinopseUsagi é uma ginasial de 14 anos. Como muitas meninas de sua idade, é desastrada, distraída e um tanto preguiçosa. Em um encontro, aparentemente ao acaso, a jovem acaba conhecendo Luna, uma gatinha falante, e através dela descobre ser dona de incríveis poderes. Por conta disso, recebe uma grande missão! Agora ela terá de encontrar suas companheiras, descobrir se o misterioso homem mascarado que ela acha lindo é amigo ou inimigo e proteger uma princesa! Mas nada disso é tão difícil para ela quanto acordar cedo para ir à escola. Será que ela consegue?!

Space Battleship Yamato, de Leiji Matsumoto, é um dos clássicos japoneses da década de 1970, ainda hoje muito lembrado, e que os brasileiros conheceram por meio da animação, chamada por aqui de Patrulha Estrelar. Mas não é da minha época. Não lembro de ter visto nem nas reprises posteriores, então não tenho nenhuma ligação especial com esse título.

Em outros termos, o animê nunca me chamou a atenção, nunca senti a necessidade de ver ou conhecer. O mesmo vale para o mangá. Esse é um clássico que eu simplesmente não consigo ver como um título que iria me agradar. Em geral, quando anunciam um mangá clássico, meus olhos brilham e mesmo títulos que eu não conheço eu sinto vontade de conhecer. Esse, não.

Não sei se é bom, não sei se é ruim, então não posso recomendar nem des-recomendar. O fato é que eu não pretendo comprá-lo.

Sinopse: Um clássico está de volta! O ano é 2199… Como resultado de um ataque generalizado do poderoso reino de Gamilas, a Terra sofreu um dano irreparável e só restava um pouco mais de um ano até a sua extinção. E a única esperança para a perpetuação da espécie humana estava a 148 mil anos luz de distância: o encouraçado Yamato que rumava em direção ao Planeta Iscandar.

Deixamos de lado a ordem alfabética e colocamos Houseki no Kuni no final para fechar com chave de ouro. Provavelmente, dentre os títulos anunciados era a obra famosa mais inesperada de todas. Creio que ele não precisa de muitas apresentações, pois foi uma das adaptações em animê mais queridas do final de 2017.

Não conheço o mangá, não sei a dinâmica dele, não sei se é bom ou ruim, mas o animê, meu povo, é uma obra de arte. Possui uma inventividade daquelas que poucas vezes a gente vê e cria uma história que nos arrebata, com dramas e mistérios chocantes, por meio de uma história bem simples.

Se você olhar a superfície, a obra não apresenta nada demais com dois tipos de seres pós-humanos que estão lutando sem que um deles saiba exatamente o motivo para isso, entretanto há todo um background dos protagonistas, da questão da existência, do motivo para viver, o lugar no mundo que eles têm, que colocam a obra em outro patamar, que suscitam discussões interessantíssimas sobre aquelas formas de vida e sobre nós mesmos.

Eu espero que a NewPOP demore bastante para começar a lançar essa série, assim eu posso juntar dinheiro para conseguir comprar e, quem sabe, até fazer assinatura se a editora abrir um plano. Se o lançamento ocorrer em poucos meses,  terei que ir comprando devagar, mas é uma obra que estará na coleção, com toda certeza.

Pelo animê, eu recomendo dar uma chance ao mangá.

Sinopse: Em um futuro distante, uma nova forma de vida chamada de “houseki” nasce. Os 28 housekis devem lutar contra “tsukijin”, seres que vivem na lua que querem atacá-los e transformá-los em meras decorações; assim cada um tem um papel a ser exercido, seja na frente de batalha ou como curador. Embora Phos almeje lutar contra tsukijin, ela não nasceu com nenhum tipo de poder, isso até o diretor dos housekis pedir para a garota editar uma revista de história natural…?!

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