Mangá Aberto: “Anohana” (reimpressão)

Veja como está o mangá

Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.

A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do site o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a reimpressão do mangá Anohana: Ainda Não Sabemos o Nome da Flor que Vimos Naquele Dia, publicado no Brasil em junho de 2023 pela editora JBC.

Com este post você poderá ver o que tem de semelhante e diferente em relação à publicação original e poderá decidir se vale a pena trocar a edição antiga pela nova…


DETALHES SOBRE A OBRA


Anohana: Ainda Não Sabemos o Nome da Flor que Vimos Naquele Dia é um mangá de autoria de Mitsu Izumi e se trata de uma adaptação de um anime de mesmo nome, que foi ao ar no Japão entre abril e junho de 2011. O mangá teve seus capítulos pré-publicados na revista Jump SQ, da editora Shueisha, sendo posteriormente compilados em um total de 3 volumes.

No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora JBC no dia 16 de março de 2016 e foi lançado entre junho e outubro do mesmo ano. Agora em 2023, a obra foi reimpressa tendo uma mudança no papel utilizado no miolo do mangá. Todos os volumes saíram juntos no início de junho.


FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA


A reimpressão do mangá Anohana veio no formato 13,5 x 20,5 cm. Esse é o antigo formato padrão da editora JBC e que foi utilizado pela empresa na época do lançamento original. Isso significa que se você tem volumes aleatórios e deseja apenas completar a coleção, pode adquirir essa reimpressão sem problemas, pois ela tem o mesmo tamanho.

Para quem não conhece as dimensões, o mangá é do mesmo tamanho das reimpressões de Cardcaptor Sakura, Orange, Fairy Tail, Hunter x Hunter e NANA, que a editora fez nos últimos anos. É um tamanho um pouquinho maior do que os mangás básicos atuais da editora, mas menor do que edições especial como Neon Genesis Evangelion Collecor’s Edition.

Em termos de acabamento, ele é um mangá da linha dos básicos, então ele vem em capa cartão simples (não tendo sobrecapa, orelhas, etc). Já o papel utilizado no miolo não foi divulgado, mas aparenta ser o pólen. Ao todo são 212 páginas, todas em preto e branco.


CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA


A capa da reimpressão é rigorosamente a mesma capa da publicação original brasileira e a ilustração, por sua vez, também é idêntica à capa japonesa.

Em relação ao acabamento, como dito no tópico anterior, Anohana é um mangá da linha dos básicos, então ele possui uma capa cartão simples, não possuindo detalhes adicionais. Então se trata de um título comum, igual a maioria dos mangás publicados no Brasil.

2016 x 2023

A quarta-capa (a parte de trás do mangá) possui a mesma ilustração da capa, com a diferença de ter uma sinopse e o código de barras. As únicas mudanças entre a reimpressão e a edição original é a informação do site (antes era mangásjbc.com.br e agora é editorajbc.com.br) e a existência do preço na versão antiga.

Para quem é novo no colecionismo de quadrinhos japoneses, na época em que Anohana foi lançado originalmente no Brasil era comum que as editoras daqui repetissem a ilustração da capa na quarta-capa. Isso acontecia porque era bastante comum os jornaleiros exporem a parte de trás como se fosse a capa.

Acerca da informação do preço na edição antiga, Anohana era distribuído em bancas de revista, então era obrigatório. Hoje em dia, como os mangás são para livrarias e lojas especializadas, não há mais necessidade de se ter o preço estampado.

2016 em cima x 2023 em baixo

Para terminar, a lombada de Anohana é bastante simples, mas é agradável. Assim como a capa, a lombada também é idêntica à versão original de 2016.


CAPAS INTERNAS


De maneira geral, as capas internas de livros e mangás costumam ser brancas. Aqui no Brasil, porém, muitos mangás possuem alguma coisa nelas, coisas essas (que na opinião da pessoa que vos escreve) quase sempre dispensáveis ou que poderiam estar em outro lugar do mangá.

As capas de internas de Anohana são 50% assim (ou seja meio a meio). Em uma das capas internas do primeiro volume tem uma linda ilustração da Menma (uma das protagonistas do mangá), enquanto na outra tem apenas o título do mangá junto a algumas imagens. A ilustração da Menma talvez pudesse estar no miolo do mangá, mas entendo que seria problemático fazer assim, então colocar essa imagem na quarta-capa não foi uma ideia ruim, pelo contrário.

Agora a outra quarta-capa era dispensável, pois é a ilustração das flores da capa, juntamente com o título. Se fosse para ter alguma coisa, deixasse só as imagens. Ficaria melhor, mais bonito, mais limpo. Esse é um problema que se repete no volume 3, mas curiosamente não tem no volume 2, pois nele a editora teve duas imagens disponíveis para usar. Vejam as imagens a seguir:

Anohana #01
Anohana #01
Anohana #02
Anohana #02
Anohana #03

De todo modo, não acho que ficou ruim e tal. Apenas acho que ficaria realmente melhor sem o título, pois aí daria uma sensação de maior equilíbrio entre as duas capas internas, visto que em uma não tem nada escrito e na outra tem.


PAPEL E ACABAMENTO


O papel utilizado no miolo da reimpressão não foi revelado pela editora, mas ele aparenta ser o pólen, por seu tom mais amarelo creme. É o papel atualmente utilizado na maioria das obras da empresa. Em Anohana, eu achei o papel um primor de qualidade.

Eu costumo gostar do papel pólen, acho o melhor dentre os utilizados no Brasil atualmente, então – de modo geral – eu gosto do papel dos mangás da JBC, embora possa ter uma restrição aqui e outra ali. Em Anohana não tive nenhuma restrição quanto ao papel. Além de ser bom para a leitura e fazer a arte ficar impecável, não notei transparência nas páginas e nem nada. Se existe, é tão mínima que passa totalmente despercebida em uma análise a olho nu.

Foto com flash
Foto com flash

Importante destacar que o papel da reimpressão é nitidamente diferente da publicação original da JBC. Em 2016, a empresa utilizou o papel Pisa Brite (uma marca de papel jornal), que é um papel com um tom mais acinzentado, em comparação com o tom creme da versão atual. Vejam algumas comparações:

2016 em cima x 2023 em baixo
2016 em cima x 2023 em baixo
2016 em cima x 2023 em baixo

Particularmente – embora eu prefira o papel da reimpressão – eu gosto também do papel da edição antiga e acho que, passados sete anos, ele continua muito bom. Na minha edição o corte (as laterais dos mangás) ficou mais escuro com o tempo, mas o miolo está praticamente intacto, dando para ler como se o mangá fosse novo. Existe um amareladinho nas primeiras e últimas páginas, mas eles não atingem a história.

Quanto à encadernação, a da edição antiga era (e continua) muito boa, dando para folhear e ler o mangá sem problemas, sem perdas de imagem, sem ouvir “crec-crecs”, etc. Na reimpressão, a encadernação também está muito boa, talvez excelente, sendo bem mais suave o passar das páginas.

No todo, tanto o acabamento da edição de 2016, quanto a da reimpressão de 2023, representam um mangá da linha dos  básicos, porém está de bom tamanho e não há nada a reclamar: não tem páginas transparentes, a encadernação está boa, etc, etc, etc.


EXTRAS E PARATEXTOS


Praticamente não tem paratextos no mangás, mas temos alguns extras. No final dos volumes #01 e #02 há um conjunto de duas páginas mostrando uma prévia do que acontecerá no próximo número.

Já no início dos volumes #02 e #03 há uma apresentação dos personagens principais e da história.

Por fim, no final do volume #03 há um agradecimento da autora, além de uma galeria de ilustrações em preto e branco.

Tudo isso, se encontra na impressão original de 2016 também. A única mudança interna é a página de créditos, onde fica o expediente. A maior mudança é a inserção da ficha catalográfica, algo que não se colocava em 2016 e hoje todas as boas editoras colocam.


TEXTO


O texto de Anohana é muito bom, sendo bem traduzido e bem adaptado. Existem alguns japonesismos (uma frase de Naruto, por exemplo) que seriam difíceis de adaptar, mas a editora colocou notas de rodapé explicando. Assim, no todo, o texto é bem coeso, coerente e de fácil acesso a todos os leitores.

Agora falando de uma comparação e olhando por alto, o texto é o mesmo da edição de 2016, mas isso não significa que não tenham sido feito reparos e adaptações. Por exemplo, as notas de rodapé em que se falavam a cotação de um determinado valor foram atualizadas para os valores de 2023. Vejam a seguir:

2016 em cima x 2023 em baixo

 UMA CONCLUSÃO


A história de Anohana dispensa apresentações, sendo um um drama intenso sobre aceitar as perdas e seguir em frente. Eu gosto da narrativa, embora eu tenha algumas (muitas) restrições quanto ao motivo desencadeador da história e a idade dos personagens. Ainda assim, eu recomendo a leitura.

Quanto ao produto em si, creio que pelo texto já deu para perceber que eu recomendo a reimpressão. Apesar de ser da linha dos básicos, ele está muito bem feito e acho que é o com melhor acabamento dos últimos tempos (dos que não tem orelha, sobrecapa ou capa dura, obviamente). Então, se você não tem o mangá, pode ir sem medo.

Vale também a pena trocar a edição antiga pela nova? Particularmente – e de maneira geral – eu acho que não. Embora a reimpressão tenha um papel melhor e tal, o preço de todos os mangás do Brasil hoje em dia está muito alto, então a minha recomendação é guardar o dinheiro para outros títulos. Entretanto, se o financeiro não é um problema para você, aí eu acho que vale, pois você estará adquirindo um produto novo e com um papel melhorzinho.


Ficha Técnica


Título Original: あの日見た花の名前を僕達はまだ知らない。
Título: Anohana: Ainda Não Sabemos o Nome da Flor que Vimos Naquele Dia
Autor
: Mitsu Izumi
Tradutor: Naguisa Kushihara
Editora: JBC
Número de volumes no Japão: 3
Número de volumes no Brasil: 3
Dimensões: 13,5 x 2,5 cm
Miolo: Papel pólen (?)
Acabamento: Capa cartão
Páginas: 212
Classificação indicativa: Livre
Preço: R$ 37,90
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Quando era criança, Jinta Yadomi criou com os seus amigos o grupo Super Peace Busters.Ele era o líder e todos o chamavam de “Jintan”. Até que uma tragédia assola o grupo – a morte acidental de uma das integrantes, a Menma. O incidente leva ao desmembramento do grupo, e ao longo dos anos, os amigos acabam se afastando por completo.Só que um dia, sem mais nem menos, Menma, que deveria estar morta, surge no quarto do Jintan! Será uma sósia…? Uma fantasma…? Qual a razão do “retorno” da garota?! 


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