Veja como está o mangá
Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.
A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a reimpressão da edição brasileira de Orange, lançada pela JBC em maio de 2023.
Com esta postagem você poderá saber em detalhes as semelhanças e diferenças entre essa publicação e a edição anterior e saber se está melhor, pior ou igual.
DETALHES SOBRE A OBRA
Orange é um mangá de autoria de Ichigo Takano e ele começou a ser lançado no Japão em 2012 na revista de mangás shoujos Betsuma, da editora Shueisha. Por razões nunca explicadas de forma conclusiva, porém, o mangá parou de sair após dois volumes publicados.
Tempos depois, a autora firmou contrato com a editora Futabasha e o mangá retornou dessa vez na revista de mangás seinens Mangá Action. Os volumes já lançados foram republicados, com novas capas, e a história prosseguiu até ser concluída em 5 volumes, o último lançado em novembro de 2015. Posteriormente, Takano começou a escrever histórias extras e essas renderam mais dois volumes, um publicado em maio de 2017 e outro em abril de 2022, encerrando a série, de vez, em sete números.
No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora JBC no dia 19 de julho de 2015, durante a mesa redonda das editoras no Anime Friends e ele começou a sair em outubro do mesmo ano. A editora completou a obra em março de 2016, com o lançamento do quinto volume . O sexto saiu em abril de 2018.
Com o mangá esgotado, a JBC anunciou uma reimpressão de todos os seis volumes como preparação para a publicação do recente volume 7. No momento em que esta postagem vai ao, as lojas receberam apenas os dois primeiros números.


FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA
A reimpressão de Orange veio no formato 13,5 x 20,5 cm. Esse é o mesmo tamanho da época em que foi lançado originalmente no Brasil, então quem tem volumes antigos aleatórios e só precisa tapar os buracos conseguirá fazer isso com essa reimpressão sem problemas, pois eles não vão destoar em tamanho na estante.
Esse tamanho era o que a JBC usava como padrão na maioria de seus títulos até 2018. Ele é um pouco maior do que os mangás da Panini e os atuais da própria JBC, mas é menor do que edições especiais como Neon Genesis Evangelion Collector’s Edition e Soul Eater Perfect Edition.
A reimpressão veio em capa cartão simples (sem orelhas e sem sobrecapa), assim como era na publicação original, com miolo em papel offset, também como era na publicação original. Ao todo são 224 páginas, todas em preto e branco.
CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA
A capa da reimpressão de Orange é rigorosamente a mesma da publicação original de 2015 e segue a mesma ilustração da versão japonesa da editora Futabasha. A versão local, porém, é mais bonitinha, por ter menos texto na capa e ter alguns milímetros a mais de imagem do que a edição japonesa. É uma capa muito bonita realmente.
Em termos de acabamento, ela é cartão simples, como a maioria dos mangás publicados no Brasil, não tendo nada adicional (orelhas, sobrecapa, verniz localizado), então é uma capa com acabamento comum, sendo um mangá da linha dos básicos.
Assim como na publicação de 2015, a imagem da capa é contínua e ela perpassa e lombada e chega na quarta-capa (a parte de trás do mangá). A lombada é bem simples, mas também fica bem bonita por causa da ilustração.
Em 2015, quando Orange saiu pela primeira vez do Brasil, ainda era comum que as editoras daqui repetissem a ilustração da capa na quarta-capa, visto que muitas bancas de revistas faziam a exposição do mangá pelo lado errado. Orange não era um desses casos, pois o sistema de ilustração contínua fazia com que a imagem formasse realmente uma outra capa, também belíssima.
A quarta-capa da reimpressão em si possui algumas diferenças em relação à publicação original. Na versão de 2015, ao final da sinopse vinha a informação de que o mangá era completo em 5 volumes (na época era isso mesmo), mas na reimpressão essa informação foi tirada. Além disso, no código de barras da edição de 2015 vinha o preço do mangá (ele era vendido em bancas de revista, então precisava disso), mas na reimpressão não há mais isso.


CAPAS INTERNAS
As capas internas da reimpressão de Orange são idênticas às da publicação original de 2015, ambas são brancas sem qualquer coisa nelas. Como eu já disse em outras postagens dessa coluna, eu não vejo problemas e, na verdade, prefiro que seja assim.
PAPEL E ACABAMENTO
O papel utilizado no miolo do mangá é o offset. Trata-se de um papel branco muito utilizado em cadernos e em alguns livros e mangás no Brasil. Existem offsets que são mais grossos e outros que são mais finos, e o da reimpressão de Orange faz parte desse último grupo, o mesmo utilizado na publicação de 2015.
Por causa disso, quando o mangá foi lançado anteriormente pela JBC, os consumidores reclamaram bastante da alta transparência do papel. Era uma transparência que incomodava muitas pessoas por ser mais presente do que em outros títulos.
Apesar de o papel ser o mesmo, nesta reimpressão sinto que a transparência está menos acentuada, dando uma sensação de leitura mais prazerosa. Entretanto não se trata de uma diferença que valha a troca da versão antiga pela nova, pois a olho nu pode parecer imperceptível. Vejam a seguir algumas comparações das duas versões:


A encadernação do mangá é boa, permitindo folhear e ler o mangá sem qualquer “engasgo”. No todo, o acabamento do mangá é ok. Não é aquela edição lindona para se elogiar e elogiar, mas também não é para se criticar tanto. É uma edição padrão, comum.
TEXTO
Como se trata de uma reimpressão, não houve uma nova tradução, então o texto da versão de 2015 é o mesmo de 2023. Não cheguei a fazer uma análise página a página, então não sei se houve alguma mudança (talvez a versão de 2015 tivesse algum erro que foi corrigido agora, por exemplo), mas numa olhada por cima, me pareceu realmente o mesmo texto em ambas as versões.
Eu gostei do texto do mangá, ele é bem traduzido e adaptado, de modo que mesmo uma pessoa que nunca pegou um mangá na vida poderá ler sem sentir perdido com expressões japonesas. Existem algumas coisas que precisaram de notas de rodapé, pois não são de conhecimento corrente para não moradores do Japão, mas no todo é um texto bem redondinho, feito para todo e qualquer leitor.
De mais a mais, os demais detalhes editoriais são todos bons. Não encontrei erros de revisão, o letreiramento está bem feito, as fontes estão bem dispostas nos balões, e os elementos de texto (cartas e bilhetes) estão todos traduzidos. Só não há tradução de coisas menores, como capas de livros, mas a editora coloca notas de rodapé para elas. Então eu acho que está muito bom.
Se eu fosse fazer uma crítica, eu diria que tem, justamente, notas de rodapé demais, com a editora colocando algumas até para informar, por exemplo, que no Japão os próprios alunos limpam a sala de aula. No meu entender não é algo que precisasse, mas compreendo a intenção da editora de – como eu disse acima – deixar o texto bem redondinho para todo e qualquer leitor.
EXTRAS E PARATEXTOS
Além da história principal de Orange, os cinco volumes iniciais da série possuem uma história extra chamada Haruiro Astronaut – Astronauta Cor-de-Primavera. No volume 1 você encontra o primeiro capítulo dessa história.
Acerca dos paratextos, nesse números inicial presentes são uma fala da autora nas últimas páginas, além de um quadrinho, também da autora, onde ela explica e agradece o retorno de Orange por outra editora.
Em termos editoriais, a única mudança significativa foi a inserção da ficha catalográfica (Em 2015, não era comum mangás terem ficha catalográfica, hoje todas as boas editoras colocam), mas houve mudanças também no expediente (as pessoas que trabalham na editora e na obra).

UMA CONCLUSÃO
Pois bem, a história de Orange é bem conhecida, com a protagonista recebendo uma carta dela mesma do futuro e dizendo coisas que ela deveria fazer para salvar a vida de um amigo. É uma história escolar de romance e drama, daqueles intensos que podem fazer você chorar já no primeiro volume!!!. Existe um problema no final da série regular que deixa o todo da narrativa meio “sei lá”, mas a parte de drama é realmente ótima e vale a pena.
Acerca da reimpressão, ela é para quem ainda não tem coleção, pois – como mostrado no texto – ela é igual à edição original de 2015. Então quem já tem os seis volumes originais só precisa esperar o lançamento do volume #07 para concluir a coleção de vez.
Para quem não tem a série, acho que vale adquirir, sim. O preço – como todos os mangás atualmente – pode ser impeditivo, mas os descontos de lojas ajudam. E como é uma série curtinha dá para ir comprando aos poucos sem medo de que esgote rapidamente.
Ficha Técnica
Título Original: Orange (オレンジ)
Título: Orange
Autor: Ichigo Takano
Tradutor: Naguisa Kushihara
Editora: JBC
Número de volumes no Japão: 7 (Completo)
Número de volumes no Brasil: 6 (ainda em andamento)
Dimensões: 13,5 x 20,5 cm
Miolo: Papel offset
Acabamento: Capa cartão
Páginas: 224
Classificação indicativa: 14 anos
Preço: R$ 37,90
Onde comprar: Amazon
Sinopse: Na primavera do segundo ano do colégio, chega uma carta vinda de dez anos no futuro. Nela, estava contido o desejo da Naho de 26 anos para a Naho de 16 anos, dizendo para ela “não passar pelos mesmos arrependimentos que eu passei”. E a Naho adolescente vai descobrir que o “arrependimento” é em relação ao Kakeru Naruse, o aluno novo que é transferido de Tóquio e o motivo da Naho adulta ter escrito a carta!
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