Veja como está o mangá
Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.
A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a edição brasileira de As Memórias de Vanitas, mangá lançado no Brasil pela editora Panini em março de 2023.
DETALHES SOBRE A OBRA
As Memórias de Vanitas é de autoria de Jun Mochizuki (mesma autora de Pandora Hearts) e começou a ser lançado no Japão em dezembro de 2015 na revista Gangan Joker, da editora Square Enix, e ainda está em andamento, atualmente com 10 volumes já lançados. A obra ganhou uma adaptação em anime que foi ao ar entre 2021 e 2022.
No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora Panini no dia 4 de dezembro de 2022, durante o painel da editora na CCXP. Ele começou a ser lançado no final de março de 2023 e a previsão é de que ele ganhe um volume novo por mês até alcançar a publicação japonesa.
FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA
A edição brasileira de As Memórias de Vanitas veio no formato 13,7 x 20 cm. Para quem não conhece as dimensões, trata-se do tamanho padrão da maioria dos mangás da editora Panini. Então se você tem algum mangá da empresa provavelmente ele é do mesmo tamanho.
A obra vem em capa cartão simples (sem orelhas, sem sobrecapa) e o papel utilizado no miolo é o offwhite. Ao todo são 242 páginas, sendo duas delas coloridas em papel couchê.
CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA
A capa da edição brasileira segue a mesma ilustração da versão japonesa. A diferença é que na versão japonesa os textos (nome do mangá e da autora, por exemplo) são encaixados nos lados, enquanto na brasileira eles ficam na parte de baixo.
Em termos de acabamento, a capa é cartão simples (sem sobrecapa, sem orelhas, sem verniz localizado, etc), sendo igual a maioria das publicações brasileiras. Ou seja, é um mangá com uma capa padrão.
A quarta-capa possui algumas outras ilustrações, além de uma pequena sinopse sobre a obra. Não chega a ser uma quarta-capa bonita, mas também não é feia. Já a lombada é bem jeitosinha, com uma predominância de azul na parte inferior muito legal, que contrasta bem com o branco da parte superior.
CAPAS INTERNAS
As capas internas possuem alguns desenhos em cor azul, juntamente com quadrinhos e uma mensagem da autora. Provavelmente são extras que estavam na capa original japonesa, abaixo da sobrecapa. Como a versão brasileira não tem sobrecapa, a editora deve ter optado por colocar nas capas internas.
PAPEL E ACABAMENTO
O papel utilizado no miolo é o offwhite. Trata-se de um papel de cor creme usada pela Panini na maioria dos seus mangás desde a segunda metade de 2018. É um papel bom para a leitura, mas muita gente não gosta do seu aspecto. De minha parte, achei bom o papel de As Memórias de Vanitas, embora tenha um pouco de transparência aqui e ali.
O offwhite, no entanto, é usado apenas nas páginas em preto e branco, mas Vanitas possui duas páginas coloridas, estas publicadas em papel couchê (um papel mais liso e brilhoso comumente usado nas paginas coloridas). É um papel bom, mas nesse mangá fica meio “amassado” nos cantos por ser apenas uma folha.
Sobre o acabamento geral do mangá, ele é ok. A encadernação é boa, permitindo ler e folhear o mangá sem qualquer “engasgo”, e – como dito mais acima – a capa é padrão. Ou seja, trata-se de um mangá da linha dos básicos.
TEXTO
O texto de As Memórias de Vanitas é muito bom. Ele possui uma boa tradução e adaptação, sendo bastante coerente coeso, de maneira que a leitura consegue fluir muito bem. É um daqueles títulos que qualquer leitor pode pegar para ler, mesmo que não tenha qualquer conhecimento sobre o Japão.
As únicas palavras estrangeiras no texto são em francês (a obra se passa na França e a autora optou por colocar algumas frases nesse idioma), mas em todas a editora colocou uma nota de rodapé, explicitando para o leitor o que estava sendo dito.
Não notei erros de revisão e os demais aspectos de texto (o letreiramente, a fonte dentro dos balões, etc) também me pareceram sem qualquer problema. No todo, então, a parte textual do mangá está perfeita.
PARATEXTOS
Paratextos são itens que estão além do texto. Ou seja, os comentários de autores, glossários, dentre outras coisas. Nesse mangá, além das notas de rodapé da edição brasileira, tivemos os agradecimentos da autora e uma palavra dela falando sobre o mangá.
As artes das capas internas – mostradas antes – também fazem parte dos paratextos desse mangá.
A HISTÓRIA E UMA CONCLUSÃO
O mangá acompanha um vampiro que decide ir a Paris procurar por um livro chamado “Livro de Vanitas”. Lá, porém, ele se depara com um sujeito chamado justamente Vanitas, que teria recebido o tal livro diretamente do Vanitas original (conhecido como Vampiro da Lua Azul). Esse novo Vanitas é um humano e sua missão é curar vampiros que tenham se descontrolado por estarem sendo vítimas de uma maldição. O protagonista, Noé, decide então ficar por perto do rapaz…
De uma maneira geral, esse primeiro volume é um tédio. A obra é um mangá de fantasia com aventura e mistério e umas pitadas de humor aqui e ali. Apesar do humor ter me agradado um pouco, não consegui me conectar com os personagens e com a história contada, de modo que as páginas passavam e eu não aguentava mais ler.
Muitas coisas acontecem, muitas coisas são ditas, mas a obra não passa emoção e não nos dá proveito. Não sei qual é exatamente o ponto, mas a autora parece construir a história de um jeito não cativa o leitor imediatamente.
Talvez eu decida ver o anime por inteiro, talvez eu dê uma chance para o volume #02, mas nesse primeiro momento, eu não gostei mesmo. Então eu não recomendo esse mangá… pelo menos por enquanto.
Ficha Técnica
Título Original: ヴァニタスの手記
Título: As Memórias de Vanitas
Autor: Jun Mochizuki
Tradutor: Eliana Takara
Editora: Panini
Número de volumes no Japão: 10 (ainda em andamento)
Número de volumes no Brasil: 3 (ainda em andamento)
Dimensões: 13,7 x 20 cm
Miolo: Papel offwhite
Acabamento: Capa cartão
Páginas: 242
Classificação indicativa: 16 anos
Preço: R$ 37,90
Onde comprar: Amazon / Loja da Panini
Sinopse: Paris, final do século XIX. Há muito tempo, vampiros foram banidos da convivência social, sendo-lhes proibido atacar seres humanos. Mas nem todos se foram, muitos levam uma vida discreta, imiscuindo-se entre as pessoas. Do interior da França, Noe, um jovem vampiro é convocado por seu mentor a visitar Paris para avaliar o chamado “Livro de Vanitas”. Segundo relatos antigos, trata-se de um objeto amaldiçoado criado pelo vampiro nascido sob a lua azul, Vanitas, que, rejeitado por todos os outros vampiros, jura um dia acabar com a raça deles, como vingança. Num incidente dentro do dirigível rumo a Paris, Noe acaba conhecendo um jovem e excêntrico médico humano que se auto apresenta como legatário do nome e da memória do temível Vanitas. Ele declara ter a intenção de curar os vampiros amaldiçoados para, assim, salvar a espécie vampira da extinção; paradoxalmente, o instrumento utilizado para o suposto tratamento é o “Livro de Vanitas”. Intrigado, Noe passa a acompanhar o médico Vanitas. Mas estará mesmo falando a verdade ou um plano secreto se articula ardilosamente nas sombras…!?
NOS SIGA EM NOSSAS REDES SOCIAIS