Mangá Aberto: “Os Gatos do Louvre”

Veja como está o mangá

Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.

A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a edição brasileira de Os Gatos do Louvre, mangá publicado no Brasil pela editora JBC no fim de novembro/início de dezembro de 2023.


PEQUENAS INFORMAÇÕES SOBRE A OBRA


Os Gatos do Louvre é um mangá de autoria de Taiyo Matsumoto e foi publicado no Japão entre 2016 e 2017 na revista Big Comic Original, da editora Shogakukan, sendo concluído em um total de 2 volumes, os dois sendo publicados no mesmo dia.

A obra faz parte de uma parceria da editora japonesa com a editora francesa Futuropolis que convidou diversos autores mundo à fora para realizar obras tendo como pano de fundo o famoso museu do Louvre. O primeiro volume francês saiu poucos dias depois do lançamento japonês, enquanto  o segundo só saiu meses depois.

O mangá foi anunciado no Brasil pela JBC no dia 8 de março de 2023, durante uma live para o canal Fora do Plástico. O lançamento ocorreu no final de novembro, especialmente para a CCXP.


FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA


A edição brasileira veio no formato 15 x 21 cm (semelhante a Black Paradox, Diário dos Gatos, Banana Fish, Paradise Kiss, dentre outros, sendo ligeiramente maior que os mangás comuns da JBC e da Panini), com capa cartão com orelhas e um papel de muito boa qualidade.

O mangá possui 240 páginas (sendo 8 coloridas) no primeiro volume e 200 (sendo 4 coloridas) no segundo. Os volumes são bem feitos, com bom acabamento, maleável, sendo bastante confortável para a leitura.


CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA


As capas da edição brasileira seguem as mesmas imagens das capas originais japonesas (as capas francesas são diferentes), com a única diferença sendo o logo da editora e o idioma. Particularmente achei o detalhe do gatinho junto ao título do mangá muito bonito na edição nacional, ficando bem melhor que o original.

Capas japonesas


Em termos de acabamento, a capa tem alguns detalhes que não dá para mostrar 100% por fotos (e outro que não dá para mostrar mesmo). Para começar, o título do mangá tem um hot stamping prateado que dá um destaque muito bonito ao mangá.

Não dá para mostra isso por fotos corretamente, pois elas acabam deixando com um aspecto um pouco diferente determinadas partes, mas pessoalmente é muito lindo, garanto.

Outro detalhe é que o acabamento da capa é diferente de outros mangás. Ela é uma capa cartão como outros títulos, mas o toque dela é diferente e não sei passar bem em palavras essa diferença, talvez meio áspero, parecido com o de algumas agendas.

Esse acabamento diferenciado é – segundo uma das funcionárias da JBC disse – para lembrar a textura de uma tela de pintura. Eu não sei como é uma tela de pintura, mas eu gostei do toque do mangá.

Na quarta-capa do mangá temos os elementos básicos (logo da editora e código de barras) juntamente com o logo do Museu do Louvre e da editora francesa. Temos também o título do mangá, nome do autor, número do volume e a sempre importante sinopse. Achei toda a composição dos dois volumes muito bonita.

Em relação ao acabamento, ele é o mesmo da capa, o único diferencial é não ter hot stamping no título do mangá, daí o fato de ele estar em uma cor diferente.

A lombada, por sua vez, é simples, mas bastante bonita. O título tem o hot stamping e a cor diferenciada no logo da editora dá um charme extra.


CAPAS INTERNAS


As capas internas são coloridas, uma em cor laranja (volume 1) e uma em cor azul (volume 2). Em uma das capas internas há a imagem de um gatinho, enquanto na outra tem a repetição do título e o número do volume.

Achei as cores bonitas, acho que deram um charme a mais aos mangás, mas ter o título me desagrada, por ser inútil (já tem o nome na folha ao lado). Deixasse apenas o gatinho ficaria mais harmônico ao meu ver.


PAPEL DO MIOLO


A JBC não divulgou o papel usado no miolo do mangá, mas se trata de um papel de excelente qualidade e boa gramatura. Aparenta ser o Pólen Bold 90g por ser similar a mangás que o utilizam, com os da Pipoca & Nanquim e alguns da própria JBC, como o Soul Eater Perfect Edition.

Considero, então, um papel muito bom, tanto para as páginas em preto e branco, quanto para as coloridas. Acho que é um papel perfeito para a leitura e com uma ótima qualidade de impressão.


ACABAMENTO GERAL


Embora não tenha miolo costurado, o acabamento do mangá é muito bom, com uma excelente encadernação, não existindo nenhum problema de maleabilidade.

Para além disso, como dito antes, o papel é de excelente qualidade e a capa cartão tem um aspecto diferenciado dos demais mangás publicados no Brasil. Fora isso, também vale dizer que ele tem orelhas, o que dá uma sensação de acabamento mais robusto ao produto.


DETALHES EDITORIAIS


O mangá segue o mesmo padrão da JBC que a gente conhece com uma tradução e uma adaptação muito boas, tendo um texto bem localizado para a língua portuguesa. Então se você conhece alguém que nunca leu um mangá e desejaria indicar uma obra, esse é um daqueles perfeitos, pois ela só precisará se acostumar com a ordem de leitura.

Em relação às onomatopeias, a editora segue o de costume, mantendo o original japonês e colocando uma legenda com a tradução em algum lugar próximo.


A HISTÓRIA E UMA CONCLUSÃO


Do que trata esse mangá? Bem, o título é autoexplicativo, ele fala dos gatos do Louvre^^. Bem, vamos por partes. O mangá se passa no Louvre e tem dois grandes focos, os humanos e os gatos. Os humanos principais são Cecile, guia do Museu, e Marcel, um vigia noturno do mesmo lugar, e ambos acabam tendo contato com os gatos que vivem escondidos no local, supostamente desde muito tempo atrás. Do lado dos gatos o principal é o branquinho (como é chamado pelos humanos) ou filho da neve, um felino que parece deslocado dos outros gatos e está sempre apreciando os quadros do museu.

Assim como outras obras que se passam no local, Os Gatos do Louvre mistura realidade e fantasia, mostrando as belezas do museu, o fascínio que ele têm, sua unicidade, ao mesmo tempo em que apresenta uma história alegórica ou fantasiosa. Na obra, o cerne é a existência de uma “voz” dentro dos quadros do Louvre e que chamaria os seres que não se adaptam muito bem ao mundo normal.

Nisso, Marcel conta que no passado sua irmã desapareceu no museu tendo indo parar dentro de uma das pinturas. Cecile, que andava meio enfadada com seu emprego, acredita nas palavras do homem e decide ajudá-lo a encontrar o quadro em que supostamente a irmã dele estaria. No meio disso, Marcel percebe que o gato branquinho parece ser do mesmo jeito que sua irmã, conseguindo adentrar o mundo dos quadros…

A obra é bem terna e calma, de uma leitura rápida, e que nos coloca dentro daquele ambiente e do mundo das pessoas e dos gatos no museu. Ela apresenta um pouco de angústia e um pouco de drama, de uma maneira que a gente acaba se identificando de uma maneira ou outra. Quem nunca, por exemplo, não se sentiu perdido no mundo?

O mangá, então, parece tratar o museu como um microcosmo da sociedade em que alguns seres podem se sentir abrigados, em um ambiente único e sadio, enquanto outros precisam ir além, mais a fundo ainda daquele lugar, seja pesquisando coisas que seriam irreais, seja entrando propriamente na fantasia. O final deixa algumas interrogações sobre seu significado e é preciso pensar um pouco mais sobre ele, mas sem dúvida é um mangá muito bom, que desde o primeiro momento se mostra uma narrativa bem agradável.

Se você nunca leu um mangá de Taiyo Matsumoto, esse é uma porta de entrada muito boa. Recomendo bastante o mangá para todos.


Ficha Técnica


Título Original: ルーヴルの猫
Título: Os Gatos do Louvre
Autor
: Taiyo Matsumoto
Tradutor: Naguisa Kushihara
Editora: JBC
Número de volumes no Japão: 2 (completo)
Número de volumes no Brasil: 2 (completo)
Dimensões: 15 x 21 cm
Miolo: Não divulgado, mas parece ser o papel Pólen Bold 90g
Acabamento: Capa cartão com orelhas
Páginas: 240 (volume 1) / 200 (volume 2)
Classificação indicativa: 14 anos
Preço: R$ 69,90
Onde comprar: Amazon (vol. 1) / Amazon (volume 2)

Sinopse: Um conto surreal do mundo secreto dos gatos do Louvre, contado pelo vencedor do Prêmio Eisner, Taiyo Matsumoto. O mundialmente famoso museu do Louvre em Paris contém mais do que apenas as obras de arte mais famosas da história. À noite, dentro de suas galerias escuras, um mundo invisível e surreal ganha vida – um mundo testemunhado apenas pela pequena família de gatos que mora no sótão. Até agora…


NOS SIGA EM NOSSAS REDES SOCIAIS



1 Comment

  • Anônimo

    O trabalho empregado pela JBC nesse mangá é notável! A textura da capa é gostosa e o papel utilizado no miolo é agradável ao toque também, além de ser confortável para a leitura sem deixar a vista cansada. A apresentação visual da edição é aprazível aos olhos e tato.

    A história em si não me chama muito a atenção. Não que seja ruim, mas não é o tipo de história de minha preferência. Comprei por causa do tema (principalmente por envolver gatos e um museu) e das ilustrações que são belas.

Comments are closed.

Descubra mais sobre Biblioteca Brasileira de Mangás

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading