Quando o limite do absurdo não existe.
Pensa na dinâmica dos seus sonhos: você está em um lugar fazendo não-se-o-quê e de repente está em outro fazendo qualquer outra coisa diferente. E de repente em outro, e em outro e em outro, ininterruptamente até você acordar. Essa é a dinâmica de Ageha, obra do renomado autor Koushi Rikudou, que foi lançada pela editora JBC agora em 2015.
Ageha é a história mais amalucada que eu li desde sempre (para o bem e para o mal). A história se inicia com o protagonista Motoki Tateha prestes a consumar o seu amor com Ageha, mas de repente ele é jogado em um outro mundo. Ageha morre. E o mundo reinicia a partir de outro ponto. Ageha morre de novo. E o mundo novamente é reiniciado.
A condição sine qua non para Ageha morrer e o mundo ser reiniciado é basicamente um só: o amor entre eles não pode ser correspondido. Basta Motoki e Ageha terem sentimentos recíprocos que o mundo agirá para separá-los, da forma mais cruel possível…
Mas o que será que está acontecendo na história? O protagonista estará em um sonho (ou pesadelo)? A vida dele é assim mesmo? Por que só acontecem coisas malucas? Quase nada é respondido durante toda a história. A cada capítulo Ageha e Motoki são jogados em uma situação mais bizarra do que a outra…
…De repente os dois saem para ir à escola e acabam presos em um deserto sem saber como chegar ao colégio. Em outra feita, eles estão se divertindo no ano novo e de repente estão em uma nevasca no alto de um monte. Em mais um momento, a escola é tragada por uma dimensão paralela e ocorre uma guerra entre os alunos pelo controle da água e da comida. Situações hilariantes que deixam claro que Ageha é um mangá de Koushi Rikudou.
Sim, não há dúvidas quanto a isso. A marca de Koushi Rikudou está lá. Quem assistiu Excel Saga (que passou no Brasil pela tv por assinatura) percebe que a dinâmica amalucada de Ageha é a mesma da obra máxima do autor. A moça que planeja os “sonhos” é quase uma outra versão da Grande Vontade do Universo, capaz de trazer à vida novamente pessoas mortas e reiniciar o mundo a partir de um certo ponto. Outro ponto semelhante entre as obras é que a personalidade de Ageha, em muitos momentos, lembra demais a de Excel e chega a ser difícil compreender o porquê de Motoki gostar dela.
Mais um ponto em comum entre as duas obras do autor e uma das coisas mais marcantes nesse mangá é o grande número de referências à cultura. Só para citar alguns exemplos temos o mito de Orfeu e Eurídice, a lenda urbana dos sete mistérios da escola (que já vimos em muito anime por aí), as narrativas estilo Battle Royale, além de uma clara referência à série Yuyu Hakusho (que Rikudou já havia feito em Excel Saga).
Depois de toda essa explanação é necessário fazer uma pergunta básica. Ageha apresenta referências, possui o mesmo tom hilariante de Excell saga, etc, mas afinal:
Ageha é um bom mangá?
Antes de responder irei colocar um trecho do prefácio do volume final de Ageha:
A obra propicia uma leitura inusitada que, com certeza, te pegou de surpresa.
A minha experiência foi basicamente esta, um ponto fora da curva. Sem dúvida é algo que eu não estava acostumado, para o bem e para mal. Após ler os três primeiros capítulos eu fiquei me perguntando que mangá bizarro era esse. O que iria acontecer? Por que só aconteciam coisas malucas? A história não vai se estabilizar em algum momento?
Se você já ouviu por aí a palavra non sense esqueça todo o significado dela e passe a se focar em Ageha. Isso é non sense, o resto do que é chamado de non sense merece uma reclassificação com outro nome. Basicamente nada é normal na história. Ou melhor dizendo, a normalidade é a anormalidade, uma anormalidade que vemos e sentimos apenas em nosso sonhos: uma coisa maluca após a outra, sem cessar, até acordarmos.
Demorei para me acostumar com esse ritmo e a apreciar a história. Você acaba sentindo um incomodo típico dos pesadelos, de querer sair dali o mais rápido possível e não conseguir. Os capítulos iam se passando e não dava para abandonar. Não havia a curiosidade de saber o que iria acontecer, mas eu simplesmente não conseguia parar, me deixava ser guiado de um poço sem fundo a outro poço sem fundo, tal qual o protagonista.
Até que a história acaba: Motoki consegue ir ao paraíso e resgatar Ageha, e o sonho acaba, e a leitura acaba. Não há necessidade de explicações elaboradas, não há necessidade de saber quem é aquela mulher que fez o “experimento”. O objetivo de Ageha não era esse. O objetivo era nos fazer mergulhar em um mundo maluco, em um pesadelo que parecia sem fim…
Ageha não é um mangá para todo mundo. Dificilmente uma pessoa conseguirá gostar da história sem estar preparado para um aventura mirabolante. O humor também não é para todos, precisa de uma preparação especial e, em geral, só engrena perto do final do primeiro volume.
Quando Ageha foi anunciado ninguém sabia direito do que se tratava o mangá e ao ler as sinopses da internet as pessoas achavam que se trataria de mais um mangá ecchi por estas bandas. Não podiam estar mais enganadas. Ecchi quase não existe e o pouco que tem, praticamente não tem importância no contexto da história.
Ageha é para você ler se quiser algo MUITO diferente, uma experiência de leitura totalmente inédita do que você está acostumado. Antes de decidir por comprar o título, experimente assistir ao primeiro episódio de Excel saga. Se gostar dele, talvez você goste de Ageha. Se não gostar, acho que não deve passar perto do título…
[…] uma resenha dele e fomos até muito positivos na ocasião, mas a realidade é que se eu escrevesse hoje seria muito […]
Realmente é um mangá recomendado para adulto, é difícil de entender até que você percebe que simplesmente não precisa entender, é desnecessário qualquer explicação. Louco, insano, non sense… Realmente nada faz sentido algum, até que percebi que eu estava tão confuso como estaria o próprio protagonista, logo é notável como o artista consegue nos fazer entrar neste mundo insano. O que importa uma explicação para tudo que aconteceu, um loop, pesadelo, experiência, teste… Seja o que for, é o caos!
Eu gostei do mangá, realmente uma obra única! não recomendaria porque realmente não é uma obra que ira agradar a todos
Quando eu li o primeiro volume, eu fui realmente pego de surpresa e não entendi absolutamente nada. E estava pensando em não pegar o segundo volume. Aí eu vi uma pessoa comentar que o mangá contava, de forma bem humorada, uma das leis da física, que é o título do mangá: o Efeito Borboleta. Aí fui ler para saber do que se tratava, e até que fez algum sentido. Mesmo essa lei sendo até um pouco complicada de se entender. E que se refere, também, à Teoria do Caos. E, por conta disso, eu voltei a ler. E até que eu gostei do mangá, quando eu pude compreender mais ou menos, do que se tratava o mangá, na visão daquela pessoa. E fui graças ao raciocínio dela que eu pude aceitar Ageha. Agora eu concordo que o mangá é realmente diferente de tudo que eu já vi. E já que Excel Saga tem essa linha, vou voltar a ver o anime.
Este título é aquele tipo caça níquel da JBC, que tenta empurrar de qualquer forma para os leitores. Nem atrevo-me a comprá-lo.
pq vc achou tão ruim?
Me arrependi profundamente de ter comprado essa bosta de mangá. Horrível…
pq vc achou tão ruim?