Um despretensioso título….
Dia desses ao entrar em um sebo de minha cidade me deparo com um mangá que foi publicado no Brasil anos atrás e que eu ainda não tinha em minha coleção. Tratava-se do mangá Who fighter e O coração das trevas, único mangá genuinamente japonês publicado pela editora HQM.
Who Fighter e o Coração das trevas é um mangá de volume único escrito e desenhado por Seiho Takizawa e foi publicado originalmente pela editora japonesa Dai Nippon Kaiga, em 2004. A obra é uma coletânea de três histórias que têm como pano de fundo a guerra.
Aqui no Brasil, o mangá chegou no hoje já distante ano de 2010 e, à época, nos passou bastante despercebido. Será que é uma boa obra? Ou apenas um título desconhecido ruim como tantos outros que vieram ao país? Veremos agora.
Who Fighter e O coração das trevas
Como dissemos acima, Who fighter e O coração das trevas é composto por três histórias. São elas: Who Fighter; O coração das trevas; e Tanques. Cada uma das histórias tem como tema a guerra, mas tratando-a de uma maneira diferente, uma mais fantasiosa, outra mais realista e dramática e, por fim, uma narrativa curta que serve de complemento ao tema.
“Who Fighter”, a primeira história, é a melhor de todas as narrativas, pois mistura a Segunda Guerra Mundial com um pouco de ficção científica (e teorias da conspiração^^). Em plena guerra uma luz estranha surpreende os pilotos de avião e uma investigação começa a ser feita para desvendar esse mistério. O que seria aquela luz? Um avião inimigo? Uma bomba? Ou algo mais aterrorizante ainda?
É nítido desde os primeiros momentos o clima de tensão que acompanha toda a narrativa e no fim você, leitor, acabará se perguntando o que aconteceria se os alienígenas aparecessem na terra em plena Segunda Guerra Mundial. Não é esse o foco e o objetivo da história, mas é natural se questionar se as forças inimigas se juntariam para acabar com um mal maior ou se suicidariam continuando uma guerra ao mesmo tempo em que iniciam outra…
Já “O coração das trevas” acompanha a história de um oficial e sua busca por um desertor que teria fundado uma comunidade no meio da floresta e levado todos os seus subordinados juntos. Diferentemente de “Who Fighter”, “O coração das trevas” é uma história que tende mais ao realismo e se torna recheado de diálogos e pensamentos a respeitos da guerra, das motivações das pessoas e das consequências dos combates para os sobreviventes.
O fim da narrativa reflete mais ainda sobre a guerra, o confronto inevitável e as motivações fúteis das pessoas que causam o combate. De certo modo, o final de “O coração das trevas” faz um eco na última narrativa, “Tanques”. Nessa história curtíssima, observamos tanques de guerra em batalha e apreendemos algumas reflexões.
A grande verdade é que a guerra existe porque dois lados concordam com ela e, mesmo que as motivações sejam fúteis, ela não existiria se o outro lado não a quisesse (ao menos algumas guerras não existiriam). Nesse sentido, os tanques são emblemáticos, pois eles são a prova de que enquanto existirem armas – e gente disposta a lutar – haverá guerra…
O veredicto
Who Fighter e O coração das trevas é um bom mangá e apresenta uma boa fantasia e interessantes reflexões sobre o período de guerras. Infelizmente, justamente por causa do tema, ele não é recomendado para todo mundo. Se você não gosta de narrativas com o tema, melhor não passar perto desse título. Porém se gosta de histórias ou deseja se aventuras em novos gêneros, o mangá é super recomendado.
A obra foi publicada em um formato pocket e miolo em papel offset. O preço é R$ 14,90. Apesar de antigo e de eu ter encontrado ele em um sebo, ainda pode ser adquirido em algumas Comic Shops, como a Comix.
BBM
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