Astronauta cor de primavera em foco…
Haruiro Astronaut – astronauta cor de primavera é uma narrativa curta, de apenas cinco capítulos, escrita e desenhada por Ichigo Takano, mesma autora de Orange. Foi serializado na revista shoujo Bessatsu Margaret, da Shueisha, em 2011.
Essa pequena história foi publicada como apêndice na edição brasileira de Orange. E aqui vale uma longa explicação: aos que não sabem, Orange começou a ser serializado também na Bessatsu Margaret e teve dois volumes publicados no Japão. Porém a história parou de sair e não voltou mais a aparecer na revista.
Aqui no Brasil não ficamos sabendo exatamente o que aconteceu, mas parece que a autora teve um desentendimento com a editora. Orange ficou um ano inteiro sem ganhar novos capítulos e muitos consideravam que a obra não teria um fim.
Felizmente a autora recebeu uma oportunidade de recomeçar a história na revista Mangá Action, da editora Futabasha. A Futabasha fez uma nova edição dos dois primeiros volumes (que haviam saído pela Shueisha anos antes) e a autora para dar uma compensação a suas leitoras que tiveram que esperar tanto tempo pela obra (e instigar elas a comprarem novamente os volumes^^) resolveu colocar em cada edição de Orange um capítulo de sua história Haruiro Astronaut. É essa história que viemos comentar hoje^^.
Com todos os spoilers do mundo
Haruiro Astronaut
Ichigo Takano comentou que ao escrever Haruiro Astronaut ela queria fazer um “shoujão” tradicional com todos os clichês possíveis do gênero. Segundo Takano, ela queria desenhar meninas fofas e meigas, ao mesmo tempo em que fazia um garoto perfeito, nas palavras da autora, “no melhor estilo super boy”.
E, de fato, é isso o que autora faz durante os cinco capítulos, uma história de amor curta e bobinha, envolvendo meninas fofas, rapazes considerados super bonitos, triângulos amorosos e meninas da escola enciumadas. Tudo no estilo mais tradicional possível.
A narrativa acompanha as gêmeas Chiki e Mami, idênticas fisicamente, não tão idênticas assim em comportamento. Enquanto Mami é uma garota que volta e meia está com um namorado novo (mesmo não amando eles), Chiki nunca teve um relacionamento, e nunca se apaixonou. Mas as coisas tendem a mudar para as duas com o aparecimento de Yui, o rapaz mais bonito da escola, Natsuki Nanami, melhor amigo dele e também considerado um dos mais bonitos, e o alívio cômico da narrativa, Tatsuaki.
O desenvolvimento da história segue também o mais comum e normal em histórias desse gênero. Chiki se apaixona por Yui, mas este gosta apenas de Mami. E embora Mami deseje que Chiki fique com Yui, ela acaba aceitando um relacionamento com o rapaz, ainda que fique muito preocupada com os sentimentos da irmã.

Chiki é a verdadeira protagonista da narrativa e simplesmente é a garota sem confiança por natureza. Por ter uma irmã gêmea mais descolada (?), ela acha que todas as atenções vão para Mami, e que as pessoas a veem como uma cópia ou alternativa à sua irmã. Por mais que diga estar acostumada a isso, Chiki deseja que alguém a veja como ela mesma, que nunca confunda ela com a irmã.
O drama da garota em busca da individualidade (ou do reconhecimento de sua individualidade) é tipicamente juvenil, mas é tratado muito bem pela autora que utiliza dois outros personagens, Natsuki e Tatsuaki, para ir quebrando esse drama adolescente.
A história tradicional e os triângulos amorosos continuam por aqui. A beleza de Yui e de Natsuki aos poucos vai se mostrando não ser importante e a história mostra que amar uma pessoa é muito mais do que gostar da aparência física. Nesse sentido, aos poucos o jeito destrambelhado de Tatsuaki vai conquistando o coração de Chiki.
A realidade é que Haruiro Astronaut é uma narrativa bem divertida, mas está de longe de ser uma obra boa e/ou complexa. Diferentemente de Orange em que você tem dois tempos (ou duas linhas temporais) se sobrepondo, aqui vemos a conhecida linearidade, sem qualquer traço de sofisticação ou recursos narrativos que tornariam a obra melhor.
Igualmente, a história não apresenta nenhuma surpresa. O próprio comportamento de Mami (de encerrar seus namoros muito rapidamente por causa da irmã) foi algo extremamente previsível e não causou nenhum impacto essa revelação no final.
Não se trata de uma obra de todo ruim, mas a partir do momento que vemos algo diferente (no caso, um mangá da própria autora) um estilo ultra tradicional acaba perdendo um pouco de sua força. Não que Orange seja um poço de originalidade (na verdade é muito clichê também), mas ao menos apresenta um modo mais interessante de contar uma história, enquanto Haruiro Astronaut se prende ao convencional.
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Você leu Haruiro Astronaut? O que achou da história? Ficou muito apagada perante à fama de Orange?
BBM
[…] nos volumes japoneses para dar o número de páginas de um volume padrão (os tapa-buracos), como Haruiro Astronaut em […]
Estou lendo devido aos mangás de orange que tenho, a história é muito divertida me sinto presenteado pela autora em ter a oportunidade de ter essa história como um extra de orange.
https://somaisumaleatorio.wordpress.com/
Resenha de Orange nada né, Kyon? Tô vendo esse trabalho aí, chefe. u_u
Teve do volume 1.
Com certeza q nunca sairia no brasil se não fosse Orange. Só é bom pra o povo q é sedento por shoujos no brasil, mas nada que valeria a pena perder tempo
Review exclusiva de apêndice? A crise das review pegou ai também? kkk
Brincadeiras a parte, eu gostei de Haruiro Astronaut, ela é divertida e por ser apenas um extra, não tinha tanta pretensão nem profundidade, servia apenas descontrair mesmo. O que até era bom depois de ler um drama tão tenso quanto Orange.
Discordo muito de quem acha que Haruiro Astronaut seria uma “super série” ao nível de outros shoujos como Aoharaido e Kimi Ni. Isso não aconteceria, pois ela perderia o gás muito rápido e ficaria repetitiva, muito pela perda do “descompromisso”, já que ela precisaria tentar se manter.
Fica como está, um extra apenas para divertir em meio a uma leitura principal como Orange.
Haag, faz um review das histórias de capa de One Piece
Não. Só tive vontade de escrever sobre^^.
Tem várias resenhas prontas de mangás “antigos” esperando um momento para irem ao ar.
Eu acho que dava para desenvolver uma história um pouco maior, com dois ou três volumes…
Pois é, até 2 ou 3 volumes eu concordo com você, conseguiria desenvolver um pouco mais a comédia e principalmente a escolha dela. Mais do que isso viraria repetição.