[Opinião] Era necessário “Alita” ser lançado em formato BIG?


I

Olhando os comentários de uma postagem na página do blog no Facebook, vejo uma pessoa indagando se o formato BIG era realmente necessário no mangá Battle Angel Alita, sendo que ele possui apenas 9 volumes originalmente. Tal comentário me chamou a atenção e me motivou a escrever esta postagem, pois não se trata de um comentário aleatório e a pessoa que perguntou isso não está sozinha nessa dúvida. Muitos, aliás, sequer têm dúvidas e dizem que escolher esse formato foi um erro da JBC.

De fato, eu imaginava que, por ser apenas nove volumes, uma publicação aos moldes de Blame! seria o ideal, afinal o público de ambas as séries é mais ou menos parecido. Em minha opinião, mesmo uma publicação mais simples aos moldes de Your Name ou Fullmetal Alchemist estava valendo e eu realmente não entendi, em um primeiro momento, a escolha pelo formato BIG.

Mas com o tempo a minha percepção mudou e hoje eu digo que o formato BIG era realmente necessário em Alita. E digo mais que isso: esse é o melhor formato que a editora poderia publicar o mangá. O motivo de eu pensar assim se chama Battle Angel Alita – Last Order.

II

Você já deve ter percebido que as editoras nacionais dificilmente lançam obras longas que não são um sucesso absoluto. Se o mangá não tiver uma grande popularidade, um título de quinze volumes ou mais raramente tende a aparecer no Brasil. Pior, às vezes se um título tem 10 volumes e ele não for mangá da Shonen Jump ele já se torna improvável em nosso país.

Só para se ter uma ideia, de 2015 para cá os únicos títulos com 10 volumes ou mais que a Panini lançou e não eram hits de popularidade foram Arakawa Under The Bridge e Novo Lobo Solitário, ainda assim, os títulos eram relativamente famosos. No mesmo período, pela JBC apareceram apenas Fort of Apocalypse e Blame!, sendo que este último também era relativamente famoso por causa de seu autor.

O motivo dessa relutância em lançar obras longas tem um motivo claro. Embora nem todo mundo tenha ideia, todos os mangás sofrem da chamada “curva de vendas”, com cada volume novo vendendo menos do que o anterior. Então, quanto mais volumes tiver uma obra, menos ela venderá com o tempo. Em razão disso, em tempos de crise econômica essa relutância se torna muito maior.

Nesse sentido, o formato adotado em Battle Angel Alita é o melhor que a editora JBC poderia ter feito. Por mais que os nove volumes originais não sejam considerados como “muito”, a verdade é que a obra poderia sofrer com essa curva de vendas e inviabilizar a publicação de suas continuações.

Sim, pois, para os fãs hardcore do mangá, Alita como um todo não é “só nove volumes”. Sua continuação direta, Last Order, possui mais dezenove tomos (ou doze na versão condensada) e se a JBC lançasse Alita no formato original e as vendas não fossem tão altas, ela jamais iria atrás de uma continuação com um número tão grande de volumes.

Alita nunca foi um hit de popularidade no Brasil e é natural que a editora prefira um formato mais seguro e com vendas mais estáveis para a republicação da obra. Com apenas 4 volumes, a “curva” tende a ser bem menor, dando mais possibilidade de sucesso ao título, mesmo com o preço mais elevado.

Além disso, como o formato BIG tem um preço maior, provavelmente a editora precisa que menos pessoas comprem para obter lucro. Consequentemente para o título ser um sucesso e viabilizar a publicação de suas continuações, igualmente menos pessoas precisam comprar.

III

Vale comentar que Battle Angel Alita conclui-se bem em seus 9 volumes originais, não necessitando de continuação. Então é possível ler essa primeira parte sem sentir falta de nada. Entretanto, como existe uma continuação e muitos dos fãs anseiam por ela, creio eu que realmente o BIG foi uma boa escolha, baseado no que comentamos acima sobre a curva de vendas e o fato de o mangá não ser um título mega popular.

É lógico que essa versão não garante que Last Order apareça. Na verdade pode até ser que a continuação jamais seja lançada no Brasil, mas a publicação de Alita em formato BIG torna muito mais fácil a sua vinda. Na verdade, o lançamento nesse formato talvez seja realmente a única chance de a continuação aparecer.

***

Atualmente, Yukito Kishiro, autor do mangá, publica outra sequência de Alita, chamada Mars Chronicle ou (Kasei Senki), possuindo quatro volumes atualmente.

 

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20 Comments

  • @Kyon, outros comentários aqui mesmo do BBM já poderiam ter te chamado a atenção para este assunto. Não é de hoje que se comenta sobre isto em relação a GUNNM…
    Mas enfim, lendo seus argumentos e pensando sobre uma possível vinda de Last Order, acho que realmente talvez o BIG seja o melhor formato, mas… sei lá, GUNNM não é um mangá que foi cancelado (como Eden e Blade), e apesar dos pesares, tem um grande fandom meio que “escondido” no Brasil. Ainda acho que a melhor escolha seria o tankohon normal, e mais para a frente pensaria-se na situação de uma possível vinda de Last Order. Acredito que GUNNM tenha mais público do que Zetman que tem 20 volumes e está aí sendo concluído (sim, eu sei que Zetman começou sua publicação lá atrás…).
    Acho que no formato de Blame! a um custo de 24,90, GUNNM se sairia bem e deixaria a porta aberta para Last Order. Mas enfim, tudo isto no campo do puro achismo. rsrs

    • Pois é, mas os insights só acontecem com o tempo e da forma mais inesperada possível. Rsrsrs. Daí que ver o que as pessoas comentavam aqui não tinha me mostrado que valia a pena fazer uma postagem^^.

      —-
      O grande problema mesmo é essa má fama da JBC de raramente trazer continuações e spin-off…

  • pimpao10

    Eu até gosto do formato BIG, no começo me incomodava pelo tamanho, mas agora acho até legal. As folhas parecem estar mais firmes que qualquer outra publicação (principalmente que os da PANINI em papel jornal, que tão mais soltinhas que famosinhas no fluxo), assim, mesmo abrindo o mangá mais do que o de costume, não corre o risco de soltar páginas.
    Só tenho uma crítica quanto ao formato, mas que se aplica a JBC em geral: BORA CAPRICHAR NESSAS LOMBADAS CASSIUS, PÔ! Dava pra ter umas ilustrações bacanudas nas lombadas, ou fugir do preto e branco. As de Blade são muito sem graça, as de Nanatsu não as ilustrações ficam todas desalinhadas, não um volume que acertem (Hero Academia ta com o mesmo problema, mas como as ilustrações não se completam, até que tudo bem). VAMO TRABALHAR AÊ DEL GRECO!

  • Me lembro de ter lido Battle Angel Alita há muito tempo, acho que pela Opera Graphica! E só no ano passado é que fui ver a animação! E nem sabia que tem continuação!

    Não vou acompanhar esse relançamento, pois estou cortando gastos com quadrinhos de uma forma geral (no momento, estou comprando 10 mangás, entre Panini, JBC e NewPop), mas achei acertada a ideia de lançar no formato BIG!

  • Diego

    Kyon , em questão a diminuição de vendas ao longo dos volumes não acaba sendo a mesma coisa do número de pessoas que pode comprar o formato BIG?
    Tipo , mesmo que as vendas diminuam no decorrer de uma publicação de 9 tomos ,o público de “alita” ainda se manteria pois não são poucas pessoas que queriam o relançamento e acho que o formato tankobon seria mais acessível é convidativo a maioria dos consumidores.
    Você não acha que com o lançamento em formato BIG só quem é fã vai querer comprar?
    Não seria mais fácil investir 16,90 do que 39,90 em um mangá pouco conhecido
    Queria muito poder conhecer essa obra mas com esse formato só com uma promoção muito boa da Amazon ☹️ .

    • Não. Como o formato BIG tem um preço mais elevado, provavelmente a editora precisa que menos pessoas comprem para obter lucro. Consequentemente para o título ser um sucesso e viabilizar a publicação de suas continuações, igualmente menos pessoas precisam comprar.

      Vou até colocar isso no texto. Ficou faltando esse detalhe^^.

      ——
      “Você não acha que com o lançamento em formato BIG só quem é fã vai querer comprar?”

      Muita gente que não era fã nem de Blade, nem de Eden compraram o título^^. Então acho que pessoas que não são fãs também comprarão o mangá.

      • Diego

        ” Como o formato BIG tem um preço mais elevado, provavelmente a editora precisa que menos pessoas comprem para obter lucro. Consequentemente para o título ser um sucesso e viabilizar a publicação de suas continuações, igualmente menos pessoas precisam comprar.”
        Bem , se olharmos por esse lado , realmente faz mais sentido lançar no formato BIG , as vendas seriam mais seguras e não se precisaria de tantos consumidores para se obter lucro desejado pela editora.
        Mas mesmo assim ainda acho que se fosse lançado em tanko normal tbm seria um sucesso e se pagaria de boa.
        Talvez eu não queira aceitar que sou pobre e só posso comprar BIG em super promoção kkkkkkkkk.

      • “Você não acha que com o lançamento em formato BIG só quem é fã vai querer comprar?”
        @Diego, isto também depende do fã… Acredito que existam poucos fãs como eu e por isto nós não entramos na métrica, mas eu por exemplo não vou comprar, pois eu já tenho o mangá, já o li, e não gostei das decisões da JBC para este relançamento, logo, nada (nem o papel melhor atual) nesta nova edição me traz algum motivo para eu sequer pensar em comprar…

  • Yohma

    Gunnm (formato BiG) – R$39,90 × 4 = R$160
    Gunnm (formato BLAME!) – R$23,90 × 9 = R$215

    215 – 160 = R$55//

    São R$55 à menos (fora as promoções) e o pessoal hipócrita ainda reclama que está caro, sendo que seria mais caro no formato de BLAME!

    • TDA

      Sua lógica só se confirmaria SE Gunnm fosse lançado no formato de Blame!
      Se fosse lançado o formato 9 volumes com o papel off white e preço de 17,90, por exemplo, ficaria 161,10, uma diferença irrisória. Ainda poderia pensar em outros tipos de formatos que fiquem com o preço parecido, portanto chamar as pessoas de hipócritas fazendo uma comparação míope é um pouco demais.

      • Yohma

        Chamo de hipócritas porque é exatamente o que são.
        Minha comparação foi direcionada para as pessoas que ficaram pedindo o mangá no formato de BLAME!, mas ficaram dando chilique por conta de R$39,90 no formato BiG.
        “Poderia ser em outro formato, em um comum como Your Name?” Poderia, sem problema nenhum, até entendo essas pessoas, mas como eu disse, minha comparação foi direcionada para certas pessoas.

      • Sua análise está errada pois as pessoas reclamam do preço do formato big devido a qualidade que ele oferece, é tudo uma relação de custo-benefício.

        Blame com contra-capa e um papel luxcream excelente o público acha mais que justo pagar R$ 23,90, já um mangá com offset mediano e 2-1 por R$ 39,90 esse mesmo público já não acha tão atrativo assim. Não é uma questão de números absolutos, é tão difícil de entender?

      • Yohma

        E como vai ser off-set, se nem dilvugaram o papel ainda. Muito provável será o off-white.
        Além disso, a edição terá bem mais páginas, dois volumes com cerca de 450 páginas, 1 volume com 480, e outro com 580.
        Muito mais vantajoso, até porque com esse corte ma duração da publicação, a editora é bem capaz de trazer as tão pedidas continuações.

  • Yohma

    É bem capaz da Jbc publicar a edição compilada de 12 volumes relançada pela Kodansha. Adoro as capas dessa edição.

  • anon

    Foi o que imaginei também, já que a obra original tem relativamente poucos volumes, reduzir mais ainda a quantidade seria justificável se eles já tem planos de trazer Last Order, que é mais longo. Espero que dê certo e que o filme ajude na divulgação porque desta vez pretendo colecionar e gostaria que publicassem as continuações também.

  • Alexandre K

    Melhor formato mesmo para essa obra em específico. É o padrão que a JBC encontrou para lançar obras grandes sem correr o risco de tomar prejuízo. Assim os mangás vão direto pra livraria, com preço de capa maior, focados em um público específico, como foi o caso de EDEN, como está sendo de BLADE e como será o caso de BATTLE ANGEL ALITA. Aguardo ansiosamente para saber qual a mágica a JBC fará para lançar Inu Yasha, já que eles morrem de medo dessa curva descendente de vendas… aposto que Inu Yasha será relançado no mesmo formato de Fullmetal Alchemist, apesar de eu, pessoalmente, preferir um relançamento em um formato 3 x 1.

  • Simples, os direitos foram comprados da Shueisha pela Kodansha e ela relançou no formato shinshouban(acho que é esse o nome) que são 2 volumes e um pouco! Provavelmente esse é o único formato que a editora japonesa tem direitos e foi o único que tbm pode ser licenciado! E sim provavelmente vem Last Order e ate o Mars Chronicles! A JBC e a Panini entenderam que com ficção e fantasia mais pesada ela pega mais leitores que só os fãs de mangás normais, os leitores de hqs e os mais abertos a outros tipos de obras! Bom Exemplo é o Ghost in the Shell, Akira, Blade, Berserk, Kozure Ookami, Eden e Vagabond! GitS ficou em primeiro vários meses na Amazon, pra isso acontecer tem que ter muiiiiiittta venda! Tirou livros best-seller da parada!

    • Suas informações estão quase todas equivocadas^^. Na verdade, nós já comentamos aqui em outras matérias e notícias boa parte do que você falou. Vamos lá, senta que lá vem textão:

      1 – O autor brigou com a Shueisha e foi para a Kodansha. Não houve “compra de direitos” de uma editora com outra. O autor é que escolheu a Kodansha após a briga com a primeira editora.

      2 – Desde que o mangá começou a ser licenciado pela Kodansha para outros países em 2016, a França e a Itália lançaram a versão em 9 volumes. A própria Kodansha lançou uma versão Kindle em 9 tomos. A Argentina também vai lançar a edição em 9 volumes. OS EUA lançará uma versão em 6 volumes. A JBC preferiu lançar a versão em 4. Poderia ter escolhido outra.

      3 – Não tenha como certo que Last Order apareça. Primeiro que a JBC não tem o costume de lançar continuações e se Alita vender mal aí é que não aparece mesmo. Nenhuma editora seria burra o suficiente de lançar a continuação de um mangá que foi um fracasso. Eu acredito que Alita vá vender, mas não se pode ter como certo que a continuação apareça. Não faz o menor sentido achar isso.

      Eu creio que o BIG facilite a vinda, mas jamais daria como certo a vinda da continuação, pois Alita está longe, muito longe, de ter a popularidade de um GITS da vida…

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      4 – “A JBC e a Panini entenderam que com ficção e fantasia mais pesada ela pega mais leitores que só os fãs de mangás normais, os leitores de hqs e os mais abertos a outros tipos de obras! Bom Exemplo é o Ghost in the Shell, Akira, Blade, Berserk, Kozure Ookami, Eden e Vagabond!”

      Quase todos os seus exemplos fazem seu argumento não ter sentido. Veja bem:

      – “Lobo solitário”, “Akira” e “GITS”: as duas editoras sempre souberam que essas séries tinham fãs entre os consumidores de hqs americanas, talvez até mais do que entre os consumidores de mangás. Portanto, não é algo recente, não é algo que foi “percebido” ou “entendido”. Utilizar elas de exemplo é esquecer todo o histórico que elas têm em nosso país. A Panini já tinha lançado Lobo anteriormente e estava negociando há anos um relançamento. “Akira” e “GITS”, por outro lado, só estão sendo lançados agora porque simplesmente nenhuma editora conseguiu lançar antes (ou relançar no caso de Akira), visto que a Kodansha não liberava a licença para o Brasil. Não dá para usar essas 3 séries de exemplo.

      – “Berserk”: a Panini lança desde 2005. Da mesma época da primeira publicação de Lobo solitário pela própria editora. Igualmente não dá para usar de exemplo para a empresa ter “entendido” qualquer coisa sendo um título tão antigo.

      -“Eden” também não serve de exemplo, pois foi o primeiro da JBC dessa leva de Cyberpunk. Não havia como a editora “entender” nada, sem ter dados anteriores. Ainda mais que ele veio justamente no formato BIG, um formato menos arriscado, visto que a série já tinha sido lançada no passado pela Panini e cancelada por ser um fracasso de vendas. A editora o lançou nesse formato como um teste.

      5 – GitS ficou em primeiro vários meses na Amazon, pra isso acontecer tem que ter muiiiiiittta venda! Tirou livros best-seller da parada!

      Novamente: GITS tem um histórico no Brasil. Ele é um título muito, mas muito famoso por causa da animação. Não é nenhuma surpresa ficar entre os mais vendidos. Ele é, por si só, um livro bestsellers. 🙂

      • Equivocado? Cara acha mesmo que ele pegou e foi pra Kodansha e acabou? Primeiro a obra licenciada em outro países pode não ter sido feito pela Kodansha e sim pela Shueisha, mas pq isso? No Japão a editora tem os direitos e não o autor! Se ele foi pra Kodansha, ela teria sim que comprar os direitos pra poder lançar algo! Como ela lançou o shinshouban e a JBC vai licenciar pela kodansha provavelmente ela só pode lançar esse formato! São só fatos, não há equivoco! Sobre Alita, Last Order e Mars, a Kodansha tem mania de fazer pacotes de licenciatura, há inúmeros casos no br e no gringos, mas o melhor exemplo é Shingeki! Sim tbm tem essa parte das vendas, mas eles sabem que é venda garantida, só não sabem se vai ser um boom como GitS ou ter as vendas de um mangá normal!

        Sobre GitS eu sei da fama, eu digo pelo formato caro de luxo, 69,90 não é qualquer um que paga, principalmente no Brasil que chora no perfil das editoras quando o mangá vem a 16,90.

        “Todo histórico”: Meio tanko e cancelamentos! Maioria desses mangás ninguém das editoras nem falava, Berserk tinha sido negado pela Beth em uma palestra do anime friends! Depois da campanha do caramba que teve na internet que relançaram. Só foi o relançamento de Berserk e Death Note dar certo que começaram a relançar tudo!

      • Desculpa, de novo^^. Você está equivocado mais uma vez. Rsrsrsrs.
        Vou tentar ser mais didático dessa vez e mostrar (com provas, na medida do possível) o porquê de você ter se equivocado:

        1 – Licenciamento (parte 1): Se o autor de uma obra entra em conflito com a editora, isso significa que pode haver uma briga judicial e o autor pode ou não conseguir o rompimento do contrato.

        Existe um autor chamado Syuho Sato. Ele brigou com a Kodansha e, um tempo depois, o contrato dele com a editora foi cancelado e ele conseguiu para si os direitos de publicação. Nisso, ele poderia apresentar o mangá para qualquer outra editora que ele quisesse. Ele não fez isso, ele preferiu deixar em domínio público. Falamos disso aqui:

        https://bibliotecabrasileirademangas.wordpress.com/2016/01/12/curiosidade-say-hello-to-black-jack/

        Se você não acredita em nossa palavra, o caso é bastante conhecido você pode conferir o caso nos dois links abaixo (em inglês):

        http://www.animenewsnetwork.com/news/2012-04-26/say-hello-to-black-jack-manga-creator-pulls-kodansha-contract

        http://www.animenewsnetwork.com/news/2012-08-24/say-hello-to-black-jack-author-makes-title-copyright-free

        ————————————-

        2 – Licenciamento (2): Se você leu os dois links em inglês você viu claramente uma coisa, o autor possui um contrato com a editora japonesa, se o contrato é rompido, o autor fica livre para negociar e a editora já não tem mais direito nenhum.

        Foi exatamente a mesma coisa que aconteceu com o autor de Gunnm. Ele meio que não gostou de uma coisa que o editor fez e decidiu não publicar mais. Um tempo depois, ele assinou um novo contrato com a Kodansha. Os detalhes podem ser lidos no link abaixo, em inglês:

        http://www.animenewsnetwork.com/news/2010-08-18/battle-angel-alita/gunnm/lo-manga-return-planned

        —————————————

        3 – Licenciamento (3): Se a Kodansha possui um contrato para o mangá Gunnm, logo a Shueisha já não tem mais os direitos sobre ela. Isso é algo bastante importante, pois o que acontece se uma editora estrangeira estivesse lançando uma versão da Shueisha? O contrato seria suspenso na hora. Sabe o que aconteceu quando Gunnm foi parar na Kodansha? A JBC perdeu o contrato e, algum tempos depois, até retirou o mangá Gunnm de seu site.

        Neste link do Web archives (Que, como você sabe, é um site que “printa” os sites da internet de tempos em tempos) de 2011 você pode ver Gunnm listado na parte lateral do site da JBC:

        https://web.archive.org/web/20110709143825/http://mangasjbc.uol.com.br/

        Neste link do web archives de fins de 2012, Gunnm já não está mais listado:

        https://web.archive.org/web/20120722041456/http://mangasjbc.uol.com.br/

        ***

        Segundo a editora argentina Ivrea isso ocorreu com Shaman King. O autor brigou com a Shueisha, e agora Shaman King não é mais dessa editora japonesa. O resultado foi a suspensão dos contratos. Shamang King está parado na Argentina desde o final do ano passado. Leia nossa postagem sobre o assunto:

        https://bibliotecabrasileirademangas.wordpress.com/2017/08/12/ni-183-no-japao-manga-shaman-king-deixa-de-pertencer-a-shueisha/

        —————————
        4 – Pelos links acima já ficou claro que a Kodansha detém Gunnm desde 2011/ 2012. Mas até onde sabemos, a primeira edição de “Gunnm” pela Kodansha foi uma edição kindle em 9 volumes. Ela foi lançada em 2014. Você pode confirmar a data de publicação na Amazon japonesa no link abaixo:

        https://www.amazon.co.jp/%E9%8A%83%E5%A4%A2%EF%BC%88%EF%BC%91%EF%BC%89-%E6%9C%A8%E5%9F%8E%E3%82%86%E3%81%8D%E3%81%A8-ebook/dp/B00HK700AQ/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1506980319&sr=8-2&keywords=%E9%8A%83%E5%A4%A2

        A edição italiana começou a ser lançada em 2016. A edição francesa também em 2016. A versão Argentina será lançada em 2017. Logo, as versões dos três países foram lançadas após a Kodansha assinar um contrato com o Kishiro. Logo nos três países, o mangá foi licenciado pela Kodansha.

        ——–

        5 – Se, por ventura, você não acredita no que dissemos sobre a lei de licenciamento e tudo mais. Então vamos ter que mostrar fatos mais concretos para você se convencer de que a JBC escolheu usar 4 volumes. Vamos, primeiro, novamente para a Argentina. A editora Ivrea disse o seguinte sobre a sua futura publicação de Gunnm:

        “Este manga magno de Yukito Kishiro se publicó originalmente en la revista Business Jump de Shueisha entre 1990 y 1995, para ser luego recopilado en 9 tomos. Esta edición que publicaremos está basada en una más reciente, a cargo de la editorial Kodansha en Japón. Ivrea publicará estos 9 tomos mensualmente en formato y calidad idénticos a esa edición a partir de DICIEMBRE 2017”.

        Como está claro, a versão em 9 volumes da argentina será baseada na versão mais recente lançada pela Kodansha. SE você não acredita em nós, pode conferir no site da Ivrea^^:

        http://www.ivreality.com.ar/2017/08/ivrea-publicara-gunnm-battle-angel-alita-en-edicion-argentina/

        ——–

        6 – Se a fala da Argentina ainda não te convence, vamos ao site da editora francesa do mangá:

        Gunnm – Édition originale – Tome 1

        Collection Seinen
        Format : 130 mm x 180 mm
        Faconnage : Souple
        224 pages
        Nombre de tomes associés : 9 – série terminée au Japon
        Editeur Japonais : Kodansha
        Paru en octobre 2016
        EAN : 9782344017548
        ISBN : 978-2-344-01754-8
        Hachette: 3537074
        Prix: 7.60 €

        Fonte: http://www.glenatmanga.com/gunnm-edition-originale-tome-1-9782344017548.htm

        ——

        “Equivocado? Cara acha mesmo que ele pegou e foi pra Kodansha e acabou? Primeiro a obra licenciada em outro países pode não ter sido feito pela Kodansha e sim pela Shueisha, mas pq isso? No Japão a editora tem os direitos e não o autor! Se ele foi pra Kodansha, ela teria sim que comprar os direitos pra poder lançar algo! Como ela lançou o shinshouban e a JBC vai licenciar pela kodansha provavelmente ela só pode lançar esse formato! São só fatos, não há equivoco! “

        Depois de todas as provas que eu apresentei, como você pode ver, você estava completamente equivocado^^. Não havia nenhum fato no que você disse. Você apenas intuiu uma coisa, baseado em nada, e não fez nenhuma pesquisa para saber se tinha algum fundo de verdade no que você acreditava.

        O que nós falamos aqui, só falamos porque a gente já tinha conhecimento do assunto. Não me considero especialista em nada, mas o conhecimento sobre a publicação de Gunnm era algo bem básico do básico visto que eu já sabia dos problemas de licenciamento, sabia que o mangá já pertencia à Kodansha há anos e acompanhei de perto os primeiros anúncios na França e na Itália. Inclusive até falei sobre o lançamento na Itália:

        https://bibliotecabrasileirademangas.wordpress.com/2016/08/20/ni-67-algumas-novidades-da-panini-na-italia/

        Em suma: a JBC quis usar o formato em 4 volumes que a Kodansha lançou em 2016 e ela poderia se quisesse (e os japoneses obviamente aceitassem a proposta) lançar uma versão de 9 volumes, tal qual ocorreu na França e Na Itália e que vai ocorrer na Argentina^^.

        —–

        (update): eu esqueci completamente do restante de sua resposta. A única coisa que você disse que eu sei que é verdade é o fato de a Panini ter descartado Berserk. Beth Kodama ainda hoje fala que a editora não acreditava que fosse vender.

        De resto, como não existem dados verificáveis, prefiro não opinar, pois eu já escrevi demais e cansei disso. O que eu precisava provar já foi provado 🙂

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