Resenha: Re:Zero – Livro 13 (Light Novel)

Aquele momento muito esperado finalmente aconteceu

Depois de muito tempo parada no Brasil, a light novel Re:Zero ganhou um novo volume recentemente pela editora NewPOP. O número 13 foi publicado em agosto e, como é costume aqui no blog, viemos falar um pouco sobre ele e discutir o que se sabe até aqui sobre a obra.

O volume começa exatamente onde acaba o 12, com a chegada de Satella ao chá das bruxas. Há todo um acontecimento em relação a isso, muitos diálogos e muitas descobertas. Após esse primeiro momento, Subaru se encontra com Patrache e Otto e ele acaba sabendo que é muito amado e que ele também pode ser protegido pelas pessoas que quer proteger. O ponto mais marcante desse volume, no entanto, é a conversa do garoto com Roswaal, em que o rapaz conhece mais a fundo a natureza do marquês e descobre coisas que ele não imaginava. Planos são bolados, Subaru descobre a verdade sobre Ryuzu, Pack reaparece, Garfiel é confrontado de modo fulminante e Emília consegue, finalmente, um alento.

Esse é o resumo do livro 13 de Re:Zero, de maneira geral e parcialmente sem spoilers. A partir deste ponto, porém, iremos entrar em temas mais profundos do volume, então é necessário que você esteja atualizado com a história para poder conjecturar conosco as expectativas.

ATENÇÃO: HAVERÁ SPOILERS ATÉ O VOLUME 13 DE RE:ZERO


SATELLA, SUBARU E AS BRUXAS


O primeiro grande ponto do livro é, notadamente, o aparecimento de Satella no chá das bruxas. Echidina e as outras cincos já estavam lá, junto a Subaru, e Satella era uma figura estranha àquele ambiente, uma novidade que gerava medo e desconforto no garoto. Echidina também fica totalmente desconfortável em relação a ela, raivosa, e deseja a atacar, mas não faz isso, por temer as outras bruxas. A questão é que nem ela, nem as outras sabiam quem estava aparecendo.

Sim, isso mesmo, elas não sabiam quem estava aparecendo. A grande descoberta, a coisa que as lendas sobre a Bruxa da Inveja não contavam é que Satella e a Bruxa da Inveja eram duas identidades diferentes, duas personalidades da mesma pessoa. Foi explicado no livro que Satella recebeu genes aos quais não era compatível e isso gerou a dupla personalidade. A forma destruidora que matou as seis bruxas e cobriu metade do mundo com trevas era, sem dúvida, a Bruxa da Inveja, a figura maligna descrita nas lendas. Satella, porém, era a outra personalidade dessa bruxa e, à exceção de Echidina, as demais bruxas pareciam gostar muito dela.

Esse é um ponto de virada na história. Até então o que tínhamos em mente é que a bruxa era uma pessoa malvadona, cruel e que não tinha nada de humanidade, tendo um jeito doentio de ver o mundo e de perceber o amor. Aquela cena em que ela apareceu no volume 11, dizendo que amava Subaru o tempo todo, mostrava toda a insanidade que esperávamos da bruxa. Agora, no entanto, descobrimos que Satella não era de todo o mal e que tinha uma personalidade mais dócil e gentil.

Isso fica claro no modo como ela pensa no Subaru, declamando um amor bastante diferente do que fizera a Bruxa da Inveja. Satella amava tanto o garoto que não queria que ele se machucasse, que ele não sentisse o mundo ruir. Pelo contrário, ela queria que ele se amasse mais, que ele se valorizasse e percebesse que as pessoas em sua volta também se importavam com ele.

Ainda falando sobre essa questão do amor, um ponto importante que merece ser mencionado é o porquê de a Satella o amar tanto. Já sabíamos que a bruxa havia dado o poder de retorno da morte ao garoto por ter uma obsessão por ele, mas não havia nada explicado a esse respeito até então. Agora, Satella, a personalidade boazinha, deixou dicas de o porquê de esse amor existir. Segundo ela, Subaru a ajudou muito, não deixou que ela ficasse totalmente sozinha e, por isso, ela era muito grata a ele. O garoto, obviamente, não sabia do que ela falava, não se lembrava de a ter a conhecido antes. Entretanto, mesmo assim, ele não conseguia negar esse fato, como se houvesse, em algum lugar do seu ser, uma memória oculta sobre isso.

Descobrimos uma coisa ao mesmo tempo em que um outro mistério surgiu. Como Subaru teria ajudado ela? E porquê o garoto não conseguia negar totalmente o que Satella dizia? Viagem no tempo é algo possível nesse mundo, mas como Subaru teria viajado e como ele perdera a memória? Não sabemos de nada. Mas um ponto em que é preciso ficar atento é que Subaru recebeu o poder da Bruxa da Inveja, então nada garante que Satella/Inveja não tenha um poder parecido, daí o garoto não conseguir se lembrar. Mas isso é só uma conjectura e não tem elementos que corroborem essa hipótese. Isso é algo que precisaremos esperar os próximos volumes para saber.

Para terminar a questão sobre Satella, descobrimos que ela é fisicamente idêntica à Emília, assim como já se supunha anteriormente, visto que ela era uma meio-elfa de cabelos prateados e a imagem de Emília lembrava a todos as feições da lendária bruxa. Por fim, quando o chá das bruxas está terminando, Satella pede que no futuro Subaru consiga matá-la, mas ele diz que pretende salvá-la.

Acerca dessa questão da morte, é importante recordar que 400 anos antes da história principal, ocorreu a chamada Grande Calamidade e a Bruxa da Inveja só foi contida pela união do Herói, do Sábio e do Dragão, entretanto, mesmo assim ela não foi morta e sim selada em algum lugar do mundo. Ou seja, ao contrário das outras bruxas, ela ainda estava viva, então o desejo natural de Satella é que sua vida acabasse. Claro que ainda não temos explicações mais claras e precisas sobre o porquê de ela aparecer, de dar poderes ao Subaru, etc, então devemos esperar mais detalhes.

***

O Chá das Bruxas, porém, não se resumiu à Satella. As outras bruxas também tiveram um papel importante no desenvolvimento de Subaru nessa primeira parte do volume. Cada uma a seu modo gostava do Subaru e o queriam ajudar. Desde a bruxa da preguiça, até a bruxa da luxúria, passando pela bruxa da Ira. Um momento marcante a esse respeito é quando Subaru desnorteado em meio ao aparecimento de Satella decide acabar com a própria vida o que, no mundo dos sonhos que era o Chá das Bruxas, poderia significar viver em estado vegetativo para todo o sempre. Algumas bruxas decidem aceitar a decisão do garoto de se matar, outras tentam reverter isso, em especial a bruxa da Ira que, mesmo sofrendo ataques, buscou de todas as formas fazer o garoto ficar vivo.

Apesar de todas as bruxas terem um papel fundamental aqui, Minerva – a citada Ira – acabou se destacando, por conseguir dizer ao Subaru algumas verdades que ele precisava. Pode-se dizer que junto com Satella, Minerva salvou Subaru. No todo, dessa primeira parte do livro, nós – leitores – saímos de um modo muito parecido com o Subaru, não sabendo o que pensar sobre essas bruxas, de verdade. Existe uma razão de elas serem chamadas de bruxas, mas ainda assim – de um modo torto ou não – elas parecem figuras bem dignas e legais de se ver. Não são propriamente inimigas da humanidade. Mesmo Satella se mostrou diferente, agora que sabemos que ela tem duas personalidades. Então o que pensar sobre a existência delas sem saber mais sobre? Como temos dito bastante até aqui, esperemos os próximos volumes.


CANDIDATO A SÁBIO


Um ponto que é preciso comentar à parte a respeito do Chá das Bruxas, é uma pequena menção que deve ser explorada no futuro da série, uma daquelas sementinhas que o autor planta de tempos em tempos para ser desenvolvida depois. Uma das bruxas diz, assim do nada, que Subaru é um candidato a sábio. Outra bruxa diz que ela não deveria falar isso, pois nem mesmo o garoto estava sabendo disso.

Isso dura poucas linhas e nada mais é dito, nem Subaru parece perceber o que foi falado. Então não sabemos o que é um candidato a sábio e nem mesmo o que é um sábio. Sim, pois aparentemente ninguém sabe o que é isso na história. Flugel (o cara que ajudou a selar Satella e que plantou a árvore que mataria a Baleia) era um sábio, mas as pessoas da época atual de Re:Zero não sabem o porquê de ele ser chamado de sábio. Ou seja, isso é algo para ficarmos encucados e guardar para o futuro.

No entanto, uma coisa interessante de mencionar é que uma das teorias que rolam na internet há bastante tempo é que Subaru e Flugel podem ser a mesma pessoa. Thiago Nojiri, que traduziu parte dos volumes da edição brasileira, chegou a postar essa teoria em seu Twitter pessoal, por causa de uma dica que se perdeu na tradução do japonês para o português, a relação dos nomes dos dois. Vejam a seguir:

Isso é apenas uma teoria e ainda não se tem uma confirmação disso até o presente volume (13), mas é algo que faz muito sentido até mesmo com a questão de Satella conhecer Subaru. Se o garoto já esteve lá antes (ou se ele vai estar no passado proximamente), então é possível que ele tenha mesmo ajudado Satella. Será mesmo?


SIM, ERA ELE O TEMPO TODO


Se você leu nossa resenha do volume 12, talvez você se lembre que cogitamos a hipótese de Roswaal L.Mathers ser o responsável pelos ataques que a candidatura de Emília sofreu. Citamos:

Mas uma questão importante e que deve ser debatida novamente é o “desde quando”. A gente já indagou isso em resenhas anteriores, mas é preciso perguntar de novo, desde quando Roswaal sabe que o Subaru faz loops temporais? Isso é algo que implica em muitas coisas para a trama e o modo como vemos o marquês. Sabemos que no arco 3 (volumes 4 a 9), ele já sabe disso, mas E ANTES?

Se Roswaal soubesse do poder antes do arco 3, poderia até mesmo mudar totalmente o que se sabia até então sobre quem mandou Elsa pegar o broche de Emília e quem havia mandado a domadora de bestas atacar a floresta próxima da Vila Alam. Agora que sabemos dos poderes de predição dele, existe a possibilidade de todos esses ataques serem obras apenas e tão somente do marquês, em busca de concretizar seus planos grandiosos. Afinal, por meio do Livro da Sabedoria ele poderia saber facilmente que os ataques não resultariam em nada. E se soubesse que alguém, com o poder de voltar no tempo, aparecia, mais fácil ficaria ainda. Seria bastante natural.

Na ocasião, a gente disse que não havia elementos suficientes para irmos a fundo nessa probabilidade, mas agora as coisas começaram a ficar bem mais visíveis, com admissão do próprio personagem. Roswaal confessou a Subaru que ele mesmo mandou atacar a mansão, que ele mandou Elsa e Meili para matar as pessoas que ali estavam. O objetivo era deixar Subaru em uma situação que ele deveria fazer uma escolha crucial, já que não teria como salvar todo mundo (as pessoas do santuário ou as pessoas da mansão).

Tudo isso, ele fez seguindo o Livro da Sabedoria e tinha como objetivo fazer o garoto “ficar pronto” para dar andamento aos planos de Roswaal e ele – o marquês – conseguisse em breve atingir seu maior objetivo (matar o dragão).

Em virtude da confissão do marquês, o rapaz que veio do outro mundo logo compreende que o roubo da insígnia e o ataque das bestas mágicas da floresta também devem ter sido coisas dele, afinal foram feitas justamente pelas duas pessoas que ele contratou para o ataque na mansão. Importante deixar claro que isso é uma dedução do Subaru, mas pessoalmente ainda achamos cedo para afirmarmos com 100% de certeza de que tudo foi plano dele, dado as conversas que ele teve com Ram, ainda no segundo arco da história. Precisaríamos reler com calma esses volumes iniciais…

Entretanto, como o marquês fazia as coisas descritas no Livro da Sabedoria era natural que ele já tivesse conhecimento de que alguém apareceria com um arbítrio tão interessante quanto o do Subaru. O próprio marquês diz, em certo momento, que o rapaz era a esperança dele (juntamente com Ram). Além disso, Ryuzu falou para Subaru que ele podia ser o rapaz que o Roswaal esperava durante tanto tempo. Sendo assim, era sim normal que Roswaal soubesse que alguém apareceria e que poderia salvar Emília. Isso também explica a questão da mudança de postura de Roswaal no arco das bestas mágicas. O marquês ficara em casa o tempo todo, mas no último loop de Subaru ele saíra sem uma explicação clara sobre essa mudança. Se ele já soubesse do arbítrio do garoto e o Livro da Sabedoria dissesse que ele precisava sair de cena por um momento, era lógico que ele faria isso. Naturalmente, isso também explica o fato de Roswaal voltar na hora certa para acabar com as bestas mágicas. O que antes parecia uma conveniência de roteiro para salvar o protagonista e dar andamento da história, agora ganha outros ares, tendo em vista que era tudo programado pelo Livro da Sabedoria de Roswaal.

Com tudo isso, Subaru chega a se desesperar e se não fosse a ajuda de Otto (inicialmente um belo de um soco na cara^^) o garoto teria sucumbido ao desespero mais uma vez. Esse é um momento bem interessante da obra, pois pela primeira vez o garoto consegue contar (ainda que de forma meio torta, buscando não tocar no tabu) o que estava acontecendo e o que aconteceria no santuário e na mansão. Assim, com a ajuda de Otto, Subaru consegue bolar um plano para escapar dessa sinuca de bico, apostando com Roswaal de que ele conseguirá liberar o santuário e salvar todos, sem seguir os desígnios do marquês e do Livro da Sabedoria.

Isso é um ponto importante para se atentar, para vermos como Roswaal irá reagir se o Subaru realmente conseguir essa façanha. A aposta gira em torno de o marquês não ter mais a opção do livro, caso o garoto consiga. Devemos lembrar que o Plano de Roswaal é matar o dragão. Então ele deseja que Emília consiga o trono para, então, ele realizar esse desejo, já que a nova governante deverá reafirmar o pacto com o dragão.

Não sabemos os motivos que levam a Roswaal a querer matar o dragão, mas existem algumas pistas que podem nos levar a isso. O primeiro é que mais de uma vez é levantado a hipótese de Roswaal ter mais de 400 anos. Se de alguma forma isso realmente for verdade, é certo que ele conheceu Echidina pessoalmente e que ele nutre um certo sentimento por ela, dado o jeito que ele já falou da bruxa em algumas situações. Como Roswaal quer matar o dragão é natural pensar que ele – o dragão – pode ter tido alguma participação na morte de Echidina e que, por isso, Roswaal quer vingança. Não há, porém, elementos para adentramos mais a fundo nessa hipótese. Basta lembrar que o que se sabe até o momento sobre a morte de Echidina é que durante a Grande Calamidade de 400 anos atrás, A Bruxa da Inveja matou todas as outras bruxas, inclusive a da Avareza. Se a história não é exatamente assim como o caso da dupla personalidade de Satella devemos esperar os próximos volumes para saber.


OTTO, RAM, GARFIEL E RYUZU


O volume 13 tem grande participação de Otto. Em volumes anteriores já vimos o rapaz salvar Subaru em outras oportunidades e, agora, novamente ele teve que fazer isso, ainda que de forma um pouco diferente. Para começar, o rapaz é um dos responsáveis por fazer Subaru perceber o quanto ele era amado pelas pessoas, assim que acorda do sonho do Chá das Bruxas. Além disso, como dissemos mais acima, Otto consegue fazer com que Subaru não sucumba ao desespero após descobrir o que acontece com Roswaal e os dois criam um plano para tentar sair do perigo que os aguardava (falaremos do plano mais adiante).

Mas não é só isso que vemos de Otto nesse volume. Em primeiro lugar conhecemos o passado dele, o modo como sua vida na infância era um caos por causa de sua benção de “ouvir” os seres vivos, e como as coisas foram evoluindo até, posteriormente, ele sair da cidade, se tornar um mercador e ter muito azar^^.

Ainda que seja um humano comum, descobrimos nesse volume que Otto consegue lutar, ainda que de forma parca, mínima, graças à ajuda de sua benção, de conseguir se comunicar com todos os seres. Por causa de certos incidentes, Otto teve que enfrentar Garfiel e, embora o resultado não tenha sido favorável ao rapaz, ele conseguiu ter um confronto bem digno. Ainda assim, ele só não foi morto porque… porque apareceu alguém…

Outra grande figura desse volume é a Ram, a emprega de cabelo rosa (e que as pessoas juram que tem uma irmã gêmea sabe-se lá o porquê^^). Assim como Otto já a tínhamos visto em outras oportunidades tendo algum destaque, mas no livro 13 ela se mostrou uma personagem das mais amáveis possíveis, mostrando ao público leitor um charme a mais. Não porque ela deixou de lado seu jeito de ser característico e sim porque suas atitudes surpreenderam e foram de grande auxílio para os planos de Subaru. Ela salvou Otto e ajudou o garoto que veio de outro mundo até mesmo contra (em teoria) aos desígnios de seu mestre Roswaal.

Ver Ram lutar contra Garfiel era algo que já tinha acontecido em livros anteriores, mas nessas outras ocasiões parecia que ela só fazia isso porque fora ordenada por Roswaal. E era apenas isso mesmo, se pensar bem, afinal o marquês queria que seus planos dessem certo e, para isso, era necessário que Subaru agisse. Dessa vez, no entanto, ela fizera por conta própria, por sentir que isso era necessário e importante. Talvez salvar a vida de Otto tenha sido apenas um acidente na tentativa de ajudar o Subaru, mas de todo modo ela o salvou. Ram entrou para os nossos corações nesse volume.

Otto e Ram lutaram contra Garfiel porque parte do plano para sair da arapuca planejada por Roswaal era dobrar Garfiel. Ele era um dos que mais se opunham à libertação do Santuário por conta de um certo incidente envolvendo sua mãe. Quando ainda pequeno, a mãe abandonou ele e Federica e acabou morrendo pouco tempo depois, sem ser feliz, segundo as conjecturas de Garfiel. Ele vira isso dez anos antes ao entrar no túmulo da Bruxa da Avareza e presenciar o teste do santuário. Isso fez o coração do garoto ficar aflitando durante todo esse tempo e, por isso, ele era contra a libertação do santuário, sendo, portanto, também contra os planos de Roswaal. Há que se lembrar que em uma das primeiras menções a ele na light novel, o marquês chega a falar que infelizmente o Garfiel não queria colaborar com eles.

Além do embate com Otto e Ram, Garfiel também tem um grande confronto para com Subaru. Graças a certas coisas e situações (um espírito, um poder novo e ajuda da equipe), Garfiel acabou sendo vencido e a gente acabou vendo o seu lado humano, o seu lado gentil. Após perder, ele no túmulo de novo e viu o passado do jeito que era de verdade e não do jeito que pensava, um passado em que a mãe fora feliz de verdade. Como resultado, Garfiel ficou mais legal e até passou a chamar Subaru de “chefe”, passando a colaborar com o garoto.

***

Importante falar também que uma das chaves para a derrota de Garfiel se faz chamar pelo nome de Ryuzu. Nesse volume nós descobrimos todos os mistérios envolvendo ela, o porquê de em um loop ela ter prendido Subaru, o porquê de em outro ela se mostrar mais legal, etc. Apesar de o autor dar pistas sobre isso o tempo todo nos livros anteriores, essa situação passou totalmente despercebida por nós e, a verdade é que existiam 4 Ryuzu’s, cada uma com um sobrenome diferente. Três delas se revezavam compartilhando a mente uma da outra, enquanto outra vivia por conta própria, por ter desobedecido a Bruxa da Avareza, entrando no túmulo e tentando salvar Garfiel dez anos antes.

É só quando todas essas coisas ficam claras para Subaru que ele consegue raciocinar um pouco mais – juntamente com outras dicas que lhe foram dadas (como uma frase dita por Echidina no Chá das Bruxas) – e realiza o plano que faz Garfiel cair em si e mudar de lado.


O NOVO PODER DE SUBARU


Durante o confronto de Subaru contra Garfiel, o garoto que veio de outro mundo teve a sorte de contar com um novo poder, um poder inesperado. Ele agora conseguia usar as mãos invisíveis, semelhante ao que Betelgeuse utilizava. Se você é atento na leitura da light novel (e gostava de conjecturar a respeito das diversas coisas ditas na obr), isso não chega a ser uma surpresa para você^^.

Lá no volume 10, quando Subaru conta para Beatrice que matou Betelgeuse, a bibliotecária pergunta para o rapaz se ele estava com o fator da bruxa. Como Subaru não sabia nada do que ela estava falando, Beatrice até questiona ele o porquê de ele ter matado o Geuse se não era para pegar o fator da bruxa, como se esse fosse o único motivo plausível para matar o espírito.

Não houve nenhuma fala posteriormente para explicar o que seria esse “fator” que, supostamente, Subaru havia pegado do arcebispo pecaminoso da preguiça, então só se podia conjecturar até então e quem fosse perspicaz já poderia ter sacado que Subaru ganharia esse poder em algum momento. Agora que o garoto conseguiu usar as mãos invisíveis pela primeira vez – depois de usar o Shamak à exaustão – as coisas ficaram claras para todos. Ainda que não tenha tido nenhuma explicação sobre esse “fator” está claro que ele permite usar as mãos invisíveis.

Isso é muito interessante, pois se a gente não prestar atenção, o Subaru ter adquirido aquele golpe ali, naquele momento crucial, parece apenas um recurso de roteiro preguiçoso para fazer o protagonista vencer e fazer a história andar. Existem recursos assim em Re:Zero, mas muito deles só acontecem porque o autor preparou o terreno antes, de uma maneira quase imperceptível ou que só se descobrirá posteriormente (como o caso de Roswaal que falamos antes). E esse é o caso agora. Já existia uma preparação antes (o fator da bruxa) que veio a aparecer no momento propício.

Mas, enfim, com esse poder, Subaru conseguiu uma força extra que ele não tinha e que pode ser útil no desenrolar da história, talvez para ajudar a proteger as pessoas do ataque das assassinas, para ajudar no combate a Roswaal (se ele mostrar um péssimo inimigo), etc. Sim, o candidato a sábio não precisará contar apenas com o retorno da morte de agora em diante.


EMÍLIA E O TESTE  DO SANTUÁRIO


Esse arco de Re:Zero serviu para vermos Emília sofrer e ficar desesperada em boa parte do tempo. Primeiro com o sumiço do Pack – o espírito com quem ela tinha um pacto e que era como uma família para ela – e depois pelas constantes e terríveis reprovações no teste, devido ao medo que ela tinha do passado, chegando ao cúmulo de ter o seu corpo cooptado pela Bruxa da Inveja. No volume 13, porém, as coisas parecem começar a mudar (apesar de vermos a meio-elfa de cabelos prateados sofrendo de novo).

A primeira coisa que acontece é que conhecemos a determinação e a vontade de Emília em passar no teste. Ela é tão enfática que chega a fazer Subaru perceber que ele é quem menos acreditava que a garota pudesse superar o desafio. Entretanto, ainda assim, o passar no teste do túmulo não parecia algo realizável, até que Pack reaparece e rompe o seu pacto com Emília, o que deixa a garota em um total desespero de novo, tentando se apoiar em tudo, até mesmo no pobre Subaru.

Na verdade, é o Subaru quem invoca o espírito para que ele o ajude e o fim do pacto era uma condição para que Emília tivesse chance de superar o teste, pois a presença do espírito em forma de gato fazia com que as memórias do passado de Emília fossem esquecidas e ela não conseguisse trabalhar nelas, se adequar a elas e se acostumar.

Vale lembrar que Emília sempre teve muito medo de seu passado esquecido. Lá no terceiro arco da história, quando Subaru mais uma vez age como um idiota fingindo ser um herói que ele não é (ele é um candidato a sábio no final das contas^^), e é derrotado por Julius, Subaru e Emília acabam tendo uma conversa em que o garoto age como um babaca completo, cobrando Emília por  algo que ela não pode lembrar, pois acontecera em outra linha do tempo. A garota fica toda desnorteada com as palavras dele, pois se eles tivessem se conhecido antes do dia do roubo da insígnia na capital e ela não conseguiria se lembrar, teria acontecido “naquele tempo”.

A verdade é que Emília vivia com alguns elfos na Flores Eriole e foi congelada por cerca de um século. Alguns anos antes do momento atual da história, Pack apareceu e a descongelou, mas ela não conseguia se lembrar da época anterior a isso. Com o fim do pacto entre eles, as memórias começaram a vir à tona e o desespero da garota aumentou, dentre outras coisas, com ela tendo medo de que as memórias a fizessem ser outra pessoa. Foi necessária uma intervenção de Subaru para que a garota caísse em si. Esse foi o livro em que mais Subaru disse que amava Emília. Esse foi o livro em que ele mais demonstrou o amor por ela. Também foi o livro em que o garoto mais brigou com a garota, tudo isso também para mostar que a amava. E, no fim, isso acabou gerando o momento que todos os fãs esperavam, o beijo de Subaru e Emília.

O rumo dos acontecimentos (como a luta de Subaru contra Garfiel) faz Emília ficar forte de novo e o volume acaba justamente no momento em que ela inicia o teste e se confronta com Echidina. Ali começaria o embate entre as duas bruxas, a Bruxa da Avareza e da Bruxa Gélida da Floresta Congelada.

Para terminar esse longo texto, é importante falar mais duas coisas sobre as memórias de Emília estarem voltando. Nesse volume 13, ela conseguiu se lembrar de dois nomes muito importantes, um que a gente nunca tinha ouvido falar e outro nosso conhecido. A garota se recorda de Fortuna (uma elfa a quem Emília chamava de mãe) e Geuse, o qual ela apenas cita o nome.

De Fortuna não sabemos nada, mas Geuse conhecemos ele bem: Betelgeuse, aquele que era o arcebispo da preguiça e que foi derrotado por Subaru. Não chega a ser uma surpresa que ele estivesse no passado dessas pessoas envolvidas com a sucessão real, afinal Beatrice já o conhecia e ficou triste quando soube da morte dele, mas é bem irônico que antes de virar um maníaco ele tenha convivido justamente com a meio-elfa que depois ele quereria matar, por meio da provação.

Agora resta aguardar os próximos volumes para saber como era a relação deles. A capa do volume 14, vale dizer, já é a Emília pequena junto de Fortune e Geuse. Aguardamos ansiosos o lançamento^^.

Capa brasileira do volume 14. Sai entre o fim de outubro e início de novembro. Pré-venda: https://amzn.to/3nBf07A

*Se você assistiu o episódio 13 da segunda temporada da adaptação em anime de Re:Zero, saiba que cortaram a questão do Subaru ser um candidato a sábio, a natureza da dupla personalidade de Satella, a suposta memória de Subaru sobre o passado e a conversa entre Subaru e Emília em que o garoto percebe que ele é quem mais não acreditava na garota.

**Se você leu o volume 13 ou tenha lido esta resenha até o fim, talvez tenha passado despercebido, mas o Subaru NÃO MORRE. Em todos esses anos nessa indústria vital, essa é a primeira vez que isso acontece.

  • Ficha Técnica

TítuloRe: Zero – Começando uma vida em outro mundo
Autor: Tappei Nagatsuki
Tradutor: Gabriela Takahashi
Editora: NewPOP
Número de volumes no Japão até o momento: 24 (ainda em publicação)
Número de volumes no Brasil até o momento: 13 (ainda em publicação)
Dimensões: 10,6 x 14,8 cm
Miolo: Papel Avena
Acabamento: Capa cartonada com orelhas, miolo costurado, páginas coloridas em couchê
Classificação indicativa: 16 anos
Preço: R$ 26,90
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