Veja como está o mangá
Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.
A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre Shimanami Tasogare – Sonhos ao Amanhecer, mangá lançado em janeiro de 2023 pela editora JBC.
DETALHES SOBRE A OBRA
Shimanami Tasogare – Sonhos ao Amanhecer é um mangá de autoria de Yuhki Kamatani (pessoa mais conhecida por Shonen Note) e foi publicado no Japão entre 2015 e 2018 na revista HiBaNa e no aplicativo Manga One, da editora Shogakukan, tendo seus capítulos compilados em um total de 4 volumes. O título é uma intensa obra que versa sobre a comunidade LGBT, apresentando os medos e os desafios.
No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora JBC no dia 18 de junho de 2022 e começou a ser publicado em janeiro de 2023, com o lançamento do primeiro volume.
FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA
A edição brasileira veio no formato 13,2 x 20 cm. Trata-se do tamanho padrão adotado pela editora JBC há alguns anos, então se você já comprou algum mangá da JBC nos últimos tempos provavelmente é igual.
É a mesma altura e largura de Haikyu!!, Ao Ashi – Craques da Bola, Silver Spoon, Slime, dentre outros. É também do mesmo tamanho da maioria dos mangás da Panini, embora seja mais curto em largura.
O acabamento do mangá é em capa cartão simples. A editora não divulgou o papel usado no miolo, mas tudo leva crer que é o pólen 70g (que pode ser tanto pólen bold, quanto o pólen natural). Pela textura um pouco mais áspera parece ser o pólen bold.
Independente de qual seja, é aquele papel de cor creme usado em vários livros no Brasil por ser menos reflexivo e, por consequência, ser melhor para a leitura. A JBC tem usado esse papel na maioria dos mangás recentemente e particularmente acho muito bom. Ao todo, o primeiro volume possui 168 páginas, sendo duas delas coloridas (no mesmo papel das demais páginas).
CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA
A capa da edição brasileira utiliza a mesma ilustração da versão original japonesa e é lindíssima nesse tom azulado. Achei que a fonte combinou bem com a capa e a disposição dos elementos (o número, o logo da editora, etc) deixaram ela bem legal e mais limpa que a versão original.
Em termos de acabamento, ela é uma capa padrão de mangás em capa cartonada, não tendo nada de especial ou relevante que mereça menção, o que – como sempre dizemos – não é um demérito, é apenas uma característica para esses mangás de acabamento mais simples.
A quarta-capa (a parte de trás do mangá e que você vê acima), por sua vez, continua a ilustração da capa em tom azulado, mostrando o restante da cidade e um outro personagem importante que aparece no mangá. A editora colocou uma sinopse e um aviso de temas sensíveis logo acima do código de barras. Isso é importante tanto para quem compra em lojas físicas, quanto para quem – por ventura – veja futuramente o mangá em alguma biblioteca pública.
Por seu turno, a lombada é mais simples e cheia de elementos que perpassam também por cima da imagem contínua que vai da capa à quarta-capa. Não achei bonita, mas também não achei feia.
CAPAS INTERNAS
As capas internas (a parte de trás da capa e da quarta-capa) possuem mais ilustrações da cidade onde se passa obra, dessa vez em um tom mais grafite ou amarronzado (ou seja lá qual cor é essa).
OUTROS TÓPICOS
Falando agora de uma maneira geral, o acabamento do mangá é bom como a maioria dos mangás da editora. O papel eu acho ótimo, pois é daqueles de cor mais creme (ou seja, é bom para a leitura e não afeta tanto a vista) e a encadernação é boa permitindo ler e folhear o mangá bem. O único demérito no meu exemplar é que uma página estava sem margem adequada e um balão de fala ficou difícil de ler.
Em relação ao texto, eu achei ele bem adaptado, com um português bastante fluído e sem qualquer gargalo linguístico. Ficou muito bom.
E UMA CONCLUSÃO
Infelizmente para nós, pobres, não tem mangá barato em 2023 (e já não tinha nos anos anteriores), então Shimanami Tasogare – Sonhos ao Amanhecer não é uma exceção no quesito preço. Ele sai por R$ 33,90 por volume, ficando na média do mercado atual e estando até mais em conta que outros mangás, que saem por R$ 34,90, R$ 36,90, R$ 37,90, etc. Então para o acabamento apresentado (capa cartão, papel pólen, boa encadernação) o preço está muito bom.
É claro que com esse valor ele continua sendo impeditivo para muita gente, mas Shimanami é um título que vale o esforço para comprá-lo, ainda mais sendo tão curtinho, de apenas quatro volumes. Esse era um dos títulos que eu mais aguardava que chegasse ao país e eu já tinha até perdido as esperanças, tendo ficado muito surpreso por ocasião do anúncio.
Ele é um título excelente e impactante para fazer com que todos entendam e compreendam melhor a diversidade e a vida dos LGBT’s, e para que todos saibam de uma vez por todas o porquê de ser horrível fazer piadas com gays, como é terrível o preconceito das pessoas, etc, etc, etc. Então esse é um título primordial e que eu recomendo a todos mesmo.
Ficha Técnica
Título Original: しまなみ誰そ彼
Título: Shimanami Tasogare – Sonhos ao Amanhecer
Autor: Yuhki Kamatani
Tradutor: Hiro Tamaki
Editora: JBC
Número de volumes no Japão: 4 (completo)
Número de volumes no Brasil: 1 (ainda em publicação)
Dimensões: 13,2 x 20 cm
Miolo: Papel pólen 70g
Acabamento: Capa cartão
Páginas: 168 (sendo duas coloridas)
Classificação indicativa: 16 anos
Preço: R$ 33,90
Onde comprar: Amazon
Sinopse: Depois de se mudar para Onomichi, Hiroshima, Tasuku Kaname, um estudante do ensino médio, fica em desespero após os colegas de classe encontrarem pornô gay em seu celular. Convencido de que sua vida acabou, ele fica chocado ao ver uma mulher pular da janela em uma casa próxima. Confuso, Tasuku a segue e acaba conhecendo outras pessoas com dilemas parecidos com os dele.O mangá é cheio de metáforas e imagens simbólicas que ajudam a entender a vida e o sentimento de pessoas dentro da comunidade LGBTQIA + e os problemas diários que elas têm que enfrentar, principalmente em uma sociedade mais “fechada”, como a japonesa.As sutilezas encontradas nas ilustrações valem mais do que somente uma leitura para entender todos esses nuances apresentados pela autora. Shimanami Tasogare foi indicado ao prêmio de Melhor Mangá no Harvey Awards de 2019.
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