Mangá Aberto: “Dismorfos: Seleção de Contos Favoritos do Autor”

Veja como está o mangá

Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.

A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a edição brasileira de Dismorfos, mangá publicado no Brasil pela editora Pipoca & Nanquim em abril de 2023.

A presente postagem foi feita graças a um exemplar cedido ao blog pela editora, a quem agradecemos à parceria. As opiniões contidas no texto, porém, seguem a mesma premissa dos demais posts da coluna, elogiando o que é para elogiar e criticando o que é para criticar, então os leitores podem ficar tranquilos que a análise será sincera^^.


DETALHES SOBRE A OBRA


Dismorfos é um manga de autoria de Junji Ito e foi publicado no Japão em março de 2018, sendo sua segunda coletânea de contos favoritos publicada pela editora Asahi Shimbun.

A obra traz um total de 10 histórias, sendo que 9 delas já foram publicadas pela editora em outras antologias (e por isso é uma coletânea de contos favoritos do autor), todas essas 9 com um pequeno comentário de Junji Ito acerca do surgimento do conto em questão.

No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora Pipoca & Nanquim no dia 27 de julho de 2022 e foi lançado nos primeiros dias de abril de 2023.


FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA


A edição brasileira veio no formato 16 x 22,5 cm. Esse tamanho é um pouquinho maior do que a maioria dos mangás da editora Pipoca & Nanquim, sendo do mesmo tamanho que Ping Pong (da editora JBC) e um pouco menor do que os mangás do selo Tsuru (da editora Devir).

O acabamento é em capa dura e o miolo é em papel pólen bold (falaremos mais disso adiante). Ao todo são 404 páginas, todas em preto e branco.


CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA


A capa da edição brasileira segue a mesma ilustração da versão japonesa, mas com um design bem diferente, deixando a capa mais limpa e bonita.

Em termos de material, é uma edição luxuosa em capa dura, daquelas em que a primeira reação do leitor/consumidor é dar uma batidinha^^. Além disso, assim como os títulos regulares, Dismorfos possui verniz localizado no título, nome do autor e logo da editora, fora ter também na imagem central (que não tem nos mangás regulares). Em resumo, tudo muito bem feito.

A quarta-capa (esse é o nome da parte de trás do mangá) possui a repetição de parte da ilustração da capa, além de uma extensa sinopse, detalhando a obra. Não canso de dizer que sinopse é algo importantíssimo para os consumidores de lojas físicas, então parabéns à editora por ter colocado uma nesse mangá.

O espaço da sinopse, vale dizer, é todo em verniz localizado também.

Sobre a lombada eu achei bem bonita, seguindo o mesmo padrão dos demais mangás da editora, tanto em layout, quanto em acabamento (há verniz localizado no título e demais elementos).


GUARDAS


As capas internas (também chamadas de 2ª e 3ª capas) são as partes que ficam na parte interna de um mangá, atrás da capa e da quarta-capa). Em títulos publicados em capa dura, o que temos são as guardas, que são folhas para unir o miolo à capa.

Em Dismorfos nós temos as guardas lindamente estilizadas com elementos que remetem ao título, algo sem forma e tal. Característica dessas publicações especiais, essa estilização dá um grande charme à publicação, visto que se trata de uma obra diferenciada – mais deluxe – em relação aos outros mangás da editora.

Guarda.
Primeiras páginas logo após a guarda
Outra guarda
Primeiras páginas após a outra guarda

PAPEL


O papel utilizado no miolo é o pólen bold. Se você não conhece o nome, ele é um papel feito pela empresa brasileira Suzano e tem uma cor creme, sendo bastante utilizado em livros por ser bom para a leitura e não afetar os olhos. Também tem sido bastante utilizado em mangás de uns anos para cá.

O pólen bold utilizado pela Pipoca & Nanquim em todos os seus mangás é dos mais grossos e realmente é um papel muito bom para a leitura, praticamente sem transparência nas páginas, destacando a arte do autor e tendo uma boa qualidade de impressão. Só posso elogiar o papel utilizado, pois é muito bom mesmo.


ACABAMENTO


O que também é muito bom é acabamento geral do mangá. Isso vale para todos os quadrinhos japoneses da editora (que é sempre excelente), mas um mangá em capa dura tem um charme extra. Todo o resto do trabalho da editora dos demais mangás está presente (verniz localizado, costura, etc), mas a capa dura realmente é um upgrade que faz com que tenhamos em mãos um produto de mais alta qualidade.


TEXTO


Dismorfos – assim os demais mangás de Junji Ito publicados pela editora Pipoca & Nanquim – foi traduzido por Drik Sada, uma das mais famosas tradutoras brasileiras de mangás e a que mais é elogiada. Gosto das traduções dela, aliado ao trabalho de texto da Pipoca & Nanquim, que fazem com que a adaptação fique muito boa, de modo que todo e qualquer leitor (mesmo aqueles que não costumam ler mangás) pode ler sem se sentir perdido.

Além disso, não encontrei erros de revisão no texto e acho que trabalho de edição e letreiramento está bem competente. O único ponto negativo é o mesmo que já falei nos outros textos sobre os mangás do Junji Ito da editora, a manutenção dos caracteres japoneses na folha de início de cada conto. Mas fora isso, achei o trabalho PN impecável nesse mangá.


PARATEXTOS


Os principais paratextos do mangá são os comentários do autor sobre cada um de seus nove contos, pois é algo raro de se ver nos mangás.

Além disso, nesses mesmos comentários há alguns desenhos e story boards. O mangá ainda traz um posfácio e um pequeno texto sobre o autor, que a Pipoca & Nanquim coloca em todos os seus títulos.


 A HISTÓRIA E UMA CONCLUSÃO


Dismorfos é uma “seleção de contos favoritos” do Junji Ito, todos eles publicados pela editora japonesa Asahi Shimbun. Ou seja, tais contos já foram publicados em outras obras do autor, então o público japonês não teve nada de novo. Ou quase nada. Houve uma história inédita e os comentários do autor ao fim de cada conto, apenas isso.

Dito isso, à exceção da história inédita, todos os contos presentes em Dismorfos já foram ou serão lançados no Brasil também em outras coletâneas, a saber:

Vale a pena comprar esse mangá em específico? Depende de quem você é. Se você nunca leu nada do Junji Ito e quer começar por uma coletânea de histórias muito boas, pode ir sem medo nessa que você tem um bom compêndio de contos que provavelmente lhe agradarão muito. De minha parte eu gostei muito de praticamente todos eles, mesmo os com o personagem Souichi (visto que ele aparece pouco). O destaque vai para o conto “O Monstro Cor de Carne” que é uma história aterrorizante, daquelas de dar ódio, não pelo medo do sobrenatural, mas sim porque o terror ali presente é apenas da natureza má da humanidade.

Agora se você já gosta do autor e só quer ler história novas, aí eu acho que não vale, pois a maioria delas está ou estará em outras coletâneas, então não faz tanto sentido assim, a não ser que você queira os comentários do autor. Se você não quiser, você só perderá um conto minúsculo de 4 páginas. Claro, esse comentário não vale caso você seja um colecionador que quer ter tudo do autor que for publicado no Brasil, mas nesse caso você provavelmente já o terá comprado, não é mesmo?

No todo, então, fica a recomendação desse título para quem não conhece Junji Ito.


Ficha Técnica


Título Original: 伊藤潤二自選傑作集 歪
Título: Dismorfos: Seleção de Contos Favoritos do Autor
Autor
: Junji Ito
Tradutor: Drik Sada
Editora: Pipoca & Nanquim
Número de volumes no Japão: 1
Número de volumes no Brasil: 1
Dimensões: 16 x 22,5 cm
Miolo: Papel Pólen Bold 90g
Acabamento: Capa dura
Páginas: 404
Classificação indicativa: Não divulgado
Preço: R$ 92,90
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Após o sucesso estrondoso de Calafrios, volume capa dura que trouxe uma seleção dos contos favoritos do Junji Ito, os que ele mais gostou de produzir ao longo de sua carreira de 35 anos trabalhando com mangás de horror, chega agora Dismorfos, sua segunda coletânea com a mesma proposta. Nesta seleção em particular, ele explora o horror corporal… com um estudante assombrado pelas visões de pescoços se esticando; uma cidade misteriosa onde os mortos são sepultados de maneira peculiar; uma garota que sofre com uma infestação de lesmas, mas não apenas em sua casa; uma mulher que perde completamente a pele do corpo… entre outros. Prato cheio para fãs do assustador e do bizarro que tenham estômago forte! Publicada no Japão em 2018 pela editora Asahi Shimbun, três anos após o lançamento de Calafrios, esta nova coletânea reúne mais nove das histórias preferidas de Junji Ito, acompanhadas de extras que apresentam a concepção de cada uma delas, com páginas do caderno de rascunhos do autor, de onde saem todas as suas ideias, e textos contando como curiosidades banais de sua vida se transformaram em imagens que perduram na nossa mente! Ao final, o volume ainda traz um pequeno conto inédito com o protagonista de As Egocêntricas Maldições de Souichi!


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