Veja como está o mangá
Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.
A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a edição brasileira de O Estranho Conto da Ilha Panorama, mangá publicado no Brasil pela editora Pipoca & Nanquim em junho de 2023.
A presente postagem foi feita graças a um exemplar cedido ao blog pela editora, a quem agradecemos à parceria. As opiniões contidas no texto, porém, seguem a mesma premissa dos demais posts da coluna, elogiando o que é para elogiar e criticando o que é para criticar, então os leitores podem ficar tranquilos que a análise será sincera^^.
DETALHES SOBRE A OBRA
O Estranho Conto da Ilha Panorama é um mangá de autoria de Suehiro Maruo e foi publicado no Japão entre 2007 e 2008 na revista Comic Beam, da editora Enterbrain, sendo posteriormente compilado em um único volume. A obra é uma adaptação de um livro de mesmo nome escrito por Edogawa Ranpo (ou Ranpo Edogawa).
No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora Pipoca & Nanquim no dia 30 de dezembro de 2022 e foi lançado no início de junho de 2023, após alguns remanejamentos por conta de aprovações no Japão.
FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA
A edição brasileira de O Estranho Conto da Ilha Panorama veio no formato 15 x 22 cm. Esse é o tamanho padrão da maioria dos mangás da editora Pipoca & Nanquim (excetuando-se os publicados em capa dura), sendo maior que os títulos comuns da JBC e da Panini.
O acabamento é em capa cartão com sobrecapa e o miolo é em papel pólen bold (falaremos mais disso adiante). Ao todo são 292 páginas, sendo que quatro delas são coloridas.
SOBRECAPA
No Japão (e em alguns outros países em que se lançam mangás) todos os mangás são publicados com sobrecapa. Para quem não conhece e nunca pegou um mangá da Pipoca, trata-se de um item removível que fica acima da capa. No Brasil, a maioria dos mangás são publicados sem elas, de modo que as imagens que ficam na sobrecapa original japonesa são colocadas nas capas brasileiras.
A editora Pipoca & Nanquim (à exceção dos mangás em capa dura) lança todos os quadrinhos japoneses com sobrecapa, igual ao original. Assim, O Estranho Conto da Ilha Panorama também tem sobrecapa. Vejam a imagem a seguir:
A sobrecapa da edição brasileira segue a mesma ilustração da versão japonesa e possui orelhas com informações sobre os autores (do mangá e da obra original).
Em termos de acabamento, a sobrecapa é feita com um bom material, como todas as sobrecapas dos mangás pela Pipoca & Nanquim. Entretanto, ao contrário da maioria dos mangás da empresa, não há verniz localizado no sobrecapa.
Na quarta-capa (parte de trás) da sobrecapa possui uma grande descrição de propaganda da obra, sendo um excelente chamariz para os consumidores de lojas físicas. Não chega a ser uma sinopse propriamente dita, mas tem todo o esquema capaz de despertar o interesse de quem não conhece a obra. Achei muito bom.
No todo, considero a sobrecapa muito bem feita, só achei a lombada meio feinha, mas isso é questão de gosto muito particular.
CAPA
A sobrecapa fica acima da capa, então é necessário mostrar a capa também. O material é o mesmo utilizado nas capas da maioria dos mangás, sendo uma capa cartão bem resistente. Mas, ao contrário da maioria dos mangás da editora, há verniz localizado nela (geralmente a editora coloca na sobrecapa).
De maneira simplificada, verniz localizado é um tipo de acabamento que dá um destaque às partes em que é utilizado. Quando você passa a mão você sente algo diferente, quase em alto relevo. Além disso, quando movimentado contra a luz você percebe um reflexo nessas partes, dando uma característica aprimorada ao produto.
Em O Estranho Conto da Ilha Panorama, o verniz localizado se encontra em todas as imagens e no título do mangá. O verniz também se encontra na quarta-capa (também em todas as imagens e nos caracteres japoneses) e na lombada. O motivo de a editora ter preferido colocar verniz na capa fica muito bem óbvio ao vermos as imagens e a beleza que elas exalam com o efeito.
Ainda sobre essa questão, o verniz localizado da lombada é o mais bonito de todos, pois ele está presente (além dos textos, da imagem e do logo da editora) em todas as listras, de modo que fica uma imagem muito linda quando você a movimenta contra a luz.
CAPAS INTERNAS
As capas internas de O Estranho Conto da Ilha Panorama são brancas. Como eu costumo dizer em todas as postagens, eu prefiro que sejam assim, afinal é o normal dos mangás e livros mundo à fora (com exceção de edições especiais).
PAPEL
O papel utilizado no miolo é o pólen bold. Se você não conhece o nome, ele é um papel feito pela empresa brasileira Suzano e tem uma cor creme, sendo bastante utilizado em livros por ser bom para a leitura e não afetar os olhos. Também tem sido bastante utilizado em mangás de uns anos para cá.
O pólen bold utilizado pela Pipoca & Nanquim em todos os seus mangás é dos mais grossos e realmente é um papel muito bom para a leitura, praticamente sem transparência nas páginas, destacando a arte do autor e tendo uma boa qualidade de impressão. Além disso, em O Estranho Conto da Ilha Panorama há muito branco e o papel dá um aspecto muito bom a eles, como se fosse mais bonito e limpo do que outros tipos de papeis.
Vale ressaltar que além das páginas em preto e branco, temos também páginas coloridas nesse mangá e elas são publicadas no mesmo papel (algumas editoras lançam as páginas coloridas em um papel diferente, o couchê). Eu prefiro as páginas coloridas em couchê (pois fui acostumado com isso ao longo dos anos por JBC e Panini), mas achei elas bem bonitas também nesse papel.
ACABAMENTO
O acabamento geral dos mangás da Pipoca & Nanquim são impecáveis e isso não é diferente com esse mangá. A encadernação está excelente (a editora usa miolo colado e costurado), permitindo ler, folhear e abrir o mangá sem qualquer espécie de problema.
Isso tudo sem contar dos itens falados anteriores, capa com verniz, sobrecapa e papel de boa qualidade. Ou seja, é um produto muito bom, muito bem feito.
TEXTO
A tradução de O Estranho Conto da Ilha Panorama ficou a cargo de Drik Sada e, assim como em outros títulos traduzidos por ela e adaptados pela Pipoca & Nanquim, achei muito boa. É novamente um texto feito e pensado para todos os leitores, mesmo aqueles que não estão a par de determinadas “convenções”, não tendo estrangeirismos desnecessários e possuindo notas explicativas para tudo.
Fora isso, não notei erros de revisão e achei o trabalho de edição da empresa muito bom.
PARATEXTOS
O mangá possui alguns extras ao final. Uma biografia mais detalhada dos autores (é a mesma das orelhas, mas acrescida de algumas coisas) e um extenso glossário com muitas informações que ajudam o leitor a compreender melhor alguns aspectos da obra, além de dar informações que talvez não achássemos que precisávamos (como o fato de o mangá citar uma editora que existiu de verdade).
A HISTÓRIA E UMA CONCLUSÃO
O Estranho Conto da Ilha Panorama conta a história de um escritor que tem um estranho desejo, construir uma espécie de paraíso na terra, um paraíso numa visão distorcida e excêntrica. Um dia, o sonho, que parecia algo impossível, começou a se realizar. Um amigo muito rico acabara de falecer e, sabendo da semelhança física entre os dois, o escritor decide armar um plano para substituí-lo, fingindo ter voltado do mundo dos mortos.
Embora gere desconfiança de quem estava a fim do dinheiro do falecido, todos acreditam na volta e o escritor começa a desenvolver o seu plano, transformando uma ilha em seu paraíso pessoal, cheio de ambientes, atrações, pessoas transando ao ar livre, etc, etc, etc.
Como um todo, a história e o ritmo da obra é muito boa, com os episódios acontecendo rapidamente e despertando o desejo do leitor de querer saber o que vai acontecer nas páginas seguintes. Ou seja, é um daqueles títulos que você começa a ler de forma despretensiosa e um tempo depois já acabou de ler, pois não conseguiu parar um minuto, tamanha a curiosidade com o desenrolar da trama.
Se a gente for analisar com calma, a gente nota certos problemas na narrativa, como o final muito rápido ou a apresentação um pouco demorada do “paraíso” (embora esse em específico talvez não seja realmente um problema), mas a trama te pega de um jeito que essas coisas não pesam na análise total e a impressão final é muito positiva, com você saindo da obra com a certeza de ter lido algo incrível (e com o desejo de ler o livro original também^^).
Então, recomendo bastante O Estranho Conto da Ilha Panorama. Não chega a ser um título revolucionário e nem daqueles que faz você ficar pensando por bastante tempo, mas é um mangá com uma história bastante agradável e que a maioria de vocês irá gostar.
Ficha Técnica
Título Original: パノラマ島綺譚
Título: O Estranho Conto da Ilha Panorama
Autor: Suehiro Maruo
Tradutor: Drik Sada
Editora: Pipoca & Nanquim
Número de volumes no Japão: 1
Número de volumes no Brasil: 1
Dimensões: 15 x 22 cm
Miolo: Papel Pólen Bold
Acabamento: Capa cartão com sobrecapa
Páginas: 292
Classificação indicativa: Não divulgado
Preço: R$ 82,90
Onde comprar: Amazon
Sinopse: Suehiro Maruo, considerado o maior artista de seu tempo quando se trata da arte do cruel e da atrocidade (o estilo de arte Muzan-ê, como dizem no Japão), retorna ao Brasil com uma de suas maiores obras-primas, a adaptação em mangá do clássico da literatura japonesa O Estranho Conto da Ilha Panorama, do mestre Edogawa Ranpo! Tarou Hirai, mais conhecido pelo pseudônimo de Edogawa Ranpo, foi, sem dúvida, o escritor que mais influenciou e revolucionou o cenário da literatura popular e de mistério no Japão, e é tido como um dos principais autores japoneses de suspense e do gênero policial. Ele influenciou diversos artistas já queridos entre nós, como Junji Ito, e agora você terá em mãos uma de suas obras mais famosas, sob a ótica ímpar de Suehiro Maruo! Na trama, Hirosuke Hitomi é um escritor fracassado que, certo dia, recebe a notícia da morte de Genzaburo Komoda, um antigo colega que pertencia à família mais rica de sua terra natal. Tirando proveito do fato de serem sósias, ele engendra um plano maquiavélico: assumir a identidade do falecido para realizar o seu sonho de construir um paraíso idílico e luxuriante em uma pequena ilha afrodisíaca… Mas como alcançar esse objetivo sem ser desmascarado? A sucessão de manobras de negócios e atos moralmente questionáveis se dá em meio a uma enxurrada de influências da cultura ocidental, que efervescia por toda a sociedade japonesa do final da década de 1920, retratada nos cenários exuberantes com diversas referências artísticas e permeada de erotismo explícito.
NOS SIGA EM NOSSAS REDES SOCIAIS
Assim que o preço baixar, é dento