Relembre como foi o ano de 2018 para esse mercado que ainda está engatinhando em terras brasileiras…
No final de 2017, a editora JBC começou a lançar os seus primeiros mangás em formato digital. O plano da editora era, na verdade, ter uma plataforma de streaming de mangá, em que você pagaria uma mensalidade e poderia ler todos os volumes que ali estivessem. A ideia não foi para frente, pois esbarrou em burocracias e impedimentos por parte do Japão e a plataforma nem saiu do papel. A empresa, então, passou o utilizar-se de seu plano B, a venda de ebooks em diversas plataformas, como Kindle, Google Play, Ibooks e Kobo.
Mas e em 2018? A empreitada continuou? Houve concorrência? Iremos relembrar brevemente em nossa postagem de retrospectiva de hoje.
- A JBC
Em 2018, a JBC continuou a vender ebooks, adicionando mais e mais títulos ao seu catálogo de mangás digitais. Atualmente a empresa tem mais de 20 títulos em formato digital, contabilizando mais de 200 volumes. Trata-se de um número verdadeiramente expressivo para uma empresa que recém entrou nesse mercado.
Mas, sem dúvida, a grande notícia quando se fala em publicação de mangás em formato digital no Brasil se deu em meados do ano, atendendo pelo nome de Edens Zero. De autoria de Hiro Mashima, Edens Zero começou a ser publicado no Japão agora em 2018, ganhando também uma publicação simultânea em diversos países, entre eles o Brasil.
Inicialmente, o nosso país não estava incluso, mas a editora JBC, sabendo dessa possibilidade, resolveu negociar com o Japão e a empresa conseguiu. Em entrevista para o canal do Gabriel Sau, Cassius Medauar disse que o contrato foi fechado dez dias antes do início da publicação.
Edens Zero é o primeiro título em que os brasileiros puderam acompanhar de forma legalizada, simultaneamente, semana a semana, com o Japão. Um marco para as publicações em formato digital no Brasil.
A JBC chegou a dizer recentemente que a publicação de Edens Zero puxou um pouco as vendas dos outros mangás digitais da editora, mas, evidentemente, os ebooks não passam nem perto das vendas dos volumes físicos, mas a empresa acha importante existir essa opção e ela espera colher os frutos a longo prazo.
- A Panini
Também em meados do ano, começaram a ser cadastrados no site de ISBN diversos títulos em formato digital pela editora Panini. Era o indício de que a empresa iniciaria nesse ramo. O anúncio oficial ocorreu tempos depois em um evento no sul do Brasil.
Nesse primeiro momento apenas títulos da Shueisha foram contratados e os volumes de alguns poucos títulos começaram a sair de forma bem lenta na Amazon e em outras plataformas. Infelizmente, sem qualquer divulgação. Volta e meia aparece um volume novo na Amazon e apenas isso. A editora não divulga por qualquer meio.
Segundo fala de um representante da empresa, a editora deve começar a divulgar os produtos digitais em 2019, quando o catálogo estiver mais encorpado.
- Além das duas grandes…
Além dos mangás digitais da JBC e da Panini, é importante mencionar que em 2018 a editora Pipoca & Nanquim disponibilizou seu único mangá, Guardiões do Louvre, também em formato digital. Fora dos mangás, a editora Verus publicou o livro Your Name. também em ebook, igualmente dando opção a quem desejava uma versão digital.
Mas nem só de altas vive o mercado. Com o fim das publicações da editora Alto Astral, seus mangás digitais que estavam disponíveis na plataforma Social Comics, do grupo Omelete, acabaram sendo retiradas do site. Era algo esperado, então não surpreendeu tanto.
- Em conclusão
Ano que vem a JBC continuará a investir, a Panini provavelmente também e, talvez, até mesmo a NewPOP entre nesse ramo. Na mesa redonda do Ressaca Friends, ocorrida agora em dezembro, Junior Fonseca – diretor da NewPOP – comentou que já tem alguma séries licenciadas para esse formato e talvez surjam dentre em breve.
Em suma, o mercado de mangás em formato digital ainda está nascendo no Brasil. É algo novo e que temos bastante expectativa de que dê certo. Infelizmente, o preço ainda assusta muita gente que acha um absurdo mangá digital custar tão caro; outros não são adeptos do produto digital e por aí vai. Mas há um público, ainda que mínimo, que anseia por esse mercado e a gente espera que em 2019 ele cresça bastante :).
A lista completa dos mangás digitais em língua portuguesa pode ser conferida, clicando aqui.
Retrospectiva é uma série de postagens que fazemos todos os anos para relembrar o que de melhor e pior aconteceu no mercado brasileiro de mangás, além de outras notícias relacionadas ou não ao nosso país. Para ver todas as postagens deste ano, clique aqui.
[…] Entretanto, pouquíssimos volumes foram publicados e a editora sequer divulgou os lançamentos, eles apenas apareciam nas lojas e pronto. A editora deve divulgar adequadamente ano que vem, quando o catálogo estiver mais robusto (falamos mais sobre isso em outra postagem). […]
[…] Até então não tínhamos nenhum mangá legalizado em que pudéssemos acompanhar capítulo a capítulo, semana a semana, junto aos japoneses, em língua portuguesa. Isso é algo para ser lembrado e comemorado. Falamos mais sobre isso em outra postagem de retrospectiva (clique aqui). […]
Eu não gosto muito de e-books, prefiro muito mais uma edição física do que digital, mesmo sendo as vezes mais caro. Prefiro ter algo físico, algo que eu possa pegar, e além do mais o cheiro do papel. Claro que tem pessoas que vão discordar de mim claro, mas cada um tem a sua opinião.