Mais uma obra da franquia…
Se me perguntarem se eu sou fã da franquia Sword Art Online eu diria com toda franqueza que a resposta é um sonoro “NÃO”. Entretanto, assim como muita gente, eu adorei a primeira temporada do animê. Especificamente a primeira metade da primeira temporada (Aincrad) foi de longe uma das coisas que me mais me surpreenderam em termos de ambientação.
Eu já havia assistido animês parecidos (pessoas jogando em realidade virtual) como .Hack legend of Twilight, mas Sword Art Online foi algo de um outro nível, mostrando um joguinho e toda uma construção que eu não havia experimentado até então. Claro que eu notava os clichês (o protagonista todo poderoso, por exemplo) os problemas da narrativa, mas no todo aquela primeira metade da obra foi algo que eu gostei demais e ainda hoje gosto toda vez que revejo a animação. Entretanto, não passou disso. Não voltei a ver as outras temporadas do desenho e para mim tá de boa.
A obra, como todos sabem, nasceu originalmente como um livro escrito por Reki Kawahara para um concurso, no qual ele nem chegou a enviar por ter excedido o número de páginas. Anos depois, porém, quando conseguiu a publicação de Accel World pela ASCII Media Works, seu editor resolveu lançar Sword Art Online e pode-se dizer que foi uma decisão extremamente acertada. A série foi um sucesso, vários outros livros foram lançados, e até hoje a franquia está ativa.
No Brasil, apenas o primeiro arco da light novel foi licenciada, Sword Art Online – Aincrad, sendo publicado pela Panini entre o final de 2018 e o início de 2019. Até o momento, a empresa não deu sinais de que vá licenciar outros.
Além da light novel, porém, a editora Panini também publicou algumas adaptações em mangá da série. Em 2014, a empresa lançou Sword Art Online – Aincrad (recentemente reimpressa) e entre 2015 e 2016 publicou Sword Art Online – Fairy Dance. Esses mangás, respectivamente, adaptam o primeiro e o segundo arco da light novel original (os quatro primeiros volumes) que foram adaptados na primeira temporada da animação, a única que assisti.
Parecia que a editora havia desistido de lançar as adaptações, mas depois de anos sem lançar novas, ela voltou a publicar agora em 2019 um novo mangá da franquia, Sword Art Online – Phantom Bullet, que adapta o terceiro arco da light novel, os volumes 5 e 6. Adquirimos o primeiro volume e viemos comentar um pouco sobre essa adaptação.
- Sinopse Oficial
O incidente de Sword Art Online deixou milhares de vítimas, mas o mundo virtual não parou de se desenvolver: a nova febre entre os VRMMOs é Gun Gale Online, um jogo de tiro. Quando ele começa a ter consequências mortais no mundo real, quem precisa vestir o visor e mergulhar mais uma vez é Kirito.
- História e Desenvolvimento
Se você não conhece a franquia, a história basicamente acontece no futuro (na verdade, agora quase presente) em que existe um aparelho de realidade virtual chamado Nervegear que faz os jogos tornarem-se bem mais imersivos, eliminando totalmente o ambiente externo. Nisso, existe um jogo badalado chamado “Sword Art Online” que aproveitaria o máximo dos recursos do Nervegear, porém, no primeiro dia do jogo, seu criador aparece na frente de todos e diz que eles estarão presos dentro dele até conseguirem derrotar o chefão final. Mais que isso, caso morram no jogo também morrerão na vida real e o mesmo acontecerá se alguém tentar tirar o Nervegear da cabeça dos jogadores.
Essa é a base inicial da franquia, mas em Sword Art Online – Phantom Bullet já se passou um ano desde o incidente de “SAO” e a tecnologia de realidade virtual permanece viva, com outros aparelhos e outros jogos a utilizando. Um muito famoso no momento chama-se “Gun Gale Online”, um jogo de tiro com um ou outro elemento de RPG, mas sem ser de fantasia. Ocorre, porém, que alguns casos misteriosos começaram a acontecer e um sujeito conhecido como Death Gun tem atirado em usuários famosos dentro do jogo e eles têm morrido na vida real, devido a uma parada cardíaca.
Nisso, Kirito, o protagonista da obra, entra em cena mais uma vez. Ele deve entrar nesse novo jogo e investigar a atuação de Death Gun, buscando saber se as mortes na vida real realmente tem relação com o jogo.
Esse volume inicial é apenas introdutório e quase nada acontece de fato. O que vemos nele é apenas algumas cenas de Kirito no mundo real, as mortes ocasionadas pelo Death Gun e a apresentação de um grupo de personagens, especialmente a de uma sniper chamada Sinon (que está na capa do primeiro volume) e que deve ser uma das protagonistas dessa nova fase.
Eu não gostei. A obra não conseguiu me fisgar e eu devo parar por aí mesmo. Falta algum conteúdo a mais (por exemplo, o passado de Sinon na vida real) e as premissas não foram suficientes para me fazer querer continuar. Kirito e Asuna (o par romântico do protagonista) no mundo real, por exemplo, pouco me apetecem, e Sinon ainda não mostrou quem ela é de fato.
Além disso, a única batalha não chega a ser verdadeiramente interessante e, fora a parte final, com uma maior atuação de Sinon, não causa qualquer emoção, bem diferente do início de Aincrad e Fairy Dance.
Ou seja, não é que eu tenha achado ruim, só não me despertou empatia o suficiente para adquirir os demais volumes. Depois de ver a história de SAO (e mesmo a de ALO) seria necessário algo maior e mais impactante para me prender na série e Phantom Bullet não conseguiu.
Vale dizer que existe uma preocupação de inserir todos os leitores no universo da franquia, com toda uma explanação do início dela, só não sei se o mangá seria uma boa pedida para quem não conhece a série, pois apesar da explanação, você perderá coisas aqui e ali. Ainda que isso possa ser superado sem problemas, também existe a questão da situação do mangá no Japão. Essa adaptação está em publicação por lá desde 2014 e ainda não acabou, mas não ganha volume novo desde 2016. Na época, o autor Koutarou Yamada começou outro mangá da franquia Sword Art Online – Project Alicization, de modo que Phantom Bullet ficou relegado, se encontrando com 3 volumes até o momento. Ou seja, as chances de você conhecer o final da história brevemente, por meio desse mangá, são bastante baixas.
De modo geral, eu indicaria você primeiro assistir a primeira temporada do animê de Sword Art Online para entender o mundo e ver se você gosta da história. Não será difícil você encontrar, pois a versão se encontra tanto na Crunchyroll, quanto na Netflix. Se você assistir e gostar, aí sim você poderá ir para o mangá Sword Art Online – Phantom Bullet. Começar por ele, a gente realmente não recomenda.
- Conclusão
Sword Art Online – Phantom Bullet não me despertou interesse algum em continuar. Não é que seja ruim, mas esse volume inicial é introdutório demais e quase não teve emoção, nem qualquer coisa que me fizesse me importar com os personagens. Também não houve nenhum gancho que me deixasse com a pulga atrás da orelha e me estimulasse a dar uma segunda chance à história. Em outras palavras, não é um produto feito ou pensado para mim enquanto consumidor.
Para quem é fã da franquia e quer dar continuidade nos mangás, porém, vai na fé e sem medo, pois os desenhos de Kotarou Yamada são bons e o modo como ele desenvolve a narrativa por meio dos quadrinhos pode não ser primorosa, mas não estraga a experiência. Pelo que pude ver, dando uma olhada superficial, o conteúdo desse volume inicial é mais ou menos o mesmo dos dois primeiros capítulos da segunda temporada do animê, embora com algumas diferenças, mas no todo a história é a mesma…
Agora quem não é fã da franquia… tem outros mangás no mercado^^.
- Ficha Técnica
Título Original: ソードアート・オンライン ファントム・バレット
Título Nacional: Sword Art Online – Phantom Bullet
Autor: Koutarou Yamada
Tradutor: Fernando Mucioli
Editora: Panini
Dimensões: 13,7 x 20 cm
Miolo: Papel Offwhite
Acabamento: Capa cartonada simples
Classificação indicativa: 14 anos
Número de volumes no Japão: 3 (ainda em andamento)
Número de volumes lançados: 1 (ainda em andamento)
Preço: R$ 22,90
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