Mangá Aberto: “Clockwork Planet”

Veja como está o mangá

Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.

A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre Clockwork Planet, mangá lançado em fevereiro de 2023 pela editora NewPOP.


DETALHES SOBRE A OBRA


Clockwork Planet originalmente é uma série de light novels escrita por Tsubaki Himana e Yuu Kamiya (autor de No Game No Life), com design de personagens de Sino. Ela possui quatro volumes, a última delas lançada no Japão em 2015. A série ainda é inédita no Brasil. Entre abril e junho de 2017, a obra ganhou uma adaptação em anime, em 12 episódios.

O mangá, por sua vez, ficou a cargo de um artista conhecido como Kuro estreando em 2013 na revista Shonen Sirius, da editora Kodansha. A obra se estendeu até 2018 quando foi concluído em um total de 10 volumes.

No Brasil, o mangá foi anunciado pela editora NewPOP em janeiro de 2017, durante o evento de comemoração aos dez anos da empresa, e foi um parto para começar a sair, com inúmeras promessas não cumpridas e adiamentos sem fim.

Em julho de 2017, por exemplo, durante a palestra da empresa no Anime Friends, a NewPOP disse que ele sairia em outubro daquele mesmo ano, mas a publicação não aconteceu sem nenhuma razão aparente. Em 2019, a editora disse que tinha 4 volumes traduzidos do mangá e que poderia começar a lançar a obra no segundo semestre daquele ano, mas novamente não aconteceu.

Houve então a pandemia, muita coisa foi adiada e remanejada, não tinha mesmo o que se fazer senão esperar, mas em janeiro de 2021, durante seu evento NewPOP Week, a empresa divulgou que finalmente tinha uma previsão de lançamento dele, agora para maio daquele ano, mas, de novo, não aconteceu¬¬. Mais recentemente, uma nova promessa, dessa vez para janeiro de 2023 e ele, enfim saiu, na primeira quinzena de fevereiro, quando as lojas começaram a receber o primeiro volume.


FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA


A edição brasileira de Clockwork Planet veio no formato 13 x 18,2 cm. Trata-se de um tamanho pocket, similar a outros mangás da editora como Given, mas sendo maior do que outros como As Flores do Mal e Devil Ecstasy, e menor que os mangás em formato padrão da JBC e da Panini.

O mangá possui capa cartão simples (sem sobrecapa, sem orelhas e sem qualquer outro detalhe adicional), o que não é nenhum demérito, é apenas uma características dos mangás mais básicos. Agora sobre o papel usado no miolo do mangá, não sabemos dizer qual é.

A editora divulgou, em seu site, que o mangá usaria o offset 90g (aquele papel branco usado na maioria dos títulos da editora) entretanto, ao abrir o volume notei que era outro, algum tipo de offwhite (aqueles de cor creme) bem fino. A seguir você pode ver um exemplo de Professor Yukimura & Kei (em papel offset) e Clockwork Planet (nesse papel tipo offwhite).

Em cima: Papel offset (branco) / Em baixo: Papel offwhite (creme)

Falaremos mais sobre o papel usado pela editora mais abaixo no texto. Por agora, é importante mencionar que o mangá possui ao todo 208 páginas no primeiro volume, das quais cinco delas são coloridas, todas no mesmo papel das páginas em preto e branco.


CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA


A capa da edição brasileira segue a capa original japonesa, a diferença é que em vez de todas as inscrições estarem na vertical, na versão brasileira estão na horizontal, a maioria na parte de baixo. Não achei a capa bonita, mas também não achei feita. Só achei que não teve nada que se destacasse.

A quarta-capa (parte de trás do mangá) é bem neutra, apresentando uma imagem do “mundo do mangá” (o Clockwork Planet) e uma sinopse, além de alguns elementos como a classificação indicativa. Gostei por conta de destaque da sinopse.

Agora a lombada eu achei bem feinha, talvez por ser branca demais, talvez pelo excesso de nomes, não achei que ficou bom.


CAPAS INTERNAS


As capas internas possuem ilustrações em preto e branco (ou cinza e branco?), em uma tem alguma estrutura da Clockwork Planet (salvo engano a mesma da quarta-capa) e em outra tem a mesma ilustração da capa, com uma das protagonistas da obra.


OUTROS TÓPICOS


Eu acho a edição física brasileira de Clockwork Planet relativamente ok. A Encadernação é excelente como todos os mangás da NewPOP e isso não tem o que falar e a capa cartão para um mangá básico está de boa. Tudo isso é o “Ok”, o problema é o papel usado no miolo (juntamente com as informações passadas equivocadamente pela editora).

Apesar do papel de cor creme ser mais aprazível para a leitura e o que eu mais gosto em mangás, não é possível deixar de mencionar o quão transparente as páginas do mangá são. Ter transparência é bem normal nos mangás, independente do tipo de papel, mas há alguns com mais e outros com menos, Clockwork Planet faz parte do primeiro tipo. Há páginas que pouco incomodam, enquanto há outras em que se percebe claramente a interferência das imagens da outra página na que estamos vendo.

De minha parte, eu não costumo ligar tanto para isso, muitas vezes nem chego a perceber, mas em Clockwork Planet teve muitas páginas em que era nítido demais. A seguir selecionei algumas imagens em que é possível ver claramente essa diferença entre o mais e o menos nítido. Em algumas vocês podem ter a impressão de ter pouca transparência e que não incomodam muito, mas em outras vocês conseguirão perceber mais a transparência. Ou talvez vocês percebam todas com muitas transparência, a depender do seu foco ou sua atenção…

Bom, eu não coloca a mão no fogo por empresa (afinal é uma empresa!!!), mas também não há necessidade de agir como se isso fosse a pior coisa do mundo. É certo que houve uma escolha por esse papel, mas não há como saber o motivo de se ter escolhido ele. Pode ser, por exemplo, um teste para os mangás mais básico e esse papel foi um que a editora deve ter achado bom por algum motivo. Além disso, essas páginas muito transparentes pode ser um lote de papel ruim e nem todos os volumes posteriores serão assim. Então, assim, as páginas transparentes são ruins? são ruins. Me Desagradaram muito? Me desagradaram muito, sim. Só que, ainda assim, dá para relevar. O que a gente condena de verdade é a divulgação errônea feita pela editora.

Depois desta postagem ser publicada, a editora atualizou o site dela e colocou o nome verdadeiro do papel: pólen bold 70g.

O site da NewPOP mostrava claramente que Clockwork Planet seria lançado em papel offset 90g, que é o nome pelo qual é chamado o papel branco usado na maioria das publicações da NewPOP, como já falamos. Então, normalmente todo mangá padrão da editora vem com esse papel e tá todo mundo acostumado que os mangás venham como ele, além disso o site também dizia que seria o mesmo, aí a pessoa compra o mangá pela Internet sabendo dos detalhes e chega um produto totalmente diferente? E com páginas que dá para ver a outra? Aí é um erro grande por parte da empresa.

Piora pelo fato de a editora ter as redes sociais sempre ativas e não divulgar amplamente o tipo de papel usado em Clockwork Planet. Colocar a informação errada no site pode ter sido apenas um erro bobo de quem o atualiza, mas a editora sabe de antemão o tipo de papel que foi usado no mangá e, mesmo assim, não informou nas redes sociais.

Fica mais incomodo o fato de que nessa semana que se passou, a editora republicou um post sobre quais os papeis usados pela empresa e não houve nenhuma citação a esse usado em Clockwork. Aí fica difícil…


E UMA CONCLUSÃO


Existem dois pontos que eu gostaria de abordar nesta conclusão. O primeiro é que por tudo o que aconteceu com esse mangá, com um milhão de adiamentos e agora um papel totalmente diferente do anunciado, fazem com que a gente não tenha o menor interesse em indicar o título. Como dito antes, o papel transparente incomoda mesmo, mas digamos que isso seja passável, mas o resto não passa e não dá para indicar.

O segundo ponto, entretanto, é que o mangá é muito bom. A história – ao menos nesse primeiro volume – consegue te prender demais e eu mesmo fique bastante surpreso. O fato de a editora divulgar como “do mesmo autor de No Game No Life” fez com que a gente fosse com olhos não muito bons para o título, mas a verdade é que a história é totalmente diferente, um mundo totalmente novo e com uma história que faz com que você deseje mais a mais sem qualquer peso na consciência. Pela história, eu gostaria muito de indicar esse título para vocês…

O ponto maior é que R$ 32,90 é muito dinheiro e dados os pormenores que expomos nesse texto, não me sinto à vontade para indicar esse título, mesmo tendo gostado da história. Então deixemos para o futuro. Quem sabe a edição não melhore e eu mude de opinião…


Ficha Técnica


Título Original: クロックワーク・プラネット
Título: Clockwork Planet
Autor
: Kuro
Tradutor: Denis Kei Kimura
Editora: NewPOP
Número de volumes no Japão: 10 (completo)
Número de volumes no Brasil: 1 (ainda em publicação)
Dimensões: 13 x 18,2 cm
Miolo: Papel pólen bold 70g.
Acabamento: Capa cartão
Páginas: 208 (sendo 5 coloridas)
Classificação indicativa: 14 anos
Preço: R$ 32,90
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Do mesmo autor de No Game No Life! Naoto é um rapaz brilhante e aficionado por coisas mecânicas, sonhando com o dia que terá seu próprio autômato. Mas seu sonho estava mais próximo do que ele pensava, um acidente acontece e um contêiner cai dos céus direto na sua casa, destruindo-a. Para sua surpresa, a catástrofe logo se torna um milagre, pois dentro de tal caixa está uma autômata lindíssima. E ainda por cima, ao consertá-la a moça mecânica o aceita como seu mestre! Mas nem tudo são flores, nas sombras os inimigos se movimentam e em breve eles serão postos à prova!


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1 Comment

  • Jefferson Alves

    Sou Jeff do canal Entre Mangás….infelizmente esse vai ser um mangá q eu não vou pegar, queria muito, mas com essa transparência que chamo de EXAGERADA (pq como vc disse, eh normal ter nas páginas e olha q tem titulo q nem tem viu, mas ter uma transparência além do normal é péssimo pra leitura sim!)…um título que a transparência é DEMASIADA EXAGERADA é Fire Force, infelizmente.

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