A publicação de “Jojo’s Bizarre Adventure” em outros países ocidentais

Como se encontra a publicação do título…

Além de Hokuto no ken, outro grande anúncio surpreendente em 2017 foi o Jojo’ Bizarre Adventure. O mangá que é publicado no Japão desde os anos 1980 só ganhou popularidade no Brasil nos últimos anos após as adaptações recentes em animê. Muito pedido, a obra era difícil de ser lançada por conta de sua extensão e exigência dos japoneses. Porém, a Panini conseguiu licenciá-la e começará a publicá-lo agora em 2018.

Jojo’ Bizarre Adventure é um mangá que é dividido em diversa sagas, cada qual com um protagonista diferente, e com um estilo de história diferente. As duas primeiras partes, por exemplo, são tidas como uma espécie de homenagem a Hokuto no ken, a terceira passa a ter algo de sobrenatural e assim por diante. Além disso, o traço do autor também muda bastante, passando de shonen da década de 1980 para estilista de moda, para comics americano ou europeu, etc. Devido a tantas variações, as chances de alguém gostar de todas as sagas não são das melhores. Quem gosta das partes 1 e 2, pode não gostar da 3. Quem gosta das  3 primeiras, pode não gostar da 4 e quem gosta da 4, possivelmente odiará as 3 primeiras, e assim por diante. Atualmente existem 8 partes distintas, a saber:

  • Phantom Blood
  • Battle Tendency
  • Stardust Crusaders
  • Diamond is unbreakable
  • Vento Aureo
  • Stone Ocean
  • Steel Ball Run
  • Jojolion

Vale comentar ainda que, no Japão, Jojo possui três edições diferentes. A primeira é a tankobon original, existindo desde o início do mangá e que conta com cerca de 120 volumes, juntando todas as partes. A segunda é a versão bunko (lançada no início dos anos 2000) que reúne mais páginas por edição, diminuindo significativamente o número de volumes e a terceira é a edição Jojonium, lançada em 2013, por muitos chamada de kanzenban ou edição definitiva. Ela também diminui o número de volumes originais. No Brasil, foram licenciadas as três primeiras partes, seguindo o formato bunko, com a promessa de licenciar as demais caso essas vendam bastante. Ou seja, se você gosta só da parte 4, você tem que comprar as três primeiras, do contrário você pode nunca ter a parte 4 em língua portuguesa….

Mas e em outros países? Como foi a publicação do título? A nossa postagem de hoje visa mostrar a vocês um pouco  sobre a publicação de Jojo em outros países do ocidente. Começaremos dos países que publicam a obra a mais tempo até chegar naqueles mais recentes. Vamos à postagem^^.

***


ITÁLIA


Na Itália Jojo é como que uma instituição, adorado e re-adorado, sendo o único país do ocidente que está praticamente em pé de igualdado com o Japão. Sob o título de Le Bizarre Avventure di Jojo, a primeira edição do mangá começou em 1993 pela editora Star Comics e se estendeu até 2004, indo de Phantom Blood até Stone Ocean (sexta parte). Essa edição dividiu os 80 volumes originais em 121 tomos. Neste primeiro momento, a Star Comics havia publicado TODOS os volumes de Jojo disponíveis.

No Japão, em 2004, estava começando Stell Ball Run, a sétima parte da obra, que se estenderia até 2011. A Star Comics começaria a publicar essa parte em 2006, tendo como título apenas Stell Ball Run mesmo. Há um pequeno spoiler agora. Passe o mouse para ler:

[Início Spoiler] No Japão, Jojo tinha um serio problema: era longo demais e era difícil conseguir novos leitores. Então no final da parte 6 a obra foi “encerrada”. Ou seja, na primeira impressão do mangá em vez de estar escrito “Jojo parte 6: fim”, como era tradicional, estava escrito “Jojo: fim”. Passaram-se alguns meses até anunciarem um novo mangá de Hirohiko Araki e criaram uma excelente estratégia de marketing. Esse novo mangá se chamava Steel Ball Run^^. Apenas um tempo depois é que foi revelado que SBR era a parte 7 da obra.

Segundo fãs, quando a Star Comics começou a publicar o mangá ainda não havia sido revelado que SBR era a parte 7 de Jojo. [Fim Spoiler]

A editora concluiu o mangá em 2012 em 24 volumes.

Enquanto se desenrolava a publicação de Steel Ball Run, a Star Comics resolveu relançar as seis partes anteriores seguindo o formato bunko japonês. Assim, em 2009 a editora relançou Phantom Blood (3 volumes), em 2010 Battle Tendency (4 tomos), entre 2010 e 2011 Stardust Crusaders (10 volumes), entre 2011 e 2012 Diamond Is Unbreakable (12 volumes), entre 2012 e 2013 Vento Áureo (10 volumes), entre 2013 e 2014 Stone Ocean (11 volumes).

Por fim, após a conclusão de Steel Ball Run, a Star Comics já começou a lançar Jojolion em 2013, a oitava e mais recente parte do mangá. No momento em que esta postagem vai ao ar, a editora publicou 14 dos 17 volumes disponíveis da obra.


FRANÇA


A primeira publicação de Jojo’s Bizarre Adventure na França começou em 2002 pela editora J’ai Lu (a mesma de Hokuto no ken). A empresa publicou as quatro primeiras partes do mangá em um total de 46 volumes, tendo concluído em 2005.

Com o fim da J’ai Lu em 2006, a quinta parte da obra, Vento Áureo, foi dar as caras no país apenas em 2007 pela editora Tonkam (posteriormente Delcourt / Tonkan). Sua conclusão ocorreu em 2009. Em seguida, Stone Ocean começou na França em 2010, sendo concluído em 2012. Por sua vez, Steel Ball Run foi publicado entre 2013 e 2016. Por fim, Jojolion começou a ser lançado em fins de 2016 e, até o momento, possui 7 volumes publicados. O oitavo deve ser lançado no fim deste mês.

Vale dizer que as primeiras quatro sagas de Jojo, anteriormente publicadas pela J’ai Lu, começaram a ser republicadas pela Tonkam em 2014.


ESTADOS UNIDOS


Enquanto França e Itália já publicavam o mangá há anos, Jojo só foi dar as caras nos Estados Unidos em 2005 pela editora Viz, à época ainda não controlada pela Shueisha. Ao contrário dos demais países, por lá a empresa começou a publicar o mangá apenas da parte 3, Stardust Crusaders. E parou por aí. Foram publicados 16 volumes entre 2005 e 2010. Segundo fãs, essa edição americana ainda teve algumas “censurinhas”. Sabe-se lá quais negociações foram feitas para que o autor aceitasse esse tipo de publicação…

Com a popularidade que a série ganhou por causa das animações, em 2015 a Viz resolveu dar uma nova chance à obra, publicando-a desde o início e em formato de luxo, seguindo uma edição Jojonium. Atualmente, o volume mais recente publicado pela editora foi o quinto da terceira parte, com o sexto previsto para fevereiro.


ESPANHA


A publicação de Jojo’s Bizarre Adventure na Espanha é bastante recente, tendo começado em meados de 2017 após anos e anos de negociações. A editora responsável pela publicação do título foi a Ivrea, mesma empresa que sempre informou o quão impossível era licenciar Jojo. A editora sempre dizia aos seus leitores que a a Shueisha exigia que se contratassem os 63 primeiros volumes (5 partes iniciais do mangá) e isso era algo que o mercado espanhol não conseguiria suportar.

Foram anos de negociação até que Ivrea e Shueisha conseguissem chegar a um acordo. A Ivrea conseguiu diminuir as exigências e contratou apenas as quatro primeiras partes e no formato bunko, totalizando apenas 29 volumes. A recepção inicial foi muito boa e a editora deu a entender que as demais partes estariam encaminhadas se as vendas se mantivessem tão bem.


ARGENTINA


Depois da filial espanhola foi a vez da matriz argentina conseguir licenciar o mangá. No dia 04 de dezembro de 2017, a editora Ivrea anunciou a publicação do título em solo argentino, com data de início para maio de 2018. Assim como na Espanha, a empresa licenciou as quatro primeiras partes do mangá, seguindo o formato bunko .

O mais legal do licenciamento na Argentina foi a forma como a editora divulgou a publicação do título. Horas antes de anunciar o mangá ela deu uma dica, colocando a seguinte imagem:

A imagem acima remetia a Oreimo! e a empresa fez isso propositalmente para soltar a seguinte imagem logo após o anúncio do título, relembrando um dos “memes” mais icônicos de Jojo.

Após o anúncio na Argentina ficou bastante claro que era questão de tempo ser anunciado no Brasil. Menos de uma semana depois, a Panini o anunciou :).

***

Não podemos afirmar por falta do domínio do idioma alemão, mas as poucas pesquisas que fizemos (as que não necessitam saber o idioma^^) não retornaram qualquer publicação da obra no país. A Amazon alemã, por exemplo, não traz nenhum volume em alemão, nem quando se pesquisa por Jojo, nem quando se pesquisa pelo autor, então acreditamos que obra deva ser inédita ou, senão, só saiu muito tempo atrás e não deu certo.

No México, na Colômbia, na Polônia e em Portugal o título é inédito.

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14 Comments

  • Devo ser doido pra caralho, pois adoro as quatro primeiras partes que foram adaptadas para animê. Mal vejo a hora de colecionar as bizarras aventuras de Jonathan, Joseph e Jotaro e, consequentemente, se trouxerem as de Josuke e demais.

  • Vinicius Martins Salustiano

    Ótima matéria, e eu ri muito do anúncio da Argentina.

  • GG

    Excelente matéria.
    Deu para ver que a popularidade do anime ajudou no licenciamento do mangá em vários países.

  • Humberto

    Jojo é obrigatório pra todo mundo quem embarca no mundo do mangá. História batida, as três primeiras partes quase chupadas de Hokuto no Ken, Jonathan quase um cosplay de Kenshiro. Porém, se você quer aprender como funciona um traço de mangá, ver como um autor pode aprofundar tanto sua história, ver como funciona sua mente ao longo do tempo, Jojo é obrigação. Espero que a Panini publique no mesmo que o Zelda foi publicado, seria o ápice.

    • Ouvi que os 2 primeiros arcos são descartáveis. Que é a partir do 3º, Stardust Crusaders, que começa a ficar bom mesmo. Procede? Tava afim de só comprar daí pra frente.

      • É que não curto Hokuto no Ken, não faz meu estilo. E como disseram que as 2º primeiras partes são chupadas de lá, não me animei. haha

      • É que na verdade, se pular as primeiras, vai perdeu muito da história

        A parte 3 meio que fecha uma trilogia, e encerra o que se começou na parte 1, então pular direto pra ela iria perder toda a construção que fizeram até chegar nela

      • Vinicius Martins Salustiano

        A Primeira parte eu acho zuada mas a segunda parte meu amigo, é a melhor da série pra mim, e o começo da parte 3 não é lá essas coisas não hein, bem descartável, mas depois fica muito boa também.

  • Digo Freitas

    Interessante o levantamento. Apesar de eu não ter o mínimo interesse em comprar a obra, espero que dê certo por aqui!

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