Mangá Aberto: “Zom 100: Coisas para Fazer antes de Virar Zumbi”

Veja como está o mangá

Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.

A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a edição brasileira de Zom 100: Coisas para Fazer antes de Virar Zumbi, mangá publicado no Brasil pela editora JBC em junho de 2023.


DETALHES SOBRE A OBRA


Zom 100: Coisas para Fazer antes de Virar Zumbi é um mangá de autoria de Haro Aso (Alice In Borderland) e Kotaro Takata e começou a ser publicado no Japão em 2018 na revista Sunday GX, da editora Shogakukan, e ainda segue em andamento, atualmente com 14 volumes publicados. A obra ganhou uma adaptação em anime que está no ar neste momento, e é exibido no Brasil na Netflix e na Crunchyroll.

O mangá foi anunciado no nosso país no dia 2 de dezembro de 2022 pela editora JBC em seu painel na CCXP. O lançamento ocorreu recentemente, com os dois primeiros volumes começando a chegar as lojas no finalzinho de junho. Esta postagem falará apenas do volume #01.


FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA


A edição brasileira veio no formato 13,2 x 20 cm. Esse é o tamanho padrão da maioria dos mangás da JBC de 2018 para cá, então se você tem títulos lançados pela empresa desde essa época é provável que tenha algum com essas dimensões, como Haikyu!!, Rosa de Versalhes, Boa Noite Punpun, Erased, Silver Spoon, dentre outros.

Para quem não tem nenhum, em termos de altura ele é igual aos mangás da Panini, mas em largura é um pouco menor.

O acabamento é em capa cartão simples e o papel utilizado no miolo não foi divulgado, mas parece ser o pólen (falaremos disso mais adiante). Ao todo, são 168 páginas, todas em preto e branco.


CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA


A capa da edição brasileira segue a mesma ilustração da versão japonesa. É uma capa meio poluída, com muito texto cobrindo a imagem principal, e – acreditem – a brasileira é mais limpinha que a original.

Em termos de acabamento, trata-se de uma capa cartão simples, não possuindo orelhas, sobrecapa e nem detalhes adicionais. O mangá, então, faz parte daquela linha dos mais básicos.

A ilustração da capa é contínua e perpassa a lombada e chega na quarta-capa (a parte de trás do mangá), tudo nesse tom mais vermelho/rosa choque.

Particularmente acho a lombada do mangá meio-feinha de um modo geral. O logo da JBC não ficou centralizado e os demais elementos dela são meio sem graça.

Já a quarta-capa achei muito bem feita. Com o título do mangá em destaque na parte de cima, a sinopse em seguida e um complemento sobre a obra e seus autores. A JBC mandou muito bem nessa composição, dando tudo o que o consumidor precisa saber para decidir comprar o título ou não.


CAPAS INTERNAS


As capas internas de Zom 100 apresentam, em uma delas, o título da obra e uma frase do personagem que está na capa e, na outra, as palavras dos autores. Ambas as capas internas são estilizadas em cor verde. Vejam a seguir:

Como eu já disse em outras postagens, prefiro que as capas internas dos mangás sejam brancas, porque assim costumam ser no Japão e em outros países (fora edições especiais). Mas não desgostei das capas internas por terem um padrão (há coisas escritas nas duas), muito embora eu ache bem estranho a repetição do título nas capas internas, como a JBC e algumas editoras costumam fazer no Brasil.


PAPEL


A editora não divulgou o papel utilizado no miolo do mangá, mas por seu aspecto aparenta ser algum tipo de pólen. O pólen é um papel de aspecto creme feito pela empresa brasileira Suzano e é comumente usado em livros por não afetar os olhos, sendo ideal para a leitura. De alguns anos para cá também sido bastante usado em mangás. E se não for o pólen, o papel de Zom 100 é algum semelhante de outra marca.

Particularmente, eu achei o papel do mangá excelente. Desses mangás que atualmente custam menos de R$ 40,00 é o melhor que já vi. Embora seja do tipo mais fino (como o usado em títulos como Sangatsu no Lion e Silver Spoon) ele tem uma qualidade superior, sendo mais amarelado e não tendo nenhuma transparência. Deve ser o mesmo lote de Anohana, pois o aspecto do papel de ambos é idêntico.

Então, o papel é excelente, excepcional. Muitos parabéns para a JBC por ter conseguido encontrar um tão bom quanto esse. Achei realmente excelente e não vou cansar de elogiar.


ACABAMENTO


Se o papel tá excelente, dignos de elogios e mais elogios, o mesmo não podemos dizer do acabamento geral. Como dito antes, Zom 100 é um mangá do tipo básico, então ele é bem simpleszinho no acabamento. Isso não costuma ser um problema (basta ver que a reimpressão de Anohana tá um requinte só), mas Zom 100 parece ter algum problema com a cola ou alguma coisa assim na encadernação.

O meu exemplar, deste quando estava lacrado, parecia com algumas paginas meio tortas, dando a sensação de que ele estava com um certo defeito. A seguir você vê como está o mangá e como deveria ser:

Como as páginas do mangá ficam
Como as páginas deveriam ficar

Isso implica em outros problemas? Um tempo atrás alguns mangás da editora Panini tiveram problemas parecidos o que fez com que os mangás ficassem com um “crec crec” no passar das páginas e o folheamento prejudicado. O meu exemplar de Zom 100 não teve problema desse tipo, mas ao manusear fica nítido que tem um problema de encadernação, sim.

Para completar os problemas de gráfica, a capa parece ser milímetros menor que o miolo do mangá (problema semelhante do primeiro volume de Minha Adorável Cosplayer).

Não sei se todos os exemplares estão assim, mas se estiver a editora precisa averiguar qual foi o problema junto à gráfica para evitar que ocorra nos próximos volumes, pois o mangá não é barato.


TEXTO


A tradução de Zom 100 ficou a cargo de Luis Libaneo (também responsável por Ao Ashi, Boys Run the Riot, Neon Genesis Evangelion, dentre outros) e eu achei muito boa. As escolhas editoriais da JBC também ajudam conseguindo uma adaptação muito bem feita.

O trabalho de texto da editora é daqueles que eu gosto e não canso de elogiar, sendo um texto em bom português, coeso e coerente, e que faz com que qualquer leitor que pegue o quadrinho para ler não se sinta perdido, mesmo que nunca tenha lido um mangá antes. Ou seja, é um texto em que o leitor não precisa conhecer convenções (fora convenções dos quadrinhos, obviamente) e não tem estrangeirismos desnecessários.

Também não notei erros de revisão e nem nada do tipo, de modo que é um mangá muito bem feito, bem diagramado, etc, etc, etc.


PARATEXTOS


Paratexto é tudo o que está “além do texto”. No caso de um mangá, tudo além da história em quadrinhos. De maneira geral, o único “fora do texto” são as palavras dos autores na capa interna. Temos também uma página com a lista de coisas que o protagonista quer fazer antes de virar zumbi, uma página de preview do segundo volume e uma ilustração extra, também em preto e branco.


 A HISTÓRIA E UMA CONCLUSÃO


Zom 100: Coisa para Fazer antes de Virar Zumbi conta a história de Akira, um jovem assalariado que não aguenta mais o seu trabalho em uma empresa que super-explora seus funcionários e os obriga a fazer várias e várias horas extras não remuneradas. A situação do rapaz é tão caótica que ele pensa em tirar a própria vida ou até mesmo – de uma maneira mais leve – achar que um apocalipse zumbi é melhor do que enfrentar sua rotina de trabalho.

O trabalho de Akira é desumano a tal ponto de que quando, de repente, o mundo realmente é assolado por um apocalipse zumbi ele fica feliz de não precisar voltar ao trabalho e passa a aproveitar o momento, com bastante alegria. Esse primeiro volume é um clara crítica ao sistema e ao modo como o trabalho pode exaurir uma pessoa e torná-la infeliz.

Zom 100 é um título bastante divertido e que surpreende bastante no modo como conta a história, sendo mais uma obra de humor do que uma séria sobre uma enfermidade que assola a raça humana.

A bem da verdade, quando o mangá foi anunciado no Brasil eu não dei muita bola para ele e achei que fosse um daqueles títulos genéricos e dispensável. Não podia estar mais enganado. Zom 100 é um título maravilhoso e que vale muito a pena, daqueles que a gente vê de cara que tem algo mais a apresentar.

Só espero que nos próximos volumes o papel continue muito bom e que a encadernação melhore…


Ficha Técnica


Título Original: ゾン100~ゾンビになるまでにしたい100のこと~
Título: Zom 100: Coisas para Fazer antes de Virar Zumbi
Autor
: Haro Aso; Kotaro Takata
Tradutor: Luis Libaneo
Editora: JBC
Número de volumes no Japão: 14 (ainda em publicação)
Número de volumes no Brasil: 2 (ainda em publicação)
Dimensões: 13,2 x 2o cm
Miolo: Papel Pólen (?)
Acabamento: Capa cartão
Páginas: 168
Classificação indicativa: 18 anos
Preço: R$ 37,90
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Muito cuidado com o que deseja. Solitário e trabalhando há três anos em uma empresa de origem duvidosa, Akira Tendo preferia encarar um apocalipse zumbi do que a vida que levava. Eis que em uma certa manhã, ele se depara com o síndico de seu prédio “devorando” um dos moradores. Logo o jovem vê mortos-vivos surgindo aos montes. É diante desse inusitado cenário que Akira decide curtir a vida como nunca e prepara uma lista de 100 coisas para fazer antes que também vire um cadáver ambulante!! Mas será que vai dar tempo?!!


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