Quem tinha ouvido falar disso?
De vez em sempre, em meio aos títulos mais famosos, aparece no Brasil um mangá desconhecido (ou pelo menos bem menos famoso) que despretensiosamente consegue ser muito melhor do que vários medalhões queridinhos do público. Se são sucessos de vendas ou fracassos, não importa muito. O que importa é que tais obras são boas e tiveram um destaque, ao menos para a pessoa que vos escreve.
A nossa postagem de hoje é sobre isso. Desde que esse blog nasceu tenho feito uma postagem anual em que eu listo os mangás que, em minha opinião, foram os melhores mangás desconhecidos lançados no ano anterior. geralmente publico a postagem um pouco após a metade do ano e seguindo a “tradição”, hoje apresento a vocês o que eu considero como os melhores mangás desconhecidos de 2016^^.
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Laços proibidos
Mangá erótico lançado pela editora Alto Astral ficou marcado entre o público consumidor pela publicação sem quarenta das páginas originais, apresentando um conteúdo deficitário em território brasileiro.
Mesmo assim Laços proibidos mostrou-se um título surpreendentemente bom. Mesmo focado no erotismo, possui uma narrativa romanceada com uma trama e um desenvolvimento excelente, que nos instigava a leitura e querer saber se realmente os protagonistas tinham algum laço de sangue. Infelizmente não tivemos o “verdadeiro” final e nem teremos como saber, pois sequer existe uma “versão não-oficial” do mangá. Só quem sabe japonês é que poderá ler o título na íntegra.
Laços proibidos possui apenas um volume e foi lançado em dezembro. Leia nossa resenha sobre o mangá, clicando aqui.
Sinopse: Minatsu é uma garota com um passado triste. Depois da separação de seus pais, ela acabou se desvinculando da família. Com o desaparecimento de seu irmão Masaya, passou a viver sozinha e cuidar de si mesma. Na noite de ano novo, um garoto misterioso entra na sua vida. Eles passam a se relacionar e ter noites quentes de amor, mas a menina prefere esconder essa relação de todos, por que será?
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The God’s Lie
Depois de um seinen erótico, agora um seinen de slice of life e drama. The God’s Lie coloca como protagonistas algumas crianças frente a acontecimentos pesados até mesmo para adultos, como segredo, morte e abandono, juntamente com o sentimento de frustração de não poder ajudar em nada o sofrimento do outro. Uma obra sensacional e que merece atenção de todos.
O título, de apenas um volume, foi publicado no fim de 2016. Leia nossa resenha sobre o mangá, clicando aqui.
Sinopse: Na escola para a qual Natsuru Nanao foi transferido, as garotas o ignoram. Certo dia, ele descobre o segredo de Rio Suzumura, uma colega de sala… Tardes de verão, um festival, um gato branco chamado ‘”tofu”. O último verão do primário. A aventura secreta dos dois vai começar…
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Nijigahara Holograph
O terceiro seinen da lista também é de drama, mas um drama diferente do apresentado em The God’s Lie. Enquanto The God’s Lie tenta apresentar até uma imagem positiva de esperança frente ao desespero, Nijigahara Holograph coloca todo o drama em nível muito superior, querendo chocar o leitor com os sentimentos, até certo ponto, desesperador dos personagens. Facilmente apresentado como um “mangá confuso”, devido suas idas e vindas no tempo, Nijigahara apresenta uma história extremamente densa e brilhante.
A obra é mais um volume único foi lançada pela editora JBC em novembro de 2016.
Sinopse: Com palco no terreno chamado Nijigahara, o passado e o presente dos alunos de uma escola se entrelaçam intensamente. O boato sobre o monstro que vive no túnel, o segredo que cada família carrega, um “surto” de borboletas que infestam a cidade… Através dos infindáveis eventos e “linhas do destino”, o mestre Inio Asano convida o leitor para adentrar um mundo nunca antes visto.
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The Wedding Eve
The Wedding Eve é mangá josei que reúne uma coletânea de histórias curtas escrita e desenhada por Hozumi. Cada one-shot trata de um tema diferente, sempre com desfechos surpreendentes e, até certo ponto, questionáveis. Quase todas as histórias possuem um clima de slice of life e drama misturado com um ou outro toque de fantasia. Embora várias tramas sejam clichês, a narrativa delas agrada muito e, sem dúvida, é um dos melhores mangás desconhecidos publicados em 2016.
A obra foi lançada pela editora Panini em julho de 2016.
Sinopse: “Só nós”, o tesouro mais triste e precioso de todos. Uma antologia de histórias curtas que compila, além de “The Wedding Eve – A Véspera do Casamento”, outros cinco belos e emocionantes contos, artisticamente imbuídos de lirismo, fascínio e vivacidade.
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Helter Skelter
Helter Skelter é um daqueles mangás “diferentes” que te chocam logo de cara pelo estilo de desenhos. A protagonista, tida como um exemplo de beleza, se mostra com uma aparência que o leitor não reconhece como bela. A personalidade dela, uma atriz que faz de tudo para ser admirada, também desagrada. A história evolui em um crescendo, apresentando um drama psicológico pesado.
O mangá era um pouco conhecido no “mundo underground” dos blogs, mas nunca foi um daqueles mega-populares, por isso encontra-se presente nesta lista. Foi lançado pela NewPOP em julho de 2016 e possui apenas um volume.
Sinopse: Ganhador do “Prêmio Cultural Osamu Tezuka” de 2004, Helter Skelter é uma história de volume único da controversa Kyoko Okazaki. Após várias plásticas extensivas e manutenção vigorosa, Lilico se tornou a beleza em pessoa, se tornando uma modelo, atriz e cantora de enorme sucesso. No entanto, logo seu corpo começa a reagir mal às tantas cirurgias e ela se vê em decadência física. Agora ela é obrigada a encarar as consequências do que fez e o inevitável fim.
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Como ocorre com animes, analisando os mangás como um todo e se fosse para escolher apenas 1, este seria Nijigahara, com certeza!
Sempre gostei de volumes únicos. A história costuma ser intensa!
The Wedding Eve não me pegou por ser história curtas, mas The God’s Lie, Nijigahara Holograph e Helter Skelter são bons.
The God’s Lie tenho 2 volumes, um para mim, outro para emprestar;
Nijigahara Holograph tenho a versão BR e a ES;
Helter Skelter me fez pensar e fui atrás de saber sobre mais da obra.
Nijigahara Holograph é sensacional. (Inio Asano é o cara) The Wedding Eve e The God’s Lie foram surpresas muito agradáveis.
faz uma lista de mangás ruins, tanto “medalhões” quanto desconhecidos.
Eu sempre digo que para mim a melhor surpresa de 2016 foi com certeza The God’s Lie.
Claro que Nijigahara é monstruoso, porém a gente já chega nele com aquele coisa de “mangá do Asano”, e ou você ama o autor, ou você odeia. De qualquer forma, já pegamos NH esperando algo.
Mas TGL surpreendeu demais, o que eu esperava só mais um mangá bobinho sobre amor acabou se tornando uma das melhores obras da minha coleção. Recomendo sempre.
Sobre Laços Proibidos: mesmo sem o “verdadeiro final” e com todos os erros da Astral, ainda assim você recomenda ele? Fiquei curioso agora, vou pensar nele com mais carinho na próxima compra.
Eu recomendo a leitura de Laços proibidos, sim, se você não tiver nada contra mangás hentais. Só não sei se hoje eu recomendo a compra. Rs.
Eu sugeriria você fazer o período de testes do Social Comics e ler por lá. Se lhe agradar você decide se compra o mangá ou não.
The God’s Lie e The Wedding Eve: melhores mangás! Eu apreciei e admirei ambos, principalmente The God’s Lie. Eu queria ter conhecido Nijigahara Holograph, para ver se é tão bom quanto falam, porque se for igual a Solanin… Eu dispenso solenemente! Aquele mangá foi decepcionante, literalmente! E olha que muita gente rasga a maior seda pra aquele mangá, quando eu achei bem medíocre. ¬¬
Eu acho que se você não gostou de Solanin, não gostará de Nijigahara. São histórias muito diferentes, mas o estilo do autor é igual.
Talvez, Kyon. Afinal, quando eu ouvia falar tão bem de Solanin, as pessoas em questão estavam passando por aquela fase demonstrada no mangá, o que as fizeram se identificar e se emocionar com aquilo. Como eu não estava passando por aquilo, eu realmente não achei nada demais. Eu mesmo já li um mangá, numa fase conturbada da minha vida, que me fez… Como eu posso dizer? Hm… Me transportar para dentro do mangá e viver aquilo como se fosse algo real, algo assim. Então, estas coisas variam de pessoa para pessoa, de acordo com o seu estado de espírito naquele momento. Deve ser isso. Se eu tivesse passado por aquela fase, talvez eu tivesse tido uma reação completamente diferente. Entendeu? É isso que eu queria dizer. Eu estaria mentindo se eu dissesse que não me identifiquei com algumas situações apresentadas no mangá. Eu me identifiquei bastante com elas, mas foram somente algumas. No geral, o mangá foi, sim, bem medíocre. Mesmo assim, eu ainda pretendo comprar Nijigahara Holograph para eu ler, um dia. E tê-lo para mim, obviamente.
O Brasil está cheio de ótimos one-shots não muito populares ^^
Só volumes únicos então