Resenha: We Never Learn #01

Comédia das boas? Comédia das boas

No último mês de outubro, a editora Panini começou a publicar no Brasil o mangá We Never Learn, de Taishi Tsutsui, uma das típicas comédias (românticas) da Weekly Shonen Jump. Tendo começado a ser publicada no Japão em 2017, pela editora Shueisha, a obra ainda está em andamento (mas em seus momentos finais), possuindo atualmente 19 volumes publicados por lá.

O título acompanha o jovem esforçado Nariyuki Yuiga que, de repente, é “obrigado” a servir de tutor para duas garotas prodígio, Fumino Furuhashi (gênia em humanas) e Rizu Ogata (gênia em exatas).

Nariyuki é de uma família muito pobre e precisa de uma recomendação especial do colégio para conseguir cursar a universidade. Sabendo do desejo do rapaz, o diretor da escola o incube de ajudar as duas gênias a conseguir entrar no curso que querem.

Há apenas um inconveniente nisso tudo: Fumino, gênia em humanas, quer entrar em uma universidade de exatas; enquanto Rizu, gênia em exatas, quer entrar em uma universidade de humanas. Para piorar a situação de Nariyuki, as duas são um completo desastre nas áreas em que pretendem cursar. É isso o que o garoto esforçado precisará enfrentar.

We Never Learn é uma obra de humor e, neste primeiro volume, ela faz muito bem o seu papel de divertir o leitor. Temos a oposição entre a genialidade e a “burrice” das meninas (primeiro somos apresentados a um Nariyuki que fica espantado ao se ver sempre superado pelas garotas e depois vemos ele ter que se virar para tentar ajudá-las a estudar, nas áreas em que elas não dominam nada), temos a clássica cena da personagem que se cobra demais e se coloca em posição de inferioridade, temos a personagem que diz as coisas e ser perceber magoa os outros, etc, etc, etc.

O mangá também tem cenas típicas de algumas comédias românticas tradicionais como falas de duplo sentido (como a clássica cena em que Nariyuki “””se declara””” para Rizu e Fumino) e situações embaraçosas (aquele clássico caso protagonista “pervertido sem ser pervertido”, bem ao estilo Keitarô).

Outro humor típico desse gênero que a obra aborda é aquele em que as personagens femininas comparam seus corpos. Fumino tem seios menores, Rizu maiores, e isso é enfatizado em algumas cenas para gerar um sorriso no rosto no leitor. É um tipo de humor bem ultrapassado, mas  que ainda diverte.

Por mais que a obra seja de comédia, ela não fica apenas nisso e busca desenvolver os personagens, na medida do possível. Nariyuki, por exemplo, é um cara dedicado aos estudos e o primeiro volume vive a nos mostrar isso, com ele, por exemplo, passando noites em claro para tentar ensinar as garotas. Rizu, por sua vez, é aquela garota mais contida e que não consegue entender os sentimentos e (por que não?) o funcionamento do mundo. Fumino, por seu turno, é aquela garota ao mesmo tempo sociável e medrosa em situações desconfortáveis, mas que costuma dizer as coisas na lata, mas sem a intenção de ofender.

Esse primeiro volume de We Never Learn ainda deixa bem claro (por certas reações e certas passagens), que a questão do romance se fará presente o tempo todo na obra e que as duas meninas irão, no futuro, se apaixonar pelo rapaz, em vista da vontade dele de ajudar, do modo que ele pensa, de suas atitudes etc, etc, etc. Também fica evidente que We Never Learn será mais uma obra em que o protagonista é rodeado por garotas que buscarão ficar com o rapaz.

Uma dessas garotas é Uruka Takemoto. Ela é a clássica personagem amiga de infância que é apaixonada pelo garoto em segredo e que não consegue se declarar para ele. Nesse volume inicial, tudo isso já é apresentado, com a garota agindo super descolada na frente dele, mas ansiosa quando está sozinha. Assim como Fumino e Rizu, Takemoto foi colocada sobre a tutela de Nariyuki para conseguir aprender mais. Ela deseja uma indicação esportiva, mas é péssima nos estudos. Assim como fez com as duas garotas anteriores, Nariyuki buscará meios de ajudar a amiga a estudar. E assim as três primeiras meninas da vida de Nariyuki são apresentadas.

Apesar do clima, do humor e de tudo o que permeia a obra, ela não é “””picante”””, por assim dizer. Pelo menos não tanto como Yuuna e a Pensão Assombrada. Você não verá seios à mostra (ao menos nesse volume inicial não teve), nem coisas do tipo, mas ainda assim ele possui closes e cenas que podem ser indigeríveis para algumas pessoas.

A gente, então, recomenda o título para quem gosta de comédias românticas com um toque um pouco mais erótico, mas sem ser apelativo. Se esse for o seu caso, tenha certeza que você se divertirá bastante e gostará de acompanhar o mangá, principalmente porque novas personagens serão apresentadas nos próximos volumes. Se não for o, tem outros títulos no mercado que te agradarão mais.

FICHA TÉCNICA

Título original: ぼくたちは勉強ができない
Título Nacional: We Never Learn
Autor: Taishi Tsutsui
Tradutor: Caio Suzuki
Editora: Panini
Dimensões: 13,7 x 20 cm
Miolo: Papel Offwhite
Acabamento: Capa cartonada simples
Classificação indicativa: 16 anos
Número de volumes no Japão: 19 (ainda em publicação)
Número de volumes no Brasil: 2 (ainda em andamento)
Preço: R$ 22,90

*Vale lembrar que o volume 1 de We Never Learn possui um erro em um balão de fala e a editora Panini irá fazer um recall (Saiba mais clicando aqui)