Mangá Aberto: “Sunny Sunny Ann!”

Veja como está o mangá

Mangá Aberto é uma nova coluna de resenhas aqui do blog em que mostraremos a edição física de um mangá, geralmente um lançamento. O nome advém de um antigo blog em língua espanhola que fazia exatamente isso^^.

A ideia é apresentar aos leitores exclusivos do blog o que já fazemos em nossas redes sociais, mostrar fotos do mangá acrescentando alguns detalhes sobre as obras e opiniões. A postagem de hoje será sobre a edição brasileira de Sunny Sunny Ann!, mangá lançado no final de fevereiro de 2023 pela editora JBC.

DETALHES SOBRE A OBRA

Sunny Sunny Ann! é um quadrinho japonês de autoria de Miki Yamamoto e ele teve seus capítulos pré-publicados no Japão entre março de 2011 e abril de 2012 na revista de mangás Morning, da editora Kodansha. Eles foram compilados em um único volume, lançado por lá em julho de 2012.

No Brasil, o título foi anunciado no dia 22 de junho de 2022 pela editora JBC em uma live para o canal Fora do Plástico. A previsão inicial era que o lançamento ocorre ainda naquele ano, mas acabou ficando para os primeiros meses de 2023.

FORMATO DA EDIÇÃO BRASILEIRA

A edição brasileira veio no formato 15 x 21 cm, em tamanho similar à edição japonesa. Via de regra os quadrinhos japoneses são publicados em formato pocket no Japão, entretanto existem alguns títulos que são lançados em um formato maior, que é o caso de Sunny Sunny Ann!, publicado por lá no chamado formato A5 (14,8 x 21 cm), sendo exatamente bem similar à versão brasileira.

Para quem não conhece as dimensões, o mangá é um pouco maior que a maioria dos mangás da Panini e da JBC. É o mesmo tamanho de Neon Genesis Evangelion Collector’s Edition, Diário dos Gatos Yon & Mu, Banana Fish, Paradise Kiss, Soul Eater Perfect Edition, dentre outros.

Sunny Sunny Ann! foi publicado em capa cartão com orelhas e verniz localizado (especificaremos isso no próximo tópico) e o papel utilizado no miolo foi o costumeiramente chamado offset. Offset é o nome dado àquele papel branco usado em cadernos e em alguns livros e mangás. Existem alguns mais grossos e outros mais finos. A JBC não disse qual gramatura usou, mas parece ser algum intermediário, não é tão grosso, mas também não é fino.

Em relação às páginas, o mangá possui 200 ao todo, sendo todas em preto e branco.

CAPA, QUARTA-CAPA E LOMBADA

A capa da edição brasileira de Sunny Sunny Ann! segue a mesma ilustração da versão japonesa, tendo como maior diferença as cores empregadas. Na versão japonesa (da arte da capa divulgada no site da editora de lá) o fundo é um azul clarinho, enquanto na nossa versão é um azul escuro.

Em termos de acabamento, trata-se de uma capa cartão comum, da mesma grossura dos demais mangás da editora e das concorrentes. Um detalhe importante é que as partes em vermelho da capa (nome da autora, título e o batom dos lábios da personagem) possuem verniz localizado. Nesse locais, quando você passa a mão você sente o papel diferente, em destaque. Não é alto-relevo, é apenas uma camada de tinta brilhosa. Inclusive, quando você mexe o mangá em uma área luminosa, você consegue perceber o destaque luminoso diferente dessa parte.

Também vale mencionar que a capa cartão possui orelhas. Se você é mais jovem e não está acostumado com o termo, orelhas é o nome dado ao “prolongamento da capa” de alguns livros e quadrinhos e que é dobrado, ficando por dentro da capa.

A quarta-capa (como é chamada a parte de trás do mangá) traz uma outra ilustração e que também possui verniz localizado, dessa vez na maçã e no carro. Também possui orelhas. A quarta-capa ainda possui uma sinopse (essencial para os consumidores de lojas físicas) e um aviso de conteúdo, bem acima do código de barras.

A lombada (como é chamada a parte lateral do livro que não dá para ver as páginas) é bem simples, não possuindo verniz localizado em nenhum elemento. Possui apenas o título, nome da autora, imagem da personagem e o logo da JBC.

CAPAS INTERNAS

As capas internas são colorizadas de azul e vermelho e não tem nada nelas. Particularmente acho bem desnecessário, mas entendo que faz parte do projeto, de manter as duas cores predominantes da obra. Existem algumas capas internas que são coloridas de maneira totalmente aleatória, o que não é o caso desse mangá.

OUTROS TÓPICOS

No todo, eu considero o acabamento da edição brasileira do mangá Sunny Sunny Ann! muito bom. Capa cartão com orelhas é sempre interessante e o verniz localizado dá um charme a mais ao produto. O papel é bom, com quase nenhuma transparência e a encadernação também é excelente, permitindo folhear e ler o quadrinho sem qualquer problema.

Em relação ao texto, achei ele muito bem adaptado, sem qualquer estranhamento linguístico, perfeito para qualquer pessoa ler, seja ele familiarizado ou não com mangás.

A HISTÓRIA E UMA CONCLUSÃO

Sunny Sunny Ann! é um mangá bem diferente do usual… Você percebe isso já pelo estilo de desenho, bem mais cartunesco e que muitos podem estranhar em um primeiro momento e, até mesmo, sentir dificuldade em distinguir o que está acontecendo. Mas passado o choque inicial a narrativa flui muito bem e a você consegue terminar a leitura da obra em pouco tempo.

Em relação à história, Sunny Sunny Ann! se mostra diferente por ser uma daquelas obras de viagem – comum em filmes – em que o personagem vai de lugar em lugar conhecendo pessoas, dentro de um carro. A narrativa apresenta uma personagem que não se prende aos costumes sociais, ao desejo de ter um lar, e prefere a vida na estrada, ganhando a vida com o corpo ou como der… É uma personagem forte, com pensamentos que vão na contramão do que pensam a maioria. Embora em todos os capítulos consigamos ver isso, apenas no primeiro e último capítulo é que ela é o grande destaque. Nos demais a obra fala sobre outros personagens em circunstâncias não muito boas.

Por ser um volume único, o mangá não nos mostra algumas coisas (mais sobre o passado da protagonista, por exemplo) e você pode sentir que faltava alguma coisa a mais, mas no todo se trata de uma boa obra não só por nos mostrar uma personagem pouco usual, mas também por ter uma história diferente (que é episódica, mas também contínua) em um ambiente também não tão comum nos mangás, um outro pais que não o Japão.

Não é, porém, um mangá que preencherá o vazio existencial. É um mangá que você lerá e irá pensar sobre as coisas que acontecem (o abuso, as críticas excessivas às mulheres e a falta delas aos homens pelo mesmo comportamento, etc, etc), de modo que você não deixará de questionar a sociedade em que vive. Não é um mangá que agradará todo mundo, mas é um mangá que eu recomendo para todo mundo. É uma daquelas boas experiências que todo leitor precisa ter…

Ficha Técnica

Título Original: Sunny Sunny Ann! (サニー・サニー・アン)
Título: Sunny Sunny Ann!
Autor: Miki Yamamoto
Tradutor: Cecília Yuri Takahashi
Editora: JBC
Número de volumes no Japão: 1 (completo)
Número de volumes no Brasil: 1 (completo)
Dimensões: 15 x 21 cm
Miolo: Papel offset
Acabamento: Capa cartão com orelhas
Páginas: 200
Classificação indicativa: 18 anos
Preço: R$ 39,90
Onde comprar: Amazon / Mundos Infinitos

Sinopse: Um “road mangá” que acompanha a protagonista Ann, uma mulher independente e livre, que decide viver sua vida seguindo seu próprio rumo. Sua casa é seu carro e a estrada é a sua rotina. Para onde o vento a leve, Ann descobre novas aventuras e coloca em evidência diferentes questionamentos sobre normalidade, liberdade e felicidade.A autora, que tem fortes influências de Kyoko Okazaki (Pink, Happy House), carrega em seu estilo gráfico peculiar, traços fortes que se mesclam com a própria personalidade de Ann.Sunny Sunny Ann! foi publicado entre 2011 e 2012 na revista Morning da editora Kodansha, e é o segundo título da autora – que chamou a atenção da crítica desde a sua estreia – e lhe rendeu o Prêmio Cultural Osamu Tezuka, como Nova Artista em 2013. Com este mangá, Miki também chegou a ser selecionada e finalista do Festival Internacional de Quadrinhos Angoulême em 2019.

NOS SIGA EM NOSSAS REDES SOCIAIS