No Brasil, é claro…
Você já viu uma editora falar que tal ou qual mangá deu prejuízo? Que um certo título não vingou? Que uma obra vendeu pouquinho? Isso não é usual. O normal é as editoras darem evasivas ou nem comentarem o assunto, mas de vez em quando as empresas (do Brasil e de outros países) falam de forma clara, para explicar ao público o motivo da descontinuação de um certo título, da demora de lançamento entre um volume e outro, ou da não vinda de sua sequência imediata.
Embora o caminho natural para um mangá que não vendeu bem seja o descontinuamento é comum que as editoras tentem, até onde for possível, manter a publicação, a fim de manter a boa imagem perante o consumidor e à licenciante.
Na lista de hoje você verá 5 mangás que abertamente não venderam o que era esperado no Brasil e, mesmo assim, não foram cancelados. Decerto (e provavelmente) devem existir muitos e muitos outros que não elencamos aqui, mas optamos por listar apenas aqueles que existem confirmação em vídeo, de modo que você pode achar no Youtube sem muito problema e ver por você mesmo^^.
Abara (Panini)
Abara foi o primeiro mangá de Tsutomu Nihei (Blame!, Knights Of Sidonia) a ser publicado no Brasil, mas ao contrário dos mais recentes, ele não foi publicado pela JBC e sim pela Panini.
Possuindo apenas dois volumes, Abara não vendeu nada. Essa afirmação foi dita em 2015 por Beth Kodama, à época editora-sênior da Panini, em um evento chamado Amigos & Quadrinhos, realizado na cidade de São Paulo. Na ocasião, ela disse que era fã do trabalho do Nihei e gostaria muito de publicar outras obras do autor em nosso país, porém o retrospecto ruim de Abara não facilitava.
Se uma obra de um autor não vai muito bem, é difícil (embora não impossível) que uma editora opte por lançar outras obras dele. Como vocês sabem, posteriormente duas obras de Tsutomu Nihei vieram pela JBC e o próprio autor visitou o nosso país para participar de um evento.
Tokyo Mew Mew (Panini)
Tokyo Mew Mew chegou ao país em 2010 em meio a uma avalanche de títulos que a Panini publicou naquele ano, e não deu lá muito certo. A informação foi revelada por Beth Kodama no mesmo evento em que a editora comentou sobre Abara.
Segundo ela o título foi indicado para a Panini meio que por mero acaso (leia mais aqui). A Panini o licenciou e não vingou nas bancas de revista. Como resultado, sua continuação (de apenas dois tomos) nunca apareceu e de lá para cá a editora jamais lançou um mahou shoujo novamente.
Homunculus (Panini)
Homunculus, de Hideo Yamamoto, é um dos casos mais conhecidos de mangás que venderam muito mal e mesmo assim conseguiram ser concluídos, ainda que aos trancos e barrancos. Extremamente elogiado por quem chegou a ler o título, Homunculus foi um enorme fracasso e as vendas eram baixíssimas, com o cancelamento rondando durante muitos anos, mesmo quando ele faltava apenas um volume para ser terminado.
Em uma tentativa de viabilizar a publicação do décimo quinto e último tomo, a Panini sequer enviou o volume para bancas de revista para minimizar os prejuízos, vendendo apenas para a pequena parcela de consumidores que ainda tinha interesse na obra. Mesmo assim, a editora revelou posteriormente que até a venda desse volume foi um fracasso. Até recentemente os hoje ex-editores da Panini, Beth Kodama e Levi Trindade falam do caso em entrevistas, relembrando como era ruim ver uma obra boa indo tão mal nas vendas.
Neon Genesis Evangelion – meio tanko (JBC)
Quando a Conrad perdeu a licença de vários títulos, eles ficaram disponíveis para serem negociados com outras empresas. A JBC foi atrás de algumas e conseguiu Neon Genesis Evangelion. A série tinha sido publicada pela Conrad em duas versões, uma em meio-tanko e outra em formato deluxe (esta última cancelada após um único mangá) e a JBC resolveu continuar a primeira para satisfazer os leitores que tinham acompanhado durante anos pela outra empresa. Posteriormente, a empresa relançou a obra seguindo o número de volumes originais.
O interessante dessa história é que em um evento da editora, Cassius Medauar, gerente de conteúdo da JBC na época, afirmou que Evangelion meio-tanko deu prejuízo em todas as edições (saiba mais aqui), mesmo assim a versão foi levada até o final e concluída.
Lodoss War: a dama de Pharis (Panini)
Em seus primórdios na publicação de mangás no Brasil, a Panini publicou vários mangás da série Lodoss War (que hoje tem a novel pela NewPOP) e em 2008 a empresa trouxe mais um, chamado de Lodoss War: a dama de Pharis, de apenas dois volumes. Lançado em um formato mais deluxe, acabou sendo um fracasso e não vingou.
A história ainda é mais interessante pois se o volume 1 foi lançado em 2008, o segundo e último foi publicado apenas em 2011. Durante anos muitos leitores desconfiavam do cancelamento (falamos melhor disso aqui), mas no final depois de muita espera, a obra acabou sendo concluída.
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Sinto que esses seinens que a Panini cancelou naquela época tipo Homunculus e MPD Psycho teriam vendas medianas ou até boas nos dias atuais. Ao mesmo tempo duvido que eles iriam querer arriscar novamente…
Gosto de Negima e UQ Holder e desconfio que sao outras obras que devem ter meia duzia de compradores (tipo eu).
Inclusive, tenho zero esperança de um dia ter Negima em papel bom…
Eu gosto de Negima e UQ Holder na parte em que o Ken Akamatsu faz o que ele sabe fazer, que é mangá tipo harem, meio ecchi, como foi Love Hina. Quando ele inventou de transformar Negima num mangá tipo battle shounen ficou ridículo.
Tokyo Mew Mew eu comprei o 1º volume mas não gostei. Mas agora entendo o porque, de que fora as séries famosas como Sakura Card Captors, Madoka e Sailor Moon, não apareceu mais nenhum titulo do gênero mahou shoujo aqui no Brasil.
Acho cômico no caso de Humunculus (mangá que já vendia mal, esgotado nas lojas, ficou em hiato por anos e além de ser pouco conhecido) a Panini realmente ter dito expectativa que o último volume fosse ter alguma venda significativa.
Tipo, ela publicar o último volume era apenas para minimizar a má reputação e diminuir a lista de títulos congelados. Foi completamente esperado que o último volume não venderia o suficiente para se pagar.
Vc acha que a jbc vai reimprimir evangelion um dia?
Não.
Se um dia forem fazer algo com a série, lançarão a nova versão que saiu no Japão recentemente.
Queria Homunculus, queria que Toriko terminasse T_T, queria tanta coisa, rs.
Ótima matéria, adoro essas curiosidades sobre a indústria Brasileira de mangás, tenho muita curiosidade de saber quais títulos vendem bem e quais vendem mal, eu mesmo tenho uma suspeita que um de meus títulos favoritos (Slam Dunk) , vendeu mal por aqui.
Dizem as más línguas que Sidonia e Blame também não venderam bem, parece que o Nihei não teve sorte por essas bandas
Só o Sidonia.
No final de 2017, o Cassius Medauar, da JBC, disse que Sidonia foi pior do que o esperado. Na mesma ocasião, ele disse que Blame!, por outro lado, foi melhor do que as expectativas.
Kkkkk c ta doido
Desse aí, só tenho o Abara, mas sempre quis o Homunculus. Chatinho de encontrar a coleção completa
Mas é bom tomar esses prejuízos, criou casca e fez com que as editoras pensassem melhor antes de lançar algo
Bom? Só se for pra quem prefere que elas não se arrisquem em lançar nada mais diferente, ficando só nos shounen de lutinha da vida.
queria poder ter comprado o homunculus, mas na época eu nem sonhava em colecionar quadrinhos direito. hoje em dia é quase impossível achar por um preço legal e a esperança que possa ser republicado é quase zero