Uma importante mudança…
Seguindo com nossas retrospectivas, hoje o blog vem relembrar a vocês o tema da distribuição. As três principais editoras de mangás do Brasil ( JBC, NewPOP e Panini) tiveram que mudar a forma de distribuir os seus mangás, gerando alegrias, confusões e, também, inconformidades por parte de alguns consumidores.
Para quem já não se lembra (ou nunca soube, no caso dos consumidores mais novos), os mangás de JBC e Panini eram distribuídos em bancas de revistas em dois modos distintos, a distribuição nacional (em que os mangás chegam a todos os pontos do país no mesmo mês) e a distribuição setorizada (em que os mangás chegam primeiro a algumas cidades do país e somente depois de três, quatro ou mais meses chegam às demais). A prática da distribuição setorizada foi abolida em 2016 e agora as duas editoras distribuem seus títulos de forma nacional. Mas não foi somente isso que aconteceu, a editora NewPOP abandonou as bancas de revista e decidiu que seus títulos só seriam lançados em livrarias e lojas especializadas.
NewPOP
A mudança de distribuição da NewPOP foi anunciada em fevereiro. A editora que até então lançava seus títulos nas bancas nacionalmente, decidiu se focar apenas em livrarias e lojas especializadas. A editora divulgou a informação como sendo uma medida de melhoria e apresentou um texto de divulgação com os muitos benefícios de se comprar em livrarias.
Embora tenha, na mesma época, começado a disponibilizar assinaturas e oferecer frete grátis para os mangás que deixariam de ir às bancas, houve crítica por parte de alguns leitores. Mas de um modo geral, a mudança foi bem aceita.
Atualmente, a editora só tem mandado para as bancas os mangás antigos da empresa, lançados há uns 2,3 ou mais anos para as pessoas que não puderam comprar na época. Os novos volumes dos mangás em publicação e os novos lançamentos não estão mais sendo distribuídos em bancas realmente.
Vez ou outra há alguma reclamação, mas são tão esporádicas que nos permitem dizer que a atitude da NewPOP foi bem acertada. Talvez boa parte do público da editora já adquirisse os títulos fora das bancas e o impacto da mudança não foi tão sentido.
JBC e Panini
As mudanças de distribuição implementadas por JBC e Panini começaram no início de março, pouco depois de a NewPOP anunciar seu desligamento das bancas de revistas. A JBC foi a primeira a informar que seus títulos de distribuição setorizada passariam a ter distribuição nacional. O primeiro título da JBC a sofrer essa mudança foi Parasyte, seguido de outros até que a editora oficializou a mudança de toda a sua linha no dia 18 de março.
A estratégia da empresa foi mandar dois volumes por mês para as antigas cidades que faziam parte da chamada “segunda fase” de distribuição, o volume atual de distribuição nacional e o volume antigo que ainda não havia sido distribuído nessas cidades. Embora o volume ficasse sessenta dias na banca, isso acabou ocasionando que os leitores tivessem que adquirir dois volumes por mês e teve muita gente que não gostou, criticando a editora pela modificação abrupta.
Entretanto, a decisão de transformar tudo em distribuição nacional agradou bastante, tendo em vista que os títulos de distribuição setorizada iam apenas e tão somente para duas cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro e todo o resto do Brasil fazia parte da “fase 2” e a empresa sofria duras críticas por conta disso. Era o fim de um dos gargalos da editora JBC.
No mesmo período em que a JBC implementava as duas mudanças, as pessoas de cidades de “fase 2” começaram a ver Naruto Gold #08 nas bancas sem qualquer aviso, sendo que nessas cidades esse mangá ainda não havia começado a ser distribuído. No dia 24 de março, a Panini informou que o título havia sido transformado em distribuição nacional.
A editora disse à época que os moradores dessas cidades receberiam dois volumes por mês, 1 e 9, 2 e 10, etc, até que os volumes atrasados fossem repostos. Porém, estamos em dezembro e, pelo que parece, até hoje o volume 01 de Naruto Gold não deu as caras nessas cidades O_o.
Aos poucos, todos os títulos de distribuição setorizada da Panini foram sendo transformados em distribuição nacional sem qualquer aviso. Os consumidores descobriram apenas quando foram às bancas e se depararam com aqueles volumes lá. Uma completa desorganização.
Após alguns meses, todos os títulos da JBC já estavam em distribuição nacional e ninguém nem lembrava da antiga “fase 2”. Os títulos antigos da Panini, por outro lado, ainda continuam a chegar nessas cidades. Isso acontece porque a editora costumava demorar meses (ou até anos) para lançar um produto nas cidades de Fase 2. Defense Devil, por exemplo, só começou a chegar nas bancas da fase 2 em novembro de 2015, sendo que ele havia sido lançado originalmente em junho de 2014.
A transformação de todos os títulos em distribuição nacional acaba com esse que era um dos piores gargalos da Panini, essa demora absurda entre o lançamento das cidades de fase 1 e os na de fase 2. Porém os títulos antigos ainda sofrem com o esse mal e somente aos poucos vão sendo lançados os volumes atrasados.
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A mudança feita pelas três editoras em um período bastante curto não deixa dúvidas de que não foi coincidência. Aconteceu alguma coisa – nunca divulgado por ninguém – que obrigou as três editoras a mudarem sua forma de distribuir.
Como todos sabem só existe uma única distribuidora em bancas de revista, A Dinap, pertence ao grupo Abril, e muito provavelmente ela deve ter alterado algumas regras ou feito algumas exigências que obrigaram as três editoras a mudar de uma hora para outra. Que regras ou exigências são essas não temos como saber, mas mesmo com os problemas iniciais teoricamente as mudanças foram positivas.
Entretanto, os mesmos problemas de a distribuidora “pular” números ou não distribuir certos títulos para certas cidades continua acontecendo e isso não deve mudar.
BBM
Pra quem é da antiga fase 2, como eu, essa mudança foi algo a muito esperado. A JBC, por mais que demorasse, sempre mandava seus lançamentos pra fase 2, mas a Panini sempre deu problemas, tanto que o único mangá setorizado deles que acompanhei no últimos anos foi Naruto (o original), mas que devido a demora, passei a pegar online a partir do volume 61. E, apesar de mudança, realmente os mangás antigos da fase 2 ainda chegam a conta gotas por aqui; por exemplo, esse mês acabou de chegar Naruto 70, que já saiu no Brasil há quase 2 anos!!!
Quanto a NewPop, apesar de não gostar da estratégia logo no início, o fato de ter frete grátis nos lançamentos do mês fez com que a mudança não fosse prejudicial, e foi bem fácil se adaptar a ela.
E, apesar de achar que a tendência é cada vez mais os mangás saírem das bancas, ainda sou daqueles que gostam de ir na banca escolher meu volume com calma, até porque quando se compra online e o volume vem com problema, dá um trabalho enorme e demora muito pra trocar, e ainda tem o risco dessa troca também vir com defeito.
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a distribuição continua uma merda aqui.
Parasyte só teve um punhado de volumes lançados,Zetman só teve um punhado.Gangsta parou de aparecer depois do 2.Akame Ga Kill só apareceram o 2 e o 3.UQ Holder só apareceram o 2 e o 3 e essa semana apareceu o 5,e por aí vai…
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[…] Como comentamos em outra postagem, a Panini passou a utilizar a distribuição nacional em todos os seus títulos. Porém, as obras antigas continuam a chegar a conta-gotas nas cidades pertencentes à antiga “fase 2” de distribuição. Leia mais sobre isso aqui. […]
[…] Já comentamos em outra postagem. Todos os títulos da JBC tornaram-se de distribuição nacional, abolindo a distribuição setorizada. Confira mais sobre clicando aqui. […]
A Dinap só quer distribuir a revista Ana Maria,ou seja,uma perfeita e total falta de ética e profissionalismo de uma editora-distribuidora,que devia ser autuada junto ao CADE.
Pra quem não mora nas cidades de eixo Rio-São Paulo comprar em bancas sempre foi tarefa difícil, e isso não mudou. Em São Paulo há cerca de 3.500 bancas de jornais e revistas, o que torna atraente tanto para a editora como para o consumidor também.
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A tendência é que a distribuição para bancas acabe. Eu mesmo já não compro mais nada em bancas – até mesmo porque a única banca que existia na minha cidade fechou. Comprar pela internet compensa mais, consigo até 50% de desconto no preço da capa, algo impossível nas bancas. Alguns mangás que eu não compraria, como FMA, acabei comprando por causa do valor. Nunca compraria FMA pelos quases R$ 17,00 com aquela qualidade, agora eu compro por R$ 9,00, o que está condizente com a qualidade apresentada.
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