Retrospectiva 2016 – Outras editoras

outrasNem só das “grandes” editoras vive o mercado…

Depois de falarmos de JBC, NewPOP e Panini, o blog BBM vem relembrar o ano das outras editoras que publicam mangás no Brasil.


Abril


A editora Abril que, em 2015, publicou vários Disney Mangás infelizmente deixou de investir nos quadrinhos japoneses, ao menos por enquanto. Durante o ano, a empresa publicou apenas dois títulos novos: Star Wars – uma nova esperança e Star Wars: O Império contra-ataca. Os demais mangás da franquia Star Wars, bem como as adaptações dos filmes Piratas do Caribe e Toy Story que a editora já havia licenciado, tornaram improváveis de aparecer.

O único mangá que a editora deve publicar é a conclusão de Kingdom Hearts II, mas aí é um outro problema. Em março, a empresa divulgou que estava esperando receber o material para lançar o volume 10 ainda em 2016 com pelo menos 130 páginas. Isso não aconteceu. A situação ainda é mais complicada, pois o volume 9 foi lançado com dois capítulos a menos do que o original e, por essa declaração da editora abril, existe o risco de termos um inexistente volume 11 no Brasil.

Vale lembrar que essa é uma situação que só acontece no Brasil. Kingdom Hearts II já foi concluído em outros países do mundo, como a França.


Alto Astral


A Alto Astral continuou a investir no mercado de mangás pelo terceiro ano consecutivo.Sua estratégia continuou a mesma, a publicação de mangás franceses e de mangás eróticos japoneses. Durante o ano, a empresa publicou o mangá francês Pen Dragon, com a ideia de dividir os três volumes originais em 9 tomos. No final, entretanto, foram lançados apenas 6 O_o.

Além de Pen Dragon, a editora começou a lançar os mangás eróticos Não mexa com minha filha! e O segredo de Natsuki!, os primeiros mangás japoneses da editora a ter mais de um volume. As obras não possuem periodicidade definida. Além deles, a editora publicou o mangá de volume único Laços proibidos Os títulos da editora foram bastante criticados pelo péssimo acabamento, preço alto e outros detalhes, como a retirada de páginas, chegando ao cúmulo de a edição de Laços proibidos ter quase 40 páginas a menos que a edição original.

A Alto Astral, porém, também teve boas iniciativas durante o ano. A empresa colocou todos os seus títulos no Social Comics, a “Netflix” dos quadrinhos, para leitura digital, tornando-se atualmente a única editora que publica mangás regularmente a possuir suas obras em formato digital.

A empresa possui licenciado o mangá Lábios molhados.


Conrad


Em abril deste ano, a editora Conrad publicou o décimo e último volume do mangá Gen Pés Descalços, esgotado em pouco tempo e já com promessa de reimpressão. Porém, a não ser que existam planos não revelados ao público, não deve mais haver mangás pela editora. Outrora uma das pioneiras do mercado de mangás, parece ter abandonado de uma vez por todas o conteúdo japonês.

Entretanto, a empresa ainda deve continuar a publicar a webtoon coreana Surtada na dieta.


L&PM


A L&PM continua com sua estratégia de publicar mangás baseados em obras literárias e culturais. Em 2016, a editora publicou, no mês de agosto, o mangá Ulisses, baseados na famosa obra homônima de James Joyce. Foi o único mangá novo da editora este ano. Entretanto, a empresa reimprimiu Solanin, de Inio Asano, cujos volumes estavam esgotados há alguns anos, e O manifesto do partido comunista em mangá.

A editora ainda possui o mangá Not Simple, de Ono Natsume, não publicado. Já faz 3 anos de espera O_o.


Nova Sampa


Descanse em paz? A editora deu algumas notícias, mostrou que estava viva e divulgou capa de mangá, participou de evento, deu previsão de lançamento de título, não cumpriu nada e sumiu. Terá desistido de vez?

A empresa possui os seguintes títulos licenciados: Malicious Code, Koroshiya-san, Pride – o super campeão, Carnaval Glare, Godeath, Hakuoki e Muv Luv Unlimited. Se serão publicados ou não, é uma incógnita…


Novatec


A editora de livros técnicos Novatec publicou mais alguns mangás da coleção Guia Mangá. Foram quatro obras ao todo: Circuitos eletrônicos, Dinâmica dos fluídos, Motores elétricos e Concreto.

A empresa ainda possui a licença para os seguintes títulos: Baterias, Análise de regressão, Fisiologia e Imunologia


Editora Novo Século


A editora Novo Século, por meio de seu selo Geektopia, publicou uma Graphic Novel israelense que ganhou o Prêmio Internacional de Mangás em 2015. A obra se chama O divino.


Editora Record


A editora Record, por meio de seu selo Galera, publicou um volume da coleção de mangás americanos, Mangá Shakespeare. A obra em questão foi Macbeth.

***

Visto isso tudo, vamos a um detalhe. Em 2015, as “outras editoras” publicaram 46 volumes de mangá, a grande maioria deles pela Abril (22) e Alto Astral (14). Em 2016, entretanto, apenas 21 títulos foram publicados, uma diminuição considerável.

Leia também:

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BBM

4 Comments

  • TDA

    As editora menores são uma parcela do mercado que me preocupa bastante. Casos como da Alto Astral de lançar obras “mutiladas” ou incompletas, com menor qualidade e preços altos são péssimos para o consumidor. A Conrad pra mim é um problema sério, foi uma das pioneiras e certamente abriu muitas portas para as obras japonesas no BR, mas também causou estragos grandes no mercado e nas relações com as editoras nipônicas. Alguns cancelamentos da Conrad ainda estão atravessados na garganta de muita gente, Nausicaä principalmente. Geralmente os japas perdem a confiança no nosso país, pois além de sermos mundialmente conhecidos pela nossa política e economia super instáveis, temos empresas que passam imagem de não serem sérias e depois abandonam o barco afundando por causa do seus próprios furos. Depois quem tem que trabalhar bastante e mostrar que nesse país temos condições de termos ótimas publicações de mangás são as outras empresas, diga-se Panini, NP e JBC (a ultima principalmente).

    Uma editora que me surpreendeu positivamente foi a L&PM, com Solanin. Apesar do mangá ter um tamanho menorzinho (o que não é demérito nenhum) veio com uma qualidade muito boa. Gostaria que eles investissem em outros tipos de obras um pouco mais comuns ao público.

    A Nova Sampa faleceu e a Record não consegue nem traduzir um simples livro em inglês, quanto mais publicar mangá. Novatec eu acho legal esses mangás “técnicos”, se eu tivesse filho compraria pra vê se aprende algo. Novo Século, quem???

  • João Vitor

    Se eu não tivesse tantos títulos para colecionar, especialmente os da Panini que “abocanhou” o mercado de mangás neste ano, com certeza iria comprar Gen.

    É até triste ver que a Conrad que abandonará de vez o mercado de mangás japoneses, essa que foi a pioneira no Brasil…

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